Arquivo para Tag: HVAC-R

Capacitação presencial no HVAC-R ganha força com troca de experiências

Mesmo com a ascensão dos formatos digitais, empresas do setor apostam em road shows e eventos presenciais para fortalecer laços, compartilhar conhecimento técnico, ampliar o networking e gerar novas oportunidades de negócios

 Em tempos de webinários, videoaulas e realidade aumentada, pode parecer contraditório que empresas do setor de refrigeração e climatização estejam apostando em treinamentos e eventos presenciais. Mas essa é uma realidade cada vez mais visível no mercado de HVAC-R, onde o relacionamento próximo, a troca de experiências e o contato direto com os produtos continuam sendo fatores determinantes para o sucesso de vendas, parcerias e inovações.

De Norte a Sul do Brasil, empresas oferecem treinamentos técnicos, tanto presenciais como online, para seus clientes, distribuidores e parceiros, com foco em seus produtos e soluções. Esses treinamentos visam aprimorar a expertise técnica e o conhecimento dos profissionais, garantindo que possam oferecer suporte eficiente e utilizar as soluções de forma otimizada.

Empresas como a Embraco (marca da Nidec Global Appliance), Johnson Controls-Hitachi, Elgin, Danfoss, entre outras, estão promovendo treinamentos, caravanas técnicas e circuitos de capacitação presencial. As ações não apenas fortalecem o relacionamento com instaladores, distribuidores e técnicos, mas também cumprem um papel estratégico: ouvir quem está na linha de frente, entender suas necessidades e promover a atualização constante do mercado em um setor altamente técnico e regulado.

Também grandes distribuidores como a Dufrio, Eletrofrio, Frigelar e muitos outros, realizam eventos de capacitação técnica com fabricantes, parceiros, OEMs (Fabricantes de Equipamento Original), clientes e usuários finais.

A retomada dos encontros presenciais

Após o isolamento provocado pela pandemia da Covid-19, os eventos presenciais voltaram com força, impulsionados por uma necessidade latente de reconexão humana.

No setor HVAC-R, essa retomada ganhou contornos ainda mais importantes. “O técnico precisa ver, tocar, experimentar. É assim que ele adquire confiança para indicar e instalar uma tecnologia. Vemos isso durante a Caravana da Elgin, que percorre várias regiões do país”, resume a equipe de marketing da Elgin. Segundo a equipe, apesar dos avanços nos treinamentos online, o presencial ainda tem um valor imensurável. “Um vídeo pode mostrar o funcionamento de um compressor, mas é no evento técnico que o profissional vê como ele se comporta, como se instala, quais são os diferenciais reais”, afirma.

Outra avaliação positiva é da Fujitsu General do Brasil. “A Fujitsu sempre investiu em treinamentos e vem promovendo, cada vez mais, sua participação em eventos compartilhando informações sobre os produtos, os cuidados para fazer uma boa escolha ao comprar um ar-condicionado e cuidados necessários para a realização da instalação e manutenção com um profissional especializado.  Vemos com bastante importância a necessidade de termos profissionais capacitados. Recentemente, tivemos o recém lançamento de nosso centro de treinamento, que dobrou de espaço para que possamos atender um número maior de profissionais, desenvolvendo os profissionais do mercado de climatização, aprimorando suas habilidades e conhecimentos para que aprendam na prática e possam desempenhar suas funções de maneira mais eficiente. Além disso, esse contato direto ajuda a criar uma relação de confiança e proximidade com eles e nossa marca”, explica Leandro Medeiros, coordenador na área técnica da Fujitsu.

Eventos presenciais são impulsionados por uma necessidade de reconexão humana

Road shows: o Brasil na estrada

A Weg tem promovido treinamentos técnicos e demonstrações itinerantes de seus motores e inversores de frequência voltados ao setor de refrigeração e climatização. A estratégia mira desde grandes centros até cidades de médio porte, com foco em atualização profissional e aproximação com o mercado instalador.

A Nidec, por meio da Embraco, intensificou a realização de eventos técnicos em parceria com distribuidores regionais. “Nossa missão é estar onde o instalador está, levando conteúdo técnico de alto nível, com foco em eficiência energética, novas tecnologias e boas práticas”, explica Murilo Augusto Moreira Favaro, Gerente de Marketing e Planejamento Estratégico da Nidec. A empresa também oferece treinamentos específicos para seus funcionários, como parte de seus programas de desenvolvimento e capacitação.

