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Mulheres do HVAC-R movimentam a indústria do frio

Há cerca de três anos, pouco ouvia-se falar sobre a participação e atuação feminina no setor de HVAC-R (Aquecimento, Ventilação, Ar Condicionado e Refrigeração). Algumas caminharam sozinhas por muitos anos; muitas ficaram no anonimato por medo de se expor e serem criticadas; outras se empenharam em criar oportunidades através de um movimento em prol de todas as mulheres deste mercado, reunindo técnicas, mecânicas, engenheiras, vendedoras, prestadoras de serviços, jornalistas, administradoras e empresárias.

Hoje, são centenas delas espalhadas pelo Brasil, unidas na quebra de paradigmas, na ajuda mútua e na participação ativa por meio de grupos em redes sociais, de eventos e treinamentos dedicados, conquistando o reconhecimento e respeito.

De diferentes formações e aprendizados, elas compartilham ideias, projetos, sonhos, e abriram caminhos para o público feminino estreitar a relação com fabricantes, instaladores e meio acadêmico, gerando negócios, além de promover maior conhecimento técnico, melhorar a mão de obra qualificada para o setor e incrementar o networking.

Elas por Elas

Representando a atuação no setor de ar condicionado e refrigeração, 32 mulheres definem a importância desse movimento em prol da participação feminina e as conquistas que obtiveram, tanto profissionais quanto pessoais.

“Desafiador e gratificante a cada cliente atendido”

Adriana Cristina Rodrigues Mourão – Sócia da 4A Refrigeração

 

“O nosso empoderamento está muito além do que se vê, está na força que une o sonho à conquista. Nós mulheres estamos fazendo a diferença no setor HVAC-R e mostrando que o lugar da mulher é onde quiser estar.”

Amanda Ribeiro – Diretora da Central do AR

 

“Representar para inspirar, dividir para multiplicar, unir para fortalecer, e assim, ter oportunidades ao alcance de todas”

Ana Carolina de Souza Rodrigues – Diretora da Frigerar Técnicas em Refrigeração e Ar Condicionado

 

“Empoderar é verbo, é ação, e portanto exige que nos movimentemos em direção aos nossos objetivos, enquanto mulheres que fazem a diferença na sociedade atual.”

Ana Carolina – Diretora Administrativa do Grupo UNIAR Poloar-STR

 

 

“Esse é o momento de ocuparmos o espaço que temos direito e mostrar nossa capacidade e vontade de inovar”

Anna Cristina Barbosa Dias de Carvalho – Professora, Dra, e Pesquisadora da Fatec Itaquera e Fatec São Bernardo

“Até a maior das árvores, um dia foi semente. Você pode tudo o que quiser”

Carmosinda Santos – IBX Facility Technician da Equinix

 

“A união das mulheres proporcionou a mudança e abertura desse mercado, trazendo questões não apenas conceituais, como estruturais”

Christiane Rodrigues Lacerda – Diretora Executiva da GHS Brasil

“O reconhecimento da atuação feminina no setor é uma grande conquista, que precisamos repetir nos diversos setores profissionais”

Daniela Marchesi – Diretora da Climasol Ar Condicionado

 

“Orgulho de fazer parte dessa nova geração de mulheres guerreiras e cheia de esperança num futuro profissional com igualdade e respeito a nós todas”

Fernanda da Mata Costa – Técnica de Monitoramento de Frio Alimentar do Carrefour

“Tenho muito orgulho de estar desde o início. Hoje, cada vez mais unidas para a valorização da mulher em todos os setores”

Gisieli Severo – Técnica em Climatização e Fotovoltaica da LG Severo Climatização

 

“Competência e união. O segmento do HVAC-R vive esse momento de reconhecimento da força das mulheres. Honra fazer parte dessa história”

Graciele Davince – Diretora da Eletrofrigor

“Incrível e inspirador como o movimento criou uma rede forte de cooperação, que trouxe fortalecimento e conhecimento do setor”

Joana B. Canozzi – Líder de Desenvolvimento de Negócios e Suporte Técnico da Chemours

 

“Esse momento em que as mulheres estão assumindo pertencer ao setor de HVAC-R, vejo como o melhor tempo da história”

 

Jossineide Oliveira e Silva – Instrutora de Refrigeração e Climatização do SENAI-RO

 

“É uma honra fazer parte desse momento das mulheres, que conquistaram espaço no setor, através de capacitação e desenvolvimento”

 

Joverci Silva Marques – Diretora Executiva da Bless Climatização Serviço de Manutenção e Vendas

 

“Estamos juntas pelo mesmo propósito, transformando a indústria de ar condicionado. Queremos deixar um legado para as próximas gerações”

 

Juliana Reinhardt – Gerente de Marketing da Trane América Latina

 

“Conheci histórias de outras meninas que trabalham em campo, assim como eu, fortalecendo ainda mais esse amor pelo HVAC-R”

 

Laura de Vooght Mendez Figueiredo – Diretora da Laura Ar Condicionado

“Buscar qualificação para as mulheres que desejam entrar no mercado e a presença feminina, capaz de promover a diferença na economia”

Leylla Lisboa – CEO e Founder da Circuito Soluções e Climatização

 

“Além do espaço aberto a nós, saber que podemos agregar ao setor sem nos ocultarmos é gratificante. Não é fácil, mas é compensador”

Liliane Aparecida de Carvalho – Coordenadora de Manutenção e Projetos da Engecold Engenharia Térmica

“Nosso movimento é muito importante para quebrar o tabu, que só homem exerce a função de homem, e vice-versa”

Marilon Barbosa – Mecânica de Refrigeração e Climatização da OAM

“Ao iniciar a minha carreira neste mercado, éramos poucas e não notadas. Hoje, a mulher batalha e mostra para o que veio. Desabrochou, brilhou e viemos fortes para ficar, opinar, e sermos ouvidas”

Mary Moreira Eloy – Diretora Presidente da Revista do Frio

 

“Lutamos contra o preconceito e a discriminação, buscando reconhecimento, respeito, igualdade e nossa recolocação no HVAC-R”

Marluci S. de Souza Gonçalves – Diretora Comercial da Eletrogel Refrigeração

 

“Vivemos a era da inclusão, e hoje, precisamos cada vez mais nos preparar para os desafios que tanto desejamos”

Mirna Alexandra Costa Carvalho – Diretora Técnica e Comercial da MACC Engenharia de Ar Condicionado

“Mulher, você pode ser o que você quiser”

Mônica Muniz – Diretora da Master Frio Refrigeração

“A visão ampla e sensível, da natureza feminina, nos coloca em um nível acima das equipes que trabalham apenas com o pensamento masculino”

 

Patrice Tosi – Diretora da Indústrias Tosi

 

