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Daikin expande linha de fluidos refrigerantes de menor GWP

Para atender à crescente demanda do mercado japonês por fluidos refrigerantes em conformidade com a Emenda de Kigali ao Protocolo de Montreal, a divisão de produtos químicos da Daikin celebrou um acordo comercial com a Honeywell. Desde janeiro, a indústria japonesa está distribuindo o Solstice N40 (R-448A) no país asiático.

Com um potencial de aquecimento global (GWP, em inglês) de 1.273, essa mistura à base de hidrofluorolefina (HFO) é um substituto não inflamável (A1) para o hidrofluorcarbono (HFC) R-404A e o hidroclorofluorcarbono (HCFC) R-22 em sistemas de refrigeração comercial novos ou existentes.

“Como a única empresa que fabrica equipamentos de ar condicionado e fluidos refrigerantes, a Daikin está trabalhando para desenvolver e promover refrigerantes com alta eficiência energética e baixo impacto ambiental”, informa o comunicado distribuído à imprensa.

“Para o uso de freezers e geladeiras comerciais, desenvolvemos o R-407H, mas decidimos expandir nossa linha de produtos para contribuir ainda mais com meio ambiente”, revela a empresa.

“O R-448A é um produto que complementa nossa linha e permite que nossos clientes cumpram os requisitos legais atuais e futuros do nosso mercado, beneficiando o meio ambiente e a economia”, ressalta o gerente sênior de refrigerantes da Daikin, Masahiro Nitta.

“Ao ampliar nossa rede de distribuição no Japão, poderemos ajudar a indústria local a avançar em direção a um futuro com refrigerantes ecologicamente corretos e mais eficientes”, diz o vice-presidente e gerente geral da área de fluidos estacionários da Honeywell, Chris LaPietra.

No início do ano passado, a indústria química norte-americana, cujos produtos são distribuídos no Brasil exclusivamente pela Frigelar, também assinou um acordo semelhante com a Mexichem para distribuir o R-448A na Europa.

Segundo a Honeywell, mais de 23 mil supermercados em todo o mundo já adotaram o R-448A em seus sistemas de refrigeração, incluindo um número crescente de estabelecimentos no Japão. O fabricante também informa que a adoção de sua HFO proporciona uma redução de até de 16% no consumo de energia.

“O Solstice N40 permite que os supermercados e outros clientes dos segmentos de refrigeração comercial e industrial reduzam emissões de carbono e consumo de energia, ao mesmo tempo em que os ajuda a cumprir os requisitos legais que tratam dos gases de efeito estufa fluorados”, destaca a companhia.

Carga de inflamáveis em sistemas de refrigeração deve subir para 500 g

Em resposta às regulamentações ambientais que visam proteger a camada de ozônio e reduzir o aquecimento global, o mercado de refrigeração e ar condicionado está mudando rapidamente em todo mundo.

Como resultado desse processo, os chamados refrigerantes naturais, a exemplo dos hidrocarbonetos (HCs), estão sendo introduzidos em uma ampla gama de sistemas do gênero, devido ao seu impacto climático baixíssimo.

No caso específico dos HCs, a norma 60335-2-89, da Comissão Eletrotécnica Internacional (IEC), limita a 150 gramas a carga de fluidos refrigerantes inflamáveis (A3) em sistemas frigoríficos hermeticamente selados com unidade de refrigeração incorporada ou remota, por questões de segurança.

Todavia, uma votação importante sobre o aumento desse limite começou em 1º de março na IEC, processo que deve ser finalizado no outono. Caso a revisão da norma seja aprovada, a carga permitida de HCs subirá para 500 g, e a regra será aplicada a fluidos como o propano (R-290) e o isobutano (R-600a) em equipamentos de refrigeração comercial, o que provavelmente deve ampliar o uso deles em todo o planeta.

A ECOS, uma organização não governamental (ONG) ambientalista global especializada em padronização e políticas técnicas de produtos, avalia que essa revisão “altera, positivamente, o padrão anterior, que impõe barreiras ao uso de refrigerantes inflamáveis, por meio de limites apertados de carga”.

Num artigo publicado na edição de fevereiro da revista Accelerate America, a diretora executiva do Conselho Norte-Americano de Refrigeração Sustentável (NASRC, em inglês), Danielle Wright, diz que, “para muitos varejistas, especialmente redes nacionais de supermercados, os sistemas de refrigeração independentes que usam R-290 são a solução ideal e o caminho mais rápido para a conformidade regulatória em lojas novas e existentes”.