Já a Johnson Controls – Hitachi realizou em 2024 uma série de eventos presenciais para apresentar suas soluções em sistemas VRF e chillers, reforçando a rede de relacionamento com engenheiros e especificadores.

Outro exemplo é o programa “Capacita Frio” – Treinamento de Refrigeração Aplicada da Danfoss, que percorreu vários estados promovendo treinamentos presenciais sobre válvulas de expansão, controladores e refrigerantes naturais.

Visibilidade e negócios

Entre as iniciativas que mais cresceram nos últimos anos está o Circuito dos Instaladores, evento itinerante que conecta marcas líderes a instaladores e técnicos em diversas regiões do país. Com foco técnico-comercial, o circuito é um espaço de aprendizado, demonstração de produtos e networking qualificado.

Para os patrocinadores, o retorno vai além da exposição da marca.

A Indústrias Tosi, tradicional fabricante nacional, vê valor técnico e institucional: “Participar do Circuito dos Instaladores nos proporciona um contato direto com quem realmente decide na ponta. O técnico precisa confiar no produto e na empresa — e essa confiança só nasce com a proximidade”, afirma Patrice Tosi, diretora da Indústrias Tosi.

Outras marcas que participam do Circuito também avaliam positivamente a estratégia. Para a Fujitsu, o evento fortalece a conexão com os instaladores: “Um dos maiores retorno em estar no Circuito dos Instaladores é a proximidade de nossa marca junto aos nossos parceiros instaladores. O evento é muito rico para o setor, pois incentiva o aprendizado, além disso, temos oportunidade de escutar nossos parceiros instaladores e esclarecer eventuais dúvidas”, diz Leandro Medeiros.

Já para a LG, os encontros reforçam a imagem de inovação com suporte técnico forte. “A LG se posiciona como marca de ponta, mas queremos também mostrar que estamos presentes, oferecendo treinamento e apoio técnico através do Esquadrão LG sempre presente em várias praças e o Circuito é perfeito para isso”, afirma Carlos Djones, do Esquadrão LG e palestrante.

Representando a Hisense, Ítalo Trindade, trade marketing, destaca: “Além de promover nossos produtos, entendemos de forma direta o que o mercado precisa. Esse retorno é essencial para ajustes em comunicação e até desenvolvimento de novos modelos”.

Para a Mastercool, fabricante de ferramentas e equipamentos para HVAC-R, o retorno vem em reputação técnica. “Mostramos soluções que ajudam no dia a dia do instalador, e o reconhecimento vem rápido. O presencial acelera esse processo. Estar em contato com os profissionais que lidam com nossos produtos todos os dias nos permite reforçar nossa credibilidade e escutar melhorias vindas da prática”, diz André Oliveira, diretor da marca no Brasil.

A Pescan, empresa especializada em limpeza e manutenção de componentes, peças e sistemas, vê no Circuito uma oportunidade única. “É onde mostramos nossa linha em campo e entendemos as necessidades reais. Muitos dos nossos novos distribuidores foram conquistados nesses eventos”, afirma Eduardo Cedric Ramos Junior, diretor executivo da Pescan.

Por fim, a Electrolux destaca a importância estratégica do contato direto: “Queremos mostrar nossa linha de splits e soluções de climatização residencial e comercial. O Circuito nos conecta diretamente com quem recomenda e instala os equipamentos, o que tem reflexo direto em vendas”, completa Ana Peretti, que é a VP de Marketing da Electrolux.

A era digital chegou para ficar, mas no setor de HVAC-R, a interação presencial continua sendo um ativo poderoso. Os treinamentos físicos não apenas capacitam: eles criam vínculos, formam comunidades e ampliam o senso de pertencimento dos profissionais ao mercado. Enquanto a tecnologia avança e as plataformas digitais se multiplicam, os encontros presenciais seguem firmes como uma estratégia complementar e indispensável para as marcas que desejam se manter próximas, relevantes e inovadoras no setor de refrigeração e climatização.

A força silenciosa por trás da climatização e refrigeração

Dia do Refrigerista celebra profissionais que contribuem para o conforto, preservação de alimentos e proteção do planeta

No dia 7 de julho, o Brasil homenageia um profissional que, mesmo longe dos holofotes, está presente em tudo o que importa: no ar que refresca o ônibus lotado, no freezer que conserva o leite da criança, no hospital que precisa funcionar mesmo durante um apagão. O Dia do Refrigerista é mais do que uma data simbólica — é o reconhecimento de quem põe a mão na massa, carrega a ferramenta nas costas e, com conhecimento e coragem, ajuda a manter a vida em movimento.

