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Valdemir Oliveira: Da Olimpíada à Mestre do setor

Valdemir Oliveira da Silva, supervisor na OAM Engenharia e sócio da JOB Refrigeração Cursos e Serviços, técnico em Automação Industrial, começou a atuar na área de refrigeração e climatização em 2008, através do Programa Jovem Aprendiz da IURD (Igreja Universal do Reino de Deus) no Senai RJ, onde teve a oportunidade de aprender refrigeração domiciliar. Ao término do curso profissionalizante foi convidado a participar da Olimpíada do Conhecimento, experiência que despertou sua paixão pelo setor de HVAC-R, dedicando-se a aprender cada vez mais investindo em conhecimento e atualização profissional.

“Posso dizer que minha carreira profissional iniciou após a etapa nacional da Olimpíada do Conhecimento, em 2010, quando meu professor e mestre, João Vagner, me convidou para fazer parte da equipe na Brise Climatização, uma grande experiência profissional. Em 2011, surgiu a oportunidade de trabalhar na IURD, operando equipamentos de alta capacidade como chillers e selfs-containeds, almejando atuar nesse ramo. Na IURD, fui chamado para treinar alunos para a Olimpíada Nacional do Conhecimento, no Senai RJ, e fiquei fascinado por já ter sido aluno e participado de tudo aquilo, época em que ingressei no mundo da docência, permanecendo de 2011 a 2015. Durante esse tempo procurava outros horizontes, estudando novas tecnologias, prestava serviços externos, dava suporte técnico e assessoria à outras empresas, como a OAM Engenharia, onde atuo até hoje como supervisor, além da minha própria empresa, a JOB Refrigeração Cursos e Serviços, em sociedade com Jobney Palmeira, Mauro Wendel e Pedro Arruda”, informa Valdemir.

Atualmente, ele conta que cerca de 70% de sua rotina em campo é dedicada a equipamentos de grande porte como self, fan-coil e chiller em centrais de água gelada, além de splitões, VRF e sistemas de refrigeração industrial operando com etileno glicol.

“Além dos serviços em campo, me dedico também aos treinamentos e cursos na Escola JOB Refrigeração, onde ministramos os cursos de split convencional, split inverter, VRF, chiller e treinamentos personalizados para empresas”.

Serviços essenciais

Em 2020, no início da pandemia, Valdemir sentiu uma queda na demanda de serviços, causando certa insegurança em relação ao futuro.

“Não sabíamos o que estávamos enfrentando, todos os dias o medo de sair para o trabalho e se contaminar com a Covid-19, mas após a liberação dos serviços essenciais, a demanda aumentou e se intensificou, pois muitos equipamentos não poderiam parar sendo de extrema importância para a funcionalidade das indústrias e empresas. Continuamos trabalhando com período reduzido e dei continuidade a alguns projetos, desenvolvendo cursos e treinamentos. Os meios digitais tornaram-se uma ferramenta preciosa nas mãos de quem sabe usar e hoje podemos pesquisar sem sair do lugar, encontrar manuais, explicações no YouTube, se comunicar através do WhatsApp, e-mail, Facebook, entre outros. Os canais de digitais são prateleiras onde expressamos o que mais vemos no nosso dia a dia, minha página no Instagram, Facebook e meu canal no YouTube são meios que uso para esclarecer e veicular informações sobre esse universo gigantesco, sempre aprendendo algo novo e gerando atualização profissional, além de especialização em diversas áreas do setor”, comenta.

E ele não se intimida ao dizer que um de seus hobbies é estudar refrigeração!

“A Rayane, minha esposa, até brinca comigo e diz que meu maior amor é a refrigeração! Brincadeiras à parte, temos dois filhos abençoados, o Ruan Gabriel e a Ana Clara, família que construímos com muito amor e dedicação. No meu tempo livre gosto de ir à praia com eles ou fazer trilhas de moto. Gostaria de aproveitar a oportunidade e passar para nossos companheiros de profissão que tudo que se faz com amor e dar sempre o seu melhor a recompensa é certa. Que felicidade quando estou ministrando treinamento e encontro um aluno com olhos de paixão pela profissão, isso me motiva cada vez mais a ajudar nossa classe e continuar dedicando meu tempo, fazendo com que as informações de qualidade cheguem aos profissionais do nosso mercado. Então, meus amigos, estudem o máximo que puderem, pratiquem com dedicação, o que um dia era um sacrifício se tornará prazeroso”, conclui.

Casado com Rayane, ele é pai de Ruan Gabriel e a Ana Clara

Alta demanda por data centers no Brasil impulsiona mercado de água gelada

Principal mercado de data centers da América Latina, com mais de 40% do investimento total na região, segundo levantamento da ReportLinker com números de 2020, o Brasil continua atraindo investimentos neste segmento. Atualmente, 17 provedores terceirizados operam em 44 instalações no País, e estes números não vão parar de crescer nos próximos anos, de acordo com especialistas em tecnologia.

Esta transformação digital está impulsionando o HVAC-R especializado nesses equipamentos, uma vez que eles precisam trabalhar a baixas temperaturas para atingir máxima eficiência operacional. A expectativa é que este processo ganhe ainda mais corpo a partir do segundo semestre, com o início da implantação das redes móveis 5G e a consequente necessidade de transmissão e armazenamento de dados a altas velocidades.

A perspectiva do mercado do frio é que a alta demanda por data centers abra oportunidades que vão desde a busca por serviços de manutenções preventivas, aquisições de ferramentas adequadas para manter a operacionalidade e, por consequência, a necessidade de mão de obra especializada nos mais variados equipamentos destinados a resfriar todos os tamanhos de redes de dados.

De acordo com recomendação da Associação Americana de Aquecimento, Refrigeração e Ar Condicionado (Ashrae, na sigla em inglês), a temperatura ideal na entrada de ar dos equipamentos críticos de um data center deve ficar entre 18 °C e 27 °C, com umidade relativa do ar entre 40% e 55%. Fora desses padrões, o superaquecimento causará lentidão e, em situações mais graves, a queima de componentes e a perda de dados.

Além disso, indicadores de mercado mostram que o consumo de energia de um data center pode chegar a 50% para os equipamentos de TI, 37% no ar-condicionado, 10% em transformadores e demais equipamentos e 3% na iluminação e em acessos.

