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Compradores estrangeiros confirmam presença na Rodada de Negócios da Febrava 2025

Evento promovido pelo Programa Abrava Exporta terá representantes de seis países entre os dias 9 e 12 de setembro

Oito empresas compradoras da Argentina, Chile, Colômbia, México, Paraguai e Uruguai participarão da Rodada Internacional de Negócios 2025, que ocorrerá entre os dias 9 e 12 de setembro durante a realização da Febrava. A atividade é promovida pelo Programa Abrava Exporta, uma parceria entre a Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).

O objetivo da rodada é aproximar empresas brasileiras do setor HVAC-R de compradores internacionais, por meio de reuniões presenciais e pré-agendadas com importadores, distribuidores e empresas de engenharia. O evento será realizado em salas individuais com acompanhamento técnico da equipe do programa.

De acordo com a gestora do Programa Abrava Exporta, Leila Vasconcellos, a iniciativa é realizada desde 2005 e tem contribuído para o crescimento das exportações brasileiras e o processo de internacionalização das empresas do setor. Na edição de 2019, o volume de negócios gerado foi de US$ 8,53 milhões.

Para a edição de 2025, o programa selecionará os compradores com base no portfólio de produtos das empresas brasileiras participantes, buscando alinhamento entre oferta e demanda. As inscrições para as empresas nacionais interessadas em participar estão abertas até o dia 29 de agosto.

O Programa Abrava Exporta, em parceria com a ApexBrasil desde 2004, está em sua nona fase, com convênio renovado até 2025. A iniciativa inclui ações de promoção comercial como participação em feiras internacionais, projetos compradores, missões comerciais, ações de marketing no exterior e geração de inteligência de mercado.

FNDE disponibiliza atas para compra de ar-condicionado em escolas

Estados e municípios do Norte, Nordeste e Centro-Oeste podem aderir à compra com dispensa de licitação

O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) lançou, em 27 de junho, as primeiras atas de registro de preços para aquisição de aparelhos de ar-condicionado destinados a escolas públicas. A medida permite que entes federados das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste adquiram os equipamentos por meio do Sistema de Gerenciamento de Atas de Registro de Preços (Sigarp), com validade de um ano, prorrogável por igual período.

As atas padronizam as condições de compra e eliminam a necessidade de licitação. O processo é totalmente digital e realizado via Sigarp, com fornecedores previamente cadastrados. A adesão pode ocorrer por meio de recursos próprios ou por transferência direta por termos de compromisso. O fluxo de cada tipo de operação está detalhado nos manuais do Sigarp, integrados ao Sistema Integrado de Monitoramento, Execução e Controle (Simec).

Os aparelhos disponíveis são do tipo split de parede, com capacidade de 24 mil e 30 mil BTUs. Utilizam tecnologia inverter, que ajusta a potência conforme a demanda térmica do ambiente, com o objetivo de melhorar a eficiência energética. Os equipamentos contam ainda com controle remoto sem fio com visor, baixo nível de ruído e função repouso.

A iniciativa prevê a ampliação do acesso às atas para redes de ensino de todas as regiões do país. Segundo o FNDE, o objetivo é oferecer suporte à climatização de ambientes escolares, com foco em locais onde as altas temperaturas são recorrentes.

Elgin compra Refrio e entra no mercado de evaporadores

Aquisição inclui planta de Hortolândia e equipe; nova empresa se chamará Elgin|Refrio

A Elgin anunciou a aquisição da Refrio Coils & Coolers, fabricante de evaporadores para aplicações em refrigeração comercial e industrial. Fundada em 1967, a Refrio será incorporada ao grupo a partir de julho de 2025, sob o nome Elgin|Refrio.

A planta industrial da empresa, localizada em Hortolândia (SP), será mantida, assim como os colaboradores. Segundo a Elgin, a preservação do conhecimento técnico e da estrutura produtiva é parte do processo de incorporação.

O grupo informou que os princípios da Refrio relacionados à preservação ambiental, ao relacionamento com clientes e ao desenvolvimento de pessoas continuarão a ser respeitados. A empresa também destaca que a aquisição expande sua atuação no setor de refrigeração comercial e industrial.

