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64ª Noite do Pinguim reúne profissionais do HVAC-R em São Paulo

 Evento da ABRAVA marca homenagens, transição de comissão e programação musical

A 64ª Noite do Pinguim da ABRAVA ocorreu em 5 de dezembro, na Casa Giardini, em São Paulo, e reuniu mais de 400 profissionais, parceiros e convidados do setor. O encontro teve como propósito celebrar as ações previstas para 2025, realizar homenagens e promover interação entre representantes do HVAC-R.

Anicia Pio Pio, da FIESP, recebeu reconhecimento pela contribuição ao setor. Carim Facuri, fundador da Traydus, também foi homenageado pela atuação na área de HVAC-R. O evento marcou ainda a transição da presidência da comissão organizadora: após 12 anos, Eduardo Brunacci deixou o cargo, que passou à diretora social Patrice Tosi.

A programação incluiu apresentação da banda Beatles Forever e a realização da tradicional Faixa Nobre. A ABRAVA registrou agradecimento aos patrocinadores, convidados e parceiros que participaram da 64ª edição.

Agenda HVAC-R 2026

Calendário reúne eventos no Brasil e no exterior, incluindo etapas do Circuito dos Instaladores

A programação de eventos de climatização e refrigeração em 2026 inclui feiras nacionais e internacionais, além do calendário completo do Circuito dos Instaladores, com datas e locais definidos pelas organizações responsáveis.

FEVEREIRO

AHR EXPO

Data: 2 a 4 de fevereiro de 2026

Local: Las Vegas Convention Center – Las Vegas – EUA

Informação: ahrexpo.com

 

WARSAW HVAC EXPO

Data: 24 a 26 de fevereiro de 2026

Local: Ptak Warsaw Expo – Varsóvia – Polônia

Informação: warsawhvacexpo.com

 

CIRCUITO DOS INSTALADORES – Ribeirão Preto

Data: 26 e 27 de fevereiro de 2026

Local: Ribeirão Preto – SP – Brasil

Informação: revistadofrio.com.br

 

MARÇO

ACREX INDIA

Data: 12 a 14 de março de 2026

Local: Bombay Exhibition Centre (BEC) – Mumbai – Índia

Informação: acrex.in

 

MCE – MOSTRA CONVEGNO EXPOCOMFORT

Data: 24 a 27 de março de 2026

Local: Fiera Milano – Milão – Itália

Informação: mcexpocomfort.it

 

ABRIL

FEICON

Data: 23 a 26 de abril de 2026

Local: São Paulo Expo – São Paulo – SP – Brasil

Informação: feicon.com.br

 

CIRCUITO DOS INSTALADORES – Cuiabá

Data: 22, 23 e 24 de abril de 2026

Local: Cuiabá – MT – Brasil

Informação: revistadofrio.com.br

 

MAIO

APAS SHOW

Data: 18 a 21 de maio de 2026

Local: Expo Center Norte – São Paulo – SP – Brasil

Informação: apasshow.com

 

HOSPITALAR

Data: 19 a 22 de maio de 2026

Local: São Paulo Expo – São Paulo – SP – Brasil

Informação: www.hospitalar.com

 

FISPAL FOOD SERVICE

Data: 26 a 29 de maio de 2026

Local: Distrito Anhembi – São Paulo – SP – Brasil

Informação: fispalfoodservice.com.br

 

 

JUNHO

TECNOCARNE

Data: 16 a 19 de junho de 2026

Local: São Paulo Expo – São Paulo – SP – Brasil

Informação: tecnocarne.com.br

 

TROFÉU OSWALDO MOREIRA – TOM 2026

Data: 18 junho de 2026

Local: São Paulo Expo – São Paulo – SP – Brasil

Informação: revistadofrio.com.br

 

 

FISPAL TECNOLOGIA

Data: 16 a 19 de junho de 2026

Local: São Paulo Expo – São Paulo – SP – Brasil

Informação: fispaltecnologia.com.br

 

CIRCUITO DOS INSTALADORES – Aracaju

Data: 3, 4 e 5 de junho de 2026

Local: Aracaju – SE – Brasil

Informação: revistadofrio.com.br

 