Não é de hoje que o refrigerista trabalha nos bastidores — no calor dos telhados, no frio das câmaras, nas estruturas ocultas da cidade e da indústria. Seu ofício exige mais do que força física: requer leitura de projetos, domínio de normas, compreensão de riscos e, sobretudo, um senso técnico apurado aliado a uma resiliência silenciosa. Instalar, manter e operar sistemas de climatização e refrigeração não é tarefa simples — é ciência aplicada sob pressão, todos os dias.

Em centros urbanos, onde os equipamentos estão nos topos de edifícios ou em fachadas de difícil acesso, é comum que esses profissionais utilizem técnicas de rapel e outros procedimentos de segurança vertical para executar manutenções. Suspensos por cordas, com equipamentos de proteção e atenção total, enfrentam vento, sol e altura para garantir o funcionamento de sistemas essenciais. É um trabalho que exige coragem, preparo físico e extremo cuidado técnico.

Mais do que garantir conforto térmico, o refrigerista tem papel estratégico na manutenção da cadeia do frio — conjunto de tecnologias e processos que asseguram a conservação de alimentos, medicamentos e insumos hospitalares. Também é figura-chave em data centers, laboratórios e sistemas industriais que dependem de controle térmico contínuo. Seu trabalho pode não aparecer nos outdoors, mas sustenta pilares invisíveis da vida moderna.

É uma profissão que alia responsabilidade técnica, zelo ambiental e compromisso com o bem coletivo. Ao manusear fluidos refrigerantes, calibrar instrumentos e buscar eficiência energética, o refrigerista contribui para a redução de impactos ambientais e para a sustentabilidade das operações em que atua — um esforço muitas vezes invisível, mas essencial.

Por trás do profissional, há histórias de vida. Gente que começou com ferramentas emprestadas e orçamento contado. Que estudou à noite, conciliou plantões com provas, enfrentou olhares desconfiados, dormiu pouco e acordou cedo. Pessoas que se reinventaram após demissões, que aprenderam com os erros e que, muitas vezes, encontraram motivação no abraço de um filho, no apoio de uma companheira, ou na fé de que dias melhores viriam. São homens e mulheres que desafiam estatísticas, criam negócios próprios, formam redes de apoio e ajudam a construir um setor mais diverso, técnico e humano.

Neste 7 de julho, celebramos a força de uma profissão que sustenta sistemas vitais com esforço diário, precisão técnica e consciência ambiental. Valorizamos quem transforma suor em serviço público, quem encara o desafio da temperatura — e da altura — com dignidade e orgulho.

Operação investiga fraude fiscal em empresas de refrigeração

Fisco de Santa Catarina apura fracionamento irregular de negócios e triangulação de mercadorias

A Secretaria de Estado da Fazenda de Santa Catarina (SEF/SC) deflagrou nesta terça-feira (1º), em Criciúma, a Operação Storm. A ação teve como alvo um grupo de empresas do setor de refrigeração, com sede no sul do estado, suspeito de praticar fracionamento irregular e outras estratégias para burlar a fiscalização tributária.

Segundo o Fisco estadual, o grupo teria deixado de submeter à tributação mais de R$ 50 milhões. A prática identificada consiste na criação de empresas de fachada com o objetivo de dividir artificialmente o faturamento de um único negócio. Com isso, os responsáveis buscavam enquadramento no regime do Simples Nacional, que oferece alíquotas reduzidas, evitando o pagamento de tributos devidos pelo regime de tributação normal.

A operação contou com a participação de dez auditores fiscais da Receita Estadual, integrantes do Grupo Regional de Ação Fiscal (GRAF) de Criciúma e da Gerência de Fiscalização (GEFIS), sediada em Florianópolis. A equipe realizou busca e apreensão de documentos e verificou a inexistência de fato de alguns dos estabelecimentos utilizados como fachada.

Outro foco da investigação é a suposta triangulação de mercadorias entre as empresas do grupo. De acordo com a SEF/SC, haveria indícios de sucessivas remessas de produtos entre os estabelecimentos, com a finalidade de inflar o volume de operações e dificultar o controle de estoques. A prática teria sido usada para encobrir movimentações reais e dissimular a origem das mercadorias, comprometendo a fiscalização.

A operação integra uma série de ações planejadas pela Fazenda estadual para os próximos meses, com foco na repressão a fraudes fiscais em diversos setores. A iniciativa busca recuperar valores sonegados e garantir condições de concorrência equilibradas entre os contribuintes que cumprem suas obrigações tributárias.