“O que torna essa união promissora é a sinergia entre os valores da Refrio e da Elgin. Com essa aquisição, damos um passo estratégico para ampliar nossa presença em mercados-chave, acelerar a inovação tecnológica de nossos produtos e, sobretudo, oferecer um portfólio ainda mais completo e competitivo aos nossos clientes”, disse Rafael Feder, presidente da Elgin.

Marcos Burin, atual presidente da Refrio, permanecerá na empresa para colaborar com a continuidade das operações e o fortalecimento da marca durante a transição.

De acordo com Anderson Bruno, vice-presidente comercial da Elgin, a expectativa com a operação é ampliar a participação no mercado e manter o foco em parcerias estratégicas com alinhamento de valores e propósitos.

Nova geração de fluidos sintéticos impulsiona a refrigeração sustentável

Com a eliminação gradual dos fluidos R-22 e R-404A devido ao seu impacto ambiental, o setor investe em opções sintéticas de baixo GWP

 Diante dos compromissos ambientais globais e das regulamentações cada vez mais rígidas, o setor de refrigeração e climatização tem buscado alternativas sustentáveis aos tradicionais fluidos refrigerantes R-22 e R-404A. Ambos os compostos, amplamente utilizados por décadas, estão sendo progressivamente eliminados por seu alto potencial de destruição da camada de ozônio (ODP) e elevado potencial de aquecimento global (GWP). Nesse contexto, surgem os fluidos alternativos não naturais que, embora sintéticos, apresentam um perfil ambiental mais favorável e são essenciais na transição rumo a sistemas mais ecológicos e eficientes. Embora não sejam naturais, os novos compostos representam um passo importante rumo à eficiência energética e à preservação do meio ambiente.

O R-22, pertencente à família dos HCFCs (hidrocloro-fluorcarbonos), possui um ODP de 0,05 e GWP de cerca de 1.810, sendo progressivamente retirado do mercado conforme o Protocolo de Montreal. Já o R-404A, um HFC (hidrofluorcarbono) com GWP altíssimo – aproximadamente 3.922 – também entrou na lista de compostos com uso restrito. Como resposta, a indústria desenvolveu diversas alternativas técnicas e ambientais que buscam equilibrar desempenho e menor impacto climático.

“Na última década, diversos setores da indústria de HVAC-R foram impactados pela redução global de gases refrigerantes com alto potencial de aquecimento global (GWP). Muitas regiões estão impondo a redução da produção e do consumo de refrigerantes tradicionais, como hidroclorofluorocarbonos (HCFCs) e hidrofluorocarbonos (HFCs) – R-22 e R-404A, respectivamente. Usuários finais do varejo também estão migrando para alternativas mais ecológicas para apoiar suas metas de sustentabilidade ambiental e descarbonização”, informa Joana Canozzi, diretora de engenharia e serviços da Copeland e especialista em fluidos refrigerantes.

Entre as principais opções para substituir o R-22, destacam-se os fluidos HFCs e HFOs (hidrofluorolefinas), como o R-407C, R-407A, R-438A e R-422D. O R-407C, por exemplo, tem GWP de 1.774 e zero ODP, sendo compatível com muitos sistemas originalmente projetados para o R-22. Já o R-438A oferece uma substituição mais direta, com GWP de cerca de 2.265 e ODP zero. Essas opções permitem atualização de equipamentos antigos com adaptações mínimas.

Para o R-404A, as alternativas mais sustentáveis incluem o R-448A, R-449A, R-452A e R-407A. O R-448A, por exemplo, tem GWP de aproximadamente 1.273, uma redução significativa em relação ao R-404A, além de boa eficiência energética e compatibilidade com os óleos POE. O R-449A apresenta características similares, com GWP de 1.397. Ambos têm sido amplamente adotados em supermercados e sistemas comerciais de médio porte. O R-452A, com GWP de 2.141, é indicado para aplicações que exigem alta capacidade de resfriamento, como transporte refrigerado. Já o R-407A tem GWP de 2.107 e pode ser usado em sistemas com arquitetura semelhante à do R-404A, com mudanças nos ajustes de pressão e controle.

