Indústrias diversificam portfólio de soluções VRF
Os sistemas de climatização com fluxo de refrigerante variável (VRF) já representam 14% do mercado mundial de ar-condicionado. Considerado à prova de recessão, o segmento deve seguir registrando, globalmente, taxas anuais de dois dígitos de crescimento.
A flexibilidade do produto, assim como a automação embarcada, fomenta sua aplicação em comércios, residências e outros tipos de edificações, seja em novos projetos ou em reformas.
Por essas razões, os fabricantes inovam cada vez mais seus catálogos, como a Johnson Controls – Hitachi Ar Condicionado, que lançou mundialmente, em 2 de junho, o VRF Set Free “ (Sigma).
A novidade da joint venture foi apresentada ao mercado brasileiro em sua planta de São José dos Campos (SP), durante evento que reuniu clientes da marca.
Entre as principais características técnicas do produto, destacam-se a alta eficiência energética (EER) em plena carga e em cargas parciais e o gabinete reforçado e com opção para instalações próximas ao mar.
“Um dos segredos da alta performance do equipamento é seu condensador no formato da letra grega sigma, fato que aumenta a área de troca de calor”, diz o gerente-geral da indústria no País, Luiz Cabral.
Recentemente, a Daikin – companhia que desenvolveu o pioneiro sistema de volume de refrigerante variável (VRV) há mais de 30 anos – deu outro importante salto tecnológico rumo à máxima eficiência no setor, com a adoção do Controle Automático sobre a Temperatura de Evaporação (VRT).
“Com isso, em cargas parciais, além de variar a velocidade do compressor, como nos VRF convencionais, o VRV Daikin controla automaticamente a temperatura de evaporação, fazendo diminuir o ‘lif’ do compressor”, informa o gerente de engenharia da subsidiária brasileira, Genivaldo Rosa.
De acordo com o diretor de soluções ductless da Trane no País, Matheus Lemes, os controles das máquinas VRF têm evoluído significativamente nos últimos anos.
“Hoje, temos muitas opções de integração com outros sistemas de ar condicionado, se estendendo, inclusive, ao controle via aplicativos em smartphones”, ressalta, lembrando que uma das grandes vantagens do VRF é a individualização do ajuste de temperatura dos ambientes.
“Por isso, esses sistemas têm se mostrado como uma das principais soluções em climatização para obras com muitos espaços compartimentados, como escritórios, escolas, hotéis e residências, criando uma grande harmonia com a arquitetura dos ambientes”, acrescenta o gerente comercial de VRF da Midea Carrier, Rafael Mugrabi.
Em matéria de controles, outra novidade nesse mercado é a tecnologia Dual Sensing Control, da LG Electronics, que faz com que o VRF Multi V 5 ajuste sua capacidade, levando em conta não só a temperatura, mas também a umidade.
“Essa medição de umidade, que é exclusiva da nossa marca, permite que o ar-condicionado aumente o conforto e a eficiência ao mesmo tempo, pois nas condições muito úmidas, o sistema continuará a combater a carga latente, e, nas situações de climas secos, não haverá o ressecamento excessivo do ar”, salienta o gerente de produto da empresa no Brasil, Daniel Fraianeli.
Cuidados durante a instalação
Uma boa instalação e cuidados com a limpeza da tubulação, desde o armazenamento dos tubos até o momento da evacuação, são fundamentais para a boa performance e durabilidade dos sistemas VRF.
Durante sua instalação, recomenda-se o uso de equipamentos de medição de qualidade para garantir os parâmetros de vácuo indicados pelos fabricantes.
A realização de solda por um profissional capacitado e sempre com fluxo de nitrogênio é essencial para evitar a oxidação do cobre e o surgimento de resíduos que podem contaminar o sistema se não tratados.
Os especialistas da área também lembram que o isolamento das tubulações deve ser adequado a cada microclima da instalação. “Suportes e proteção mecânica e UV aumentam a vida útil do isolamento”, destaca Rafael Mugrabi, da Midea Carrier.
Outro cuidado importante é a blindagem dos cabos de comunicação, que devem ser mantidos, preferencialmente, sem emendas, a fim de evitar falhas no controle do sistema.
Após a instalação, os técnicos e engenheiros partem para o comissionamento e startup. Nestas etapas, os profissionais do setor verificam se o sistema opera normalmente, de forma a garantir a eficiência, a durabilidade e o conforto esperados.
E assim como ocorre nas centrais de água gelada, o tratamento do ar externo em sistemas VRF deve seguir as premissas das normas regulamentadoras (NBR 16401) que definem a taxa de renovação de ar e a filtragem adequadas.