Chiller York YZ com compressor acionado por mancais magnéticos

Para tanto, as empresas têm sido atendidas por aparelhos robustos, que cumprem seu papel em sistemas de água gelada compostos por fancoils, chillers, self-contained de precisão, trocadores de calor, torres de resfriamento abertas, dutos, difusores, grelhas e filtros, além de racks de refrigeração com condensação a água.

“Data center é um segmento todo particular do mercado e requer a devida atenção como missão crítica. A resposta tem que ser mais rápida na instalação, mais eficiente e com reduzido tempo de inatividade”, argumenta o gerente de produto e aplicação da Johnson Controls-Hitachi Ar Condicionado do Brasil, João Carlos Antoniolli.

A multinacional tem uma forte atuação neste segmento, com orientação global da matriz, de forma a contribuir com a melhor solução, caso a caso, atendendo às premissas de Power Usage Effectiveness (PUE) e Partial Power Usage Effectiveness (pPUE) para cada projeto.

“Existe a preocupação com os ambientes geradores de altas taxas de calor sensível, como as placas eletrônicas dos computadores, além da necessidade de escolher os chillers que apresentem o melhor resultado para cada local de implantação selecionado. Hoje, utilizam-se mais chillers com condensação a ar, com velocidade variável, ou ainda, com o opcional free cooling”, explica o executivo.

Segundo ele, a resposta rápida vem através da redundância de máquinas, que permite partidas rápidas em caso de queda de energia. “A eficiência se busca com produtos dedicados a este perfil de aplicação, incluindo o atendimento às necessidades acústicas de cada instalação. Em data centers de grande porte, com múltiplos chillers com condensação a ar, outra preocupação se dá com o comportamento do vento ao longo do ano, e por isso busca-se a tecnologia da simulação CFD para identificar e projetar sistemas que evitem o curto-circuito do ar quente na descarga dos ventiladores”, salienta.

Para Antoniolli, em referência a chillers e fancoils ou AHU, a tendência é a escolha de máquinas com menores consumo de energia e de custos de manutenção, além de fluidos refrigerantes com baixos potencial de aquecimento global (GWP, na sigla em inglês) e nível de ruído.

“Ao se trabalhar com equipamentos de água gelada, utilizamos componentes que permitam entregar máquinas que possam produzir temperaturas bem próximas do congelamento, por volta de 3,5 °C. Em muitas situações, utilizam-se soluções como etilenoglicol, propilenoglicol, metanol etc., para trabalhar com temperaturas negativas por volta de 10 °C negativos”, complementa.

O gerente de vendas para HVAC da Danfoss no Brasil, Eládio Pereira, concorda plenamente com seu colega, ao enfatizar que o segmento de data center encontra-se em franca expansão no Brasil, a partir do aumento das atividades on-line nos setores varejistas, de consumo, serviços e entretenimento.

“Esta digitalização aumentou a demanda por data centers mais robustos e com alta confiabilidade, e portanto, precisarão de um correto controle de temperatura, de modo que haja melhor eficiência energética. Hoje, nosso foco é oferecer componentes que proporcionam maior precisão no controle e eficiência energética em níveis altos, como o uso de compressores de mancais magnéticos e de velocidade variável”, exemplifica.

O gestor da multinacional dinamarquesa acredita que a redução da temperatura do processo em sistemas de água gelada está ligada diretamente ao projeto e à temperatura indicada para cada um deles. “Nossa missão é oferecer equipamentos e componentes que proporcionem o atingimento das temperaturas ideais com o menor consumo energético possível, usando fluidos refrigerantes mais alinhados com a proposta de proteção ambiental e sustentabilidade. Em compressores variáveis, por exemplo, podemos atingir níveis de redução de consumo de energia de até 30%, dependendo de cada projeto”, enfatiza.

Atualmente, a Danfoss possui de 90% a 95% de todos os componentes, compressores e trocadores de calor utilizados na fabricação de chillers, splitões ou VRFs de seu portfólio, bem como dispõe de uma gama completa para projetos e sistemas HVAC-R com água gelada.

“Atuamos com vários produtos, como trocadores de calor (placas soldadas, com gaxeta e microcanais), que, pelo seu desenho, aumentam a troca de calor e diminuem a carga de refrigerante; válvulas de expansão, eletrônica e mecânica, que otimizam a injeção de refrigerante no evaporador; compressores (scroll e magnético); controladores eletrônicos para chiller e automação de equipamentos; inversores de frequência e válvulas de controle de vazão; balanceamento hidrônico e difusão de ar”, elenca o gerente regional de aplicação e serviços da Danfoss na América Latina, Eduardo de Castro Drigo.

Outra fabricante que tem se beneficiado do aumento da procura por equipamentos para resfriamento com água gelada, a Tosi reporta crescimento significativo da participação de sua linha de produtos para data centers e eletrocentros no faturamento da companhia.

Marcos Santamaria Alves Corrêa, engenheiro de aplicação e de produto da Tosi

Sediada em Cabreúva (SP), a empresa oferece uma linha completa de produtos para difusão de ar, como grelhas, difusores, tomadas de ar externo, além de equipamentos de expansão direta e indireta para diversos segmentos, como prédios comerciais, hospitais, data centers, eletrocentros e aeroportos.

“Por conta da expansão deste mercado, estamos desenvolvendo uma nova linha de CRAH – Computer Room Air Handlers, conhecidos no Brasil como fancoils de precisão, estendendo sua capacidade para equipamentos com mais de 50.000 m³/h de vazão de ar”, antecipa o engenheiro de aplicação e de produto da Tosi, Marcos Santamaria Alves Corrêa.

O gestor lembra que sistemas de expansão indireta podem ser mais eficientes energeticamente do que os convencionais de expansão direta, desde que utilizem compressores mais eficientes, como os parafusos ou centrífugos, ou trabalhem em condições operacionais que melhorem a eficiência energética do próprio ciclo de refrigeração, como tem ocorrido nos grandes data centers operando com temperaturas de água gelada acima de 15 ºC. “Mas este ganho efetivamente só se torna uma realidade para sistemas com capacidades maiores, normalmente acima de 100 TR”, comenta.

Com unidade fabril instalada em Curitiba (PR) e central de vendas na cidade de São Paulo, a Trox é uma das líderes em desenvolvimento, fabricação e venda de componentes de distribuição de ar, filtragem, equipamentos e sistemas de ar condicionado.