Segundo ela, a lista de benefícios é longa: economia de energia, custos reduzidos de capital, índice praticamente zero de emissões de CO₂ e flexibilidade de comercialização, além de manutenção e serviços simplificados.

“Mas a carga máxima de 150 g impede que esses benefícios sejam plenamente alcançados, colocando os supermercados dos EUA em desvantagem diante das crescentes pressões regulatórias”, argumenta.

Desde 2014, o subcomitê SC61C trabalhou para atualizar o padrão global IEC 60335-2-89. Portanto, a votação do projeto final de revisão da norma, conhecido como Final Draft International Standard (FDIS), representa o último passo de um processo de longas fases.

Depois de várias revisões e um exame minucioso da pesquisa e dos dados de segurança, todos os sinais apontam que o voto a favor da mudança será maioritário, escreve Wright.

Embora o Senado do EUA ainda não tenha ratificado a Emenda de Kigali ao Protocolo de Montreal, prossegue a especialista, a indústria norte-americana de supermercados também deverá seguir as tendências tecnológicas globais e reduzir o uso de hidrofluorcarbonos (HFCs) nos próximos anos.

“Estados como Califórnia e Nova York já estão adotando cronogramas rigorosos de redução de HFCs. Agora, mais do que nunca, os varejistas precisam de opções para lidar com as regulamentações pendentes”, diz.

Desde 1º de janeiro, os supermercados californianos não podem mais utilizar gases fluorados de alto potencial de aquecimento global (GWP), como o R-404A e o R-507A, em sistemas de refrigeração comercial novos e modernizados e unidades de condensação remotas; unidades independentes retrofitadas; novas unidades independentes de média temperatura dotadas de compressor com capacidade inferior a 2,2 mil BTU/h e sem evaporador inundado.

A partir de 2020, os refrigerantes de alto GWP serão banidos de outras aplicações. Segundo a legislação local, os fabricantes não podem vender equipamentos ou produtos que usam HFCs proibidos fabricados após suas respectivas datas de proibição.

Quem também parece disposto a restringir ainda mais o uso de HFCs em sistemas de refrigeração é o governo da Dinamarca. O Ministério do Meio Ambiente do país europeu considera proibir totalmente, a partir de 2020, novas plantas com esses gases, informa a Associação Dinamarquesa da Indústria de Refrigeração e Bombas de Calor (AKB, em dinamarquês).

Por sinal, a Dinamarca tem liderado iniciativas de redução de HFCs desde 2001, quando adotou sua primeira legislação nacional sobre o tema. Isso incluiu a proibição de seu uso para determinados fins, medidas tributárias e suporte para pesquisa e desenvolvimento de tecnologias alternativas.

Em fevereiro, o Ministério da Economia, Comércio e Indústria do Japão anunciou que vai aumentar os subsídios para o desenvolvimento de substâncias de baixo GWP nos próximos anos.

O aumento vem depois que o Ministério do Meio Ambiente do país asiático confirmou em dezembro do ano passado um orçamento de € 58 milhões para instalações com refrigerantes naturais no ano fiscal de 2019.

A medida recém-anunciada ajudará o Japão a “cumprir sua obrigação de redução de HFCs a partir de 2029, fortalecendo nossos esforços para desenvolver e introduzir fluidos refrigerantes usando novas alternativas”, disse Hideyuki Naoi, vice-diretor do Ministério da Economia.

Em junho do ano passado, o Japão revisou sua Lei de Proteção da Camada de Ozônio para controlar a produção e importação de HFCs. A nova legislação entrou em vigor em 1º de janeiro de 2019, assim como a Emenda de Kigali, pacto ratificado pelos japoneses em dezembro.

Esse acordo, aprovado pelas partes do Protocolo de Montreal na capital Ruanda, em 2016, obriga os países desenvolvidos signatários a reduzir o uso de HFCs em 85% até 2036, com base no consumo entre 2011 e 2013.

A ação também deverá ajudar esses países a atingir as metas de redução de emissões de dióxido de carbono (CO2) do Acordo de Paris.

Fluidos refrigerantes propano (R-290) e isobutano (R-600a) em loja da Frigelar

Caso seja aprovada, revisão de norma da IEC será aplicada a fluidos como o propano (R-290) e o isobutano (R-600a) | Foto: Nando Costa/Pauta Fotográfica

Oportunidades de negócios

A indústria global de refrigerantes de baixo GWP avança aproveitando oportunidades lucrativas em nações desenvolvidas, assim como nos países em desenvolvimento.

