Arquivo para Tag: Abrava

SMACNA Brasil premia empreendimentos e ressalta intercooperação operacional

Em 20 de outubro último, a SMACNA BRASIL (Sheet Metal Air Conditioning Contractors’ National Association) e ABRAVA (Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-condicionado, Ventilação e Aquecimento), realizaram a 28ª edição do “Destaques do Ano 2022”, no Espaço APAS, em São Paulo – SP.

Cerca de 450 pessoas participaram da solenidade de premiação, que este ano ganhou novo formato adotado na pontuação com votação acompanhada pelos envolvidos nas obras inscritas, proporcionando maior transparência e a seriedade de sempre.

Para Edson Alves, presidente da SMACNA BRASIL, a realização do evento com a nova forma de pontuação das obras agradou todos os envolvidos, desde fabricantes, fornecedores, investidores e cliente final.

“Entendo que o evento foi um sucesso, com recorde de público. O novo método que adotamos para premiar os oito empreendimentos teve uma evolução na qualidade, além da transparência, uma vez que a votação das obras indicadas teve o acompanhamento de todos os envolvidos. Coroando o evento com a palestra do Senador Marcos Pontes, que tratou o tema tecnologia, vindo de encontro aos sistemas e equipamentos aplicados nas obras premiadas”, comemora o presidente da SMACNA BRASIL.

Alves acrescenta ainda a conquista do forte elo de integração na cadeia de agentes de mercado do setor de Aquecimento, Ventilação, Ar Condicionado, Refrigeração e Tratamento do Ar com os setores-clientes.

Nesta 28ª edição, os oito empreendimentos premiados foram avaliados cujos projetos se enquadraram aos pré-requisitos como concepção técnica, excelência de qualidade da instalação, versatilidade operacional, inovação, uso racional de energia e preservação do meio ambiente, nas categorias Conforto, Processos Industriais e Especiais, e de Retrofit.

Na categoria Retrofit / Industrial-Especial foram premiadas duas obras: Hospital Badim 1 (Rio de Janeiro – RJ), e Hospital Santa Cruz (Curitiba – PR).

Já na categoria Obra Nova / Conforto, quatro obras receberam o prêmio: Acquamotion – Parque de Águas Indoor (Gramado – RS); Edifício Multibrasil (Brasília – DF); Hotel Hilton Canopy Jardins (São Paulo – SP), e Centro de Pesquisa e Ensino Albert Einstein (São Paulo – SP)

E duas obras contempladas na Categoria Retrofit / Conforto: Shopping Center Penha (São Paulo -SP); e Castelo Mourisco – Fundação Oswaldo Cruz (Rio de Janeiro – RJ).

ONU formaliza adesão do Brasil à Emenda de Kigali

Ratificação do pacto, que reduz produção de HFCs no mundo, será anunciada na 34ª Reunião das Partes do Protocolo de Montreal, no Canadá.

Após uma longa tramitação no Congresso Nacional, aguardada desde 2018, o Brasil, enfim, passa a ser o 139º país a ratificar a Emenda de Kigali ao Protocolo de Montreal. Depois de ser votada no Senado, em agosto, o governo Brasileiro, por meio do Ministério das Relações Exteriores, fez o depósito da documentação legal necessária nas Nações Unidas, que foi aprovada em 19 de outubro.

Agora, o Brasil passa oficialmente a fazer parte da lista da Secretaria de Ozônio (Ozone Secretariat) unindo-se às principais potências mundiais, como China, União Europeia, Índia e Japão, que já ratificaram a Emenda. A ratificação acontece poucos dias antes da 34ª Reunião das Partes do Protocolo de Montreal sobre Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio (MOP 34), programada para ocorrer de 31 de outubro a 4 de novembro de 2022 em Montreal, Canadá.

“É muito importante e significativo internacionalmente que o Brasil tenha chegado à MOP 34 com a Emenda ratificada. Mostra que o país está empenhado em cumprir as metas e os prazos estabelecidos pelo pacto global e poderá a partir de agora atuar como protagonista e não meramente como espectador”, diz Dra. Suely Machado Carvalho, especialista sênior do Painel de Tecnologia e Economia (TEAP) do Protocolo de Montreal.

No evento, que vai reunir representantes dos 189 países que já aderiram ao Protocolo de Montreal (que completa 35 anos em 2022), serão analisados os termos de referência para o estudo sobre a reposição do Fundo Multilateral para a Implementação do Protocolo de Montreal no triênio 2024-2026, além de debater sobre os rumos da eficiência energética no mundo. A participação da delegação brasileira, representada por membros do Ministério das Relações Exteriores e Ministério do Meio Ambiente, incluindo o Ibama, está marcada para o dia 31 de outubro, quando serão analisados os termos da Emenda entre outros assuntos.

Assinada em Ruanda, em 2016, a Emenda de Kigali estava desde 2018 em tramitação no Congresso Nacional aguardando sua votação, o que aconteceu na Câmara dos Deputados em maio deste ano, na forma do PDL 1100/2018. Em agosto, o Senado também aprovou a Emenda na forma do PDL 179/2022 que, agora, após a ratificação na ONU, precisa ainda da publicação do decreto presidencial para sua promulgação como lei no país. Seu principal objetivo é reduzir a produção e o consumo de hidrofluorcarbonos (HFCs), gases de efeito estufa potentes comumente encontrados em geladeiras e aparelhos de ar condicionado, que aquecem o planeta até 12 mil vezes mais que o dióxido de carbono (CO2)

De acordo com o texto da Emenda de Kigali, o Brasil tem até 2024 para se adequar ao novo teto de consumo dos HFCs. A meta é atender todo o mercado brasileiro de fluidos refrigerantes sem aumento da média das importações entre 2020 e 2022, embora a tendência seja de crescimento. Esse congelamento permanecerá até 2028. As demais metas são reduzir em 10%, 30%, 50% e 80% a importação e o consumo desses gases em 2029, 2035, 2040 e 2045, respectivamente, em relação a esse teto.

