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Carga de inflamáveis em sistemas de refrigeração deve subir para 500 g

Em resposta às regulamentações ambientais que visam proteger a camada de ozônio e reduzir o aquecimento global, o mercado de refrigeração e ar condicionado está mudando rapidamente em todo mundo.

Como resultado desse processo, os chamados refrigerantes naturais, a exemplo dos hidrocarbonetos (HCs), estão sendo introduzidos em uma ampla gama de sistemas do gênero, devido ao seu impacto climático baixíssimo.

No caso específico dos HCs, a norma 60335-2-89, da Comissão Eletrotécnica Internacional (IEC), limita a 150 gramas a carga de fluidos refrigerantes inflamáveis (A3) em sistemas frigoríficos hermeticamente selados com unidade de refrigeração incorporada ou remota, por questões de segurança.

Todavia, uma votação importante sobre o aumento desse limite começou em 1º de março na IEC, processo que deve ser finalizado no outono. Caso a revisão da norma seja aprovada, a carga permitida de HCs subirá para 500 g, e a regra será aplicada a fluidos como o propano (R-290) e o isobutano (R-600a) em equipamentos de refrigeração comercial, o que provavelmente deve ampliar o uso deles em todo o planeta.

A ECOS, uma organização não governamental (ONG) ambientalista global especializada em padronização e políticas técnicas de produtos, avalia que essa revisão “altera, positivamente, o padrão anterior, que impõe barreiras ao uso de refrigerantes inflamáveis, por meio de limites apertados de carga”.

Num artigo publicado na edição de fevereiro da revista Accelerate America, a diretora executiva do Conselho Norte-Americano de Refrigeração Sustentável (NASRC, em inglês), Danielle Wright, diz que, “para muitos varejistas, especialmente redes nacionais de supermercados, os sistemas de refrigeração independentes que usam R-290 são a solução ideal e o caminho mais rápido para a conformidade regulatória em lojas novas e existentes”.

Segundo ela, a lista de benefícios é longa: economia de energia, custos reduzidos de capital, índice praticamente zero de emissões de CO₂ e flexibilidade de comercialização, além de manutenção e serviços simplificados.

“Mas a carga máxima de 150 g impede que esses benefícios sejam plenamente alcançados, colocando os supermercados dos EUA em desvantagem diante das crescentes pressões regulatórias”, argumenta.

Desde 2014, o subcomitê SC61C trabalhou para atualizar o padrão global IEC 60335-2-89. Portanto, a votação do projeto final de revisão da norma, conhecido como Final Draft International Standard (FDIS), representa o último passo de um processo de longas fases.

Depois de várias revisões e um exame minucioso da pesquisa e dos dados de segurança, todos os sinais apontam que o voto a favor da mudança será maioritário, escreve Wright.

Embora o Senado do EUA ainda não tenha ratificado a Emenda de Kigali ao Protocolo de Montreal, prossegue a especialista, a indústria norte-americana de supermercados também deverá seguir as tendências tecnológicas globais e reduzir o uso de hidrofluorcarbonos (HFCs) nos próximos anos.

“Estados como Califórnia e Nova York já estão adotando cronogramas rigorosos de redução de HFCs. Agora, mais do que nunca, os varejistas precisam de opções para lidar com as regulamentações pendentes”, diz.

Desde 1º de janeiro, os supermercados californianos não podem mais utilizar gases fluorados de alto potencial de aquecimento global (GWP), como o R-404A e o R-507A, em sistemas de refrigeração comercial novos e modernizados e unidades de condensação remotas; unidades independentes retrofitadas; novas unidades independentes de média temperatura dotadas de compressor com capacidade inferior a 2,2 mil BTU/h e sem evaporador inundado.

A partir de 2020, os refrigerantes de alto GWP serão banidos de outras aplicações. Segundo a legislação local, os fabricantes não podem vender equipamentos ou produtos que usam HFCs proibidos fabricados após suas respectivas datas de proibição.

Quem também parece disposto a restringir ainda mais o uso de HFCs em sistemas de refrigeração é o governo da Dinamarca. O Ministério do Meio Ambiente do país europeu considera proibir totalmente, a partir de 2020, novas plantas com esses gases, informa a Associação Dinamarquesa da Indústria de Refrigeração e Bombas de Calor (AKB, em dinamarquês).

Por sinal, a Dinamarca tem liderado iniciativas de redução de HFCs desde 2001, quando adotou sua primeira legislação nacional sobre o tema. Isso incluiu a proibição de seu uso para determinados fins, medidas tributárias e suporte para pesquisa e desenvolvimento de tecnologias alternativas.