AGOSTO

CIRCUITO DOS INSTALADORES – Imperatriz

Data: 19, 20 e 21 de agosto de 2026

Local: Imperatriz – MA – Brasil

Informação: revistadofrio.com.br

 

SETEMBRO

MERCOFRIO

Data: 15 a 17 de setembro de 2026

Local: Porto Alegre – RS – Brasil

Informação: abrava.com.br

 

EQUIPOTEL

Data: 15 a 18 de setembro de 2026

Local: Expo Center Norte – São Paulo – SP – Brasil

Informação: equipotel.com.br

 

CIRCUITO DOS INSTALADORES – Maceió

Data: 23, 24 e 25 de setembro de 2026

Local: Maceió – AL – Brasil

Informação: revistadofrio.com.br

 

OUTUBRO

FEBRAVA RIO

Data: 6 a 8 de outubro de 2026

Local: Riocentro – Rio de Janeiro – RJ – Brasil

Informação: febrava.com.br

 

CHILLVENTA

Data: 13 a 15 de outubro de 2026

Local: Exhibition Centre Nuremberg – Nuremberg – Alemanha

Informação: chillventa.de

 

CIRCUITO DOS INSTALADORES – Joinville

Data: 21, 22 e 23 de outubro de 2026

Local: Joinville – SC – Brasil

Informação: revistadofrio.com.br

 

NOVEMBRO

CIRCUITO DOS INSTALADORES – Ciudad del Este

Data: 18, 19 e 20 de novembro de 2026

Local: Ciudad del Este – Paraguai

Informação: revistadofrio.com.br

Quando nem o ar-condicionado de frigorífico resolve

Influenciadora instala ar-condicionado de câmaras frias para enfrentar calor da pré-menopausa; conta de luz ultrapassa R$ 5 mil e caso repercute na internet.

Em post nas redes sociais, a influenciadora Ana Paula Oliveira relatou que, diante das ondas de calor intensas da pré-menopausa, instalou em casa um equipamento de refrigeração utilizado em câmaras frias. A decisão ocorreu após considerar insuficientes os aparelhos domésticos. A conta de luz ultrapassou R$ 5 mil após alguns dias de uso.

O episódio repercutiu e trouxe atenção para práticas inadequadas de climatização. O conforto térmico depende de variáveis como dimensionamento correto, manutenção, escolha de modelos eficientes e uso racional de temperatura.

Segundo o Inmetro, operar aparelhos residenciais entre 23 °C e 25 °C reduz o consumo e mantém o conforto térmico. Temperaturas muito baixas, comuns entre usuários que deixam entre 15 °C e 16 °C a depender o tipo de aparelho, elevam o gasto energético e exigem mais do compressor. Boas práticas também envolvem vedação adequada, filtros limpos e seleção de equipamentos com classificação de eficiência “A+++.”.

O caso expõe a necessidade de ampliar a orientação técnica ao consumidor sobre o uso responsável de climatização. A adoção improvisada de sistemas industriais em residências é economicamente ineficiente e pode comprometer a durabilidade dos equipamentos.

O episódio envolvendo Ana Paula Oliveira reforça a busca crescente por conforto térmico, mas evidencia a importância de seguir parâmetros técnicos e práticas de eficiência energética no uso do ar-condicionado.

Setor discute Estratégia da Etapa I do Programa HFCs

Plano prevê redução de 10% do consumo nacional de HFCs até 2029, alinhado à Emenda de Kigali

O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO) e a Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) promoveram, em 1º de dezembro, no auditório da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (ABRAVA), em São Paulo-SP, a apresentação da proposta da Estratégia para a Etapa I do Programa Brasileiro de Redução do Consumo de Hidrofluorcarbonos (HFCs). O encontro ocorreu em formato presencial e online, com participação de representantes do setor produtivo, associações, consultores e especialistas.

A proposta apresentada integra o compromisso brasileiro com a Emenda de Kigali ao Protocolo de Montreal. A Etapa I do Programa HFCs será implementada entre 2027 e 2032 e prevê ações para reduzir 7.289.768 t CO₂ equivalente, volume correspondente a 10% da linha de base nacional. As diretrizes discutidas tratam do consumo de HFCs por setores, da transição tecnológica e de medidas para apoiar a implementação multissetorial.