Com a ratificação, o Brasil passa a ter acesso a um valor estimado de US$ 100 milhões do chamado Fundo Multilateral do Protocolo de Montreal (MLF), destinado para a adequação de fábricas, geração de empregos e capacitação da mão-de-obra. Mas, para ter acesso ao Fundo, o governo brasileiro precisa cumprir os prazos estabelecidos e elaborar um Plano de Ação Nacional para a implementação da redução gradativa dos HFCs. Esse plano – chamado KIP (Kigali Implementation Plan) e que deve passar por uma consulta pública e depois ser aprovado pelo MLF – estabelecerá os setores prioritários para iniciar a redução dos HFCs, o que exigirá tempo e negociação com os setores envolvidos da indústria.

Por isso, a ratificação da Emenda de Kigali ganhou apoio não só das entidades ambientais e de defesa do consumidor, mas também de associações industriais e comerciais. “O apoio das entidades empresariais foi fundamental para mostrar a face industrial e econômica de um tratado que é equivocadamente visto apenas como ambiental”, diz Rodolfo Gomes, diretor executivo do IEI Brasil e coordenador da Rede Kigali, formada por organizações da sociedade civil.

No Brasil,  a Rede Kigali com o apoio de parceiros do setor privado, como a Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava), a Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil), a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros) e o Sindicato das Indústrias de Refrigeração, Aquecimento e Tratamento de Ar no Estado de São Paulo (Sindratar-SP), tiveram papel fundamental em todo o processo da ratificação da Emenda, desde sua aprovação no Congresso até sua promulgação, haja vista que o Brasil já possui meta a ser cumprida em 2024 e ainda precisa elaborar seu plano nacional de redução de HFCs.

O avanço tecnológico e a normatização vão evitar que o mercado consumidor brasileiro se torne destino de aparelhos obsoletos, de baixa eficiência energética e poluentes. Equipamentos com fluidos refrigerantes que atendem à Emenda são normalmente mais eficientes e o uso desses aparelhos resultaria em economia de R$ 57 bilhões no país até 2035, recursos que poderiam ser investidos em demandas mais urgentes da sociedade (conforme estudo de 2020 do Lawrence Berkeley National Laboratory). Ainda segundo o estudo, a mudança pode evitar também a necessidade de se investir 4,5 gigawatts (GW) de novas usinas para operação no horário de pico no período considerado, o que significa mais do que toda a capacidade instalada de termelétricas a óleo combustível existentes no país.

Para o meio ambiente, estima-se que o cumprimento da Emenda evitaria um aumento de 0,4 a 0,5 °C na temperatura média do planeta em 2100, um grande potencial na medida em que o mundo inteiro tem o desafio de evitar que esse aumento ultrapasse 1,5 °C, conforme estabelecido no Acordo de Paris.

Senai-SP promove Semana Tecnológica de Refrigeração e Climatização

A Escola Senai Oscar Rodrigues Alves vai sediar, entre 5 e 8 de outubro, a 10ª Semana Tecnológica de Refrigeração e Climatização.

O evento, promovido com apoio da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava), vai reunir empresários, estudantes e especialistas na instituição de ensino da zona sul de São Paulo.

Segundo os organizadores, o objetivo do encontro deste ano, cujo tema é “Novas tecnologias, meio ambiente e boas práticas no AVAC-R”, é apresentar novidades e tendências do setor, reforçando o relacionamento entre empresas, colaboradores e fabricantes, além de estimular o desenvolvimento profissional.

A maratona de palestras técnicas começa na próxima quarta-feira, às 19h30. 

Smacna Brasil promoveu encontro com foco no cliente final

Organizadores comemoram sucesso da 1ª edição do Smacna Day com resultados positivos.

A Smacna Brasil (Sheet Metal and Air Conditioning Contractors’ National Association), comemora a 1ª edição do Smacna Day, realizada dia 15 de setembro de 2022, no Milenium Centro de Convenções, em São Paulo (SP).

Dirigido para o usuário final dos sistemas de HVAC-R, cerca de 150 profissionais foram conferir a “Jornada”, trazendo como tema central “O Ciclo de Vida do HVAC em Edifícios”, desde o projeto, contratação, instalação, manutenção e retrofit, além de incluir os processos de implementação de práticas ESG para a governança ambiental, social e corporativa das edificações.

O Smacna Day contou com as presenças de Arnaldo Basile, presidente da Abrava, e de Walter Lenzi, presidente da Ashrae Brasil Chapter, prestigiando o evento.

Edson Alves, presidente da Smacna Brasil, abriu o ciclo de palestras enfatizando a importância em aproximar o cliente final, facilities, comissionadores, administradores prediais, gerenciadores de obras, investidores, incorporadoras, entre outros, proporcionando oportunidade de conhecimento para melhorar a decisão no ato da contratação do sistema de HVAC.