Europa aquece, demanda por climatização cresce

Países enfrentam ondas de calor cada vez mais intensas, mas resistência cultural, custos elevados e metas climáticas limitam uso de ar-condicionado

O aumento da frequência e da intensidade das ondas de calor na Europa tem exposto a limitada infraestrutura de climatização do continente. Em meio a temperaturas que permanecem acima dos 32 °C até durante a noite, moradores de diversas regiões recorrem a ventiladores, chuveiros frios e improvisos para lidar com o calor extremo.

A penetração de sistemas de ar-condicionado na Europa ainda é baixa. Apenas cerca de 20% dos lares possuem algum tipo de refrigeração, com índices ainda menores em países como Reino Unido (5%) e Alemanha (3%). Em contraste, cerca de 90% das residências nos Estados Unidos têm ar-condicionado. A diferença reflete tanto as condições históricas do clima quanto as características culturais e econômicas da região.

Segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), o ar-condicionado tem sido tradicionalmente encarado como luxo. No norte europeu, o clima mais ameno reduziu a percepção de necessidade. A arquitetura local, em especial nos países do sul, também contribuiu para essa realidade: paredes espessas, janelas pequenas e ventilação cruzada foram suficientes durante décadas.

A adaptação ao novo cenário climático, no entanto, é dificultada por fatores estruturais. Muitas residências são antigas, especialmente no Reino Unido, onde uma em cada seis casas foi construída antes de 1900. A modernização desses imóveis para instalação de sistemas centrais enfrenta barreiras técnicas, econômicas e, em alguns casos, burocráticas. Há restrições à instalação de unidades condensadoras externas, especialmente em áreas tombadas ou de preservação histórica.

O custo da energia é outro obstáculo. Além de ser mais elevado do que nos EUA, o preço subiu após a invasão da Ucrânia em 2022 e as medidas da União Europeia para reduzir a dependência de combustíveis fósseis russos. Embora os valores tenham se estabilizado, manter um aparelho de ar-condicionado em operação continua sendo oneroso para boa parte da população.

O desafio europeu também é político e ambiental. A União Europeia assumiu o compromisso de neutralidade climática até 2050. O crescimento acelerado do uso de climatização artificial ameaça esse objetivo. Os aparelhos não apenas consomem grandes quantidades de energia, mas também aumentam a temperatura externa — um estudo em Paris apontou elevação de até 4 °C em áreas urbanas densamente povoadas.

Medidas de contenção já foram adotadas. Na Espanha, desde 2022, estabelecimentos públicos devem manter o ar-condicionado ajustado a no mínimo 27 °C. Ainda assim, a demanda por sistemas de refrigeração cresce. Segundo a AIE, o número de unidades na União Europeia deve chegar a 275 milhões até 2050 — mais que o dobro de 2019.

Empresas do setor relatam aumento expressivo nas consultas e vendas. No Reino Unido, por exemplo, a Air Conditioning Company observou que o número de pedidos residenciais mais que triplicou nos últimos cinco anos. O fenômeno é atribuído à incapacidade de suportar o calor noturno, considerado por muitos o maior fator de desconforto.

No campo político, o tema entrou na pauta de líderes de direita. Marine Le Pen, na França, propôs um plano nacional de infraestrutura de climatização e criticou o que chamou de “hipocrisia das elites”, que defendem alternativas sustentáveis enquanto usufruem de ambientes refrigerados.

Especialistas alertam para o risco de um ciclo vicioso: o uso intensivo de ar-condicionado, majoritariamente alimentado por fontes fósseis, aumenta as emissões e agrava o aquecimento global, gerando ainda mais demanda por refrigeração. Para Radhika Khosla, da Universidade de Oxford, o impacto desse ciclo deve ser enfrentado com regulação rigorosa da eficiência energética dos aparelhos vendidos.

A adaptação ao calor intenso parece inevitável. Mas o modo como a Europa decidirá estruturar essa transição — conciliando bem-estar térmico com metas ambientais — será determinante para o futuro climático da região.

Fonte – CNN 

Febrava amplia escopo e confirma nova edição em 2025

Feira de refrigeração e climatização terá expansão física em São Paulo e anuncia evento no Rio de Janeiro para 2026

A organização da Febrava – Feira Internacional de Refrigeração, Ar-Condicionado, Ventilação, Aquecimento e Tratamento do Ar e de Águas – confirmou a realização de sua 23ª edição entre os dias 9 e 12 de setembro de 2025, no São Paulo Expo. O anúncio foi feito na última terça-feira (1º), em evento para convidados, expositores e lideranças do setor HVAC-R (Aquecimento, Ventilação, Ar-Condicionado e Refrigeração).