Para os especialistas, a crescente demanda por sistemas de refrigeração e condicionadores de ar, juntamente com a eliminação dos clorofluorcarbonos (CFCs) e hidroclorofluorcarbonos (HCFCs) em todas as regiões do planeta, gerou um impacto positivo para o segmento, aumentando o consumo de substâncias mais ecológicas.

Um relatório recém-publicado pela Fact.MR, empresa global de pesquisa de inteligência de mercado, indica que o mercado de refrigerantes de baixo GWP vai registrar uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 8,1% entre 2019 e 2027.

Embora o cronograma de adoção de refrigerantes amigáveis ao clima possa variar por região ou país, em função de requisitos regulatórios individuais, as indústrias de compressores têm uma visão global focada na busca por refrigerantes de menor impacto climático.

“Em uma visão de curto a médio prazo, as regulamentações locais reduzirão ou banirão significativamente o uso de HFCs com alto GWP em aplicações de refrigeração”, reforça a Tecumseh, fabricante de compressores herméticos alternativos, rotativos e scroll, com capacidade de 1/15 a 30 cavalos de potência (hp), além de uma linha completa de unidades e sistemas de condensação para uso em aplicações residenciais e comerciais de refrigeração e ar condicionado.

Fundada em 1934, a companhia norte-americana – cujos equipamentos são fabricados em quatro continentes, incluindo a América Sul, onde a multinacional possui uma planta em São Carlos (SP) – acredita que os refrigerantes de baixo ou baixíssimo GWP serão a escolha principal dos fabricantes e usuários de sistemas de refrigeração comercial.

Num comunicado divulgado à imprensa no início do ano, a multinacional destaca que já dedicou recursos consideráveis na avaliação de refrigerantes de baixo GWP. Por isso, a empresa tem fornecido ao mercado compressores homologados para compostos desse tipo, assim como outras grandes indústrias do setor.

Certificação garante segurança dos fluidos refrigerantes Forane

O fluido refrigerante é componente do circuito frigorífico responsável pelo transporte da energia. A sustância “absorve” o calor quando circula pelo evaporador e o rejeita ao passar pelo condensador. Em geral, essa transferência térmica envolve a mudança de fase do refrigerante.

Para garantir a segurança dos profissionais de refrigeração e climatização, os produtos do gênero são classificados de acordo com suas características de toxicidade e inflamabilidade (Ashrae 32-94 e EN 378-1, anexo E).

A classificação de segurança serve para determinar como devem ser aplicados em lugares ocupados ou a quantidade máxima permitida em espaços confinados, por exemplo.

Segundo o gerente de vendas da subsidiária brasileira da Arkema, Alexandre Lopes, os riscos inerentes à utilização de fluidos refrigerantes de má qualidade ou de procedência duvidosa em equipamentos de refrigeração e ar condicionado são enormes.

“Eles podem reduzir a performance dos sistemas, danificar componentes ou até mesmo causar acidentes fatais”, alerta o gestor, lembrando que a empresa francesa oferece uma gama confiável de produtos para o setor.

“Todos os fluidos refrigerantes da linha Forane atendem às normas de segurança da UL, organização internacional de padronização que desenvolve uma ampla variedade de normas com base em pesquisas científicas para medir e validar o desempenho, a qualidade e a sustentabilidade dos mais diversos produtos manufaturados”, explica.

Essas normas, prossegue Lopes, são documentos que descrevem o processo em que um produto é testado para ajudar a mitigar riscos, ferimentos ou perigos. “A Arkema se esforça para atender aos mais altos padrões de segurança da indústria”, ressalta.

“Todos os produtos da linha Forane também são testados de acordo com a norma AHRI 700, que especifica níveis aceitáveis de contaminantes (requisitos de pureza) para fluorcarbonos, hidrocarbonetos e dióxido de carbono, independentemente da fonte, e lista métodos de teste aceitáveis”, acrescenta.

Retrofit comprova eficiência do Forane 427A

À medida que a indústria do frio continua a banir o R-22, devido a pressões regulatórias, o fluido refrigerante Forane 427A provou ser um substituto ambientalmente correto e fácil de usar em sistemas de refrigeração, condicionadores de ar e bombas de calor existentes.

Desenvolvido pela Arkema, o produto oferece capacidade de refrigeração e pressões de trabalho bem próximas às do R-22, dispensando, em muitas instalações, a necessidade de trocar o óleo durante o retrofit.