“Os olhos estão voltados para as ações das mulheres no setor, a hora para fazer diferença é agora, com ações concretas”

 

Priscila Baioco – Gerente Nacional de Vendas – Isolamento da Armacell Brasil

“Não coloque limite em seus sonhos, coloque fé”

Rosana Soares Miranda – Responsável pela Área Administrativa-Comercial da Rofran Ar Condicionado

 

“Profissionalismo e competência traduz a atuação feminina no mercado de HVAC-R”

Rosana Machado Paixão – Engenheira Eletricista e Segurança do Trabalho da Elistec

“Durante anos caminhei sozinha nessa jornada do HVAC-R. É gratificante descobrir que hoje somos muitas”

Sandra Ricardo Botrel e Silva – Diretora Técnica da Protherm Projetos Termo Acústicos

 

“Não estamos atuando no setor para competirmos com os demais, e sim, porque temos amor, respeito e dedicação pela profissão”

 

Sybila de Paula Garcia – Consultora de Vendas da STR Ar Condicionado

 

“A mulher tem papel fundamental na economia mundial. O que ainda precisa ser melhorado é a maneira que é dado o tratamento a ela”

 

Viviane Nunes – Diretora Executiva do Sindratar-SP e presidente do Comitê Diversity Ashrae

 

“Obstáculo é aquilo que você enxerga quando tira os olhos do seu objetivo”

 

Viviane da Silva Oliveira – Técnica em Refrigeração e Climatização da Star Center

Parabéns a vocês, meninas! Não só hoje, mas todos os dias!

Ana Paula Basile Pinheiro – Jornalista Revista do Frio

 

 

Trane® anuncia novo Diretor Geral da marca no Brasil

A Trane® anuncia novo diretor geral da marca no Brasil: Diogo Prado. O cargo foi ocupado por Luiz Moura que parte para novos desafios.

Marcelo Martinez, vice-presidente comercial de HVAC para América Latina, destaca a participação do executivo na Trane® durante os últimos anos, “Luiz desempenhou uma liderança forte e ética, sempre focada no desenvolvimento dos negócios no Brasil juntamente com todo o time. Neste período, a Trane® do Brasil alcançou resultados importantes, como crescimento de participação de mercado, com crescimento de receita recorde em 2019, além de melhoria do resultado operacional. Por esse motivo agradecemos ao Luiz Moura por toda sua dedicação e desejamos um futuro brilhante em seus novos caminhos”.

Diogo Prado assumiu a posição de Diretor Geral da Trane® no Brasil no início deste mês. O executivo, que há mais de 20 anos vem desempenhando um papel importante no amadurecimento, evolução e crescimento dos negócios da empresa, será responsável por levar a Trane® no Brasil a uma nova etapa de expansão e inovação, alinhado ao “Compromisso Climático” da companhia, por meio de estratégias e iniciativas de valor agregado para clientes e colaboradores.

Sobre Diogo Prado

Graduado em Engenharia Mecânica pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, com MBA pela Fundação Getúlio Vargas, Diogo iniciou na Trane em 1999 como Trainee na área de Engenharia de Produto. Evoluiu em sua carreira ao assumir posições de maior responsabilidade em vendas indiretas, controles, soluções e contas corporativas. Foi promovido sucessivamente para Engenheiro de Aplicação, Gerente de Vendas de Soluções e Líder de Vendas do Canal Corporativo com responsabilidade pela venda de controles, soluções, serviços e atendimento a contas corporativas no Brasil e desde 2017 lidera a área de Serviço e Negócios de Energia para América Latina. Desde 2008 é membro da ASHRAE Brasil, onde contribuiu com a associação através de ações voluntariadas chegando a ocupar diferentes posições incluindo Tesoureiro, Vice-Presidente e Presidente.

Abrava promove 2º Encontro Nacional de Mulheres do Setor AVAC-R

A Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava) promoverá a segunda edição do Encontro Nacional de Mulheres do Setor AVAC-R. O evento será realizado no próximo sábado (7), das 8h às 12h, no campus de Itaquera da Faculdade de Tecnologia de São Paulo (Fatec), na capital paulista.

“Esse é um evento voltado para mulheres que atuam no setor e que, certamente, merecem reconhecimento e eventos sob medida que agreguem conhecimento e gerem oportunidades”, informa a entidade.

Segundo os organizadores, o fórum, que terá espaço recreativo exclusivo para os filhos das participantes, tem como objetivo destacar e estimular o protagonismo feminino no setor frente a diversos temas técnicos, com a intenção de atualizar e conectar essas profissionais.

Uma das palestrantes do encontro será técnica em refrigeração Jossineide Silva, professora do Senai de Rondônia, que falará sobre a importância das boas práticas nesse mercado.

Smacna Brasil inicia XXIV Programa de Educação Continuada

A Smacna – Sheet Metal and Air Conditioning Contractors National Association – Chapter Brasil, iniciou em 18 de fevereiro último, o XXIV Programa Smacna de Educação Continuada em Tratamento do Ar, convênio Smacna-Abrava – Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento.

Ministrado por Antonio Luis de Campos Mariani e Oswaldo de Siqueira Bueno, o programa tem por objetivo a formação e atualização dos profissionais da área de aquecimento, ventilação e ar Condicionado, utilizando análises de casos práticos, apresentando procedimentos para resolução de eventuais problemas, aliado aos fundamentos teóricos relacionados, motivando os alunos a debates e desenvolvimento de exercícios e projetos.

A 24ª turma é composta por 60 alunos, dentre eles, cinco mulheres, que buscam aprofundar seus conhecimentos e entender situações sob diferentes pontos de vista, agregando valor à sua atuação profissional no mercado de ar condicionado, refrigeração e tratamento do ar.

A mesa de abertura foi composta por Edson Alves, presidente da Smacna Brasil; João Carlos C. Silva, vice-presidente; e pelos docentes do curso, Antonio Luis de Campos Mariani e Oswaldo de Siqueira Bueno.

Para Edson Alves, presidente da Smacna Brasil, nos dias de hoje, em que o mercado compete de maneira cada vez mais acirrada pelos melhores talentos, a capacitação profissional faz toda a diferença.

“O material didático e o corpo docente do Programa Smacna de Educação Continuada em Tratamento do Ar, credenciam como o melhor programa para profissionais da área de HVAC-R do mercado. Os profissionais que se dedicam a este treinamento se diferenciarão dos demais em nosso mercado, se tornando um profissional melhor e mais competente por completo”, destaca Alves.

Na ocasião, estiveram presentes representantes de algumas empresas patrocinadoras do Programa, como Fabio Chaim (Daikin Brasil); Gustavo Hoffmann (Midea Carrier); e Thaís Nakamura (Johnson Controls-Hitachi). Cada um deles relatou a importância do Programa na visão empresarial, incentivando investimentos em capacitação profissional e cursos de educação continuada.