“O Smacna Day foi pensado para promover uma relação mais estreita inteiramente direcionada às demandas do cliente final, ou seja, usuários de sistemas de HVAC, abrindo oportunidades para esse público obter conhecimento e orientações que atendam às suas necessidades na contratação de projetistas, instaladores e comissionadores. Isso reverte em melhoria da qualidade das edificações para o usuário, administrador e até a infraestrutura pública. O evento superou nossas expectativas, nos surpreendeu e cumpriu seu propósito. Com resultados positivos, já estamos nos preparando para a 2ª edição em 2023”, comemora Alves.

Após a abertura, a Jornada começou com Luiz Henrique Ceotto (Urbic) desenvolvendo o tema “HVAC dentro do Ciclo de Vida de um Empreendimento”; seguido por Raul José de Almeida (Teknika), abordando “Metodologias e Tendências nos Projetos de HVAC – Uma nova Visão”; finalizando a parte da manhã com Felipe Raats (Newset), que tratou o tema “Em Busca da Excelência nas Instalações de HVAC – Boas Práticas”.

Continuando o ciclo de palestras, Thiago Portes (COMIS) falou sobre “A Importância do Comissionamento para Garantia de Performance”; seguido por Caio Abreu (Artemp) abordando “Manutenção – Despesa ou Investimento?”; prosseguindo com Diego Amaral (E-Vertical), trazendo o “Monitoramento Remoto – Novas Tendências”.

Cumprindo o ciclo de vida do sistema de HVAC, Adler Linhares (WRS) falou sobre “Retrofit – Quando e Como fazer?”.

Encerrando o seminário, Márcia Menezes (CTE) expôs o assunto tão em voga atualmente com a palestra “ESG x HVAC – O que é e como Praticar”.

Ao final de cada palestra, o público presente teve a oportunidade de interagir com os palestrantes e obtendo mais conhecimento sobre os assuntos abordados.

Expositores e boas oportunidades

Paralelamente as conferências, o Smacna Day contou com a exposição de produtos e serviços das empresas patrocinadoras Belimo Brasil, Best Clima, Daikin, Danfoss, Heating Cooling, Midea Carrier, Mercato Automação, Newset, Star Center e Trane do Brasil.

Para os expositores, o Smacna Day trouxe um público diferenciado, proporcionando às empresas boas oportunidades de estreitar o relacionamento com o cliente final, bem como na geração de novos negócios e ampliação de networking.

O avanço das salas limpas

Das indústrias farmacêuticas e de componentes para embalagens primárias, eletroeletrônica, de alimentos, suplementos, cosméticos e ração animal, até os setores aeroespacial, nuclear e de mecânica de precisão, além de centros cirúrgicos e recintos de isolamento em hospitais, as salas limpas e os ambientes controlados se tornaram, especialmente em anos recentes, personagens fortemente presentes e fundamentais em diversas áreas da economia.

Como esses ambientes precisam estar livres de sujidades, vírus, fungos e bactérias, o controle de contaminações torna obrigatória a utilização de sistemas de ar condicionado dentro das especificações técnicas exigidas, incluindo processos essenciais e meticulosamente programados, como filtragem, troca e vazão de ar.

Especialistas no assunto entendem que existe um movimento em curso, tanto do ponto de vista tecnológico quanto regulatório, com foco em eficiência total, a começar com os últimos avanços da tecnologia de automação, microambiente, microbiologia e biotecnologia, os quais apresentam cada vez mais soluções, muitas delas paradoxalmente simples, voltadas à solução de antigos problemas de controle de contágio.

Atualmente, os projetos estabelecem a existência de alguns itens que antes eram apenas desejáveis, como sistemas responsivos com baixos consumo de energia e impacto ambiental, além de espaços controlados cada vez menores e máquinas de produção mais flexíveis e com operações automatizadas. Tais exigências estendem-se inclusive para a diminuição gradual do número de pessoas presentes nas áreas operacionais e o uso frequente de sistemas robóticos.

“As tecnologias de salas limpas no Brasil são mais aplicadas nas áreas das ciências da vida, que têm grande alinhamento com as demais partes do mundo, devido à sua vocação para exportação, mas também pela harmonização da legislação realizada pelos órgãos regulatórios mundiais, como têm ocorrido com a Anvisa e o Ministério da Agricultura aqui no país”, explica Célio Soares Martins, sócio da Análise Consultoria e diretor técnico da Sociedade Brasileira de Controle de Contaminação (SBCC), entidade que se dedica ao desenvolvimento de salas limpas e ambientes controlados.

A partir disso, salienta o dirigente, que também é representante do Departamento Nacional de Empresas Projetistas e Consultores (DNPC) da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava), o mercado já investe pesadamente para a melhoria dos processos de eficiência energética dos sistemas e de sua eficácia no controle de possíveis contaminações. Tamanha mudança de viés deverá ocorrer por meio da renovação de equipamentos e das atividades para o desenvolvimento de salas limpas e ambientes controlados, produção de utilidades, novos conceitos de projeto e melhor controle e certificação das instalações.

“Os projetos de salas limpas acompanham a tendência de modelagem 3D para atender às demandas de processos BIM (Building Information Modeling). Estas tecnologias potencializam a criação de soluções para equipes multidisciplinares, pois estimulam a mútua cooperação. Em reformas e ampliações de salas limpas e ambientes controlados associados, o levantamento tridimensional a laser, com base em nuvem de pontos, tem sido uma ferramenta importante de suporte a projetos no HVAC-R”, confirma o engenheiro Miguel Ferreirós, presidente no biênio 2019-2021 do DNPC (Abrava) e sócio da Garneira Engenharia.