“Os refrigerantes A2L surgiram como alternativas líderes de baixo GWP, oferecendo características de desempenho comparáveis e uma menor pegada de carbono. De acordo com as classificações de refrigerantes da ASHRAE, os refrigerantes A2L têm uma classificação de “baixa inflamabilidade” que os diferencia dos refrigerantes tradicionais A1. Consequentemente, normas internacionais de segurança para produtos e aplicações estabeleceram diretrizes para o uso seguro de refrigerantes A2L. Os A2Ls oferecem uma redução significativa no GWP e zero potencial de destruição do ozônio (ODP), preservando a eficiência energética, o desempenho e alinhando-se às metas globais de descarbonização”, destaca a especialista.

Ela cita um exemplo de aplicação do A2L em uma grande rede de supermercados: “Recentemente, trabalhamos com uma grande rede de supermercados para substituir um sistema de refrigeração baseado em R-22 em uma de suas unidades por uma solução utilizando o refrigerante A2L R-454C. Este projeto não apenas melhorou a eficiência energética do sistema de refrigeração do supermercado, mas também reduziu significativamente as emissões de gases de efeito estufa, demonstrando o compromisso do varejista com a sustentabilidade e a inovação na cadeia do frio”.

Apesar de não serem classificados como naturais, esses fluidos alternativos cumprem papel importante na transição para um futuro mais sustentável, ao mesmo tempo em que mantêm a confiabilidade operacional exigida por aplicações comerciais e industriais. Outra vantagem é que muitos deles podem ser usados em sistemas existentes com adaptações limitadas, o que reduz custos de conversão e descarte de equipamentos.

Solução utilizando o A2L R-454C reduz as emissões de gases de efeito estufa, demonstrando o compromisso com a sustentabilidade

 

 Impacto dos refrigerantes no clima

O efeito estufa é um fenômeno natural que mantém a Terra aquecida ao reter parte da radiação solar refletida pela superfície terrestre. Ele é essencial para a vida como conhecemos. No entanto, as atividades humanas como a queima de combustíveis fósseis e o uso de certos gases industriais, incluindo refrigerantes, aumentam significativamente a concentração de gases estufa na atmosfera, intensificando esse efeito e provocando o aquecimento global.

Os principais gases envolvidos são o dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), óxidos de nitrogênio (NOx) e os HFCs, como o R-404A. A contribuição de cada gás ao aquecimento global é medida por seu Potencial de Aquecimento Global (GWP), que compara o impacto de uma tonelada do gás com o CO‚  ao longo de 100 anos. Por exemplo, o R-404A tem um GWP cerca de 3.922 vezes maior que o CO2, ou seja, um quilo de R-404A liberado na atmosfera tem o mesmo efeito estufa que quase quatro toneladas de CO2.

Já o Potencial de Destruição da Camada de Ozônio (ODP) mede o impacto de um gás sobre a camada de ozônio, que protege a Terra da radiação ultravioleta. O R-22, por exemplo, ainda tem um ODP baixo, mas diferente dos HFCs mais modernos que apresentam ODP zero.

A substituição dos fluidos refrigerantes com alto GWP e ODP por alternativas mais seguras é uma das formas mais diretas de mitigar os impactos das mudanças climáticas e proteger a camada de ozônio. Por isso, além das tecnologias, é essencial compreender os conceitos por trás desses índices e como cada decisão no setor HVAC-R pode fazer diferença no equilíbrio ambiental do planeta.

“O R-454B, R-454C e R-32 estão entre as alternativas A2L mais adotadas. Eles são amplamente usados em aplicações residenciais e comerciais de climatização e bombas de calor, bem como em equipamentos comerciais de refrigeração. Esses refrigerantes A2L têm GWP significativamente mais baixos do que os refrigerantes HFC e HCFC tradicionais, reduzindo consideravelmente os impactos ambientais dessas aplicações. Inclusive, já existem normais locais que comtemplam as questões de segurança para a aplicação do A2L como a ABNT, NBR e ISO 5149”, explica Joana.

A seguir, listamos algumas das principais alternativas para substituição.