Em fevereiro, o Ministério da Economia, Comércio e Indústria do Japão anunciou que vai aumentar os subsídios para o desenvolvimento de substâncias de baixo GWP nos próximos anos.

O aumento vem depois que o Ministério do Meio Ambiente do país asiático confirmou em dezembro do ano passado um orçamento de € 58 milhões para instalações com refrigerantes naturais no ano fiscal de 2019.

A medida recém-anunciada ajudará o Japão a “cumprir sua obrigação de redução de HFCs a partir de 2029, fortalecendo nossos esforços para desenvolver e introduzir fluidos refrigerantes usando novas alternativas”, disse Hideyuki Naoi, vice-diretor do Ministério da Economia.

Em junho do ano passado, o Japão revisou sua Lei de Proteção da Camada de Ozônio para controlar a produção e importação de HFCs. A nova legislação entrou em vigor em 1º de janeiro de 2019, assim como a Emenda de Kigali, pacto ratificado pelos japoneses em dezembro.

Esse acordo, aprovado pelas partes do Protocolo de Montreal na capital Ruanda, em 2016, obriga os países desenvolvidos signatários a reduzir o uso de HFCs em 85% até 2036, com base no consumo entre 2011 e 2013.

A ação também deverá ajudar esses países a atingir as metas de redução de emissões de dióxido de carbono (CO2) do Acordo de Paris.

Fluidos refrigerantes propano (R-290) e isobutano (R-600a) em loja da Frigelar

Caso seja aprovada, revisão de norma da IEC será aplicada a fluidos como o propano (R-290) e o isobutano (R-600a) | Foto: Nando Costa/Pauta Fotográfica

Oportunidades de negócios

A indústria global de refrigerantes de baixo GWP avança aproveitando oportunidades lucrativas em nações desenvolvidas, assim como nos países em desenvolvimento.

Para os especialistas, a crescente demanda por sistemas de refrigeração e condicionadores de ar, juntamente com a eliminação dos clorofluorcarbonos (CFCs) e hidroclorofluorcarbonos (HCFCs) em todas as regiões do planeta, gerou um impacto positivo para o segmento, aumentando o consumo de substâncias mais ecológicas.

Um relatório recém-publicado pela Fact.MR, empresa global de pesquisa de inteligência de mercado, indica que o mercado de refrigerantes de baixo GWP vai registrar uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 8,1% entre 2019 e 2027.

Embora o cronograma de adoção de refrigerantes amigáveis ao clima possa variar por região ou país, em função de requisitos regulatórios individuais, as indústrias de compressores têm uma visão global focada na busca por refrigerantes de menor impacto climático.

“Em uma visão de curto a médio prazo, as regulamentações locais reduzirão ou banirão significativamente o uso de HFCs com alto GWP em aplicações de refrigeração”, reforça a Tecumseh, fabricante de compressores herméticos alternativos, rotativos e scroll, com capacidade de 1/15 a 30 cavalos de potência (hp), além de uma linha completa de unidades e sistemas de condensação para uso em aplicações residenciais e comerciais de refrigeração e ar condicionado.

Fundada em 1934, a companhia norte-americana – cujos equipamentos são fabricados em quatro continentes, incluindo a América Sul, onde a multinacional possui uma planta em São Carlos (SP) – acredita que os refrigerantes de baixo ou baixíssimo GWP serão a escolha principal dos fabricantes e usuários de sistemas de refrigeração comercial.

Num comunicado divulgado à imprensa no início do ano, a multinacional destaca que já dedicou recursos consideráveis na avaliação de refrigerantes de baixo GWP. Por isso, a empresa tem fornecido ao mercado compressores homologados para compostos desse tipo, assim como outras grandes indústrias do setor.

Agência holandesa apreende estoque ilegal de R-134a

Uma blitz realizada no início deste mês num depósito de autopeças em Roterdã, na Holanda, resultou na apreensão de mais de 1,6 tonelada do fluido refrigerante R-134a, uma das substâncias controladas pela legislação europeia pertinente aos gases de efeito estufa fluorados (f-gases, em inglês).

A Inspetoria de Meio Ambiente e Transporte dos Países Baixos, trabalhando em uma denúncia das autoridades alfandegárias holandesas, descobriu 123 cilindros – descartáveis e ilegais – de 13,6 quilos que haviam sido importados fora do sistema de cotas da União Europeia.