De acordo com ele, a aplicação do BIM permite que projetos sejam executados com menor risco de interferências durante a execução da obra. “Mesmo empresas projetistas que operam em locais distantes podem viabilizar a sua contratação ao disporem da nuvem de pontos, desde que atendam às normas técnicas locais”, complementa.

O engenheiro lembra que o setor do frio tem se apoiado na Norma ISO-14644-16:2019 (Cleanrooms and Associated Controlled Environments – Part 16: Energy Efficiency in Cleanrooms and Separative Devices), documento que já tem permitido uma renovação de conceitos e práticas de engenharia de salas limpas pelo mundo.

Atualmente, a norma está sendo traduzida pela Sociedade Brasileira de Controle de Contaminação (SBCC) – CB-46, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). “Este documento detalha conceitos de difusão de ar, métricas e bases referenciais para indicadores de desempenho, entre outros conceitos que estimularão os engenheiros projetistas, agentes de comissionamento, pessoal da garantia da qualidade e da manutenção a buscar melhorias em suas instalações para reduzir o uso de energia e água, sem perder a segurança do processo”, analisa Ferreirós.

Carros-chefes

A pandemia de covid-19 ampliou ainda mais a visão e o entendimento dos players que compõem o segmento de salas limpas, em relação ao papel dessas estruturas na proteção dos profissionais de saúde e da população em geral. O surgimento de grande número de linhas de produção de vacinas pelo mundo só foi possível graças aos avanços tecnológicos obtidos para esses ambientes estéreis e seus usos intensivos – das fases de pesquisa à produção final dos imunizantes.

“No segmento de ar condicionado, por exemplo, destaca-se a demanda por unidades de tratamento de ar com maior vazão, disponibilidade de pressão e sistemas de filtragem mais eficientes. Também há muita procura por equipamentos de fluxo unidirecional, bancadas e cabines de segurança biológica”, lista Célio Soares Martins, da SBCC.

Igualmente demandados, os sistemas de barreiras físicas e/ou microambientes, como isoladores e RABS (Restricted Access Barrier Systems), assim como outros processos, estão sendo usados de forma cada vez mais intensiva, sendo exigidos pelas autoridades dos países que almejam conquistar espaço no mercado mundial.

“Hoje já temos máquinas em linhas de produção cada vez mais automáticas, dotadas de sistemas robóticos, que eventualmente poderão eliminar completamente a intervenção manual. Já os sistemas de HVAC-R, instalados em grandes ou pequenos ambientes, são mais eficientes quanto ao ar produzido, bem como ao consumo de energia e ao monitoramento”, descreve o vice-presidente da SBCC, Eduardo Almeida Lopes.

O dirigente destaca também o uso de salas limpas para sistemas de produção, especialmente em biotecnologia, onde historicamente são necessários grandes avanços em controle de contaminação, esterilização e processos pela automação e qualidade presente desde as primeiras fases do projeto.

Avanços

A partir da nova realidade imposta pela covid-19, os especialistas apostam em avanços que se justificarão nos próximos anos. O engenheiro Miguel Ferreirós entende que a utilização de processos produtivos mais seguros, com utilização de robôs, parece ser uma tendência.

Para ele, as paradas para manutenção de sistemas de ar-condicionado e de filtragem do ar interno são gaps que precisam ser resolvidos, uma vez que a ociosidade em linhas de produção prejudica o andamento das operações empresariais. Para tanto, os projetos de ar-condicionado para salas limpas devem contemplar tecnologias que reduzam a necessidade de paradas.

“A utilização de sistemas de monitoramento de vibração em motores e ventiladores e de filtragem, com eficiência e dimensionamento adequados para a proteção de serpentinas de resfriamento e desumidificação, é exemplo de ações que permitem aumentar os intervalos entre paradas para manutenção”, sugere Ferreirós.

“Haverá uma preocupação generalizada em diversificar as fontes de insumos, nacionalizar uma parte, na qual o país seria fornecedor internacional. Neste caso, temos que ter qualidade e preços competitivos e, mais intensamente, desenvolver fontes alternativas para muitos insumos desde circuitos eletrônicos, máquinas e peças de aço inox, sistemas filtrantes e tecidos para vestimentas descartáveis”, emenda o VP da SBCC, Eduardo Almeida Lopes, ao projetar um futuro promissor para o segmento.

Senado promulga Emenda de Kigali

Após quatro anos de intensas interlocuções com parlamentares em Brasília e inúmeras ações de conscientização promovidas junto a setores da economia brasileira, em particular a toda a cadeia de valor do HVAC-R, o texto do projeto de decreto legislativo (PDL) que aprova a adesão do Brasil à Emenda de Kigali ao Protocolo de Montreal foi promulgado na quinta-feira (4/7) pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Agora, o projeto segue para ratificação presidencial. O objetivo do acordo internacional é reduzir gradualmente o consumo e a produção mundial dos hidrofluorcarbonetos (HFCs) entre 80% e 85%, para evitar o aumento de 0,4 °C a 0,5 °C na temperatura média do planeta até 2100.

Para a Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava), o pacto climático “alavancará avanços tecnológicos de equipamentos energeticamente mais eficientes, evitando definitivamente que o mercado consumidor brasileiro pudesse tornar-se berço ou destino de aparelhos obsoletos, de baixa eficiência energética e potencialmente poluentes”.

Até o momento, 137 países ratificaram o tratado de redução de HFCs utilizados na indústria de refrigeração e ar condicionado, aerossóis, solventes e retardantes de chama.