A fabricante de origem alemã conta com portfólio de filtros de alta eficiência para diversos ramos de aplicação, unidades de tratamento de ar modulares e sistemas de expansão direta e indireta com tecnologia inverter de alta eficiência e conectividade com IoT.

A companhia também está aproveitando a expansão do mercado de data centers no Brasil para abrir novas frentes de negócios. “O segmento é, sem dúvida, um dos que mais cresceram nos últimos tempos, e como temos produtos específicos para aplicações desta natureza, nos colocamos como uma das opções de escolha para os clientes e investidores”, destaca o gerente de marketing e e-commerce da Trox, Fernando Bassegio.

Quais os caminhos para o setor de alimentos e bebidas prosperar?

Por mais que as instalações de Refrigeração Industrial obedeçam ao mesmo princípio há mais de 150 anos, alguns pontos nesta competência evoluíram. Quer sejam por questões econômicas ou sustentáveis – ou mesmo as duas juntas -, o fato é que para além de satisfeitas as necessidades industriais, no tangente à refrigeração e qualidade final do produto, equipamentos e sistemas podem e devem oferecer mais.

Por isso, o gerente da Mayekawa do Brasil, Ricardo César dos Santos elenca abaixo alguns pontos que fazem toda a diferença quando o assunto é excelência em Refrigeração Industrial.  Vamos a elas:  

Automação – O futuro imediato às novas instalações em indústrias de alimentos e bebidas – Com os constantes avanços tecnológicos na indústria de alimentos e bebidas é imprescindível que as empresas precisam estar atualizadas para manterem-se competitivas no mercado. Facilitadores envolvendo automação, inteligência de sistemas e integração de informações são desafios que precisam ser vencidos com o que há de melhor em tecnologia, engenharia e gestão, introduzindo assim a indústria 4.0. “Desde sempre antecipamos tendências tecnológicas, como estas, para desenvolver projetos que alinham o conhecimento de processos à base técnica de engenharia”, afirma Ricardo. Dados em nuvem também é um dos avanços que integram a modernização da indústria, assim como o IoT (Internet of Things) que incorpora a sensores, softwares e outras tecnologias com o objetivo de conectar a troca de dados com outros dispositivos e sistemas pela internet.

Sustentabilidade – Uma importante questão sobre a qual as indústrias de alimentos e bebidas devem estar atentas é a sustentabilidade. A eficiência energética é outro desafio que vem ganhando força nas fábricas, devido a necessidade de redução dos custos de produção, das políticas de sustentabilidade e da preocupação ambiental. As indústrias de bebidas, por exemplo, utilizam de forma considerável sistemas de refrigeração, vapor e de ar comprimido. Boa parte do consumo destas manufaturas está em função destas utilidades. Há tempos a Mayekawa realiza projetos sempre baseados na utilização de fluidos refrigerantes naturais e ecológicos, como é o caso, da Amônia (NH3 – R717), do Dióxido de Carbono (CO2 – R744) e do Propano (C3H8 – R290), que têm como alvo a otimização do consumo energético, principalmente água e utilidades, redução de custos, aumento de produtividade e sustentabilidade, confiabilidade e durabilidade do sistema/equipamentos, melhorias de operação. Ainda em função de questões sustentáveis, como a economia de energia, desempenho e mais segurança do sistema a utilização de baixa carga de fluido refrigerante, é um tema relevante a ser considerado, no que tange aos avanços nos sistemas de refrigeração em indústrias de alimentos e bebidas. “Por isso, buscamos excelência neste tripé, através do nosso Centro de Pesquisa e Desenvolvimento, o resultado é que nossos sistemas sempre se diferenciaram pelo desempenho, segurança e eficiência energética”, garante Santos.

Fluidos Refrigerantes – Este tópico apresenta tendências desenhadas para o futuro próximo em instalações industriais, pois um sistema de refrigeração integrado a válvulas, sensores, controles automatizados, ou seja, que possam tomar ações autônomas sobre o ponto ideal do sistema de refrigeração, com a mínima necessidade de um operador, alinhado a redução de fluido refrigerante natural e segurança ambiental e de operação. Outro ponto é a introdução cada vez maior de sistema indiretos e fluidos secundários, que além de permitir baixíssima carga de refrigerante primário, proporciona segurança operacional e instalação simples. Dentre os fluidos secundários, temos:

Médias/Altas temperaturas: Etanol, Propileno Glicol; Mono Etileno Glicol;

Baixas temperaturas: CO2; Acetato de Potássio; Formato de potássio; Etanol;

Seguindo as tendências mundiais, as indústrias de refrigeração têm desenvolvido soluções de engenharia, utilizando fluidos refrigerantes naturais para um grande range de temperaturas em aquecimento e resfriamento. Os refrigerantes naturais mais utilizados nestas soluções são a Amônia (NH3 – R717), o Dióxido de Carbono (CO2 – R744) e o Propano (C3H8 – R290).

Estes refrigerantes naturais são aplicados em aquecimento, secagem, fornecimento de água quente, ar condicionado, resfriamento, refrigeração, congelamento e criogenia, em um range de temperaturas de +90 ℃  a -100 ℃.

Neste caminho o sistema de resfriamento indireto, que utiliza refrigerantes naturais no sistema primário em instalações de refrigeração industrial, tem sido uma ótima solução para a redução do GWP e do ODP, agregando alta performance energética.

“Quando olhamos para consumo energético, nos deparamos cada vez mais em aprimoramentos e reaproveitamentos do próprio sistema para suprir outros pontos. Podemos ter uma significativa melhora, substituindo o sistema de degelo, dos forçadores de ar, de elétrico para solução quente, realizando o aquecimento deste fluido, por meio de um trocador de calor placas brasadas, pelo calor da descarga ou do resfriamento de óleo do compressor. Além disso, também permite aproveitar o calor do sistema, que seria dissipado pelo condensador”, avalia o gerente da Mayekawa do Brasil.