Esses fluidos não naturais têm como principal vantagem o baixo ODP e GWP reduzido em relação aos antecessores. Além disso, muitos podem ser usados em sistemas existentes com adaptações mínimas, reduzindo custos e evitando o descarte prematuro de equipamentos. Contudo, a transição exige atenção. É essencial avaliar pressões de trabalho, compatibilidade de materiais, tipo de óleo lubrificante (geralmente POE) e ajustes nos componentes de controle. O uso de boas práticas é indispensável para garantir eficiência energética e evitar vazamentos – que podem anular os ganhos ambientais. Além dos aspectos técnicos, a capacitação profissional é vital. Conhecer os dados dos fluidos, aplicar normas de segurança e manter os sistemas bem ajustados faz parte do compromisso com a sustentabilidade no setor de HVAC-R.

 

Troféu Oswaldo Moreira 2025 reconhece profissionais e empresas do setor HVAC-R

Premiação da Revista do Frio chega à 27ª edição com votação aberta ao público

A 27ª edição do Troféu Oswaldo Moreira (TOM 2025) foi realizada em 26 de junho na Casa Itaim, em São Paulo, com a entrega de homenagens a profissionais e empresas atuantes nos segmentos de refrigeração e ar condicionado. Promovido pela Revista do Frio e pelo Clube o Frio, o evento reuniu representantes da indústria e do comércio HVAC-R e contou com votação aberta realizada pela internet a partir de 12 de junho.

Ao todo, 12.909 pessoas participaram da escolha dos vencedores em sete categorias. O prêmio foi criado em 1991 e, desde 1998, leva o nome do fundador da publicação, Oswaldo Moreira. A cerimônia é também reconhecida como espaço de encontro entre profissionais do setor.

Durante o evento, foi feita uma homenagem póstuma ao Sr. Arlindo Pereira, cofundador da Trineva, falecido em março deste ano aos 82 anos.

Os premiados desta edição foram:

  • Personalidade do Comércio HVAC-R: Tiziano Filho (Leveros), com 45% dos votos
  • Distribuidor de Insumos HVAC-R: Climario, com 49,6%
  • Personalidade da Indústria HVAC-R: Gilmar Oliveira (Daikin), com 45,2%
  • Distribuidor de Ar Condicionado: Leveros, com 44,3%
  • Indústria de Ar Condicionado: LG, com 45,8%
  • Indústria de Refrigeração: Brasil Soldas, com 42,2%
  • Personalidade Instaladores/Influenciadores: Kleber Milênio, com 39%

A premiação, que já foi chamada de Urso Branco, passou a se chamar Troféu Oswaldo Moreira em 1998. A iniciativa segue com o objetivo de reconhecer os esforços de quem contribui para o aprimoramento da qualidade no setor HVAC-R brasileiro.

Seminário apresenta soluções para reduzir impacto ambiental da climatização

Evento discute substituição de equipamentos com HCFCs e viabilidade de distritos térmicos

Representantes do setor de climatização e refrigeração participaram nesta quarta-feira (26) do seminário “Projetos para o Setor AVAC-R – Promovendo Ações em Benefício da Camada de Ozônio e do Clima”, realizado em São Paulo. O encontro, que segue até esta quinta-feira (27), é uma iniciativa do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), em parceria com a ABRAVA e a ELETROS.

Um dos eixos centrais do evento é o programa de assistência técnica voltado à substituição de sistemas de ar condicionado que utilizam substâncias prejudiciais à Camada de Ozônio, como os fluidos refrigerantes HCFC-22 e HCFC-123. A proposta visa incentivar o uso de tecnologias com menor impacto ambiental e maior eficiência energética. Edifícios comerciais e industriais, como hospitais, hotéis, shopping centers e data centers, estão entre os públicos-alvo da iniciativa.

Durante o seminário, foram apresentados critérios de elegibilidade e o cronograma de atividades previsto para 2025 e 2026. De acordo com Edgard Soares, assessor técnico do projeto no PNUD, o foco está na promoção de soluções modernas para sistemas de climatização, alinhadas às metas climáticas e de conservação da Camada de Ozônio.

Outro tema abordado foram os distritos térmicos. Nesses sistemas, uma central única realiza o resfriamento ou aquecimento e distribui água gelada ou quente para diferentes edifícios. A alternativa é apontada como mais eficiente do ponto de vista energético e operacional. Experiências brasileiras e sete casos implementados na Colômbia foram apresentados durante o evento. Também está em andamento um estudo para mapear empreendimentos viáveis no Brasil.