Com crescimento de 25% em área em comparação à edição anterior, a Febrava 2025 contará com mais de 600 marcas e a expectativa de receber mais de 25 mil visitantes. A feira terá como tema “No Clima da Inovação” e será estruturada em torno de quatro eixos: eficiência energética, descarbonização, qualificação técnica e inovação.

Dois novos pavilhões farão parte da edição de 2025: o WTE – Water Treatment Expo, voltado ao tratamento de águas industriais, e o Smart Heat Expo, direcionado ao setor de aquecimento. A ampliação física somará mais de mil metros quadrados de área de exposição.

O evento terá também uma nova dinâmica de reconhecimento. O Selo Inovação Febrava 2025 permitirá que o público vote entre os vencedores para eleger o produto com maior destaque. Será implementada uma rota de visitação específica para os estandes das empresas participantes.

Já o Prêmio Nelson Baptista, em sua segunda edição, manterá as categorias de Produto Destaque para o visitante, Destaque na Captura de Leads e Personalidade do Setor. A premiação leva o nome de Nelson Baptista, profissional com mais de quatro décadas de atuação no mercado e um dos articuladores da consolidação da feira.

A Febrava ocorrerá simultaneamente à FIEE – Feira Internacional da Indústria Elétrica, Eletrônica, Energia e Automação, também no São Paulo Expo. Os eventos terão visitação cruzada.

Durante o lançamento, foi anunciada ainda a expansão da Febrava para o Rio de Janeiro. A nova edição fluminense está prevista para 2026.

Febrava chega ao Rio em 2026

Evento será realizado no Riocentro, com apoio do Sindratar-RJ

A cidade do Rio de Janeiro sediará, pela primeira vez, a Febrava — Feira Internacional de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação, Aquecimento e Tratamento do Ar. O evento ocorrerá de 6 a 8 de outubro de 2026, no centro de convenções Riocentro, com apoio do Sindratar-RJ (Sindicato da Indústria de Refrigeração, Aquecimento e Tratamento do Ar no Estado do Rio de Janeiro).

O anúncio da edição no Rio foi feito durante evento de lançamento realizado na segunda-feira (1º). De acordo com os organizadores, a escolha da capital fluminense teve caráter estratégico, considerando a presença de polos industriais relevantes nos setores de óleo e gás, hospitalidade, construção civil e alimentos e bebidas — segmentos com alta demanda por soluções em climatização, refrigeração e qualidade do ar.

A Febrava 2026 terá perfil voltado à indústria e à gestão de processos, com foco em soluções aplicadas à realidade dos grandes complexos industriais da região Sudeste. A organização afirma que o objetivo é aproximar a feira de profissionais qualificados do eixo Rio–Vitória–Minas, sem alterar o escopo internacional do evento.

A capital fluminense também concentra um dos maiores índices de uso de ar-condicionado residencial do país, com mais de 35% de penetração, segundo dados apresentados no lançamento. A edição de 2026 buscará contemplar tanto o setor industrial quanto demandas por eficiência energética e conforto térmico no mercado residencial e comercial.

Já estão confirmadas para o evento empresas como Daikin, Elgin, RAC e Sicflux. A organização prevê atividades voltadas para atualização técnica, intercâmbio entre segmentos da cadeia produtiva e geração de negócios.

Interessados em participar devem contatar o Sindratar-RJ para obter informações sobre formas de adesão e credenciamento.

Selo certifica qualidade do ar em ambientes internos

Iniciativa da NSF e da Brasindoor estabelece parâmetros técnicos para avaliação e auditoria de locais públicos climatizados


A NSF, organização internacional voltada à segurança ambiental e sanitária, e a Brasindoor (Sociedade Brasileira do Meio Ambiente e Controle da Qualidade do Ar Interno) lançaram, em julho de 2024, o Selo de Qualidade do Ar Interno. A certificação é destinada a edifícios, fábricas, hospitais, hotéis, escolas, shoppings, restaurantes e demais espaços de uso coletivo que estejam em conformidade com normas de higiene e segurança relativas à qualidade ambiental do ar.