A Control Air of Southern Nevada, empresa que fornece serviços de reparo, instalação e manutenção de equipamentos residenciais e comerciais leves de ar condicionado na região de Las Vegas, testou o produto em suas próprias instalações, num movimentado centro comercial próximo à cidade.

Em junho de 2015, com temperaturas recordes superiores a 43 °C em dias consecutivos, um sistema de ar condicionado unitário instalado há mais de dez anos exigiu o serviço. À época, Joe Aguinaga, dono da empresa, ouviu falar sobre o fluido refrigerante Forane 427A e quis testá-lo.

Instalada em 2003, a unidade de seis toneladas de refrigeração possuía quatro quilos de R-22 e era usada para esfriar uma sala elétrica. Joe seguiu as instruções de retrofit e evacuou o R-22, verificou se havia vazamentos e reparou um ponto de fuga que foi descoberto.

Ele substituiu o filtro secador e carregou o sistema com Forane 427A, com 95% da carga do R-22. O lubrificante de base mineral não foi trocado porque a unidade é um sistema acoplado, no qual o retorno do óleo não é um problema.

Segundo a Arkema, o desempenho do sistema atendeu às expectativas do cliente, funcionando bem durante pelo menos 11 dias consecutivos de temperaturas acima de 40 °C e uma alta recorde de 46 °C.

Enfim, o fluido refrigerante Forane 427A continuou a trabalhar de forma bem semelhante à do R-22 sob essas condições extremas, enquanto muitos outros substitutos disponíveis no mercado não teriam funcionado, ressalta a indústria química.

Arkema destaca substituto do R-22 na Febrava

A Arkema apresentou na última edição da Febrava, realizada de 12 a 15 de setembro no São Paulo Expo, toda sua linha de produtos para o setor, com destaque para o fluido refrigerante Forane 427A, um substituto do HCFC-22 desenvolvido para sistemas de refrigeração e ar condicionado existentes.

Com quatro pontos de distribuição no Brasil, além de uma filling station em Rio Claro (SP) e uma blending station na Argentina, o grupo francês tem aumentado sua participação nos mercados nacional e regional, em função da excelência e diversificação de seus produtos.

Segundo o gerente de vendas da subsidiária brasileira, Alexandre Lopes, a empresa aproveitou o evento para ampliar a visibilidade da consagrada marca Forane, além de ajudar a prevenir e a esclarecer o setor sobre a futura escassez de R-22 no mercado de reposição.

“Mostramos as vantagens de se trabalhar com produtos que possuem certificados de qualidade e origem, responsabilidade social e ambiental”, diz.

A edição deste ano da maior mostra do HVAC-R na América Latina também gerou bons resultados para os negócios da Arkema na área de fluidos refrigerantes.

“Recebemos o dobro de visitantes em nosso estande, em relação à edição anterior”, informa o gestor.

Hoje, o mercado reconhece a marca Forane como um fluido refrigerante de excelente qualidade, valoriza nosso atendimento e destaca o real sentido da nossa parceria”, ressalta.

Forane 427A no estande da Arkema na Febrava 2017

Fluido refrigerante Forane 427A em destaque no estande da Arkema na Febrava 2017

Arkema mostra vantagens da linha Forane na Febrava

A Arkema vai apresentar na Febrava deste ano toda sua linha fluidos refrigerantes, com destaque para o R-427A, o substituto da consagrada marca Forane para o R-22. Aliás, a empresa abordará este tema numa palestra no Conbrava, congresso paralelo à mostra.

Com quatro pontos de distribuição no Brasil, além de uma filling station em Rio Claro (SP) e uma blending station na Argentina, o grupo francês se destaca nos mercados nacional e regional pela excelência e diversificação de seus produtos.

Segundo o gerente de vendas da subsidiária brasileira, Alexandre Lopes, a expectativa da companhia é ampliar a visibilidade da marca Forane durante o evento que ocorre de 12 a 15 de setembro da capital paulista, além de prevenir e esclarecer o setor sobre a futura escassez de R-22 no mercado de reposição.

“Queremos mostrar as vantagens de se trabalhar com produtos que possuem certificados de qualidade e origem, responsabilidade social e ambiental”, diz.

Atualmente, a Arkema investe 2,5% do seu faturamento anual em pesquisa e desenvolvimento. “Contamos com 1,7 mil pesquisadores e 13 centros de pesquisa espalhados pelo mundo”, ressalta o gestor.