Rio de Janeiro recebe road show gratuito da Danfoss sobre HVAC

A Danfoss promove o road show gratuito “Soluções para Sistemas de Refrigeração e Ar Condicionado” no dia 18 de março, no Clube de Engenharia, no Rio de Janeiro.

Os engenheiros de vendas Katuaki Hayashida Junior e Rodolfo Correa destacam as soluções Danfoss para sistemas de HVAC, como os conversores de frequência e as tecnologias de balanceamento e controle em sistemas de água gelada. Marcio Costa, engenheiro de vendas, irá falar sobre os compressores de velocidade variável e Turbocor®, válvulas de expansão eletrônica, trocadores de placas e microcanal.

As vagas do road show da Danfoss são limitadas e as inscrições devem ser feitas através do email heitor.juliao@danfoss.com.


Road show “Soluções para Sistemas de Refrigeração e Ar Condicionado”
18 de março, das 8h30 às 13h10
Clube de Engenharia
Avenida Rio Branco, 124, Centro, Rio de Janeiro (RJ)
Gratuito, vagas limitadas
Inscrições: heitor.juliao@danfoss.com

Retomada do consumo reaquece varejo

O otimismo do varejo alimentar voltou a contagiar a indústria de refrigeração comercial, que espera aumento no volume de negócios envolvendo soluções inteligentes, em função, principalmente, da demanda por sistemas mais eficientes e capazes de serem monitorados remotamente.

Segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), os rumos tomados pela economia no ano passado têm proporcionado melhores resultados neste verão, estação que, aliás, é a principal sazonalidade do segmento.

“Esse movimento maior é reflexo do desempenho do varejo em 2019, que foi o melhor ano para o setor desde 2014, porque não registramos nenhum número negativo”, diz o presidente da entidade, João Sanzovo Neto.

“A recuperação do setor tem acontecido de forma gradual e começou a ser sentida mais no segundo semestre, com melhora do nível de emprego, aumento da confiança de empresários e consumidores e reação positiva da indústria”, ressalta.

Para ele, “o governo federal tem mantido a tendência liberal e cumprido a promessa de preparar o Brasil para ser um país mais empreendedor”, uma vez que “conseguiu aprovar demandas de incentivo ao empresariado, como a MP 881, da Liberdade Econômica, que irá simplificar e desburocratizar as negociações, e a MP 905, do Programa Verde e Amarelo, de estimulo à criação de emprego”.

“Avançamos nas reformas estruturais, principalmente com a aprovação da esperada Nova Previdência, que irá diminuir o crescente deficit fiscal que tanto tem impedido o desenvolvimento do Brasil. Além disso, as reformas tributária e administrativa já estão sendo debatidas no Congresso.”

Enfim, a sensação dos supermercadistas é de que “entramos em 2020 com o pé direito”. Dessa forma, todos os fabricantes, fornecedores e empreiteiros que atuam no segmento devem estar preparados para atender a novos pedidos, conforme avaliam os players do HVAC-R consultados pela Revista do Frio.

 

Tendências

Como sempre, consumo em alta nos supermercados favorece os investimentos em novas lojas ou em modernização de estabelecimentos existentes, o que, consequentemente, impulsiona o mercado de refrigeração comercial.

“Atualmente, o varejo brasileiro está segmentado em duas frentes: uma é a dos atacarejos, na qual cada vez lojas maiores são vistas, e as câmaras frias adentram o espaço do consumidor disfarçadas de walk-in-coller e step-in, entre outros nomes comerciais utilizados. Nessas lojas, temos quase sempre sistemas grandes com dióxido de carbono (CO2) e glicol”, explica o diretor comercial da Girelli Refrigeração, Edson Girelli.

“Na outra frente ocorre justamente o oposto, ou seja, temos as lojas menores, estabelecimentos em que o uso de unidades condensadoras individuais, pequenas câmaras frigoríficas e expositores com máquinas acopladas são a melhor opção, principalmente em regiões frias do País”, acrescenta.

“Os grandes supermercados vêm aumentando, cada vez mais, a utilização de equipamentos de refrigeração com fluido refrigerante secundário por meio da aplicação de chillers compactos ou não”, revela o gerente de desenvolvimento da Eletrofrio, Rogério Marson.

“As instalações que utilizam glicol trazem vantagens como simplicidade da instalação e baixa carga de gás, o que muito agrada aos supermercadistas. No último ano, mais de 60% dos supermercados novos montados no Brasil tinham o glicol como solução de sistema de refrigeração”, completa.

Assim como outros setores da economia, os supermercados, independentemente do seu porte, têm primado por investimentos em tecnologias que otimizam o consumo de energia elétrica, como compressores de velocidade variável, equipamentos que chegam a consumir até 35% menos eletricidade que os modelos de velocidade fixa.

O cenário também estimula a adoção de portas transparentes nos expositores frigoríficos, isolamento térmico das tubulações, controle inteligente de degelo, iluminação com lâmpadas de LED, utilização de válvula de expansão eletrônica, uso de fluidos refrigerantes de melhor performance e atualização de motores e ventiladores, entre outras tecnologias.

“Vemos forte a tendência de automação e controle do processo de refrigeração, além da refrigeração sob demanda,

Automação e
controle ditam
tendências no
segmento de
refrigeração
comercial, avalia
Eládio Pereira, da
Danfoss

com a variação de velocidade dos compressores para produção de frio de acordo com a capacidade exigida em cada momento da instalação”, confirma o gerente de desenvolvimento de negócios da Danfoss, Eládio Pereira.

Durante o funcionamento dos sistemas de refrigeração, “há uma variação grande da carga térmica quando levamos em conta a carga máxima projetada. Estima-se que entre 2% e 5% do tempo em um ano as instalações frigoríficas trabalhem na sua carga máxima; no restante do tempo, elas operam em cargas parciais”, explica.

No campo da automação, a Internet das Coisas (IoT) hoje dá as cartas. “Cada vez mais, controladores e sistemas de automação que trabalham com base em dados de comportamento de cada instalação são empregados. Trazem, assim, inúmeras possibilidades de controles, previsibilidade e melhorias de processo que resultam em eficiência em todos os sentidos”, afirma.

Segundo o gestor, outra tendência forte no segmento de refrigeração comercial é o uso de trocadores de calor de microcanal, que trazem maior robustez aos equipamentos, usam menor quantidade de fluido refrigerante e também são mais eficientes.

“Progressivamente, o varejo brasileiro adquire mais conhecimento das vantagens dessas novas tecnologias e vem solicitando aos fabricantes o uso de tais recursos para melhorar sua eficiência e reduzir os custos em suas operações”, ressalta.