Tecnologia Houve um tempo em que a amônia era usada apenas para sistemas de refrigeração industrial em grande escala. “A tecnologia de amônia de baixa carga significa que se pode aproveitar os benefícios deste refrigerante de forma segura e eficiente com a utilização de sistemas de refrigeração de pequena e média capacidade, por isso oferecemos uma ampla gama de URL ‘Unidades Resfriadoras de Líquido’, chillers, utilizando a amônia, como fluido refrigerante natural e com potencial zero tanto de destruição da camada de ozônio (ODP) quanto de aquecimento global (GWP). Nossos equipamentos fornecem alternativas de alta eficiência energética podendo ser aplicados para retrofit de instalações que utilizam fluidos refrigerantes sintéticos”, informa Ricardo. Ele acrescenta: “Ainda, nossos chillers podem ser desenvolvidos em sistema carenado, para instalação sob intempéries, construídos em estruturas metálicas robustas, gabinete de aço-carbono com pintura eletrostática e isolamento termoacústico, proporcionando um equipamento silencioso, atendendo a câmaras frigoríficas (resfriamento ou congelamento) em setores de logística (Centros de Distribuição)”, observa.

Futuro próximo – será um tempo em que haverá maior disponibilidade de desenvolvimento de sistemas de refrigeração com carga reduzida de fluido refrigerante natural, somado a um sistema de controle e automação, com os últimos avanços da indústria 4.0. Promovendo, assim, sistemas seguros – ambiental e operacional -, com baixo custo de construção e operação. Como se vê, estes novos caminhos da engenharia para os sistemas de refrigeração industrial evoluíram, oferecendo às indústrias melhores desempenho, gestão e controle no processo; também, redução em insumos, como água e energia elétrica,  disponibilizando ao consumidor final maiores segurança, confiabilidade e qualidade nos produtos consumidos.

Em plena retomada, setor tem 2021 acima das expectativas

Mesmo com todas as dificuldades causadas pela pandemia, como a falta e encarecimento de matéria-prima, HVAC-R finaliza positivamente o ano, enxergando 2022 com mais cautela.

Crescimento do setor de entrega de comida durante a pandemia ajudou a impulsionar mercado de refrigeração comercial

Ainda que a pandemia de covid-19 tenha continuado a afetar fortemente, em 2021, o equilíbrio da oferta e demanda mundial de matéria-prima, componentes e suprimentos, como semicondutores, cobre, alumínio e peças derivadas de aço, a cadeia produtiva do frio nacional finaliza o ano de forma muito positiva.

A avaliação foi colhida pela Revista do Frio entre players da indústria e do varejo, para quem a aceleração da vacinação ao longo do ano e a consequente reabertura da economia foram decisivas para que o setor tornasse a operar com números mais confortáveis.

Esta percepção é chancelada pelo último Boletim Econômico da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava). Divulgado no final de novembro, o documento apresentou análises sobre a situação macroeconômica do País e do HVAC-R.

De acordo com a publicação, o segmento de ar condicionado deve encerrar 2021 com crescimento acima de 20% para produtos residenciais, e 5% para equipamentos centrais. Para 2022, espera-se um impulso extra pelo forte crescimento dos lançamentos imobiliários, projetando expansão acima de 5% para os equipamentos residenciais e 3% para os centrais.

“Voltamos a um nível de vendas superior a 2019 e crescemos fortemente neste ano em comparação a 2020”, celebra o diretor sênior para divisão de climatização da Danfoss na América Latina, Renato Silveira Majarão, citando como desafio adicional do mercado a pressão exercida nas margens devido à escalada de preços de diferentes commodities.

Ao longo do ano, a companhia continuou adotando o home office em praticamente todas as atividades de escritório, graças aos diferentes sistemas de informação que implementou, ação que proporcionou às operações obter alta performance.

“Também fortalecemos as atividades relacionadas à cadeia de suprimentos, com o objetivo de garantir as entregas em linha com as expectativas de nossos clientes. Esta iniciativa foi levada adiante porque a linha de produtos da Danfoss é fabricada em diferentes países ao redor do mundo”, acrescenta Majarão.

Internamente, a empresa criou diferentes times de trabalho e tratou o tema como algo crítico envolvendo diversos níveis da organização, processo que abriu a oportunidade para se buscar diferentes soluções.

“Como resultado, melhoramos o nível de entrega. O problema persiste e, em nosso entendimento, 2022 seguirá sendo afetado, ao menos durante o primeiro semestre. Além da escassez, toda a situação da cadeia de suprimentos impactou fortemente as margens de vários produtos, o que também tem sido tratado como um tema crítico internamente”, descreve o gestor da Danfoss.

Embora siga o calendário fiscal japonês, que é finalizado em março de cada ano, a Nidec Global Appliance, dona da marca Embraco, projeta fechar o período equivalente a 2021 com 10% de crescimento nas vendas.

“A pandemia fez as pessoas ficarem mais tempo em casa e muitas optaram por trocar seus eletrodomésticos por modelos maiores e mais modernos. Ao cozinhar mais em casa, passaram a comprar mais alimentos frescos e a consumir mais em mercados menores da vizinhança, demandando mais dos equipamentos de refrigeração do varejo de alimentos em geral”, analisa o diretor de vendas e engenharia de aplicação para refrigeração comercial e distribuidores na América Latina, Sander Maluta.

De acordo com ele, outro segmento com forte crescimento foi o de delivery de alimentos, que demandou equipamentos de refrigeração nas cozinhas dos estabelecimentos. “Da mesma forma, os resultados positivos alcançaram o segmento de aplicações médicas e científicas, para a devida conservação de vacinas, medicamentos, bancos de sangue e outros itens indispensáveis nesse período, incluindo os equipamentos de refrigeração de ultra baixa temperatura, necessários para alguns tipos de vacinas da covid-19”, complementa.

O diretor da multinacional pondera que tudo isso impactou positivamente o mercado de compressores e unidades condensadoras da marca Embraco, tanto para refrigeradores residenciais quanto para equipamentos de refrigeração comercial, incluindo o varejo de alimentos, serviços de alimentação, expositores e aplicações médicas.

Ao enfrentar a ruptura das cadeias produtivas e logísticas provocada pela pandemia, a Nidec Global Appliance adotou um projeto estratégico denominado double country source. “No caso dos nossos clientes, procuramos produzir modelos estratégicos em pelo menos dois países. O mesmo estamos fazendo com relação aos fornecedores. Quando são materiais estratégicos, incluímos dois fornecedores de países diferentes. Sempre para mitigar riscos”, pontuou Sander.

Na mesma esteira de crescimento, a Mayekawa do Brasil fecha 2021 com saldo bastante positivo. Ao acreditar na retomada, a empresa deu início à expansão de sua unidade fabril em Arujá (SP) e conseguiu dar continuidade aos projetos iniciados antes do evento pandêmico. Além disso, contratou novos profissionais, processo que deve acontecer ainda em 2022.