Daikin lançará chillers com R-1234ze

A Daikin anunciou que lançará uma série de resfriadores de líquido otimizados para operar com a hidrofluorolefina (HFO) R-1234ze, um fluido refrigerante alternativo ao hidrofluorcarbono (HFC) R-134a.

O lançamento de seu primeiro chiller com HFO foi revelado recentemente em Londres, numa conferência realizada para os distribuidores britânicos da marca japonesa.

Durante o evento, o especialista em produtos da operação local da Daikin, Richard Green, disse que a nova linha de chillers preparados para funcionar com refrigerante de baixo potencial de aquecimento global (GWP, em inglês) será lançada até o fim deste ano.

O lançamento proposto marcará a primeira incursão da companhia no uso do R-1234ze, que já foi adotado, pelo menos como uma opção, pela maioria dos principais fabricantes de chillers do mundo.

Segundo o site britânico Cooling Post, uma versão resfriada a água do equipamento será fornecida nas capacidades de 340 kW a 1.600 kW.

Diferenciais tecnológicos

Assim como as versões com R-134a, os modelos com R-1234ze são totalmente controlados por inversores e incorporam a mais recente tecnologia de compressor parafuso da Daikin, além da da nova geração de trocadores de calor inundados de alta eficiência.

Serão oferecidas versões com um ou dois compressores. Os equipamentos com compressor único terão 340 kW e 800 kW de capacidade, enquanto os modelos com dois compressores terão 870 kW e 1.600 kW de capacidade.

Classificado como levemente inflamável, o R-1234ze possui GWP abaixo de 1, segundo o Quinto Relatório de Avaliação (AR5) do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). Isso significa que o novo refrigerante é menos nocivo ao clima do planeta que o próprio dióxido de carbono (CO2), cujo GWP é igual a 1.

De acordo com especialistas, a estrutura química das HFOs puras contém uma dupla ligação entre os átomos de carbono. Por essa razão, as moléculas dessa quarta geração de fluidos refrigerantes sintéticos têm vida curtíssima na atmosfera, uma característica que reduz, consideravelmente, seu impacto climático.

HFO - Hidrofluorolefina - Molécula

Dupla ligação entre os átomos de carbono reduz vida das HFOs na atmosfera

Arkema amplia portfólio de fluidos refrigerantes

A Arkema segue firme no desenvolvimento de novas soluções para a área de fluidos refrigerantes. Com quatro pontos de distribuição no Brasil, além de uma filling station em Rio Claro (SP) e uma blending station na Argentina, a companhia se destaca nos mercados nacional e regional pela excelência e diversificação de seus produtos.

“Somos líderes em diversos segmentos, como peróxidos orgânicos, polímeros técnicos, odorizantes de gás, resinas acrílicas para tintas etc.”, salienta o presidente da subsidiária brasileira, Eric Schmitt.

Na divisão de negócios de fluorquímicos, a Arkema é considerada um dos principais players do setor, sendo representada pela marca Forane.

Um dos produtos mais conhecidos deste portfólio é o Forane 427A (R-427A), uma mistura à base de hidrofluorcarbono (HFC) desenvolvida para substituir o hidroclorofluorcarbono (HCFC) R-22 em instalações de refrigeração e ar condicionado existentes.

Sede da Arkema

Multinacional investe 2,5% do seu faturamento em P&D

Segundo o executivo, a indústria química francesa também já está preparada para trabalhar com a quarta geração de fluidos refrigerantes.

“Em breve, teremos novidades no mercado brasileiro. Já iniciamos as vendas do R-1233zd, uma hidrofluorolefina (HFO) que substitui o R-141b como agente de expansão”, revela.

“O mercado brasileiro é de alta importância para o grupo e estamos focados em desenvolver o setor e apresentar produtos inovadores, pensando em performance e proteção ambiental”, acrescenta Schmitt, que começou sua carreira na multinacional há mais de 20 anos.

Atualmente, o grupo francês investe 2,5% do seu faturamento anual em pesquisa e desenvolvimento.

“Contamos com 1,7 mil pesquisadores e 13 centros de pesquisa espalhados pelo mundo”, enfatiza o gerente de fluorquímicos da filial brasileira, Alexandre Lopes.

“Por isso, estamos no ranking Thomson Reuters Top 100 de inovadores globais”, arremata o gestor.