De acordo com o diretor executivo da Mipal, Cláudio Palma, nem sempre a adoção de uma nova tecnologia mais eficiente está atrelada a um custo maior, “porém, o quesito eficiência foi deixado de lado durante a fase mais aguda da crise econômica, quando várias instalações foram feitas com produtos de segunda linha”.

“Agora, no cenário pós-crise e com a retomada do crescimento da economia, os profissionais do setor, como os instaladores e mecânicos que primam por um trabalho bem-feito, seguro e confiável, têm nova oportunidade de priorizar as tecnologias que fornecem resultados operacionais mais satisfatórios e, simultaneamente, melhoram a qualidade de seus trabalhos.”

“Por isso, motoventiladores eletrônicos voltam à tendência no mercado de refrigeração comercial, devido a fatores como durabilidade maior, qualidade e consumo operacional menor”, salienta.

 

Tecnologias para lojas menores

O mercado brasileiro de refrigeração comercial tem se direcionado bastante para aplicações localizadas (self-contained), que podem ser instaladas diretamente nos refrigeradores, sem necessidade de construção de casa de máquina e dezenas de metros de tubulações de cobre.

“As arquiteturas de sistema descentralizadas aplicam menor carga de refrigerante, com menos tubulação, o que significa menor risco de vazamentos e potencial para aplicar refrigerantes inflamáveis (A3) e levemente inflamáveis (A2L)”, destaca o gerente técnico da Emerson, Danilo Gualbino.

Essa tendência – de sistema completo de refrigeração – acompanha a inclinação do varejo para lojas pequenas, com restrição de espaço. “Com sistemas self-contained, além de contribuir para a economia de energia, é possível facilitar a instalação e a manutenção”, diz o gerente sênior de vendas para distribuição e pós-venda da Embraco, Lucas Santos Sell.

“E com compressores individuais instalados nas aplicações, a falha de um deles não impacta outros equipamentos, diminuindo o risco de perda generalizada da carga na aplicação. Além disso, o técnico pode utilizar uma solução substituta enquanto realiza a manutenção no equipamento”, lembra.

“Produtos como nosso Plug n’ Cool respondem a tais necessidades. No caso de câmaras frias, o mercado espera por produtos que estejam preparados para resistir ao clima brasileiro, por ficarem diretamente expostos ao ambiente. Para essa necessidade, temos a condensadora Falcon, lançada no último ano”, acrescenta.

Fabricantes
controladores já
notaram a
tendência de
descentralização
no varejo, diz
Flávio Conceição,
da Coel

Fabricantes de controladores também já notaram a tendência de descentralização dos sistemas de refrigeração no varejo. “Isso pode ser atribuído à redução dos custos iniciais, facilidade de manutenção e maior eficiência dos equipamentos modernos”, avalia o engenheiro de vendas da linha de refrigeração da Coel, Flávio Conceição.

Recentemente, a empresa lançou a linha nanoPAC NP4 Chiller para chillers compactos. Totalmente preparados para a era da Indústria 4.0, “esses controladores controlam todo o processo de refrigeração e podem ser monitorados pela internet. Isso garante que desvios no processo sejam rapidamente detectados e corrigidos”.

 

Retrofits de sucesso

Recentemente, a Embraco teve ótimos resultados em um cliente, ao substituir um compressor de velocidade fixa por um de velocidade variável. Segundo a empresa, o produto FMFT411U foi instalado em um expositor de bebidas de uma loja de conveniência.

Com a troca, o equipamento teve um ganho de mais de 20% no consumo total de energia e redução de quatro horas no pull-down (tempo para atingir a temperatura ideal para consumo).

“Além disso, outra vantagem dos compressores de velocidade variável é a versatilidade, uma vez que eles podem substituir vários tamanhos de compressores de velocidade fixa, além de serem bi-volt e bi-frequência”, diz o gerente sênior de vendas para refrigeração comercial da empresa, Sander Socrepa Malutta.

Com a adoção de soluções propostas pela Danfoss, WM Engenharia e Perfil Refrigeração, a modernização das instalações frigoríficas de uma unidade do Compre Bem – bandeira do GPA para operar com o formato regional e em contato mais próximo de seus consumidores – reduziu o consumo de energia em torno de 15%.

A retromontagem consistiu na mudança do layout e na troca dos expositores e forçadores de ar das câmaras de resfriados, preparo e congelados. Com consultoria da WM Engenharia, a atualização tecnológica dos equipamentos de frio alimentar ficou a cargo da Perfil Refrigeração.

“Como o cliente estava procurando eficiência energética com um custo competitivo e gastos de manutenção otimizados, foi proposta a utilização de um chiller para média temperatura operando com R-410A e glicol”, explica o diretor geral da Perfil Refrigeração, José Leite Neto.

A Danfoss equipou o chiller com um compressor scroll Inverter VZH como mestre e mais três compressores SH como escravos. “Nessa modalidade de chiller de média temperatura, temos um baixo consumo de energia em função dos compressores Inverter e de toda eletrônica embarcada no sistema”, diz Neto.

O executivo informa que no rack de baixa temperatura foram utilizados compressores scroll LLZ dotados de conversor de frequência VLT HVAC Basic Drive FC 101, sendo um mestre com inversor de frequência e dois satélites sem variação de velocidade.

“Para esse sistema, optamos por expansão direta com o fluido R-404A. Para controle de temperatura e pressões do sistema, novamente adotamos as válvulas eletrônicas da Danfoss para o controle e o monitoramento de todo o sistema.”

 

Reduzindo emissões de CO2

O mercado brasileiro ainda possui um enorme parque instalado operando com fluidos refrigerantes à base de hidroclorofluorcarbono (HCFC), substância nociva à camada de ozônio.

Estima-se que mais de 40% dos sistemas de refrigeração comercial ainda operem com o R-22. Sistemas novos já estão saindo de fábrica com hidrofluorcarbonos (HFCs), como o R-404A e o R-134a, gases que aquecem o planeta. Hidrocarbonetos (HCs), como o R-290, têm sido adotados em sistemas de pequeno porte com limitações de carga, devido à inflamabilidade. E há um volume menor e proporcionalmente ainda insignificante de sistemas à base de CO2.

Particularmente, a modernização de equipamentos por meio da adoção de um fluido mais ecológico apresenta várias vantagens, tais como economia de energia, redução de emissões diretas e indiretas de gases de efeito estufa e custo menor em relação à compra e à instalação de novos sistemas, além do menor tempo de inatividade do estabelecimento requerido pelo retrofit, segundo o vice-presidente de regulamentação e pesquisa do Instituto de Ar Condicionado, Aquecimento e Refrigeração dos EUA (AHRI), Karim Amrane.