Leylla Lisboa: Trabalho coletivo e cooperativo na gestão de equipe

Mineira, nascida em Serra Azul de Minas, Leylla Christian Lisboa, construiu uma carreira forte e sólida ao longo dos oito anos de atuação no setor de HVAC-R. Aos 37 anos, é sócia da Circuito Soluções em Climatização, localizada em Belo Horizonte (MG).

Formada em Administração de Empresas e Engenharia Mecânica, Leylla iniciou sua carreira profissional em 2015 com a ajuda de seu irmão e sócio, Gotardo Lisboa, incentivada pela amiga Millena.

“Iniciei minha história profissional na refrigeração em 2015. Me sentia um pouco deslocada na área, insegura, com pouco conhecimento. Em 2016, meu maior desafio foi ter a coragem de trabalhar em campo, recebendo a ajuda do meu irmão e sócio, meu principal pilar em campo, e de uma amiga que me incentivou, a Millena, pois a maioria achava que com minha formação superior em administração de empresas não deveria trabalhar instalando e limpando máquinas de ar condicionado. Na Circuito Soluções em Climatização, entre 2015 e 2021, atuei em vários cargos, desde auxiliar de mecânico até chegar a posição de Gestora e Engenheira Mecânica responsável, o que me permitiu solidificar a experiência e as competências neste domínio. Em 2018, escutei uma mecânica carioca dizer que: ‘Não fui eu que escolhi a refrigeração, e sim, a refrigeração me escolheu’”, diz Leylla.

Ela acrescenta que usar o ar condicionado em casa, no trabalho e principalmente no carro, deixou de ser algo supérfluo para se tornar um item de bem-estar coletivo e individual: “Os equipamentos de ar-condicionado são vistos por toda parte, um produto indispensável, tanto em residências quanto em comércios, hospitais, clínicas e muitos outros. Um produto com o qual trabalhamos e atuamos tanto nas manutenções corretivas, quanto nas preventivas e no segmento de implantação de sistemas. Foram muitos desafios durante esses anos de trabalho árduo, dedicação, privações, prioridades e estudos, tendo em vista o cumprimento não apenas dos protocolos a serem seguidos, cronogramas a serem cumpridos, mas a frente da área técnica e de obras, uma mulher. Fui conquistando clientes e parceiros através de valores como honestidade, simplicidade e uma pitada de carisma”.

 

Trabalho coletivo e cooperativo

“O trabalho coletivo e cooperativo são características na minha gestão com a minha equipe. Não é preciso trabalhar em nosso setor para notar que a força de trabalho na indústria de ar condicionado, refrigeração, ventilação e aquecimento é formada em sua maioria por homens. Apesar dos números ainda serem baixos em relação a participação feminina no setor, cada vez mais elas estão se tornando instaladoras, projetistas, empresárias e especialistas no assunto, assumindo papéis de liderança e provando que não é o gênero que influencia na competência de exercer suas habilidades. As diversas mudanças sociais e econômicas do Brasil fomentaram a presença de mulheres no setor HVAC-R. Precisamos de mais mulheres para que nosso segmento cresça através do trabalho e esforço de todas as pessoas que lutam para entregar melhores resultados. Mas o maior diferencial dos últimos anos foi ver instituições como a Abrava, através do Comitê de Mulheres, abrindo portas com o intuito de fortalecer o mercado, de unir forças e, principalmente, para que nenhuma mulher se sinta sozinha nessa caminhada e que possa procurar o comitê para treinamentos, qualificações e união”.

Ela destaca o empreendedorismo e a criatividade como ferramentas que possibilitam as mulheres derrubarem barreiras e vencerem os preconceitos, buscando parcerias e tecendo uma rede de conexões, objetivando a independência econômica e social.

“O mercado busca por bons profissionais e para quem acha que a mulher neste setor não tem espaço, me considero um exemplo, pois somos todos iguais perante a um sistema de climatização, seja instalado por um homem ou uma mulher. Estamos no mundo não para medir forças e sim para somar, onde o profissionalismo pesa mais que o gênero”.

Criada em um pequeno povoado, numa cidade com menos de 4 mil habitantes, seus pais Jose Braz e Maria de Fatima, sempre deram valor à educação formal, junto com seus irmão e irmãs, Juciara, Braz Hallamyr, Leydy, Soraya e Gotardo.

“Tivemos uma infância tão bem vivida e inocente. Minha vida em família sempre foi e será algo especial, tenho os melhores pais, irmãs e irmãos! Minha maior conquista pessoal é saber que tem outras mulheres e pessoas que se espelham em mim e na minha força, na minha fé, para também seguirem adiante, saber que você inspira outras mulheres, outras pessoas, isso é engrandecedor”, conclui Leylla

Incêndio na Cinemateca foi acidental, diz PF

O incêndio no galpão anexo da Cinemateca Brasileira, que funcionava como depósito de acervo, ocorrido em 29 de julho do ano passado durante a manutenção do sistema de ar condicionado realizada por empresa terceirizada, foi acidental. A conclusão é da Polícia Federal.

Para realizar a limpeza do equipamento, os funcionários da prestadora de serviços injetaram na tubulação formiato de metila, um solvente altamente inflamável. Em seguida, aplicaram nitrogênio para retirar o agente de limpeza da tubulação.

Entretanto, ao que tudo indica, vestígios da substância ficaram na tubulação. Por isso, quando os técnicos soldaram a tubulação, houve a combustão. A perícia ainda averiguou que a “ausência de um sistema de detecção de incêndio no galpão” teria contribuído para a propagação do fogo.