“Nosso trabalho é realizado dentro de um planejamento com todas as áreas e entre elas. Este delineamento é realizado antes de começar o ano, durante e, mesmo depois dele, avaliamos o período para entendermos o que deu ou não certo. Esta organização fez com que conseguíssemos atuar de forma eficaz”, afirma a coordenadora de marketing da empresa, Caroline Braga.

Voltada ao mercado em soluções de engenharia térmica, a Mecalor também colheu ótimos resultados em 2021 e projeta fechar o ano com crescimento de dois dígitos nas vendas em relação ao mesmo período de 2020, resultado acima da expectativa.

Os bons ventos abriram para a companhia oportunidades de expansão, a exemplo da aquisição da Transcalor e as parcerias com a canadense Smardt, especializada em chillers com tecnologia de compressores oil-free, e com a suíça HB-Therm, do segmento de controladores de temperatura para o mercado de injeção plástica.

O diretor comercial Marcelo Zimmaro alega que a empresa precisou absorver aumentos muito significativos de custos de matéria-prima relacionados a commodities, como aço, cobre e alumínio, e de eletroeletrônicos, a exemplo de controladores de temperatura e CLPs.

“Procuramos segurar ao máximo os repasses ao mercado, mas isso impactou no preço final dos nossos produtos. Também operamos com um alongamento de prazo de entrega de alguns fornecedores importantes, devido à falta de produtos, o que nos obrigou a ser mais eficientes no planejamento de vendas e compras”, explica.

O ano que termina também foi muito positivo para os negócios da Elgin, impulsionados pelo posicionamento de mercado da empresa e pela credibilidade conquistada em sete décadas de mercado. A multinacional reporta o expressivo crescimento de 60% em comparação a 2020.

Segundo a companhia, 2021 foi marcado por uma grande retomada proporcionada pela demanda reprimida, com muitos investimentos em infraestrutura de TI, prédios, softwares e contratação de pessoal.

Além disso, houve aumento da disponibilidade de produtos, reforço de equipe e ganho de eficiência de trabalho.

“Nossas linhas de produção estão a todo vapor e é possível confirmar isso pelas diversas contratações realizadas. Não tivemos demissões, porém fechamos a fábrica de São José dos Campos (SP) e mudamos as operações para a unidade de Mogi das Cruzes (SP), a fim de otimizar a nossa produção”, ilustra o diretor da unidade de refrigeração da Elgin, Omar Aguilar.

Uma das varejistas mais bem avaliadas do setor, a Eletrofrigor, de Niterói (RJ), ajustou sua estratégia durante 2021 e estudou ainda mais os detalhes do negócio, trabalhando muito com foco em organizar processos e analisar dados históricos, com o objetivo de fazer mais com menos, enquanto acompanhava o desenrolar dos cenários econômico e de consumo.

Além disso, a empresa está passando por uma transformação digital interna, com a automação de processos e mudança significativa em sua presença digital.

“Estamos fechando o ano muito animados, executando nosso plano estratégico. Estamos crescendo, com a expansão da loja Niterói, o fortalecimento da nossa frente comercial e o aumento da equipe. Apesar das incertezas do cenário de 2021, foi muito positivo para a nossa empresa. Crescemos muito”, enfatiza a CEO Graciele Davince Pereira, ressaltando que mesmo assim a empresa foi prejudicada pela falta de peças, principalmente derivados de aço.

Expectativas para 2022

Embora estejam muito otimistas sobre os negócios em 2022, as empresas do setor, de modo geral, ainda esperam encontrar algumas dificuldades, como apontou o Boletim Econômico da Abrava.

A Danfoss, por exemplo, acredita em um ano mais normal, com um crescimento menos intenso do que o visto em 2021. A Eletrofrigor informa que tem planos de seguir sua expansão e está em fase de definição de seu plano estratégico para o próximo ano.

Apesar de cautelosos por conta da instabilidade na economia e na cadeia logística, a Nidec Global Appliance planeja uma série de lançamentos em 2022, tanto para o mercado de refrigeração comercial, incluindo compressores e unidades condensadoras e seladas, quanto para o segmento de reposição (distribuidores).

Já a Mecalor espera um ano difícil pela frente, com crescimento bem menor do que 2021 e muitas incertezas geradas pelas eleições. “O objetivo será não perder market share no segmento industrial, e investir em uma nova unidade de negócios voltada para o mercado de ar-condicionado, aproveitando o lançamento de novos produtos para climatização de precisão”, pontua o gerente de desenvolvimento de negócios George Szegö.

Fabricante de equipamentos e sistemas para refrigeração industrial, a Mayekawa do Brasil continuará trabalhando fortemente nas áreas de alimentos, bebidas, lácteos, óleos e azeites, petroquímica, mineração, entre outros, oferecendo um line up completo de soluções eficientes e sustentáveis.

Muito otimista, a Elgin pretende crescer de 30% a 35% em 2022, focando em exportações e no desenvolvimento de novos produtos. Prevê inclusive o lançamento da nova família de unidades condensadoras de 23 hp a 66 hp, além de novos condensadores remotos. “Além disso, investiremos no desenvolvimento de linhas de produtos para a aplicação de fluídos naturais”, completa o diretor Omar Aguilar.

Mercado de ar condicionado se recupera e volta a crescer

Relatório aponta que o segmento de splits hi-wall se beneficiou das altas temperaturas em algumas regiões e do investimento de consumidores em suas residências durante a pandemia.

A última atualização semestral da consultoria britânica BSRIA sobre tendências para os principais mercados de ar condicionado em todo o mundo mostra que 2021 está sendo um ano de recuperação e crescimento, à medida que o mundo começa a emergir da pandemia do novo coronavírus.

O relatório aponta que o segmento de splits hi-wall se beneficiou das altas temperaturas em algumas regiões e do investimento de consumidores em suas residências, uma vez que as pessoas, quando podem, continuam trabalhando, de forma total ou parcial, em casa.

O setor de data center também está se fortalecendo, em decorrência de compras online e atividades de construção, turismo e investimentos públicos, revela o documento.

Embora muitos revendedores na China tenham estocado produtos antes de aumentar os preços, as medidas restritivas do governo contra a covid-19 paralisaram as atividades comerciais.