O objetivo do selo é indicar que o ambiente atende critérios técnicos de controle de poluentes e ventilação, conforme parâmetros estabelecidos pela Brasindoor, em consonância com regulamentações como a Resolução ANVISA 09/2003, que determina, entre outros aspectos, o limite de concentração de dióxido de carbono em 1.000 ppm em ambientes climatizados.

De acordo com dados da EPA (Agência de Proteção Ambiental dos EUA), o ar em ambientes internos pode apresentar níveis de poluição de duas a cinco vezes superiores aos do ar externo. A média de permanência da população nesses espaços ultrapassa 90% do tempo diário, segundo a cartilha da Qualidade do Ar Interior (PNQAI/ABRAVA).

Para obtenção do selo, a empresa interessada passa por auditoria conduzida por profissional treinado pela NSF, com duração entre quatro e seis horas. São verificados aspectos técnicos e operacionais do sistema de climatização e ventilação. A avaliação também considera a presença de fontes poluentes e a manutenção periódica dos equipamentos.

O processo resulta em um relatório técnico e, caso os requisitos sejam atendidos, na emissão do selo de certificação. Segundo Fabiane Zanoti, diretora-geral da NSF LATAM, a medida busca alinhar práticas de gestão do ar interior às diretrizes ESG (Environmental, Social and Governance), incentivando a implementação de procedimentos contínuos de melhoria da qualidade do ar.

Para Leonardo Cozac, presidente da Brasindoor, a certificação tem o papel de identificar locais que adotam práticas adequadas de controle da qualidade do ar e reduzir riscos relacionados à chamada Síndrome do Edifício Doente — quadro em que cerca de 20% dos ocupantes apresentam sintomas relacionados à exposição a contaminantes em ambientes fechados.

A iniciativa é voltada à prevenção de efeitos adversos à saúde, como irritações, crises alérgicas e doenças respiratórias agravadas por poluentes biológicos, químicos ou físicos.

Compradores estrangeiros confirmam presença na Rodada de Negócios da Febrava 2025

Evento promovido pelo Programa Abrava Exporta terá representantes de seis países entre os dias 9 e 12 de setembro

Oito empresas compradoras da Argentina, Chile, Colômbia, México, Paraguai e Uruguai participarão da Rodada Internacional de Negócios 2025, que ocorrerá entre os dias 9 e 12 de setembro durante a realização da Febrava. A atividade é promovida pelo Programa Abrava Exporta, uma parceria entre a Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).

O objetivo da rodada é aproximar empresas brasileiras do setor HVAC-R de compradores internacionais, por meio de reuniões presenciais e pré-agendadas com importadores, distribuidores e empresas de engenharia. O evento será realizado em salas individuais com acompanhamento técnico da equipe do programa.

De acordo com a gestora do Programa Abrava Exporta, Leila Vasconcellos, a iniciativa é realizada desde 2005 e tem contribuído para o crescimento das exportações brasileiras e o processo de internacionalização das empresas do setor. Na edição de 2019, o volume de negócios gerado foi de US$ 8,53 milhões.

Para a edição de 2025, o programa selecionará os compradores com base no portfólio de produtos das empresas brasileiras participantes, buscando alinhamento entre oferta e demanda. As inscrições para as empresas nacionais interessadas em participar estão abertas até o dia 29 de agosto.

O Programa Abrava Exporta, em parceria com a ApexBrasil desde 2004, está em sua nona fase, com convênio renovado até 2025. A iniciativa inclui ações de promoção comercial como participação em feiras internacionais, projetos compradores, missões comerciais, ações de marketing no exterior e geração de inteligência de mercado.

Elgin compra Refrio e entra no mercado de evaporadores

Aquisição inclui planta de Hortolândia e equipe; nova empresa se chamará Elgin|Refrio

A Elgin anunciou a aquisição da Refrio Coils & Coolers, fabricante de evaporadores para aplicações em refrigeração comercial e industrial. Fundada em 1967, a Refrio será incorporada ao grupo a partir de julho de 2025, sob o nome Elgin|Refrio.

A planta industrial da empresa, localizada em Hortolândia (SP), será mantida, assim como os colaboradores. Segundo a Elgin, a preservação do conhecimento técnico e da estrutura produtiva é parte do processo de incorporação.

O grupo informou que os princípios da Refrio relacionados à preservação ambiental, ao relacionamento com clientes e ao desenvolvimento de pessoas continuarão a ser respeitados. A empresa também destaca que a aquisição expande sua atuação no setor de refrigeração comercial e industrial.