Sólida experiência

Eric Schmitt - Arkema

Experiência internacional de Eric Schmitt fortalece operação brasileira da Arkema

Durante mais de duas décadas na Arkema, Eric Schmitt superou diversos desafios e aprendeu muitas lições sobre o mundo dos negócios envolvendo a química, o que lhe rendeu uma sólida experiência no segmento.

“Iniciei [minha carreira] como gerente de projetos internacionais, o que me proporcionou a absorção de conhecimentos específicos em países com as mais diversas características culturais, políticas e econômicas”, relata.

O executivo também liderou equipes de vendas como diretor comercial no Brasil nos anos 1990. “Após esta caminhada, fui gerente de linhas de produtos globais e também presidente da Arkema na Argentina e no México”, informa.

AHRI atualiza norma de fluidos refrigerantes

A edição de 2017 da AHRI 700 – Especificações para Refrigerantes – já está disponível para a download no site da instituição.

Agora, a norma lista mais quatro novas misturas não azeotrópicas – R-459A, da Arkema, e R-459B, R-460A e R-460B, da Mexichem. Todos esses refrigerantes são considerados de baixo potencial de aquecimento global (GWP, em inglês).

Os blends R-459A e R-459B são classificados como levemente inflamáveis e contêm quantidades diferentes do hidrofluorcarbono (HFC) R-32 e das hidrofluorolefinas (HFOs) R-1234yf e R-1234ze(E), assim como outros fluidos semelhantes que já foram desenvolvidos para substituir o R-410A.

De acordo com a Arkema, o Forane 459A é compatível com equipamentos existentes, tem GWP de 461 e é mais eficiente que o R-410A.

Segundo a Mexichem, o R-460A e o R-460B são substâncias não inflamáveis, e ambas contêm misturas diferentes de R-32, R-125, R-134a e R-1234ze(E).

A norma da AHRI revista pode ser baixada aqui.

Indústria aposta em compressores para gases de baixo GWP

A indústria global de compressores segue atualizando suas linhas de equipamentos, a fim de permitir o uso mais irrestrito de fluidos frigoríficos alternativos de baixo potencial de aquecimento global (GWP, em inglês) no mercado de refrigeração e ar condicionado.

Para amenizar os efeitos das mudanças climáticas, cerca de 200 países concordaram, em outubro do ano passado, com uma proposta de emenda ao Protocolo de Montreal visando diminuir gradualmente, até a metade deste século, o uso de hidrofluorcarbonos (HFCs) em sistemas do gênero.

Há tempos, diversos fabricantes têm anunciado a ampliação da oferta de compressores homologados para operar com hidrofluorolefinas (HFOs), hidrocarbonetos (HCs) e dióxido de carbono (CO2), entre outros gases.

“Mas o caminho adiante vai envolver escolhas conflitantes”, analisa Mark McLinden, pesquisador do Instituto Nacional de Padrões Tecnológicos dos EUA (NIST).

“As diretrizes de segurança podem ser revisadas para permitir o uso de refrigerantes levemente inflamáveis. Misturas de dois ou mais fluidos podem gerar um refrigerante não inflamável, mas com alto GWP. O CO2 não é inflamável, mas demanda uma completa remodelação dos equipamentos”, exemplifica.

Indústria desenvolve equipamentos para refrigerantes à base de HCs

Para os grandes players do setor, essa é uma grande oportunidade. “Novos regulamentos exigem um forte investimento para resolver problemas complexos”,  sustenta Carlos Obella, vice-presidente de serviços de engenharia e gestão de produtos comerciais e residenciais da Emerson na América Latina.

Enquanto essa indústria está no meio de uma transição para refrigerantes mais sustentáveis, a verdade é que não existe uma única solução que atenda a todas as aplicações com o mínimo efeito sobre o meio ambiente.

“A melhor avaliação do refrigerante requer uma abordagem holística, envolvendo segurança, impacto ambiental, desempenho do sistema e economia”, diz.

Atualmente, a Emerson possui uma linha completa de compressores com diversas tecnologias, como scroll, pistão e de parafuso, utilizando refrigerantes sintéticos de baixo GWP, como misturas de R-32 e HFO, além de fluidos naturais, como amônia, CO2 e HCs.

Novos rumos

Segundo os fabricantes, o Brasil tem liderado a aplicação de refrigerantes naturais, como o CO2, na América Latina, particularmente nos supermercados. Mais recentemente, o propano (R-290) chegou com força ao mercado de refrigeração comercial leve e, há muitos anos, o isobutano (R-600a) está presente no segmento de refrigeração doméstica.