Desde o ano passado, o site britânico Cooling Post tem relatado uma série de violações no segmento. Aumento de preços e problemas no fornecimento de hidrofluorcarbonos (HFCs) de alto potencial de aquecimento global (GWP) incentivaram o contrabando e as importações ilegais de gases em cilindros descartáveis, revela a publicação.

No início do ano, o Coolektiv exigiu ações poder público depois de ter revelado que a quantidade de refrigerantes ilegais vendidos no bloco econômico no ano passado foi equivalente a 20% da cota legal de comercialização de f-gases.

O grupo alemão de especialistas em refrigeração também expressou temores de que os produtos ilegais estejam contaminados e possam colocar os usuários em risco.

Referindo-se às explosões e mortes causadas por R-134a contaminado em 2011, o Coolektiv disse que “os riscos de acidentes seguidos por ferimentos e danos materiais não podem ser rejeitados na situação atual”.

O grupo também aponta que o uso de refrigerantes fora dos padrões definidos pela Ashrae gera um efeito negativo na eficiência dos sistemas de refrigeração e ar condicionado.

Chemours inaugura maior fábrica de R-1234yf do mundo

A indústria química mundial tem investido pesadamente nas hidrofluorolefinas (HFOs). Aspectos como baixo impacto climático fazem dessa quarta geração de fluidos refrigerantes halogenados uma solução que atende aos requisitos regulatórios atuais e de longo prazo do mercado de refrigeração e ar condicionado.

Em fevereiro, a Chemours inaugurou a maior planta de produção de R-1234yf do mundo, na cidade de Ingleside, no Texas. A instalação permitirá à empresa norte-americana triplicar a capacidade de produção de fluidos refrigerantes da sua linha de HFOs, chamada comercialmente de Opteon.

Com a inauguração do empreendimento, a Chemours concluiu um projeto de US$ 300 milhões iniciado em 2016. Desenvolvido para sistemas de ar condicionado automotivo, o R-1234yf tem um potencial de aquecimento global (GWP, em inglês) 99,9% menor que o do hidrofluorcarbono (HFC) R-134a, refrigerante que ele substitui.

Segundo o comunicado distribuído à imprensa, a nova unidade usa um processo inovador e patenteado para fabricar essa HFO para o segmento de ar condicionado automotivo e as misturas da linha Opteon utilizadas em diversas aplicações, como chillers e sistemas de refrigeração comercial.

Carel triplica participação em projetos com CO₂

A Carel, fabricante italiano de componentes. triplicou o número de seus projetos de sistemas de refrigeração com dióxido de carbono (R-744) e inversores de frequência em 2018, informou a multinacional num comunicado à imprensa.

Os sistemas vendidos durante o ano de 2018 economizaram quase três mil MWh de energia, evitando o lançamento de 1,5 mil tonelada de CO₂ no meio ambiente, destacou a Carel no comunicado.

Além disso, a empresa estimou que seus projetos de 2018 reduzem 2,5 mil toneladas de emissões CO₂ em comparação com as soluções com o hidrofluorcarbono (HFC) R-404A de mesma capacidade. Isso representa uma economia total líquida de quatro mil toneladas de CO₂ – o equivalente a nenhum carro circulando pelo centro de Londres por 20 dias.

Os produtos para CO₂ da Carel incluem controladores, válvulas de alta pressão e ejetores moduladores eletrônicos.

“Soluções com refrigerantes naturais representam o presente e não mais o futuro”, disse Matteo Dal Corso, especialista em aplicações para o varejo da Carel.

Danfoss qualifica 19 famílias de produtos para gases de baixo GWP

A Danfoss acaba de concluir um extenso programa de qualificação de 19 famílias de equipamentos para refrigerantes de baixo potencial de aquecimento global (GWP, em inglês), incluindo compressores, unidades condensadoras, válvulas, trocadores de calor e outros componentes.

A estratégia da empresa é atender aos novos regulamentos do setor, com destaque para a norma europeia F-gas, o Programas de Novas Políticas Alternativas (SNAP) dos EUA e o Protocolo de Montreal.

Por causa desse cenário regulatório, diferentes refrigerantes estão surgindo como substitutos viáveis para o R-404A, sujeito a proibições ou reduções em 2017, nos EUA, e a partir de 2020, na Europa.

Quando se trata de aplicações em refrigeração comercial e unidades condensadoras, uma mudança para o R-407A e R-407F já ocorreu em muitas áreas, reduzindo o impacto climático em cerca de 50%.