No primeiro semestre de 2021, o desempenho do mercado de ar condicionado comercial leve, como dutos, cassetes e unidades piso-teto de alta capacidade, parece ter permanecido lento. As vendas na Índia no primeiro trimestre de 2021 foram promissoras, mas a BSRIA relata que a segunda onda da pandemia veio no pior momento possível para o mercado de splits (meados de abril) e durou o suficiente para atingir as vendas.

A China está prestes a implementar atualizações de eficiência energética a partir de janeiro de 2022, mas a BSRIA diz que ainda não está certo se a vigência dos novos padrões será adiada, a fim de dar mais tempo para os produtores locais se ajustarem.

Também há relatos de alguns atrasos em muitos projetos em andamento que mantiveram o mercado de chillers parcialmente parado.

No Oriente Médio, a Arábia Saudita implementou padrões mais rígidos de economia de energia para combater o rápido crescimento da demanda por eletricidade.

Nos Emirados Árabes Unidos, o custo das matérias-primas, impostos alfandegários e custos de frete aumentaram significativamente, resultando em um aumento de preço de cerca de 5% a 10%em todos os produtos de ar condicionado. Na Europa, a indústria registrou vendas positivas de splits hi-wall residenciais no primeiro semestre de 2021. Alemanha e França registraram crescimento de dois dígitos nesse segmento, enquanto o mercado de chillers na Itália está mostrando fortes sinais de recuperação. No entanto, na Turquia, a queda dramática da indústria da construção gerou grande impacto no mercado de plantas centrais.

O mercado de hi-wall também registrou expansão de dois dígitos no primeiro semestre do ano na Austrália.

Nos EUA, o aumento inesperado na demanda por splits encontrou um cenário de oferta cada vez menor. A escassez global de chips e semicondutores e um aumento geral do tempo de espera para a maioria dos componentes criaram gargalos na cadeia de suprimentos.

No México, com a maioria dos grandes projetos suspensos ou atrasados, a maior parte do crescimento do mercado de chillers se deu em razão dos projetos com equipamentos de médio porte.

No Brasil, apesar da crise econômica relacionada à pandemia, a indústria de ventilação e ar condicionado vem conseguindo se manter à tona. O mini VRF modular é, atualmente, um dos modelos preferidos no País, onde os fabricantes de chillers esperam um crescimento sustentável e rentável das vendas neste ano.

Cinco chillers Daikin atendem a uma fábrica alemã

Foram instalados cinco chillers Daikin EWAH-TZ-B, todos eles rodando em R1234ze, que tem um potencial de aquecimento global baixo de 7.

Quatro chillers no telhado, cada um com 820kW de capacidade de refrigeração, garantem um ar condicionado eficiente às áreas de logística e processos produtivos. A disposição dos chillers usando o princípio de cascata, permite o controle do sistema e ativa todos ou apenas uma parte dos chillers da planta, com base na necessidade real de refrigeração do edifício.

Os equipamentos compartilham o espaço do telhado com um sistema fotovoltaico de 800 kWp.

Um chiller EWAH-TZ-B resfriado a ar fornecendo 170kW de resfriamento é usado para as salas de servidores na fábrica.

Indústria de chillers acelera adoção de refrigerantes ecológicos

Quando se trata das megatendências que estão afetando diretamente a indústria de refrigeração e climatização mundo afora, a transição para os fluidos frigoríficos de baixo ou nenhum impacto climático está bem próxima do topo da lista.

Outras três grandes tendências – automação e conectividade, eficiência energética e sustentabilidade,conforto e qualidade do ar interno – também norteiam os rumos do setor.

No caso específico dos refrigerantes, o que se vê é uma busca contínua por alternativas para substituir, por exemplo, o R-410A e o R-134a, hidrofluorcarbonos (HFCs) que têm sido utilizados há anos em resfriadores de líquido.

Essas substâncias populares serão proibidas nessas aplicações nos EUA a partir de 1º de janeiro de 2024, segundo o programa de Política de Novas Alternativas (SNAP) da Agência de Proteção Ambiental norte-americana (EPA, em inglês).

Em breve, a Emenda de Kigali ao Protocolo de Montreal deverá impor restrições aos gases fluorados com efeito estufa, fato que também influencia os tomadores de decisões.

Em abril, a Dunham-Bush, fabricante de chillers sediada na Malásia, divulgou que irá adotar o R-513A na linha DCLCG de equipamentos centrífugos resfriados a água comercializada na região Ásia-Pacífico.

Esta é mais uma grande indústria de chillers a anunciar a adoção do fluido refrigerante à base de hidrofluorolefina (HFO) como alternativa ao HFC-134a, devido ao seu baixo potencial de aquecimento global (GWP) e outras vantagens.

Em 2014, a Trane foi pioneira na adoção de uma HFO pura de baixo GWP, o R-1233zd(E), com o lançamento da Série E do chiller centrífugo resfriado a água CenTraVac.

Segundo a empresa, esta foi a primeira máquina do mundo a utilizar este refrigerante como uma alternativa ao hidroclorofluorcarbono (HCFC) R-123, atendendo às exigências de aplicações de altas capacidades até 14 mil kW.

Trane anunciou investimento de US$ 500 milhões em pesquisa e desenvolvimento de produtos de menor impacto climático

Atualmente, o portfólio de chillers XStream resfriados a água e dos equipamentos Sintesis resfriados a ar da marca está otimizado para operar com o R-1234ze, outra HFO de baixo GWP.

“Em 2015, a Ingersoll Rand anunciou um investimento de US$ 500 milhões até 2020 em pesquisa e desenvolvimento de produtos que reduzam as emissões de refrigerantes com alto impacto climático”, salienta Rodrigo de Carvalho Dores, executivo de vendas da Trane no Brasil.

No mesmo ano, sua empresa também adotou o blend R-513A em um chiller resfriado a ar da linha Sintesis.

No ano passado, a Johnson Controls informou que seus chillers centrífugos e parafuso York de 440 kW a 21.100 kW também passariam a ser compatíveis com a mistura entre HFO-1234yf e R-134a.

Segundo a indústria, os lançamentos expressam seu compromisso de desenvolver soluções que atendam melhor às necessidades dos seus clientes e do meio ambiente, com base em segurança, eficiência, confiabilidade, disponibilidade e custo.