“Talvez a maneira mais rápida e econômica de reduzir as emissões totais de carbono desses equipamentos seja a conversão dos sistemas existentes com R-404A e R-22 para operação com refrigerantes alternativos de baixo potencial de aquecimento global [GWP, em inglês]”, escreve o especialista num artigo publicado recentemente no site do Fórum Global de Tecnologias Climáticas Avançadas (GlobalFACT).

“Tais substituições podem reduzir as emissões diretas de carbono em cerca de 70% e também reduzir o consumo de energia em cerca de 10%”, afirma Amrane, salientando que vários compostos halogenados de menor impacto ambiental foram desenvolvidos nos últimos anos para retrofits em supermercados, incluindo HFCs e misturas entre HFCs e hidrofluorolefinas (HFOs).

“Outros refrigerantes de baixo GWP, como o CO2, a amônia ou os HCs, não são adequados para a atualização de equipamentos existentes, devido a problemas de alta pressão, compatibilidade de material, toxicidade ou inflamabilidade”, lembra.

Segundo o gerente de desenvolvimento e marketing da Chemours na América Latina, Arthur Ngai, sistemas de refrigeração com CO2 têm performance e consumo energético bastante limitados e requerem altos investimentos, exigindo a troca de todo o sistema, além de um período maior para configuração e instalação.

“Sabemos que a competitividade do setor varejista depende muito da redução de custos operacionais e da produtividade do capital investido, e hoje já existem soluções no mercado que permitem melhor eficiência energética com rápido retorno sobre o investimento, sem deixar de lado a importância da sustentabilidade e menor impacto ambiental”, ressalta.

 

PMOC, dois anos que ampliaram a visão do mercado brasileiro sobre o HVAC

Dois anos após a entrada em vigor da Lei nº 13.589, de 4 de janeiro de 2018, que instituiu o Plano de Manutenção, Operação e Controle (PMOC) para sistemas de climatização, entidades que diretamente atuam no HVAC consideram que a legislação vigente foi, nos últimos anos, um dos grandes avanços para o mercado do frio nacional e o País de modo geral.

O PMOC é obrigatório para a totalidade das edificações de uso público e coletivo. Entretanto, de acordo com o seu regulamento técnico (Portaria nº 3.523/1998), somente para empreendimentos com mais de 60.000 BTU/h de máquinas instaladas é necessária a emissão de um relatório mensal e de um laudo de qualidade do ar semestral, além da nomeação de um responsável técnico pelo plano.

A portaria contém medidas básicas referentes aos procedimentos de verificação visual do estado de limpeza, remoção de sujidades por métodos físicos e manutenção do estado de integridade e eficiência de todos os componentes dos sistemas de climatização, para garantir a qualidade do ar de interiores e a prevenção de riscos à saúde dos ocupantes de ambientes climatizados.

“Entendemos, de modo geral, que a Lei do PMOC foi um avanço para a sociedade brasileira, visto que a preocupação do plano é sempre com a saúde da população, que eventualmente pode estar exposta a ambientes climatizados sem a devida manutenção”, afirma o engenheiro Arnaldo Lopes Parra, especialista em PMOC e diretor de relações institucionais da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava).

Segundo o dirigente, a maioria das empresas de grande porte já estava adequada, “então a Lei nº 13.589/2018 veio consolidar esse entendimento, encorajando as médias e pequenas empresas a prestarem mais atenção à saúde e qualidade de vida de seus funcionários, clientes e/ou ocupantes de ambientes com ar-condicionado”, complementa.

Parra acredita que, mesmo com os avanços já trazidos pela legislação, ainda é necessário popularizar o tema entre as pessoas, “para que elas compreendam a importância da manutenção dos sistemas de climatização, assim como a importância de contratar somente profissionais devidamente qualificados e habilitados, em seus diversos níveis e atribuições”.

Seu colega do Sindicato das Indústrias de Refrigeração, Aquecimento e Tratamento de Ar no Estado de São Paulo (Sindratar-SP), o presidente Carlos Eduardo Marchesi Trombini igualmente faz um balanço positivo dos dois anos da Lei do PMOC.

“A sociedade brasileira passou a conhecer muito mais sobre o tema, que gerou demanda e, de certa forma, uma reorganização das empresas na área de manutenção, que também passaram a ter oportunidades para mostrar ao cliente que os sistemas de climatização são operantes e vivos e que precisam de manutenção para garantir a qualidade de ar de interiores”, enfatiza.

Para o dirigente sindical, que também preside a Associação Nacional dos Profissionais de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (ANPRAC), a legislação, de certa forma, foi criada para legalizar a Portaria 3.523/1998, do Ministério da Saúde, e a Resolução 9/2003, da Anvisa, ambas referenciadas na própria Lei do PMOC.

“A lei atendeu às normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) hoje relacionadas com a climatização e a qualidade do ar de interiores. Portanto, é necessário haver uma conscientização do mercado de que os sistemas de climatização precisam de manutenção para sua operação, a fim de garantir a qualidade dos sistemas e do ar de interiores”, argumenta Trombini.

Essa tem sido uma grande preocupação das entidades, conforme deixa claro o diretor de qualidade do ar interno da Associação Sul Brasileira de Refrigeração, Aquecimento e Ventilação (Asbrav), Mário Henrique Canale. “Passamos 85% de nossas vidas em ambientes internos e fechados, nos quais alguns dos poluentes mais nocivos estão concentrados em locais em que a circulação do ar é limitada”, salienta.

“Estima-se que, em 2016, doenças associadas à poluição do ar – que são potencializadas pela falta de cuidado com a manutenção da qualidade do ar interior – tenham provocado a morte de cerca de 6,5 milhões de pessoas no mundo. Esses são argumentos embasados na realidade atual e suficientes para que passemos a compreender a importância da qualidade do ar interno como uma questão de saúde pública”, completa.

 

Competência

O surgimento da Lei do PMOC trouxe consigo também uma discussão em torno da competência para se planejar, assinar e executar o plano, gerando acalorados debates entre engenheiros, técnicos e suas respectivas entidades representativas.

No caso do Conselho Federal dos Técnicos Industriais (CFT), criado em 26 de março de 2018, pouco mais de dois meses após a entrada em vigor da Lei nº 13.589/2018, a autarquia nacional e seus conselhos regionais agregaram os profissionais que antes faziam parte do sistema formado pelo Conselho Federal e pelos Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia (Confea/Crea).

Sobre o embate envolvendo engenheiros e técnicos, o CFT costuma se posicionar por meio da Resolução 68/2019, explicando quais são os profissionais técnicos industriais habilitados para elaboração e execução do PMOC, com fulcro nos instrumentos legais que conferem ao conselho de classe essa atribuição.