Agora, o catálogo de equipamentos da empresa para a área refrigeração comercial inclui opções que operam com R-448A, R-449A, R-452A, além do propano (R-290) e do dióxido de carbono (CO2), enquanto a área de ar-condicionado está mudando para R-1234ze(E), R-32, R-452B e R-454B.

“Fazendo um programa de qualificação deste calibre, esperamos garantir um caminho viável para nossos clientes em refrigeração comercial e ar condicionado”, diz Torben Funder-Kristensen, chefe de relações públicas da divisão de refrigeração e ar condicionado da multinacional dinamarquesa.

Bitzer apresenta novo parafuso compacto na China

A Bitzer apresentou esta semana, em Xangai, uma nova gama de compressores parafuso compactos que operam com o hidrofluorcarbono (HFC) R-134a, hidrofluorlefinas (HFOs) e blends de HFCs e HFOs.

A série CSW105 é a mais recente adição à gama existente de compressores parafuso compactos CSW da marca para uso em chillers.

A Bitzer está planejando lançar os novos compressores em quatro modelos diferentes, com deslocamentos de 1.120 m³/h a 2.000 m³/h (50 Hz).

O projeto do perfil do rotor no novo compressor foi otimizado para R-134a e refrigerantes alternativos à base de HFO, enquanto o módulo integrado CM-SW-01 permite sua integração com sistemas existentes.

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Bitzer homologou o uso de refrigerantes alternativos ao R-134a em novos equipamentos

As capacidades de refrigeração também foram aumentadas. Segundo a Bitzer, o maior modelo, com um deslocamento de 2.000 m³/h, pode atingir com R-134a (em um ponto de operação de 5°C/38°C e operação de 50 Hz) uma capacidade de resfriamento de 1,4 MW. Isso corresponde ao dobro da capacidade do seu maior modelo de compressor atualmente, o CSW95113.

Embora concebidos para funcionar com o R-134a, estes compressores também são adequados para operar com as HFOs puras R-1234ze(E) e R-1234yf, e os blends R-513A e R-450A.

Os novos compressores parafuso CSW105 são adequados para uso em chillers resfriados a água e equipamentos resfriados a ar em temperaturas moderadas. Eles podem ser usados em chillers aplicados em processos de refrigeração e aquecimento, assim como em bombas de calor de baixa temperatura.

Os novos compressores também podem ser integrados a sistemas de expansão direta, ou podem ser usados como separadores primários de óleo em sistemas com evaporadores inundados.Segundo a indústria alemã, o filtro de óleo acessível externamente facilita a manutenção.

Honeywell encerrará vendas de R-404A

Em comunicado distribuído à imprensa nesta segunda-feira (10/4), a Honeywell diz que planeja encerrar as vendas dos refrigerantes Genetron 404A (R-404A) e Genetron AZ-50 (R-507) na União Europeia em 2018.

Um dos principais produtores mundiais desses compostos, a companhia explicou que está tomando essa medida “em antecipação à escassez esperada de produtos com alto potencial de aquecimento global [GWP, em inglês], devido ao cronograma de redução previsto na F-gas [diretiva da UE que trata da eliminação dos gases fluorados com efeito estufa]”.

Os preços do R-404A e do R-507 de todos os fabricantes e distribuidores aumentaram substancialmente este ano, em antecipação ao corte de 37% em dióxido de carbono equivalente (CO2e) obrigatório no próximo ano.

Diversas companhias já reajustaram os preços dos gases de alto GWP, como forma de alertar o mercado europeu sobre a baixa oferta prevista para o ano que vem, mas a Honeywell é o primeiro fabricante a anunciar que deixará de fornecer esses fluidos à base de hidrofluorcarbonos (HFCs).

Este último anúncio, certamente, irá inflacionar o preço do R-404A, o que pode levar os outros fabricantes a tomar medidas semelhantes.

“Em função da grande redução obrigatória de cotas a ser implementada em 1º de janeiro de 2018, espera-se que uma eliminação acelerada de produtos de alto GWP será necessária”, informa a multinacional.

“Isso significa que os clientes precisam adotar soluções ambientalmente mais adequadas, a fim de se preparar para a escassez de fluidos de alto GWP em 2018, e para atender plenamente às exigências da F-gas até o final de 2019”, esclarece.

Com cotas baseadas em CO2e, nenhum fabricante quer continuar vendendo gases de alto GWP, como o R-404A. Toda a cadeia produtiva, enfim, gastou milhões de dólares desenvolvendo novos fluidos de menor impacto climático.