O incêndio consumiu um importante acervo que continha filmes em 35 mm e 16 mm, além de equipamentos antigos com mais de cem anos.

A PF ainda vai analisar as conclusões do laudo para verificar se a empresa terceirizada que fez o serviço teria alguma responsabilidade sobre o incêndio.

Em nota, a Secretaria Especial da Cultura disse “que o laudo de perícia da Polícia Federal referente ao incêndio do galpão anexo da Cinemateca Brasileira, localizado na Vila Leopoldina, em São Paulo, foi concluído e disponibilizado”.

Com base na perícia, o órgão avalia tomar “medidas administrativas/judiciais no sentido de apurar responsabilidades com vistas a recomposição ao dano ao patrimônio público”.

Em nota, a Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava) lamentou “os danos e perdas irreparáveis sofridas” causados pelo incêndio, que “aparenta ter origem em procedimentos inadequados de manutenção no sistema de ar condicionado”.

A entidade reforçou “que os sistemas de ar condicionado são seguros, desde que devidamente projetados e realizadas as corretas manutenções preventivas e corretivas. Importante esclarecer ainda, que na prevenção de incidentes como o que acometeu a Cinemateca, a integração dos sistemas de segurança com as demais instalações elétricas e prediais do imóvel é tão importante e necessária quanto sua correta manutenção”, conclui a nota.

Vazamentos de fluidos refrigerantes na mira do setor

Perda desses insumos drena recursos consideráveis, prejudica o meio ambiente e expõe as pessoas a acidentes. Detectores usam tecnologia capaz de encontrar escapes imperceptíveis.

Responsáveis por gerar prejuízos de milhões de reais anualmente a donos de aparelhos de ar condicionado, refrigeradores e freezers domésticos, comerciais e industriais, os vazamentos de fluidos refrigerantes continuam sendo um poderoso gargalo da cadeia produtiva do frio.

A perda do insumo, muitas vezes imperceptível, pode acontecer por várias causas externas e internas, desde instalações malfeitas, realizadas sem obedecer aos parâmetros estabelecidos pelos fabricantes, até o uso de ferramentas inadequadas ou de forma incorreta.

Há também a ocorrência de processos de desgaste de materiais, por exposição ao clima, além de danos provocados por choques físicos nos equipamentos, tensão térmica ou ambiental e até mesmo pela natural vibração de componentes durante o funcionamento. As conexões mecânicas são identificadas como as mais críticas.

Anualmente, 80% das importações brasileiras de R-22, um refrigerante clorado amplamente utilizado nos supermercados, destinam-se ao mercado de reposição. Além dos prejuízos financeiros, os vazamentos contribuem para prejudicar o meio ambiente e acabam expondo técnicos e consumidores a acidentes, no caso de manipulação de refrigerantes tóxicos ou inflamáveis.

No Brasil, o mercado segue diretrizes da NBR 16186:2013 – Refrigeração comercial, detecção de vazamentos, contenção de fluido frigorífico, manutenção e reparos. A norma estabelece os requisitos mínimos e os procedimentos para redução da emissão de gases refrigerantes em equipamentos e instalações de refrigeração comercial.

De acordo com estimativas de especialistas do setor de refrigeração no Brasil, 60% dos vazamentos são causados pela má qualidade técnica nos serviços de manutenção, pela ausência de normas para a prática desta atividade, além da falta de conscientização ambiental. Os outros 40% dos vazamentos em sistemas frigoríficos devem-se à má qualidade do equipamento de refrigeração.

Vários são os métodos diretos recomendados para a detecção de vazamentos, conforme enumera o Guia de Boas Práticas e Controle de Vazamento, criado em 2015 para o Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs (PBH), desenvolvido pelo Ministério do Meio Ambiente em parceria com a Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ, em alemão) e com o apoio da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava).

Um dos processos mais simples, porém, efetivo, é o teste de espuma de sabão com pressão do fluido frigorífico. Algumas marcas podem ser fornecidas com um pincel aplicador ou uma bola absorvente de algodão ligada a um fio rígido no interior de uma tampa. Há também similares com um aplicador spray.

De baixo custo, rápido e confiável, o detector de vazamento hálide (lamparina) pode ser utilizado apenas para detectar fluidos frigoríficos clorados e vazamentos de até 150 gramas por ano. A lamparina funciona segundo o princípio de que o ar é arrastado ao longo de um elemento de cobre aquecido por um combustível de hidrocarboneto. Se o vapor do fluido frigorífico halogenado estiver presente, a chama muda da cor azul para verde.

Habitualmente usado em sistemas de ar condicionado automotivo, o método de contrastes ultravioletas de detecção de vazamentos funciona quando uma substância fluorescente ou colorida é inserida no sistema e se desloca com o lubrificante através dos componentes do circuito. A mancha de vazamento é indicada pelo escape de fluido frigorífico.

Baseado na tecnologia TCD, o detector de gás eletrônico geralmente é usado para rapidamente encontrar a área de vazamento de um sistema. O método é sensível a faixas de vazamento diminutas, a partir de três gramas por ano. O detector usa uma sonda que cria uma emissão elétrica na presença de um fluido refrigerante. O sinal elétrico, por sua vez, é convertido em sinal visual ou sonoro.

Capaz de encontrar vazamentos de pequena proporção – com uma taxa menor do que um grama por ano –, a detecção com o uso de gás marcador é um método muito confiável que permite aos técnicos a realização de testes em um sistema com baixa pressão.