O evento teve abertura de Leonardo Cozac, ABRAVA; Thiago Rodrigues, Eletros; e Frank Amorim, MMA. Foram apresentados diagnósticos, projeções e ações regulatórias, incluindo limites máximos de GWP por tipo de equipamento, a proibição do uso de HFC-134a e R-410A na manufatura de equipamentos de refrigeração doméstica e ar condicionado residencial a partir de 2029, além da internalização de normas internacionais e atualização de etiquetagem de eficiência energética.

Frank Amorim, MMA, tratou do perfil de consumo de HFCs e projeções até 2035. Ana Paula Leal, PNUD, apresentou cenários de crescimento para refrigeração e ar condicionado, indicando que, sem ações, o consumo poderá chegar a 55 milhões de toneladas de CO₂ equivalente em 2035, acima do limite de 51 milhões. Arcanjo Miguel Pacheco, IBAMA, esclareceu pontos sobre a instrução normativa referente à importação de HFCs e sobre o processo de consulta pública previsto para 2025.

Edgard Neto, PNUD, detalhou o plano setorial para refrigeração comercial leve, a conversão tecnológica em equipamentos de baixo GWP e projetos para o setor automotivo. Sérgia Oliveira e David Marcucci, UNIDO, abordaram iniciativas para refrigeração industrial e bombas de calor, incluindo sistemas modulares com amônia. Stefanie von Heinemann, GIZ, apresentou ações de capacitação, boas práticas e o futuro projeto de Qualificação, Certificação e Registro (QCR) de técnicos do subsetor de refrigeração comercial.

A audiência participou com perguntas e sugestões que poderão ser incorporadas ao documento atualmente em Consulta Pública. Contribuições à Estratégia da Etapa I do Programa HFCs poderão ser enviadas de 27 de novembro a 27 de dezembro de 2025 por cidadãos, empresas, entidades e especialistas.

SMACNA Brasil empossa diretoria para o ciclo 2025-2027

Entidade mantém foco em atuação institucional, formação técnica e aproximação do HVAC-R do cliente final

A SMACNA Brasil oficializou, em 26 de novembro, a diretoria responsável pela gestão 2025-2027. Assumiram José Alberto Poy, presidente; Romulo Pieroni, vice-presidente; Alexandre de Paula Lima, diretor tesoureiro; e Edson Alves, past president.

O jantar de posse, organizado por Selma Lima e Alex Amorim no NB Steak, em São Paulo (SP), reuniu representantes de Sindratar-SP, ABRAVA, Sindratar-RJ e ASHRAE Chapter Brasil, além de associados. Segundo a entidade, o encontro reforçou a integração entre empresas e organizações do HVAC-R.

A SMACNA Brasil destacou que, nos últimos seis anos, sob a liderança de Edson Alves, ampliou sinergias setoriais, aproximou o mercado do usuário final e expandiu o acesso a informações técnicas para contratação de sistemas. Também consolidou iniciativas voltadas ao desempenho energético e ao uso de tecnologias voltadas à sustentabilidade. Alves afirmou que encerra sua gestão com “sentimento de missão cumprida”.

Poy afirmou que a nova diretoria pretende ampliar a atuação institucional e intensificar a relação direta com o cliente final. Segundo ele, o objetivo é evidenciar as diferenças entre empresas associadas e não associadas, destacando padrões de engenharia, segurança, ética e formação contínua. Ele afirmou ainda que a gestão buscará fortalecer a credibilidade das empresas do grupo e demonstrar ao mercado o desempenho técnico que oferecem da contratação ao retrofit.

Durante o evento, Alves recebeu homenagem entregue por João Carlos Correa Silva, representante da gestão anterior.

A entidade informou que seguirá investindo na formação profissional por meio do Programa SMACNA de Educação Continuada em Tratamento de Ar e manterá iniciativas como o “Destaques do Ano SMACNA Brasil”, que reconhece obras com aplicação de melhores práticas de engenharia. A diretoria também declarou compromisso em ampliar a representatividade institucional e fortalecer parcerias estratégicas.