A discussão sobre data centers foi outro ponto destacado. O país ocupa a 13ª posição entre os maiores mercados do setor, o que amplia a necessidade de avaliar o consumo energético e as emissões desses empreendimentos. Segundo a gerente de projetos do PNUD, Ana Paula Leal, o seminário aborda as tecnologias disponíveis, a situação da infraestrutura brasileira e experiências internacionais. O objetivo é discutir a viabilidade de projetos demonstrativos e as etapas seguintes de implementação.

O analista ambiental do MMA, Frank Amorim, ressaltou que o evento contribui para a construção da estratégia nacional de implementação da Emenda de Kigali, que trata da eliminação progressiva dos HFCs. Está prevista, para 2026, a negociação de recursos com o Fundo Multilateral para a etapa inicial do programa no Brasil. Amorim destacou o potencial de tecnologias como o liquid cooling para data centers, que combinam menor impacto ambiental e alta eficiência energética.

Troféu Oswaldo Moreira 2025

FRANÇA – Refrigeração busca reconhecimento como infraestrutura essencial

No Dia Mundial da Refrigeração, IIR propõe comitês nacionais e defende integração global do setor


FRANÇA – O Instituto Internacional de Refrigeração (IIR) defendeu nesta quinta-feira (26) o reconhecimento da refrigeração como infraestrutura crítica para a saúde, segurança alimentar, eficiência energética e sustentabilidade climática. A manifestação ocorre no contexto do Dia Mundial da Refrigeração, celebrado anualmente em 26 de junho.

Como parte das ações, o IIR propôs a criação de comitês nacionais de refrigeração. Esses grupos intersetoriais teriam a função de coordenar estratégias e políticas voltadas ao uso sustentável da refrigeração em diferentes frentes — da criogenia e aplicações em temperaturas ultrabaixas às cadeias de frio para alimentos e medicamentos, passando por sistemas de ar condicionado e bombas de calor.

Segundo a entidade, os comitês devem incluir representantes dos setores público e privado, além de técnicos e formuladores de políticas, com o objetivo de ampliar a participação social e promover uma abordagem integrada. O instituto afirma que essa estrutura contribuiria para o fortalecimento dos sistemas alimentares, da saúde pública, da indústria e da resposta às mudanças climáticas.

A posição do IIR foi reforçada durante o evento internacional realizado em 18 de junho em Paris, que antecedeu a data comemorativa. Com a presença de mais de 170 participantes de 60 países — entre representantes governamentais, industriais, pesquisadores e membros de organizações internacionais — o encontro teve como tema a refrigeração como infraestrutura essencial.

Para a entidade, que atua como organismo científico intergovernamental, a inclusão da refrigeração nas agendas nacionais e internacionais é necessária para garantir o desenvolvimento sustentável e a resiliência climática. “Esta é a década em que a refrigeração sustentável moldará nossas sociedades”, disse Yosr Allouche, diretor-geral do IIR, durante o evento.

A instituição também convocou mais países a se juntarem formalmente à sua missão e a apoiarem os esforços multilaterais para consolidar o papel da refrigeração nas políticas públicas globais. A proposta do IIR é que o setor atue como um vetor estratégico nas áreas de saúde, alimentação, energia e meio ambiente.

Quem foi Oswaldo Moreira, mesmo?

Radialista, editor e articulador do setor HVAC-R, ele foi pioneiro na comunicação técnica e na construção de uma identidade nacional para a refrigeração no Brasil.


A cerimônia de entrega do Troféu Oswaldo Moreira, marcada para esta quinta-feira (26), homenageia um dos principais articuladores da comunicação técnica no setor de climatização e refrigeração do país.

Oswaldo da Silva Moreira (1931–1996) foi radialista, jornalista e editor. Atuou diretamente na estruturação de uma linguagem técnica comum e na consolidação de redes de relacionamento entre os profissionais da cadeia HVAC-R, em um momento em que o setor ainda não contava com meios sistematizados de comunicação.