“No que se refere a eventuais controvérsias, vale esclarecer que é de competência exclusiva do CFT disciplinar, orientar e fiscalizar as atividades dos técnicos industriais. Portanto, havendo necessidade de esclarecimento sobre a atribuição dos técnicos para o exercício da profissão, essa consulta deve ser dirigida ao CFT e a nenhuma outra entidade”, esclarece a gerência técnica do conselho.

Ainda de acordo com o CFT, os profissionais liberais, de qualquer formação, possuem autonomia para a execução de seus projetos e serviços, e o conselho de fiscalização do exercício profissional somente avalia a qualidade de um trabalho desenvolvido, caso seja necessário por meio da abertura de um processo de investigação ou perícia.

“A fiscalização dos conselhos tem como incumbência garantir à sociedade que os serviços executados tenham a participação de um profissional legalmente habilitado. Essa fiscalização não é feita pelo CFT, mas pelos Conselhos Regionais de Técnicos Industriais em consonância com a Lei nº 13.639/2018, presentes em todo o território nacional”, esclarece.

Sobre esse tema, o presidente do Sindratar-SP, Carlos Trombini, acredita que, em relação ao PMOC, a responsabilidade técnica deva ser de um engenheiro com formação básica em engenharia mecânica.

“É isso o que a gente vem debatendo no mercado e que gostaria que a sociedade compreendesse. Com respeito aos técnicos e aos engenheiros, eu diria que a responsabilidade técnica deve ser de um engenheiro mecânico e reconheço também o trabalho dos técnicos, mas deve-se obedecer a uma hierarquia dos fatos e do conhecimento para se ter habilitação suficiente para ser o responsável técnico daquele sistema de climatização.”

 

Fiscalização

A inspeção do atendimento às regras do PMOC cabe aos agentes dos órgãos de vigilância sanitária, normalmente ligados às prefeituras. Nesse quesito, enquanto a Anvisa fiscaliza portos, aeroportos e fronteiras, as vigilâncias sanitárias estaduais ficam responsáveis pelos hospitais.

“De modo geral, a fiscalização sanitária é realizada com foco na saúde das pessoas, portanto são feitas perícias em máquinas, ambientes e componentes, para se avaliar o estado de conservação e limpeza. A documentação toda é analisada pelos agentes, exigindo-se uma série de procedimentos, todos definidos em leis”, explica o diretor de relações institucionais da Abrava, Arnaldo Lopes Parra.

Segundo o dirigente, os Creas também têm incrementado a fiscalização da atuação de profissionais legalmente qualificados e habilitados, “visto que as atividades de instalação e manutenção são regulamentadas pela Lei nº 5.194/1966, dentre outras, além de suas resoluções posteriores e decretos”.

Para o vice-presidente da Smacna Brasil, João Carlos Correa da Silva, a Lei do PMOC é um marco importante, “mas infelizmente, estamos evoluindo muito devagar”.

Em sua avaliação, o setor precisa se unir e cobrar dos órgãos públicos a fiscalização. Apesar disso, “cabe a nós do mercado levarmos ao conhecimento dos usuários e acelerarmos as mudanças que virão com o usuário, passando a exigir do mercado a qualidade a que tem direito”.

“Não sou advogado, mas entendo que precisamos deixar claro aos responsáveis, que devem começar com o nome do cliente, e não só do prestador de serviço, pois aí, sim, o usuário vai se preocupar em fazer o que é certo”, argumenta.

 

Resultados para o mercado

Desde a promulgação da Lei do PMOC, cresceu a procura por serviços de manutenção de sistemas de ar condicionado, principalmente por parte de empresas médias e grandes.

“Há uma conscientização sobre a lei e suas obrigações. O número de profissionais entrando no HVAC-R, inclusive pessoas de outros setores, também cresceu”, diz o engenheiro Leonardo Cozac, da Conforlab Engenharia Ambiental.

“A demanda aumentou para os serviços prestados por nós, pois somos referência no Brasil na área de qualidade do ar interno (QAI). Mas também aumentou a concorrência”, salienta.

“Isso nos obriga a inovar e apresentar soluções diferenciadas ao mercado para continuar como líderes no setor de análises da qualidade do ar interno. Por isso, lançamos durante a Febrava o Plano de Segurança da Qualidade do Ar Interno e o serviço de monitoramento on-line como inovações ao mercado para o atendimento à legislação brasileira”, acrescenta.

Em sua avaliação, a certificação de empresas prestadoras de serviço precisa ser levada em conta pelos clientes. “Os contratantes têm informações limitadas na hora de contratar boas empresas, ficando exposto a serviços de baixa qualidade”, alerta.

“Os bons profissionais do setor devem colaborar na disseminação das normas técnicas e leis no Brasil como forma de conscientização do mercado consumidor. Esse é o verdadeiro poder de transformação que o HVAC-R possui: seus profissionais capacitados.”

Segundo o diretor técnico da Dannenge, Ricardo Cherem de Abreu, o alcance da Lei do PMOC “vislumbra um mercado gigantesco, que pode ser aprimorado com informações técnicas sobre a qualidade do ar interno, eficiência e sustentabilidade, levadas aos clientes e prestadores de serviço”.

“A partir de sua promulgação, o mercado passou a apresentar receptividade às propostas de prestação de serviços de manutenção, preocupado com as possíveis sanções aplicáveis, embora não estabelecidas na lei. De qualquer forma, o que poderia ser imputável pelas normas técnicas e portarias ministeriais passou a ser responsabilidade criminal”, afirma.

Por isso, o engenheiro diz que “seria interessante a proposição de lei complementar estabelecendo punições ao não cumprimento da Lei do PMOC”. Para aumentar a eficácia dos serviços, Abreu também sugere “implementar o PMOC associado ao um sistema de gerenciamento patrimonial, de forma que suas atividades possam ser acompanhadas ou mesmo geridas pelos responsáveis pelas facilidades dos edifícios. Dessa forma, o cliente é também envolvido no andamento do processo”.

 

Caso de sucesso

Deixando de lado a perda na eficiência laboral nos ambientes contaminados, o maior risco à saúde humana em ambientes climatizados sem a devida qualidade do ar interno está na proliferação de doenças infectocontagiosas, que atingem, principalmente, o trato respiratório.

Nesse contexto, um caso interessante foi descortinado na sede da Softplan, sediada em Florianópolis (SC). “Essa empresa passou a ocupar um edifício novo há três anos, com um contingente de 1,2 mil pessoas. O sistema de climatização do prédio tem por característica principal a difusão de ar pelo piso, com aplicação integral de difusores VAV. Conta ainda com fotohidroionizadores aplicados nos climatizadores, o que promove proteção ativa nos ambientes climatizados”, descreve o executivo da Dannenge.