O novo olhar feminino que movimenta o HVAC-R pernambucano

Da venda de ar-condicionado ao comando da própria empresa, Julliane Gomes construiu uma trajetória marcada por propósito, coragem e sensibilidade, representando a nova geração feminina no setor

Tudo começou com uma jovem de 21 anos que vendia ar-condicionado em Recife (PE) e sonhava em ir além. Hoje, Julliane Gomes é referência no setor de HVAC-R e exemplo de como propósito e coragem podem mudar destinos. Natural de Escada (PE), ela saia todos os dias antes do sol nascer, enfrentando 75 quilômetros de estrada para chegar ao trabalho e à faculdade em Recife. Sem saber, cada quilômetro percorrido ajudava a construir a trajetória que a transformaria em empresária e empreendedora, inspirando muitas mulheres do setor de climatização em Pernambuco.

Aos 37 anos, ela é a CEO e fundadora da JG Engenharia & Climatização, formada em Administração de Empresas e pós-graduada em Planejamento e Gestão Organizacional pela FCAP-UPE. “Iniciei minha trajetória na área de refrigeração e climatização em 2009 como vendedora em loja de ar-condicionado em Recife. Mesmo com a rotina intensa, me destaquei nas vendas, bati metas e realizei meus sonhos: Conquistar minha independência financeira, morar sozinha em Recife e comprar meu primeiro carro. Logo após, comecei a prestar consultoria para empresas do setor, conciliando o trabalho na Dufrio durante o dia e a consultoria à noite. Adquiri muito conhecimento com planejamento, oração e determinação, e em 12 de julho de 2013, meu maior sonho se realizou, fundei a JG Engenharia & Climatização. Comecei do zero, mas com o coração cheio de propósito. Desde o início, sempre digo que Deus é o meu sócio majoritário e que sem Ele e o total apoio da minha família nada teria acontecido”, comemora.

A vivência nas vendas deu a ela algo que nenhum curso ensina: empatia, humildade e respeito. “Os profissionais que conheci nessa fase foram essenciais. Quando abri minha empresa, muitos me estenderam a mão. Tenho uma relação de amizade e admiração que dura mais de uma década”.

Equilíbrio e propósito

No comando da empresa, Julliane faz questão de unir técnica, gestão e sensibilidade ao mesmo tempo, cultivando sua essência feminina. “Já amanheci o dia em obra, já dirigi 600 km com a equipe para executar serviços e comi marmita junto com todos. Isso me deu total conhecimento operacional. Sempre mantive o bom gosto, o salto, o perfume e o cuidado estético que me representam. E nunca deixei de sentar-se à mesa para discutir gestão e negócios em alto nível. Desde cedo, precisei ser PHD em equilíbrio entre a firmeza e a sensibilidade, entre o comando e o cuidado”.

Atuante no Comitê de Mulheres da ABRAVA e no movimento Elas no AVAC-R, para ela, a presença feminina trouxe novas perspectivas ao setor onde a união é fundamental. “As mulheres têm mostrado competência técnica, visão estratégica e um jeito único de liderar com empatia e inteligência emocional. Diversidade gera resultados reais e sustentáveis e esses espaços fortalecem o papel da mulher no setor. Quando uma mulher cresce, ela abre caminhos para outras também crescerem”.

No momento, ela prepara o livro “Elas no mercado predominantemente masculino”, que reunirá relatos e aprendizados para inspirar outras profissionais.

Fora do trabalho, valoriza o convívio com a família e os momentos de paz, desacelerando da rotina intensa. “Minha família é meu alicerce. O amor do meu sobrinho José Netto é meu combustível para seguir com alegria. Também decidi cuidar da mente, do corpo e da paz. A JG pessoa jurídica já teve o meu máximo, agora é tempo de viver plenamente a Ju pessoa física”, revela.

E para os profissionais do setor, ela deixa uma mensagem de propósito: “Não se compare, se prepare. O sucesso vem com propósito, humildade e fé. Quando Deus é o centro, o impossível se torna rotina”.