Dióxido de carbono é uma das tendências no setor

“Em 2016, 50% dos nossos lançamentos foram feitos com oferta de fluidos refrigerantes de baixo GWP”, informa o engenheiro mecânico Homero Cremm Busnello, diretor de marketing da Tecumseh na América Latina.

O R-290 continua sendo a opção preferida da companhia para equipamentos de refrigeração comercial autônomos com capacidade inferior a ½ cavalo de potência (hp).

No entanto, a empresa ressalta que, em função de sua alta inflamabilidade, as limitações de carga e os requisitos de segurança devem ser sempre levados em consideração. Aplicações típicas para o R-290 incluem refrigeradores de bebidas, máquinas de venda automática e freezers comerciais.

“A indústria tem se adaptado aos novos fluidos nos últimos anos e, agora, chegou a vez do mercado de reposição prestar seu tradicional suporte à substituição correta e segura de componentes por outros originais”, salienta.

Para o engenheiro Wilson José de Carvalho, gerente de engenharia de produto de refrigeração da Elgin, os novos desenvolvimentos demandam mão de obra mais qualificada.

“O uso do R-134a e do R-404A já está se difundido no mercado, mas, quanto aos fluidos naturais, tanto os usuários quanto os técnicos de refrigeração terão de se preparar melhor, por causa da periculosidade e de outras características dessas substâncias”, ressalta.

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“Empresas precisam investir em treinamentos dos operadores de novos equipamentos”, diz Silvio Guglielmoni, da Mayekawa

“As empresas precisam investir em treinamentos para os operadores desses novos equipamentos”, concorda o engenheiro Silvio Guglielmoni, gerente comercial da Mayekawa no Brasil.

Segundo o gestor, a indústria japonesa tem desenvolvido soluções de engenharia utilizando refrigerantes naturais para uma extensa faixa de temperaturas em sistemas de aquecimento e resfriamento.

“Chamamos essas soluções de Natural Five, pois englobam cinco refrigerantes desse tipo: amônia (NH3), CO2, água (H2O), HC e ar”, diz.

Tais substâncias são usadas em instalações de aquecimento, secagem, fornecimento de água quente, ar condicionado, resfriamento, refrigeração e congelamento em um range de temperaturas variando de 200 ºC a -100 ºC.

“A aplicação desses fluidos naturais e as soluções de engenharia em eficiência energética visam apoiar o desenvolvimento sustentável, não afetando a camada de ozônio e diminuindo drasticamente o aquecimento global”, reforça.

Nos últimos meses, a Danfoss tem trabalhado forte no desenvolvimento de equipamentos para gases de baixo GWP, incluindo unidades condensadoras. Uma das prioridades da empresa é validar o portfólio atual de compressores para os novos fluidos alternativos.

“Quando falamos de soluções ambientalmente amigáveis, o mercado brasileiro tem sido influenciado externamente, mas o que mais pesa na hora da escolha dessas tecnologias ainda é o custo da energia”, lembra o gerente de contas de compressores comerciais da companhia, Gustavo Asquino.

Mayekawa também aposta nos chamados fluidos naturais

Em busca do substituto ideal para os HFCs

Pesquisadores do Instituto Nacional de Padrões Tecnológicos dos EUA (NIST) finalizaram, em fevereiro, um estudo de vários anos para identificar os “melhores” candidatos entre os fluidos refrigerantes que, no futuro, terão o menor impacto sobre o clima.

Infelizmente, todos os 27 gases que o NIST identificou como os melhores a partir de uma análise de desempenho são, no mínimo, levemente inflamáveis, o que não é permitido pelas diretrizes de segurança dos EUA e de outros países para a maioria das aplicações. E diversas substâncias da lista são altamente inflamáveis, como o R-290.

Em outras palavras, o estudo não encontrou nenhum refrigerante ideal que combinasse baixo GWP  – uma medida da quantidade de calor que um gás retém quando liberado na atmosfera – com outras características desejáveis de performance e segurança, como não ser inflamável e nem tóxico.

“A conclusão é de que não há um substituto fácil e perfeito para os refrigerantes atuais”, diz Mark McLinden, engenheiro químico do NIST. “Durante o estudo, pensávamos que encontraríamos algo mais. Acontece que não há muita coisa. Então, o resultado foi um pouco inesperado, um pouco decepcionante.”