“Para garantir taxas de renovação de ar adequadas com o mínimo impacto no custo de climatização, foram instalados sistemas de renovação de ar independentes, de fluxo balanceado, dotados de recuperadores de calor com rodas entálpicas”, explica.

“O que é relevante nesse caso é que a Softplan é a única empresa do conjunto das associadas da Associação Catarinense das Empresas de Tecnologia (Acate) em que a maior causa de afastamento do trabalho não são as doenças respiratórias. Nessa empresa, que conta com alta taxa de comparecimento ao trabalho com reconhecida qualidade no ambiente laboral, as doenças respiratórias correspondem ao quarto motivo principal de faltas e afastamentos do trabalho”, salienta.

 

Da calçada à Casa Cor

Job Ney Palmeira um refrigerista no mercado hvac

Natural de Duque de Caxias (RJ), o refrigerista Job Ney Palmeira se tornou, em poucos anos, um dos mais renomados profissionais brasileiros, reconhecido por continuamente contribuir para o desenvolvimento do setor.

Pouco mais de uma década e meia após se formar em refrigeração no Centro Educacional Integrado (CEI), em 2002, o refrigerista Job Ney Palmeira conseguiu construir uma carreira sólida, atingindo ao longo do tempo um patamar que poucos profissionais do mercado do frio conseguiram.

Nascido em 1985 em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, ele começou a trabalhar ainda durante o curso, aos 17 anos de idade, quando atendia clientes residenciais para a limpeza de aparelhos de ar-condicionado de janela, lavando e limpando esses equipamentos na calçada de casa.

Apaixonado pela profissão, Job Ney lembra que um incidente em seu primeiro dia de estágio quase o fez desistir de tudo. Com um colega, iniciou a manutenção de um aparelho peso-pesado – um Springer Admiral de 30 mil BTU/h.

“Quando estava descendo da escada, toda lama de sujeira veio em cima de mim. Disse que nunca mais voltaria a trabalhar com ar-condicionado. Mas quando chegamos à oficina, fizemos todos os procedimentos de limpeza. Quando vi o termostato, o compressor e a serpentina funcionando, refrigerando o ambiente, aquela frustração passou na hora”, recorda. “É por isso que sempre digo: foi a refrigeração que me escolheu, não o contrário”.

Após completar o estágio, o primeiro emprego de Job Ney foi em uma empresa que atendia a prefeitura de Duque de Caxias, onde ficou por seis anos, até 2008.

Naquele mesmo período, aproveitou para se capacitar ainda mais, fazendo o curso de self e comandos elétricos no Senai Euvaldo Lodi, em Benfica. E não parou por aí, sempre incentivado pelo professor Valdemir de Oliveira, a quem chama de mentor, pois lhe mostrou que a refrigeração é “muito mais que uma carga de fluido”.

Foi assim que Job Ney graduou-se técnico em mecânica, com direito ao Crea, no Cetepis no Rio. Já no Sindicato da Indústria de Refrigeração, Aquecimento e Tratamento do Ar do Estado do Rio de Janeiro (Sindratar-RJ), em treinamento chancelado pelo Instituto Militar de Engenharia (IME), obteve o diploma de projetista de ar-condicionado. Além disso, também capacitou-se em VRF em curso promovido pela Hitachi. 

Job Ney Palmeira começou sua carreira na indústria de climatização lavando e limpando ares-condicionados na calçada de casa

Mais tarde, o profissional foi além das fronteiras brasileiras, levado pela multinacional LG (por meio do projeto Esquadrão do Clima) à Coreia do Sul (2018) e ao Panamá (2019). No país asiático, fez um curso geral sobre os equipamentos e a tecnologia inverter da LG. Na América Central, assistiu, segundo ele, à melhor aula sobre VRF de sua vida.

Também aterrissou em Dubai, Emirados Árabes Unidos, onde verificou como são feitas as aplicações de climatização naquela nação do Golfo Pérsico, cujas temperaturas facilmente atingem os 50 ºC.

“Lá, utilizam muito o sistema de água gelada, pois os canos ficam muito quentes. Em alguns locais, a água da torneira já vem resfriada por meio de um sistema de chiller”, lembra.

Tamanha dedicação levou Job Ney a lecionar no Serae Rio em 2017 e 2018 – prática que teve de abandonar por falta de tempo – e a criar a Hotmart, plataforma on-line voltada a profissionais de climatização que queiram aprender a resolver problemas em equipamentos inverter, tecnologia considerada o futuro do mercado.

A primeira turma, com 150 alunos, foi fechada em dezembro de 2019, e oito novos treinamentos já estão planejados para os próximos meses. A ideia, segundo o empresário, é realizar cursos com turmas semestrais.

 

Rumo ao topo

Especializada em manutenção preventiva e corretiva, a Job Refrigeração, em operação há alguns anos, começou a se destacar no mercado pela prestação de serviços a grandes clientes. Além de Job Ney e de um engenheiro responsável, a empresa é composta por mais dois sócios e quatro funcionários.

Em 2018, por exemplo, o garoto que lavava aparelhos na calçada de casa era responsável pela instalação de mais de 150 equipamentos nas unidades da Casa Cor de São Paulo, Porto Alegre, Recife e Brasília, trabalhos que consumiram quatro meses e renderam muitos elogios dos arquitetos, inclusive reportando essa satisfação à LG.

No ano seguinte, começou a prestar serviços para a Petrobras, conhecida pela rigidez na seleção de seus fornecedores. A execução do trabalho levou nove dias, durante o carnaval, período em que a empresa instalou nove equipamentos de teto do tipo cassete, cada um com 48 mil BTUs.

A Job Refrigeração também tem entre seus maiores clientes um grupo de restaurantes do Rio e uma franquia de sapataria.

 

Internet

Sem a intenção de se tornar um influenciador digital ou de arregimentar uma legião de seguidores em seu canal no YouTube – Job Refrigeração (11 mil inscritos e em torno de 400 mil visualizações no começo de 2020) –, Job Ney costuma postar apenas um vídeo mensalmente, voltado exclusivamente para os profissionais do HVAC-R.

“Eu não tenho interesse que o meu canal tenha 500 mil inscritos. Ele é só uma maneira de ajudar os meus amigos refrigeristas. Afinal, não posso ligar para todo mundo e explicar como funciona cada coisa, então o canal me deu essa possibilidade de retribuir a ajuda que me foi dada no passado”, enfatiza.

Os vídeos do canal abordam temas do dia a dia dos refrigeristas, que acabam tendo dúvidas variadas, como a realização de reparos de equipamentos, entre os quais o VRF.