Os técnicos podem trabalhar, em busca de vazamentos de fluidos, com detectores ultrassônicos ou infravermelhos, que pela grande diversidade de funções, têm preços variando de R$ 150 a R$ 5 mil (para uso em campo), podendo chegar a R$ 50 mil, no caso dos robustos dispositivos industriais.

Os aparelhos ultrassônicos detectam vazamentos de vapores ou gases em locais onde essas substâncias não podem ser visualizadas ou detectadas pela audição ou olfato. Geralmente são utilizados em aplicações industriais, para detectar vazamentos em componentes de grandes dimensões, podendo inclusive ser usados, com segurança, em operações com gases tóxicos ou inflamáveis.

Conforme o Guia de Boas Práticas, do MMA, o aparelho ultrassônico pode detectar as vibrações criadas no ar por minúsculos vazamentos de gás ou vapor sob pressão, e transformá-los em um som audível ou alarme que pode ser facilmente detectado pelo operador do detector.

Já os equipamentos infravermelhos, segundo a publicação, têm uma superfície de detecção ótica por onde o fluido, que absorve a radiação IV (infravermelha), passa. Assim, quando essa passagem é detectada, soa um alarme, que depende da quantidade de radiação absorvida. A tecnologia é muito precisa e menos sujeita à contaminação.

 

Perda de rendimento

“Usando os equipamentos splits como exemplo, o primeiro sintoma relacionado ao vazamento de fluido no sistema de refrigeração é a perda de rendimento e capacidade frigorífica por conta da redução da massa de refrigerante circulando na tubulação. Com a queda de pressão na sucção, ocorre também a diminuição indesejada da temperatura de evaporação do fluido, ocasionando, em algumas situações, a formação de gelo na serpentina do evaporador”, explica o consultor comercial Samuel Gonçalves, da Elitech Brasil.

Segundo ele, na pior das hipóteses, além da falta de rendimento, pode também ocorrer danos ao compressor, pois o fluido refrigerante também é responsável pelo resfriamento do motor. “Normalmente, os vazamentos ocorrem em pontos de conexões e soldas na tubulação. Em splits, são mais frequentes nas porcas flange por conta de má execução do flange nos tubos de cobre ou do aperto insuficiente da porca”, descreve o consultor.

A Elitech tem apostado muito nos detectores de vazamento de fluido refrigerante com sensor do tipo infravermelho. Nessa categoria, a empresa oferece os modelos ILD200 e o InframateD, equipamentos bem-sucedidos no mercado do frio. Falando especificamente da tecnologia presente nos dois modelos, o teste é feito usando o método de espectroscopia óptica, que analisa a presença de compostos halogenados no ar baseado na frequência eletromagnética que as moléculas absorvem da luz.

“Uma instalação bem-feita deve passar por teste de estanqueidade com nitrogênio e por estabilização do vácuo, pois por meio desses dois processos é possível identificar vazamentos”, complementa Gonçalves.

Atualmente, a empresa oferece os manifolds digitais MS2000 e MS4000 e as bombas de vácuo inteligentes série V1200, que permitem realizar esse acompanhamento, inclusive com conectividade bluetooth nos smartphones com o app Elitech Tools. “Com ele, pode-se até gerar um relatório do tipo laudo técnico para comprovar a realização do serviço ao cliente”, pondera.

A Elitech possui detectores para três tipos de aplicação – halogenados – CFC, HCFC, HFC, HFO e SF6 (todos que têm cloro ou flúor); hidrocarbonetos – HCs propano (R290) e isobutano (R600a); e CO2 (R744).

O gerente de marketing da Testo do Brasil, Victor Brogin, entende que os principais pontos de atenção nos sistemas de refrigeração e ar condicionado são as válvulas de serviços e conexões, principalmente as do tipo schrader.

“Os fluidos são classificados por toxicidade e inflamabilidade, e durante um vazamento, o contato direto com pessoas pode causar sérios danos à saúde, como queimaduras e lesões graves na pele. Além disso, há o risco de explosões, dependendo da concentração do fluido que escapou para o ambiente”, argumenta.

Especializada na produção e distribuição de instrumentos e sistemas de medição, a companhia, que comercializa manifolds digitais e vacuômetros, informa que ainda neste ano lançará novos aparelhos de medição de fluidos refrigerantes. Em seu portfólio, conta com a família de instrumentos Testo 316, composta por três modelos de detectores de vazamentos, com sensores capazes de identificar as fugas mais discretas dos fluidos mais variados.

“Nossos detectores funcionam com um sensor de diodo aquecido, que aquece o fluido após a fuga do sistema e quebra as suas moléculas. Ao serem quebradas, um cloro carregado positivamente (ou íon flúor) aparece, já que a maioria dos refrigerantes contém estas duas substâncias. O sensor detecta as substâncias e o instrumento soa um alarme ao profissional, indicando o vazamento”, explica Brogin.

Reconhecida pela inovação trazida pelo seu famoso alicate Lokring, a alemã Vulkan também tem se preocupado com os vazamentos de fluidos, conforme relata o vendedor técnico Paulo Vitor Dalla Torre.

“Os principais problemas ocorrem em locais de difícil acesso para a instalação ou a correção do equipamento. O mesmo acontece com os flanges, em novas instalações em que as tubulações ficam em forros ou em lugares com grandes riscos de incêndio. Os vazamentos são muito recorrentes por existir a dificuldade de acesso com o maçarico, e com o Sistema Lokring esta dificuldade deixa de existir, pois o nosso sistema oferece segurança e abrangência de instalação ou correção em ambientes confinados”, detalha.