Um dos prazeres de Juliane é viajar e conhecer lugares e culturas diferentes

 

Futuro do HVAC-R une eficiência, sustentabilidade e ar mais saudável

Com foco em eficiência energética, uso de refrigerantes de baixo GWP e melhoria da qualidade do ar interno, o setor de HVAC-R no Brasil acelera sua transição para uma era mais sustentável

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À medida que o setor de HVAC-R no Brasil avança, as atenções se voltam para três pilares que definirão o futuro da climatização e refrigeração: eficiência energética, transição para refrigerantes de baixo potencial de aquecimento global (GWP) e melhoria da qualidade do ar interno, e vem assumindo papel estratégico na agenda de sustentabilidade no país, além de representar participação significativa na produção industrial.

Representando cerca de 2,3% da produção industrial, nacional a eficiência energética é hoje uma das prioridades da política ambiental e industrial brasileira. O Ministério de Minas e Energia (MME), em parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e a organização internacional CLASP, promoveu em 14 de outubro último, o seminário “Brasil e a COP30: o papel da eficiência energética no setor HVAC-R”, que reuniu representantes do governo, entidades industriais e especialistas nacionais e internacionais.

Durante o encontro, foi lançado o Comitê de Acompanhamento do Projeto de Eficiência Energética como Instrumento de Política Industrial, iniciativa que reunirá representantes públicos e privados para sugerir ações que ampliem a competitividade e a sustentabilidade do setor. O grupo também será responsável pela elaboração de uma carta de compromisso com a eficiência energética, que poderá ser apresentada na COP30, em Belém (PA), este mês de novembro.

Para o MME, a cooperação entre ministérios, indústria e instituições de pesquisa é essencial para fortalecer a política energética brasileira e posicionar o país como referência global em inovação. O diretor do Departamento de Informações, Estudos e Eficiência Energética do MME, Leandro Andrade, destacou que o setor de HVAC-R representa cerca de 10% do consumo de energia elétrica do setor residencial no país, índice que evidencia o enorme potencial de economia e de crescimento.

Leandro Andrade destacou o papel da eficiência energética no setor HVAC-R durante seminário “Brasil e a COP30”

“A eficiência energética é o primeiro e mais imediato mecanismo de impacto para os sistemas HVAC-R. No Brasil, o Ministério de Minas e Energia (MME) publicou diretrizes específicas para aparelhos de ar-condicionado, estabelecendo novos índices mínimos de eficiência com metodologia baseada na norma ISO 16358-1, que permite diferenciar os equipamentos com tecnologia inverter, capazes de consumir até 30 % menos energia que os convencionais de rotação fixa. A eficiência energética usualmente é como se fosse o combustível mais barato, a alternativa energética mais econômica para o consumidor de energia. Ela pode reduzir a necessidade de novos investimentos em geração e transmissão de energia e trazer benefícios diretos ao consumidor, com redução na conta de luz, sem perder qualidade de vida. Num contexto de COP, reforçar a eficiência dentro da política industrial brasileira é essencial para alcançarmos a transição energética inclusiva que desejamos”, afirmou Andrade.

A Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (ABRAVA) vem alertando sobre os desafios na implementação de alternativas de refrigerantes de baixo GWP, tecnologias com máxima eficiência e QAI, destacando questões como infraestrutura, custo, capacitação técnica e normas de segurança e fabricantes já se movimentam.

“Durante o evento “Brasil e a COP30”, foi assinado o termo com os SENAI Amazonas e Paraná, que farão o mapeamento de toda cadeia produtiva do HVAC-R na intenção de apresentar iniciativas que impulsionam a sustentabilidade e a inovação no país. Além disso, eu e Felipe Raats representaremos a ABRAVA no Comitê de Acompanhamento do Projeto Eficiência Energética no setor”, informa Thiago Pietrobon, Diretor de Meio Ambiente da ABRAVA.

Tanto para os grandes fabricantes quanto para instaladores, esse tripé: pressão regulatória + mercado + tecnologia, significa que os sistemas devem ser projetados com componentes de alta eficiência, controles inteligentes, manutenção rigorosa e integração digital (IoT/monitoramento). O resultado: menor consumo de energia, menores custos operacionais e menor emissões de CO‚  no ciclo de vida.