“As HFOs são, frequentemente, misturadas com componentes tradicionais, como o R-134a ou R-32, para dar algumas boas propriedades especiais para um dado uso de temperatura”, lembra Celina Bacellar, gerente de refrigeração industrial para a América Latina da Johnson Controls.

“Entretanto, quanto mais baixo o GWP do fluido, mais inflamável ele tende a ser. O R-1234ze, por exemplo, é muito popular na Europa. Às vezes, ele é comercializado como não inflamável e ora como inflamável. A 20°C ele não é inflamável, mas em uma sala de máquinas quente, a 30°C, assume esta condição. Por isso, é sempre bom confirmar as informações que recebemos.”

A companhia também aposta na amônia (R-717) e nos hidrocarbonetos (HCs), que são ambientalmente corretos, apesar de seus pontos críticos relacionados à toxicidade e flamabilidade.

SABLight, chiller compacto da Johnson Controls desenvolvido na Dinamarca

Em sua unidade na Dinamarca, a Johnson Controls desenvolveu um chiller compacto – o SABLight – que trabalha com propano (R-290) como fluido refrigerante.

“Esta linha está disponível em modelos standards para regime de ar condicionado de 130 kW a 430 kW e pode trabalhar com diversas unidades em paralelo. O regime de trabalho é variável com mínima temperatura ambiente de -20°C e máxima de +50°C; a mínima temperatura de saída de solução chega a -25°C e as cargas parciais variam de 25 Hz a 65 Hz (ou 38% a 100%)”, informa.

Para minimizar os problemas ambientais e de segurança, o projeto do equipamento foi desenvolvido visando mínima carga de refrigerante. Na faixa de operação citada, as cargas vão de 20 kg a 56 kg de R-290. “Os níveis de ruído também são bastante reduzidos, variando de 45 dB(A) a 55 dB(A)”, diz.

Os chillers com amônia e trocadores de calor de placa semi-soldados são equipamentos da marca bastante eficientes e de baixa carga de

R-717.

Entretanto, frente às restrições e sobretaxas impostas ao uso de refrigerantes na Europa e EUA, a Johnson Controls desenvolveu a ChillPAC, linha que trabalha com trocadores de casco e placas. “Assim, as cargas de R-717 se tornaram ainda mais reduzidas”, ressalta.

De acordo com a gestora, equipamentos com amônia, em geral, apresentam melhor eficiência (COP) do que aqueles com refrigerantes sintéticos. “O refrigerante natural é ideal para operar tanto com compressores alternativos quanto parafusos e alcança uma ampla faixa de aplicação de baixas temperaturas (-50°C) até altas (+90°C)”, diz.

 

Eficiência e sustentabilidade em foco

Refrigerantes com baixo GWP, sem dúvida, serão a grande aposta para o futuro, mas esta mudança será gradativa e ainda não há data definitiva para que ela ocorra no curto prazo. Esta é a avaliação de Nikolas Corbacho, gerente de marketing de produto de ar condicionado da Midea Carrier.

“Algumas alternativas que existem no mercado apresentam certos riscos ou significati

Chiller York compatível com o R-531A, um blend entre HFC e HFO desenvolvido para substituir o R-134a

va perda de eficiência quando utilizadas em sistemas de grande porte ou mesmo em aplicações residenciais”, pondera.

Globalmente, a empresa tem investido na pesquisa e desenvolvimento de novos refrigerantes capazes de substituir os tradicionais R-134a e R-410A, como o recente AquaEdge com

R-1233zd(E).

“O mercado está buscando mais soluções de maior eficiência energética e menor custo operacional. Os modelos com variadores de frequência, compactos e de baixa manutenção são cada vez mais comuns”, enfatiza Corbacho, mencionando o 30XV, outro lançamento mundial na linha de chillers a ar com compressor parafuso, e o AquaSmart, chiller modular compacto de compressor scroll e produzido localmente pela empresa.

“Ambos os modelos são equipados com variadores de frequência e possuem altíssima eficiência, superando os valores base da Ashrae 90.1 2013, além de terem um reduzido custo operacional”, acrescenta.

Com o aumento nos custos de energia e água nos últimos anos, os clientes estão muito mais preocupados com a

Dupla ligação entre os átomos de carbono reduz impacto climático das HFOs

eficiência dos equipamentos, ressalta Rodrigo de Carvalho Dores, da Trane.

“Realizar investimentos em soluções mais eficientes está dando um retorno financeiro mais rápido do que era há dez anos. Por isso, ferramentas de estudo energético trazem a segurança para os clientes que estão fazendo o investimento em uma solução que trará retorno financeiro com a economia de energia e água. Além da necessidade de equipamentos mais eficientes, há a procura por implantar ou modernizar sistemas de automação para reduzir os desperdícios”, revela.

“A redução do impacto ambiental do setor está assentada em dois pilares: a busca por soluções de maior eficiência energética, por meio do uso cada vez mais frequente e difundido de compressores inverter, e a utilização de gases com menor potencial de aquecimento global”, reforça o engenheiro Leonardo Martinho Dobrianskyj, da subsidiária brasileira da Daikin.

“Mas acredito que, no Brasil, a adoção de fluidos refrigerantes com baixo GWP será mais uma imposição dos fornecedores do que dos clientes”, diz.

Recentemente, a multinacional japonesa anunciou que lançará, até o fim deste ano, uma série de resfriadores de líquido otimizados para operar com R-1234ze.

O lançamento do primeiro chiller com HFO da marca foi revelado em Londres, numa conferência realizada para os distribuidores britânicos da empresa.

A inovação marcará a primeira incursão da companhia no uso do R-1234ze, que já foi adotado, pelo menos como uma opção, pela maioria dos principais fabricantes de chillers do mundo.

Assim como as versões com R-134a, os modelos com R-1234ze serão totalmente controlados por inversores e incorporarão a mais recente tecnologia de compressor parafuso da Daikin, além da nova geração de trocadores de calor inundados de alta eficiência.

Classificado como levemente inflamável, o R-1234ze possui GWP abaixo de 1, segundo o Quinto Relatório de Avaliação (AR5) do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). Isso significa que o novo refrigerante é menos nocivo ao clima do planeta que o próprio dióxido de carbono (CO2), cujo GWP é igual a 1.