Traz também entrevistas com uma série de personalidades do mercado do frio, a exemplo do engenheiro de aplicação Marcos Euzebio (Bitzer) e dos professores Américo Martins (Thermo Cursos) e Amaral Gurgel (Chemours e Danfoss), além de Luiz Fernando Gaivota e Deivi Homem.

“Não quero nada em troca. Não quero dinheiro. Apenas desejo que as pessoas evoluam profissionalmente. O Brasil precisa de refrigeristas cada vez mais qualificados, mão de obra em que o cliente possa confiar tranquilamente, sem precisar buscar informação na Internet em caso de dúvidas”, conclui.

Ricardo Viana, o novo influenciador digital do HVAC-R

O refrigerista Ricardo Viana é um desses fenômenos que, de vez em quando, surgem no HVAC-R nacional, geralmente impulsionados por aplicar novos estilos de trabalho e de atendimento ao cliente, característica que acabou levando-o à condição de influenciador digital nas redes sociais, onde começou a despontar em 2017.

Incentivado por colegas que já estavam se comunicando com o mercado por meio do YouTube, o profissional começou a fazer e postar conteúdos com cada vez mais frequência no canal Viana Manutenção, onde já publicou até hoje cerca de 500 vídeos com dicas, informações e tutoriais sobre refrigeração, elétrica, hidráulica, mecânica e construção civil.

Os vídeos viralizaram de tal forma que Viana ficou bastante conhecido, a exemplo de seus colegas dos canais Job Refrigeração e Leo Alfatech. Para se ter uma ideia da evolução nessa rede social, o técnico contava, até 22 de novembro, com 51,8 mil inscritos. Há um ano, tinha apenas oito mil inscritos, e no mesmo mês de 2017, não mais que 100.

“Estudei marketing digital e comecei a elaborar melhor os conteúdos, economizando tempo na edição dos vídeos, abrindo caminho para ter mais seguidores. A minha meta é fechar 2020 com 100 mil inscritos e 2021 com 200 mil”, afirma, já projetando melhorar sua presença no Facebook, Instagram e LinkedIn.

Trajetória

Mas não foi fácil chegar a esse patamar. Vontade e coragem fizeram toda a diferença. Com  de 18 para 19 anos de idade, pai de família, somente com a 5ª série e trabalhando das 13h à meia-noite como entregador em uma farmácia da Barra da Tijuca, na cidade do Rio de Janeiro, o rapaz mudou sua trajetória ao questionar-se se chegaria – como um de seus colegas de trabalho à época – aos 50 anos fazendo esse tipo de trabalho.

Resolveu buscar uma nova oportunidade, mas para isso sabia que precisava estudar muito. Depois de exaustiva pesquisa, decidiu fazer cursos profissionalizantes de refrigeração do Centro de Tecnologia Senai Euvaldo Lodi, no bairro de Benfica, e concluir o ensino médio.

De lá para cá, nunca parou de estudar, inclusive fazendo cursos de aperfeiçoamento em áreas correlatas, tornando-se com isso um profissional polivalente. Hoje, mexe com manutenção de equipamentos de refrigeração doméstica e comercial, atendendo clientes na região metropolitana do Rio e Baixada Fluminense.

Interessado em crescer no mercado, começou a trabalhar como ajudante de refrigeração em manutenção predial em um edifício, onde aprendeu na prática. Paralelamente, fez cursos profissionalizantes em elétrica, período em que começou a galgar novas posições no mercado de trabalho.

Nada além do básico

Viana representa a classe refrigerista nas redes sociais

Focado em atualizar conhecimentos com frequência, Viana acredita que parte da mão de obra que chega ao mercado de trabalho é formada especialmente por jovens que estudaram apenas em cursos de qualidade duvidosa, aprendendo nada além do básico, visando fazer todo tipo de trabalho somente para ganhar dinheiro rápido, pulando etapas na formação.

Da mesma forma, também vê com preocupação os profissionais que se formam em cursos presenciais, “os quais muitas vezes acham que somente ter o conhecimento técnico é suficiente para obter resultados positivos na prestação de serviços. Esquecem que, para empreender, é necessário conhecer gestão financeira e fazer um bom atendimento ao cliente”, exemplifica.

Hoje, aos 40 anos, o profissional fala sobre isso com propriedade, porque além de já ter feito palestras em locais como o Senai, deu aulas em empresas onde trabalhou e também no Capre.RJ (Capacitação de Refrigeristas e Eletricistas), em Madureira.

Atualmente, leciona no CFM (Curso de Formação de Mantenedores), em Duque de Caxias, nos cursos de refrigeração domiciliar, ar-condicionado split, refrigeração comercial (câmaras frigoríficas) e comandos elétricos para refrigeração.

“Procuro focar e não pular etapas, ensinando os fundamentos básicos, mas de forma aprofundada, para que os futuros profissionais cheguem ao mercado mais preparados”, complementa Viana, que invariavelmente conhece alunos que desejam, por exemplo, “atuar com splits sem saber o básico em refrigeração, ou mexer com comandos elétricos sem conhecer o mínimo de eletricidade”.

Electrolux lança geração de refrigeradores inverter

A Electrolux lançou sua nova linha de refrigeradores composta por modelos com organização inteligente. Com 128 litros de capacidade no freezer, agora não tem mais porque brincar de quebra-cabeça para armazenar os alimentos. As prateleiras são retráteis e reversíveis, facilidade que atende às necessidades de toda família ou ocasião. É possível até armazenar um bolo de casamento.

A nova geração conta com oito refrigeradores e diferentes características que se adequam às necessidades da rotina de cada consumidor. Os modelos IF55 e IF55S foram desenhados com a tecnologia Inverter, que controla o fluxo de energia necessária para otimizar o funcionamento e o controle de temperatura com base no clima do ambiente, e garante uma redução de até 45% no consumo de energia, em comparação aos similares disponíveis no mercado. Para dar uma dimensão disso, o consumo desses refrigeradores é o equivalente ao gasto de energia de duas lâmpadas fluorescentes de 23 watts, ligadas 24 horas por dia ao longo de um mês.

Alguns modelos da nova geração também vêm com a funcionalidade Horti Natura, um compartimento que preserva em até 60% mais tempo as frutas e verduras, se comparado às gavetas comuns. Essa é uma das inovações que faz parte das metas assumidas globalmente pela Electrolux com seu programa Better Living, de proporcionar uma vida melhor e mais sustentável para a sociedade em todo o mundo até 2030. “Queremos fazer da alimentação sustentável a principal escolha das pessoas e preservar a qualidade dos alimentos faz parte destes lançamentos em refrigeradores.”, conta Andreza Santana, Gerente de Marketing Major Appliances da Electrolux.