A Daikin divulgou que pretende duplicar a eficiência energética de seus equipamentos até 2030 e zerar as emissões de carbono em 2050. Em sua participação no seminário “Brasil e a COP30”, a empresa apresentou sua visão de sustentabilidade e o avanço tecnológico em equipamentos inverter e VRV.

“A promoção do inverter e o desenvolvimento do VRV foram fundamentais para o salto tecnológico que resultou em equipamentos mais eficientes. Em cada COP, a Daikin buscar trazer novas ideias e aplicações com o objetivo de reduzir sua pegada de carbono e transformar o setor. Na COP30, o foco será em soluções para descarbonização de edificações e combate ao overcooling (arrefecimento excessivo)”, enfatiza João Aureliano, Gerente Sênior de Engenharia de Produto da Daikin.

Já a Hitachi, teve projeto pelo retrofit do Condomínio Edifício Villa Lobos com a substituição de chillers, infraestrutura elétrica e hidráulica que resultou em redução de consumo de energia elétrica de cerca de 20% e água em 25%. O retrofit substituiu a Central de Água Gelada (CAG), condicionadores de ar, infraestrutura elétrica e hidráulica, além da instalação das seis unidades resfriadoras de água gelada com Chiller Parafuso com Condensação a Ar de capacidade 140 TR cada, totalizando 840 TR.

Transição para refrigerantes de baixo GWP

O segundo grande vetor é a transição para refrigerantes com baixo potencial de aquecimento global (GWP). No Brasil, esse movimento é impulsionado tanto por compromissos internacionais como a Protocolo de Kigali (sobre HFCs), quanto por iniciativas setoriais. A Associação Sul Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (ASBRAV), por exemplo, publicou recentemente um alerta sobre “Desafios na implementação de refrigerantes de baixo GWP no Brasil”, mencionando barreiras como infraestrutura, custo e capacitação técnica.

“Globalmente, a indústria de HVAC-R é incentivada a diminuir o uso de refrigerantes tradicionais devido ao seu alto GWP, que contribui significativamente para o aquecimento global. O Protocolo de Kigali, uma emenda ao Protocolo de Montreal, exige uma redução substancial na utilização destes gases até 2030. Para o Brasil, a adesão a este protocolo significa necessidades urgentes de adaptação às novas normativas internacionais que promovem um mercado mais sustentável. A transição para refrigerantes de baixo GWP no Brasil é inevitável e essencial para alinhar o país com objetivos globais de sustentabilidade. Enquanto os desafios são consideráveis, as oportunidades para inovar e liderar em eficiência energética e redução de emissões são vastas. Com o apoio governamental adequado através de incentivos fiscais e programas de financiamento, juntamente com um ambiente regulatório claro e estável, o Brasil pode superar esses obstáculos e estabelecer um novo padrão em sustentabilidade ambiental no setor de HVAC-R”, comenta Mario Henrique Canale, presidente da ASBRAV.

No setor industrial, as fabricantes já lideram esse movimento. A Daikin iniciou em Manaus a produção de equipamentos que utilizam o R-32, fluido com GWP até 68% menor que o R-410A. A Midea também investe em linhas com R-32 e em projetos que testam o uso do R-290 (propano), considerado uma solução natural e de baixíssimo impacto ambiental. Já a Copeland oferece compressores e sistemas compatíveis com refrigerantes A2L, CO2‚  (R-744) e R-290, desenvolvidos para aplicações comerciais e industriais de alta eficiência.

Esses avanços colocam o Brasil em sintonia com os compromissos do Protocolo de Kigali, que prevê a redução gradual dos HFCs. No entanto, para consolidar a transição, é indispensável investir na capacitação de técnicos e instaladores, pois o manuseio de novos gases requer normas de segurança, ferramentas específicas e procedimentos de comissionamento adequados.

Grandes fabricantes já oferecem sistemas compatíveis com refrigerantes A2L, CO2‚ (R-744) e R-290, desenvolvidos para aplicações comerciais e industriais


Qualidade do ar interno e saúde

A pandemia reforçou a importância da qualidade do ar interno (QAI) como fator de saúde pública e produtividade. O Ministério do Meio Ambiente (MMA) e a ABRAVA têm enfatizado que a QAI deve integrar políticas ambientais e de edificações sustentáveis. Segundo dados da ABRAVA, em ambientes fechados onde passamos cerca de 90% do tempo, a poluição interna pode ser 2 a 5 vezes maior do que a externa. Isso reforça o papel crítico de projetistas, instaladores e técnicos em garantir sistemas bem dimensionados e limpos, com ventilação adequada, filtragem eficiente, controle de umidade, troca de ar e manutenção periódica.