De acordo com especialistas, a estrutura química das HFOs puras contém uma dupla ligação entre os átomos de carbono. Por essa razão, as moléculas dessa quarta geração de fluidos refrigerantes sintéticos têm vida curtíssima na atmosfera, uma característica que reduz, consideravelmente, seu impacto climático.

Mercado e avanços tecnológicos

Controles mais robustos e rápidos, novas famílias de fluidos refrigerantes, novos trocadores de calor com microcanal, compressores projetados para funcionar com inversores de frequência, sejam de mancal magnético, parafuso ou scroll com motores de corrente contínua (DC), aplicação de nova família de ventiladores com inversor integrado e possibilidade de monitoramento remoto via web.

Todos esses avanços tecnológicos permitem que as novas gerações de chillers sejam mais eficientes que as anteriores, conforme avalia Luciano de Almeida Marcato, presidente do Departamento Nacional de Ar Condicionado Central da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento.

Segundo ele, o mercado nacional de condicionamento de ar sofreu bastante com a crise econômica e a consequente redução no nível de investimento, tanto público quanto privado. “Tal efeito foi muito sentido no mercado de chillers”, lamenta.

Após dois anos de fortes quedas, o setor aguardava uma pequena recuperação em 2017, alinhada com a retomada do crescimento do PIB (Produto Interno Bruto).

“Porém, as estatísticas da Abrava nos mostram continuidade da retração do mercado de chillers, estando o ano de 2017 em torno de 10% a 11% menor que 2016, no acumulado das vendas de janeiro a junho neste primeiro semestre”, informa.

Quanto à utilização de chillers no País, houve aumento da participação dos sistemas com condensação a ar e água, em detrimento da participação dos equipamentos centrífugos importados, muito impactados pela redução do tamanho médio das obras, assim como pela desvalorização do real, que gera uma maior migração para equipamentos nacionais.

“Pela primeira vez em muitos anos, tivemos mais dois meses sem nenhum chiller centrífugo faturado ou entregue em todo o País”, afirma.

O que manteve o mercado ligeiramente “menos pior” foi o seguimento de alta eficiência, ajudado pelo caos no setor elétrico e aumento do preço da energia em 2015 e 2016, fazendo com que muitos projetos adiados fossem desengavetados ou priorizados para aumentar a competitividade e gerar redução de custos operacionais de indústrias, shoppings e edifícios corporativos.

Brasil recebe representantes de fundo global para avaliar implementação do Protocolo de Montreal

Para avaliar os resultados do Projeto demonstrativo para o gerenciamento de chillers, coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e implementado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o Fundo Multilateral para Implementação do Protocolo de Montreal enviou a oficial de monitoramento Angelica Domato e a consultora especialista no setor de chiller, Marta Comte, para o Brasil. A missão teve início na segunda-feira (8) em Brasília e termina na próxima sexta-feira (12). As avaliadoras farão visitas a Cuiabá e São Paulo, onde o projeto realizou estudos de caso.

“Como este é um projeto demonstrativo, é muito importante sabermos quais foram os desafios e os principais resultados da implementação dele”, afirmou a oficial de monitoramento do Fundo Multilateral, Angelica Domato. “Esperamos usar essa experiência para implementar outros projetos em outros países ou mesmo no Brasil”, complementou.

“O Protocolo de Montreal é tido como um acordo ambiental bem-sucedido ao longo de seus 30 anos de existência. Dentre os fatores que contribuíram para esse sucesso está, sem dúvida, o embasamento técnico e científico”, afirmou o secretário de Mudança do Clima e Florestas do MMA, Everton Lucero.

O projeto foi desenhado em 2005, mas iniciou suas atividades apenas em 2012. “Por começar a ser implementado sete anos depois, o projeto já não abordava a realidade do país, então ele precisou ser redesenhado e incluir, por exemplo, os HCFCs, pois, inicialmente estava prevista apenas a abordagem dos chillers com CFCs”, explicou a gerente de proteção da camada de ozônio do MMA, Magna Luduvice.

“Além disso, adicionamos um resultado ao projeto, o de retrocomissionamento, pois o setor demandava estudos sobre isso”, afirmou o analista ambiental do MMA, Frank Amorim.

“Retrocomissionamento é um processo de qualificação do edifício, focado em garantir o conforto do usuário, e que traz, por consequência, a eficiência energética e diminuição de custos para o edifício”, explicou o especialista em chillers Tomaz Cleto.

“O projeto realizou quatro estudos de retrocomissionamento, sendo dois deles em edifícios públicos, em Cuiabá e Fortaleza, e dois em edifícios privados, em São Paulo”, explicou o especialista em chiller Maurício Rodrigues ao apresentar os resultados de cada retrocomissionamento realizado no âmbito do projeto.

“Essa foi a primeira vez que a eficiência energética foi amplamente discutida em um projeto do Protocolo de Montreal”, pontuou o coordenador regional para os projetos do Protocolo de Montreal pelo escritório do PNUD para a América Latina e o Caribe, Kasper Koefoef.

Além da melhoria em eficiência energética e do sistema de ar-condicionado, uma das funções-chave do retrocomissionamento é capacitar a equipe de operações para manter esse sistema otimizado, afirmou Cleto.

Para capacitar o setor tanto em relação a retrocomissionamento quanto à substituição de CFC e HCFC em chillers, o projeto organizou três seminários internacionais, no Rio de Janeiro, em Fortaleza e São Paulo. Os seminários foram centrados em três principais temas para a área: fluidos refrigerantes, com ênfase em fluidos de baixo GWP; novas tecnologias de sistemas de água gelada, para reduzir consumo de energia; e aspectos operacionais e de manutenções.

“Como percebemos também que o mercado carecia de informações técnicas para a substituição de substâncias danosas para a camada de ozônio em chillers, realizamos mais dois cursos técnicos em Brasília e São Paulo”, explica Amorim. No total, cerca de 500 especialistas foram capacitados com os seminários e cursos técnicos.

O projeto deixa como legado uma série de materiais técnicos sobre sistemas de água gelada. “Toda a informação produzida pelo projeto pode ser acessada na página do Protocolo de Montreal no Brasil e do Ministério do Meio Ambiente, inclusive as palestras dos referidos cursos e seminários”, ressaltou a gerente de projeto interina do PNUD, Ana Paula Leal.

“Quando somamos tudo o que foi implementado, percebemos que foi um projeto com um impacto significativo para o país”, observou Koefoef.

 

Fonte: Nações Unidas