Órgãos reguladores norte-americanos já admitiram a dificuldade de escolher novos refrigerantes. A Agência de Proteção Ambiental (EPA) ainda não estipulou limites específicos de GWP, mas tem, em vez disso, conduzido análises de risco comparativo para cada fluido e finalidade. Os critérios incluem efeitos atmosféricos e os impactos correlatos no meio ambiente e na saúde, riscos ao ecossistema, riscos ao consumidor, inflamabilidade, custo e disponibilidade.

Com o intuito de ajudar a indústria e os formuladores de políticas públicas dos EUA a compreenderem os limites e as escolhas intrincadas que envolvem a redução gradual dos HFCs, o NIST realizou, durante quatro anos, uma pesquisa abrangente para achar os melhores fluidos alternativos com baixo GWP e apenas um componente em sua fórmula.

O estudo do NIST focou em possíveis fluidos substitutos para os sistemas de ar condicionado pequenos, que são comuns em residências e pequenas empresas. Uma mescla de HFCs chamada R-410A é agora o refrigerante mais popular em tais sistemas.

Essas unidades são lacradas, o que significa que elas não devem liberar HFCs na atmosfera. Entretanto, os sistemas podem ter vazamentos, e quando eles recebem manutenção ou são descartados, o refrigerante tem o risco de escapar e não pode ser recuperado e reciclado, disse McLinden.

O estudo fez uma triagem em um banco de dados de mais de 60 milhões de substâncias químicas, estimando as propriedades unicamente com base na estrutura molecular. Isso foi feito com a ajuda de um método computacional desenvolvido anteriormente no NIST.

Visto que todos os refrigerantes atuais são pequenas moléculas, a pesquisa do NIST ficou limitada a moléculas com 18 ou menos átomos e a apenas oito elementos que formam compostos voláteis o suficiente para servirem como refrigerantes. Esta seleção inicial resultou em 184 mil moléculas que seriam melhor analisadas depois.

A triagem por propriedades energéticas que correspondem aos fluidos utilizados em pequenos sistemas de ar condicionado e a um GWP menor que 1.000 (entende-se por convenção que representa os efeitos por um período de 100 anos) rendeu 138 fluidos.

Os pesquisadores, então, simularam o desempenho destes 138 compostos em ares-condicionados. Um parceiro dentro da Universidade Católica dos Estados Unidos, em Washington, ajudou a desenvolver o modelo de simulação e a avaliar os resultados. Seleções adicionais para descartar compostos quimicamente instáveis ou muito tóxicos ou aqueles com baixa eficiência energética culminaram na lista final de 27 fluidos com baixo GWP.

Uma das prioridades da Danfoss é validar o portfólio atual de compressores para novos fluidos alternativos

O R-290, por exemplo, tem um GWP de 3, muito menor que o valor do R-410A, de 1.924. Entre os potenciais refrigerantes com os menores índices de GWP, encontra-se a amônia, geralmente utilizada em grandes sistemas de refrigeração industriais. Contudo, ela tóxica e levemente inflamável.

Além disso, há o dimetil éter, um propelente e potencial combustível que é um pouco menos inflamável do que o R-290. O CO2 possui um GWP de 1 e não é inflamável, porém necessitaria de um tipo diferente de ciclo de refrigeração para operar sob pressões muito altas. Outros compostos de baixo GWP são as HFOs, atual foco de pesquisa da indústria química global, mas elas são ligeiramente inflamáveis.

Embora não haja um limite específico de GWP nos EUA, datas de redução em fases foram estipuladas para os HFCs com maior GWP. (Na União Europeia, refrigerantes com GWP abaixo de 750 são permitidos em sistemas de pequeno porte.)

A lista do NIST pode oferecer novas ideias, porque inclui muitos refrigerantes que ainda não estão na lista da EPA de substitutos aceitáveis. “A indústria de refrigeração vem desenvolvendo ativamente novos fluidos levemente inflamáveis, e os resultados do atual estudo sustentam esse caminho”, afirma McLinden.

“Olhando adiante, as conclusões do estudo do NIST indicam a necessidade de reconhecer e lidar com escolhas conflitantes no planejamento para o futuro”, completa.

Mas como as diretrizes de segurança deveriam ser alteradas para garantir que os compostos inflamáveis sejam usados seguramente? “Misturas de diferentes refrigerantes podem oferecer um equilíbrio entre segurança e baixo impacto climático. Por exemplo, um fluido com baixo GWP, mas inflamável, mesclado com um fluido não inflamável, porém de alto GWP, pode resultar num fluido não inflamável com um valor moderado de GWP”, explica McLinden.