A Honeywell destaca suas próprias alternativas com GWP mais baixo, tais como o R-407F e o R-407A, junto com alternativas mais novas, como o R-448A, um refrigerante à base de hidrofluorolefina (HFO).

A empresa diz que trabalhará com sua rede de distribuidores autorizados para ajudar os clientes e parceiros a adotar a próxima geração de refrigerantes que melhor atendam às suas necessidades, mas adverte que quantidades significativamente reduzidas de R-404A e R-507 serão disponibilizadas para amenizar problemas pontuais no período de transição.

Especialistas já advertiram que a transição estabelecida pela F-gas exigiria a adaptação de pelo menos 50% dos atuais sistemas com R-404A. Mas os relatórios técnicos sugerem que a Europa está muito aquém deste objetivo e, pior, os novos equipamentos que utilizam o R-404A continuam a ser fabricados, importados e instalados em grande número.

O R-404A, com seu GWP de 3.922, é o gás mais utilizado no continente em equipamentos de refrigeração estacionários, comumente usados em sistemas comerciais de baixa temperatura, como os instalados em supermercados. O R-507 tem um GWP de 3.985 e, embora menos comum, também é utilizado em sistemas de baixa e média temperatura.

Tanto o R-404A como o R-507 foram introduzidos na década de 1990 para substituir os clorofluorcarbonos (CFCs) R-502 e R-12, e mais tarde, o hidroclorofluorcarbono (HCFC) R-22, devido aos efeitos nocivos desses gases à camada de ozônio.

Naquela época, o aquecimento global e o impacto dos refrigerantes de alto GWP não foram levados em conta durante a transição tecnológica exigida.

Chemours inaugura planta de HFC em Manaus

A primeira unidade brasileira de produção de Freon 410A, uma mistura de dois fluidos à base de hidrofluorcarbono (HFC) que não destrói a camada de ozônio, foi inaugurada hoje (28/3) pela Chemours, em Manaus (AM).

De acordo com a companhia, a planta tem capacidade para produzir, anualmente, oito mil toneladas da substância desenvolvida para substituir o hidroclorofluorcarbono (HCFC) R-22 em equipamentos novos, de média e alta temperatura de evaporação, projetados exclusivamente para trabalhar com o R-410A.

chemours-manausDurante o evento de inauguração, que contou com a presença de diretores da empresa, jornalistas e outros convidados exclusivos, a diretora de fluorquímicos da multinacional, Magen Buterbaugh, destacou que o negócio de fluidos refrigerantes da Chemours tem um compromisso de longa data com a indústria de climatização e refrigeração.

“Há mais de 85 anos, somos líderes em inovação nessa área”, disse.

“É com grande alegria que celebramos juntos o começo de um novo ciclo para o segmento de fluidos refrigerantes no Brasil e para a história da Chemours no País”, avaliou Maurício Xavier, presidente da filial brasileira.

Para o gerente de negócios de fluorquímicos da subsidiária no País, Renato Cesquini, a nova fábrica reforça o compromisso da empresa com os clientes da América do Sul. “Desde 2013, quando foi criado nosso centro de distribuição de fluidos refrigerantes aqui e Manaus, já buscávamos estar próximos de nossos clientes do segmento de ar condicionado”, informou.

Xavier:

Xavier: novo ciclo para os fluidos refrigerantes

De acordo com o presidente a Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava), Arnaldo Basile, os investimentos em sistemas produtivos no Brasil sempre foram cercados de decisões que demandaram muitos estudos e análises aprofundadas sobre questões mercadológicas, financeiras e políticas.

“Mais do que acreditar no mercado potencial brasileiro, a Chemours explicita seu compromisso e responsabilidade para com os stakeholdersda cadeia produtiva e comercial dos segmentos de refrigeração e ar condicionado”, declarou. “Por isso, desejo muito sucesso aos empreendedores dessa planta”, acrescentou.

MagenButerbaugh: liderança reconhecida mundialmente

Magen Buterbaugh: liderança reconhecida mundialmente

As bombas de calor e os ares-condicionados desenvolvidos para operar com Freon 410A possuem desempenho 45% superior aos equipamentos similares que utilizam o R-22, fluido refrigerante que está sendo banido do mercado mundial, devido aos danos que causa à ozonosfera.

Segundo a área técnica da Chemours, o Freon 410A é compatível apenas com lubrificantes de base poliol éster (POE) e apresenta pressão e capacidade de refrigeração significativamente mais altas que as do R-22.