“O que torna essa união promissora é a sinergia entre os valores da Refrio e da Elgin. Com essa aquisição, damos um passo estratégico para ampliar nossa presença em mercados-chave, acelerar a inovação tecnológica de nossos produtos e, sobretudo, oferecer um portfólio ainda mais completo e competitivo aos nossos clientes”, disse Rafael Feder, presidente da Elgin.

Marcos Burin, atual presidente da Refrio, permanecerá na empresa para colaborar com a continuidade das operações e o fortalecimento da marca durante a transição.

De acordo com Anderson Bruno, vice-presidente comercial da Elgin, a expectativa com a operação é ampliar a participação no mercado e manter o foco em parcerias estratégicas com alinhamento de valores e propósitos.

Nova geração de fluidos sintéticos impulsiona a refrigeração sustentável

Com a eliminação gradual dos fluidos R-22 e R-404A devido ao seu impacto ambiental, o setor investe em opções sintéticas de baixo GWP

 Diante dos compromissos ambientais globais e das regulamentações cada vez mais rígidas, o setor de refrigeração e climatização tem buscado alternativas sustentáveis aos tradicionais fluidos refrigerantes R-22 e R-404A. Ambos os compostos, amplamente utilizados por décadas, estão sendo progressivamente eliminados por seu alto potencial de destruição da camada de ozônio (ODP) e elevado potencial de aquecimento global (GWP). Nesse contexto, surgem os fluidos alternativos não naturais que, embora sintéticos, apresentam um perfil ambiental mais favorável e são essenciais na transição rumo a sistemas mais ecológicos e eficientes. Embora não sejam naturais, os novos compostos representam um passo importante rumo à eficiência energética e à preservação do meio ambiente.

O R-22, pertencente à família dos HCFCs (hidrocloro-fluorcarbonos), possui um ODP de 0,05 e GWP de cerca de 1.810, sendo progressivamente retirado do mercado conforme o Protocolo de Montreal. Já o R-404A, um HFC (hidrofluorcarbono) com GWP altíssimo – aproximadamente 3.922 – também entrou na lista de compostos com uso restrito. Como resposta, a indústria desenvolveu diversas alternativas técnicas e ambientais que buscam equilibrar desempenho e menor impacto climático.

“Na última década, diversos setores da indústria de HVAC-R foram impactados pela redução global de gases refrigerantes com alto potencial de aquecimento global (GWP). Muitas regiões estão impondo a redução da produção e do consumo de refrigerantes tradicionais, como hidroclorofluorocarbonos (HCFCs) e hidrofluorocarbonos (HFCs) – R-22 e R-404A, respectivamente. Usuários finais do varejo também estão migrando para alternativas mais ecológicas para apoiar suas metas de sustentabilidade ambiental e descarbonização”, informa Joana Canozzi, diretora de engenharia e serviços da Copeland e especialista em fluidos refrigerantes.

Entre as principais opções para substituir o R-22, destacam-se os fluidos HFCs e HFOs (hidrofluorolefinas), como o R-407C, R-407A, R-438A e R-422D. O R-407C, por exemplo, tem GWP de 1.774 e zero ODP, sendo compatível com muitos sistemas originalmente projetados para o R-22. Já o R-438A oferece uma substituição mais direta, com GWP de cerca de 2.265 e ODP zero. Essas opções permitem atualização de equipamentos antigos com adaptações mínimas.

Para o R-404A, as alternativas mais sustentáveis incluem o R-448A, R-449A, R-452A e R-407A. O R-448A, por exemplo, tem GWP de aproximadamente 1.273, uma redução significativa em relação ao R-404A, além de boa eficiência energética e compatibilidade com os óleos POE. O R-449A apresenta características similares, com GWP de 1.397. Ambos têm sido amplamente adotados em supermercados e sistemas comerciais de médio porte. O R-452A, com GWP de 2.141, é indicado para aplicações que exigem alta capacidade de resfriamento, como transporte refrigerado. Já o R-407A tem GWP de 2.107 e pode ser usado em sistemas com arquitetura semelhante à do R-404A, com mudanças nos ajustes de pressão e controle.

“Os refrigerantes A2L surgiram como alternativas líderes de baixo GWP, oferecendo características de desempenho comparáveis e uma menor pegada de carbono. De acordo com as classificações de refrigerantes da ASHRAE, os refrigerantes A2L têm uma classificação de “baixa inflamabilidade” que os diferencia dos refrigerantes tradicionais A1. Consequentemente, normas internacionais de segurança para produtos e aplicações estabeleceram diretrizes para o uso seguro de refrigerantes A2L. Os A2Ls oferecem uma redução significativa no GWP e zero potencial de destruição do ozônio (ODP), preservando a eficiência energética, o desempenho e alinhando-se às metas globais de descarbonização”, destaca a especialista.