Até recentemente, a Resolução RE 09/2003 da ANVISA era o principal documento que definia padrões referenciais de QAI no país. Contudo, ela foi substituída pela nova ABNT NBR 17.037:2023, que modernizou e ampliou os critérios de avaliação. A norma estabelece parâmetros para contaminantes biológicos, químicos e físicos, além de condições térmicas ideais e taxas mínimas de renovação de ar.

“A publicação dessa norma representa um avanço importante, pois substitui padrões antigos e alinha o Brasil às práticas internacionais de controle de qualidade do ar. A NBR 17.037 dialoga com outras referências, como a NBR 16.401-3, voltada ao projeto e manutenção de sistemas de ar-condicionado central e unitário, e as normas ASHRAE 62.1 e 55, que orientam o conforto térmico e a ventilação adequada em edifícios. Além disso, em 2024 foi sancionada a Lei nº 14.850, que institui a Política Nacional de Qualidade do Ar. Embora voltada principalmente ao ar externo, a legislação reforça a necessidade de monitoramento, divulgação de dados e integração de políticas públicas, o que influencia diretamente os esforços pela melhoria da QAI”, diz Leonardo Cozac, Presidente da ABRAVA.

Essas mudanças normativas refletem uma nova mentalidade no setor HVAC-R. Hoje, não basta climatizar, é preciso purificar, ventilar e monitorar o ar que se respira. Essa evolução tecnológica e regulatória vem acompanhada de desafios, como o custo das medições e adequações, a necessidade de atualização profissional e a substituição de equipamentos antigos por sistemas mais eficientes.

A LG, por exemplo, em sua plataforma de soluções, afirma adotar uma abordagem “digital e ecologicamente correta” e aponta que suas soluções ajudam a “garantir ambientes mais seguros e saudáveis”, com filtros de alta eficiência, monitoramento de qualidade do ar e ventilação térmica otimizada.


Desafios de instaladores e técnicos

Mesmo com equipamentos de ponta e fluidos de baixo impacto, se a instalação for inadequada, a manutenção negligente ou os controles inexistentes, o ganho se perde. Entre os desafios destacados estão:

– Capacitação técnica para os novos refrigerantes (manuseio, instalação, segurança) e para manutenção de sistemas inverter e de vazamento reduzido.

– Necessidade de projetos bem dimensionados e execução com qualidade (tubulação, isolantes térmicos, carga correta, comissionamento).

– Manutenção periódica que garanta desempenho real, qualidade do ar e vida útil dos equipamentos.

– Conscientização dos usuários finais para optar por soluções de maior eficiência, ainda que com investimento maior.

– Alinhamento regulatório, incentivos fiscais ou programas de apoio para acelerar a substituição de sistemas obsoletos, inclusive em edificações públicas ou industriais.

Projetos-piloto para reciclagem de fluidos

Recigases propõe a instrutores do PBH iniciativas para recolhimento e destinação correta de refrigerantes

Filipe Colaço, diretor da Recigases e presidente do Departamento Nacional de Meio Ambiente da Abrava, apresentou aos instrutores do Programa Brasileiro de Hidrocarbonetos (PBH) a proposta de criação de projetos-piloto de reciclagem e regeneração de fluidos refrigerantes em escolas técnicas parceiras. A iniciativa foi anunciada durante palestra no Encontro Nacional 2025 do PBH – Treinamento Sênior em Fluidos Naturais, realizado entre 20 e 31 de outubro na Firjan-Senai-Benfica, no Rio de Janeiro, que reuniu 39 instrutores e três professores-especialistas.

Segundo Colaço, a Recigases pretende desenvolver, em conjunto com cada escola, um projeto-piloto que inclui a disponibilização gratuita de alguns cilindros para coleta de fluidos. O objetivo é incentivar o recolhimento e o encaminhamento dos refrigerantes para destinação adequada.