Sua atuação teve início nos anos 1950, com experiências no setor de assinaturas e distribuição de revistas no Rio de Janeiro. Em 1957, ingressou na Revista Refrigeração e passou a atuar em campo, promovendo a publicação em visitas a empresas do setor. Em entrevista concedida em 1978 à Sicom S.A., declarou ter realizado mais de 800 assinaturas nos três primeiros meses de trabalho em São Paulo.

Com base na experiência acumulada, fundou a Revista do Frio, o Jornal do Refrigerista e o Anuário do Frio — veículos que passaram a registrar e disseminar informações técnicas, além de ampliar a visibilidade de empresas fora dos grandes centros. Essas publicações desempenharam papel relevante na consolidação de um mercado nacional para o setor, aproximando fabricantes, lojistas, instaladores e técnicos.

Entre suas iniciativas paralelas, destaca-se a criação do Fusfrio, campeonato de futebol de salão entre trabalhadores do setor. O evento tinha como objetivo promover a integração entre profissionais e concorrentes de mercado em um ambiente de convivência. Também são atribuídas a ele a articulação para o reconhecimento do Dia da Refrigeração, celebrado em 20 de junho, que integra o calendário comemorativo do Estado de São Paulo por meio da Lei nº 9.151, de 24 de março de 1995, de autoria do então deputado estadual Mantelli Neto, a criação do Troféu Urso Branco e a fundação da Arcopar, entidade que antecedeu a Abrava (Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento).

Oswaldo foi lembrado por contemporâneos como uma figura presente nas rotinas do setor, visitando empresas, incentivando novos profissionais e prestando apoio financeiro ou logístico a colegas. Depoimentos reunidos após sua morte, em 1996, apontam como marcas de sua atuação a persistência, a disposição para o diálogo e o compromisso com a organização do setor.

O troféu que leva seu nome é entregue anualmente e tem o objetivo de destacar contribuições relevantes ao setor. A homenagem reafirma a importância de ações voltadas à valorização do conhecimento técnico, da solidariedade entre profissionais e da construção de uma identidade coletiva no campo da climatização e da refrigeração.

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Assista à premiação ao vivo a partir das 19h00.

Indústria indica retomada em maio

Expectativas melhoram, mas emprego e investimento seguem abaixo do ideal

A produção industrial brasileira apresentou sinais de recuperação em maio de 2025, com o índice de evolução da produção atingindo 52 pontos, acima da linha de 50 que separa crescimento de retração, segundo a Sondagem Industrial divulgada nesta terça-feira (24) pela CNI (Confederação Nacional da Indústria). Em abril, o índice havia ficado em 47,8 pontos.

A melhora também é observada na comparação anual. Em maio de 2024, o índice marcava 47,4 pontos. A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) também subiu um ponto percentual no mês, de 69% para 70%, superando os níveis de maio de 2024 e de 2023.

O levantamento revela, no entanto, que o ritmo de recuperação é moderado. O índice que mede a evolução do número de empregados permaneceu abaixo da linha de 50 pontos pelo terceiro mês consecutivo, registrando 49,6 pontos em maio. Ainda assim, o resultado representa uma queda menos intensa em relação ao mesmo mês de 2024 (49 pontos) e de 2023 (49 pontos).

Outro dado que mostra desequilíbrio foi o avanço dos estoques de produtos acabados. O índice de estoques superou o nível planejado pelos empresários pela primeira vez desde novembro de 2023, com 50,4 pontos. O índice de estoque efetivo em relação ao planejado alcançou 50,5 pontos.

Em relação às expectativas para os próximos seis meses, a pesquisa mostra melhora. O índice de expectativa de demanda subiu de 54,4 pontos em maio para 55,6 pontos em junho. O de exportações passou de 51,9 para 52,5 pontos, e o de compras de insumos e matérias-primas, de 53,2 para 53,9 pontos. Já a expectativa quanto ao número de empregados manteve-se estável, com 51,4 pontos.

A intenção de investimento, no entanto, segue em queda no acumulado do ano. Em junho de 2025, o índice ficou em 56,1 pontos, mesmo nível de maio. O resultado representa recuo de 2,7 pontos desde o pico observado em dezembro de 2024. Em junho de 2024, o índice era de 57,4 pontos.

A sondagem foi realizada entre os dias 2 e 11 de junho, com 1.482 empresas: 591 de pequeno porte, 522 médias e 369 grandes