A Vulkan oferece ao mercado o detector de vazamento TLD-500, que consegue detectar microvazamentos de até três gramas por ano. Segundo a fabricante, seu grande diferencial é a mistura de 95% de nitrogênio e 5% de hidrogênio injetadas nas linhas frigorígenas, fazendo com que o técnico descubra o vazamento sem ter que desmontar o equipamento.

“Vazamentos são sempre prejudiciais para o meio ambiente, e acompanhando a movimentação dos grandes fabricantes, é possível enxergar a preocupação com essa responsabilidade, seja com a adoção de selos ecológicos, ou de boas práticas de refrigeração, como a importância de se utilizar ferramentas apropriadas para o recolhimento e a correção do equipamento. Afinal, com tantas informações hoje disponíveis, é inadmissível que isso ainda aconteça em nosso segmento”, complementa Dalla Torre.

A origem do problema

Vazamentos de fluidos refrigerantes são causados pelo desgaste inevitável em um sistema de refrigeração, bem como por um projeto inadequado e falta de boas práticas de instalação e manutenção, tais como:

Técnicas de brasagem deficientes – Vazamentos podem resultar de técnicas de brasagem inadequadas, como limpeza inadequada da junta antes da brasagem, uso da liga de brasagem errada e falha no aquecimento da junta uniformemente ou na temperatura adequada antes de por liga de brasagem na junta.

 Conexões mal apertadas – Vazamentos ocorrem em conexões rosqueadas e alargadas quando não são apertadas o suficiente ou quando são apertadas demais e racham.

 Falta de tampas e vedações nas válvulas – Para reduzir vazamentos através de hastes de válvulas e núcleos Schrader, todas as hastes de válvulas projetadas para serem tampadas e todas as válvulas Schrader de acesso devem ter as tampas adequadas no lugar.

 Material incompatível com óleo ou refrigerante – As vedações expostas a refrigerantes HCFCs incham a uma taxa diferente das vedações expostas a refrigerantes HFCs. Se um sistema estiver sendo convertido (retrofit) de um refrigerante HCFC para um refrigerante HFC, especialmente se for necessário mudar o óleo de um óleo mineral para um óleo poliolester (POE), as gaxetas ou vedações no sistema podem precisar ser substituídas.

 Vibração – A maioria das vibrações em sistemas de refrigeração ocorre nas linhas de descarga do compressor ou perto delas e são causadas por pulsações de gás. Se graves, as vibrações da linha de descarga podem resultar em linhas ou conexões quebradas.

 Expansão e contração térmica – Os sistemas de refrigeração alteram a temperatura, resultando em expansão e contração da tubulação de refrigeração e componentes associados. Se uma linha for impedida de se expandir livremente, as forças de tensão térmica no tubo podem fazer com que ele quebre os encaixes nos pontos de suporte.

 Corrosão – As serpentinas de cobre do evaporador em contato com ácidos alimentícios, como vinagre, podem corroer com o tempo e desenvolver microvazamentos. Vazamentos causados por corrosão também podem ocorrer em componentes do rack do compressor pela formação de condensação ou gotejamento nos componentes metálicos do rack. Materiais de limpeza incompatíveis ou usados incorretamente também causam corrosão. Os técnicos devem usar apenas agentes de limpeza compatíveis com os componentes de refrigeração, especialmente os evaporadores e a tubulação associada

 Contato metal-metal da tubulação – Tubulação de cobre em contato direto com outra tubulação ou suportes de aço mais duros ou concreto pode criar vazamentos.

 Suporte inadequado da tubulação – A tubulação de cobre com suporte inadequado cederá entre os suportes ou em curvas de 90 graus, criando estresse indesejado. Esse estresse pode levar a linhas quebradas ou acessórios, eventualmente causando vazamentos.

Indústria brasileira comemora ratificação da Emenda de Kigali

A Câmara dos Deputados aprovou, na última quinta-feira (26), o texto do decreto legislativo que ratifica a Emenda de Kigali, tratado climático cujo objetivo é reduzir a produção de hidrofluorcarbonos (HFCs) utilizados em sistemas de refrigeração, aerossóis e solventes. O projeto segue agora para votação no Senado.

A Abrava, o Sindratar-SP e a Rede Kigali mobilizaram-se entre os parlamentares para que aprovassem a ratificação do adendo ao Protocolo de Montreal. De acordo com o presidente da Abrava, Arnaldo Basile, a decisão dos deputados alinha o Brasil com os mais de 130 países que já aderiram ao acordo.

“Embora ela ainda tenha que ser aprovada pelo Senado, existe o entendimento que não haverá motivos para obstruções, haja vista que a sociedade já entendeu que a partir de agora, a cadeia de valor do setor AVAC-R caminhará mais rapidamente e assertivamente para atualizar as evoluções tecnológicas e as melhores práticas operacionais. A sociedade brasileira ganha com essas evoluções”, avaliou.

Segundo Basile, há consenso na indústria e na sociedade civil quanto à importância e urgência da ratificação da Emenda de Kigali pelo Brasil. Entidades empresariais como a Abrava, a Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil), a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros) e o Sindicato das Indústrias de Refrigeração, Aquecimento e Tratamento de Ar no Estado de São Paulo (Sindratar-SP) apoiam a adesão do Brasil ao acordo.