Ela cita um exemplo de aplicação do A2L em uma grande rede de supermercados: “Recentemente, trabalhamos com uma grande rede de supermercados para substituir um sistema de refrigeração baseado em R-22 em uma de suas unidades por uma solução utilizando o refrigerante A2L R-454C. Este projeto não apenas melhorou a eficiência energética do sistema de refrigeração do supermercado, mas também reduziu significativamente as emissões de gases de efeito estufa, demonstrando o compromisso do varejista com a sustentabilidade e a inovação na cadeia do frio”.

Apesar de não serem classificados como naturais, esses fluidos alternativos cumprem papel importante na transição para um futuro mais sustentável, ao mesmo tempo em que mantêm a confiabilidade operacional exigida por aplicações comerciais e industriais. Outra vantagem é que muitos deles podem ser usados em sistemas existentes com adaptações limitadas, o que reduz custos de conversão e descarte de equipamentos.

Solução utilizando o A2L R-454C reduz as emissões de gases de efeito estufa, demonstrando o compromisso com a sustentabilidade

 

 Impacto dos refrigerantes no clima

O efeito estufa é um fenômeno natural que mantém a Terra aquecida ao reter parte da radiação solar refletida pela superfície terrestre. Ele é essencial para a vida como conhecemos. No entanto, as atividades humanas como a queima de combustíveis fósseis e o uso de certos gases industriais, incluindo refrigerantes, aumentam significativamente a concentração de gases estufa na atmosfera, intensificando esse efeito e provocando o aquecimento global.

Os principais gases envolvidos são o dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), óxidos de nitrogênio (NOx) e os HFCs, como o R-404A. A contribuição de cada gás ao aquecimento global é medida por seu Potencial de Aquecimento Global (GWP), que compara o impacto de uma tonelada do gás com o CO‚  ao longo de 100 anos. Por exemplo, o R-404A tem um GWP cerca de 3.922 vezes maior que o CO2, ou seja, um quilo de R-404A liberado na atmosfera tem o mesmo efeito estufa que quase quatro toneladas de CO2.

Já o Potencial de Destruição da Camada de Ozônio (ODP) mede o impacto de um gás sobre a camada de ozônio, que protege a Terra da radiação ultravioleta. O R-22, por exemplo, ainda tem um ODP baixo, mas diferente dos HFCs mais modernos que apresentam ODP zero.

A substituição dos fluidos refrigerantes com alto GWP e ODP por alternativas mais seguras é uma das formas mais diretas de mitigar os impactos das mudanças climáticas e proteger a camada de ozônio. Por isso, além das tecnologias, é essencial compreender os conceitos por trás desses índices e como cada decisão no setor HVAC-R pode fazer diferença no equilíbrio ambiental do planeta.

“O R-454B, R-454C e R-32 estão entre as alternativas A2L mais adotadas. Eles são amplamente usados em aplicações residenciais e comerciais de climatização e bombas de calor, bem como em equipamentos comerciais de refrigeração. Esses refrigerantes A2L têm GWP significativamente mais baixos do que os refrigerantes HFC e HCFC tradicionais, reduzindo consideravelmente os impactos ambientais dessas aplicações. Inclusive, já existem normais locais que comtemplam as questões de segurança para a aplicação do A2L como a ABNT, NBR e ISO 5149”, explica Joana.

A seguir, listamos algumas das principais alternativas para substituição.

Esses fluidos não naturais têm como principal vantagem o baixo ODP e GWP reduzido em relação aos antecessores. Além disso, muitos podem ser usados em sistemas existentes com adaptações mínimas, reduzindo custos e evitando o descarte prematuro de equipamentos. Contudo, a transição exige atenção. É essencial avaliar pressões de trabalho, compatibilidade de materiais, tipo de óleo lubrificante (geralmente POE) e ajustes nos componentes de controle. O uso de boas práticas é indispensável para garantir eficiência energética e evitar vazamentos – que podem anular os ganhos ambientais. Além dos aspectos técnicos, a capacitação profissional é vital. Conhecer os dados dos fluidos, aplicar normas de segurança e manter os sistemas bem ajustados faz parte do compromisso com a sustentabilidade no setor de HVAC-R.