O diretor afirma que a proposta busca responder a uma dúvida recorrente no setor — o destino dos fluidos recolhidos. Ao provocar os instrutores a aderirem ao piloto, Colaço ressaltou que cada professor do PBH poderá construir sua própria solução ao encaminhar os materiais para a Recigases, contribuindo para a estruturação de práticas de tratamento e descarte no país.

O avanço da etapa inicial do Programa HFCs

Evento em São Paulo no dia 1º/12 apresentará diretrizes da primeira fase da estratégia nacional para redução do consumo de HFCs

O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO) e a Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) farão no dia 1º de dezembro a Apresentação da Proposta de Estratégia para a Etapa I do Programa Brasileiro de Redução do Consumo de Hidrofluorcarbonos (Programa HFCs). O encontro ocorrerá às 14h30, no auditório da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava), em São Paulo, com participação presencial e online.

A atividade tem como foco apresentar as diretrizes estratégicas da primeira fase do Programa, alinhadas às metas da Emenda de Kigali ao Protocolo de Montreal para redução do consumo de hidrofluorcarbonos. O evento incluirá a exposição do diagnóstico do consumo brasileiro de HFCs por substâncias e setores e detalhará ações previstas para apoiar a transição para tecnologias de menor potencial de aquecimento global e maior eficiência energética.

Também serão tratadas iniciativas voltadas ao cumprimento das metas assumidas pelo Brasil, à modernização tecnológica e ao fortalecimento da indústria nacional no processo de substituição dos HFCs.

Sindratar-SP celebra 55 anos e reforça atuação no fortalecimento do setor HVAC-R

Evento em São Paulo reuniu lideranças e destacou o papel do sindicato na defesa e integração das indústrias de refrigeração e climatização.

O Sindicato das Indústrias de Refrigeração, Aquecimento e Tratamento de Ar no Estado de São Paulo (Sindratar-SP) realizou, em 5 de novembro, no Espaço Fiesp, na capital paulista, o jantar comemorativo de 55 anos de fundação. O encontro reuniu cerca de 90 convidados, entre diretores do Sindratar-SP, da ABRAVA, da Fiesp, do Ciesp e de entidades parceiras, além de empresários e profissionais do setor HVAC-R.

O presidente do Sindratar-SP, Pedro Evangelinos, ressaltou a importância da entidade na união e representatividade do setor. Durante o evento, foi apresentado o vídeo institucional de 55 anos, que reuniu marcos da trajetória do sindicato. As empresas associadas que patrocinaram a celebração receberam certificados de reconhecimento: Diamante – Arneg Brasil, CACR, Heating Cooling, Hitachi, Indústrias TOSI e RAC Brasil; Ouro – Apema, São Rafael e TBS; Prata – Bitzer, FAM e Projelmec.

Fundado oficialmente em 23 de dezembro de 1970, o Sindratar-SP surgiu da iniciativa de empresários que buscaram representação patronal específica para o setor. Entre os presidentes que conduziram a entidade estão Paulo José Garcia Palma, Armando Taddei, Paulo Francini, Aristides Molina, Pedro Evangelinos, José Rogélio Miguel Medela e Carlos Eduardo Tombini.

A filiação à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e o convênio com o SENAI, firmado em 1975, foram marcos institucionais. A parceria resultou no primeiro curso técnico de refrigeração do país e, mais tarde, na transformação da Escola SENAI Rodrigues Alves em Escola Temática para Refrigeração e Ar-Condicionado. O sindicato atualmente preside o Conselho Consultivo da escola.

A atuação recente inclui participação em discussões com o Ministério do Trabalho e Emprego, o Inmetro e o Ministério do Meio Ambiente sobre normas regulamentadoras, eficiência energética, qualidade do ar interno e descarbonização. O Sindratar-SP também teve papel relevante na ratificação da Emenda de Kigali, em articulação com a ABRAVA, a Fiesp, a CNI, a Eletros e a Amcham Brasil.

Durante a pandemia, o sindicato participou de ações que garantiram o reconhecimento do setor como atividade essencial, assegurando a continuidade dos serviços e a preservação de empregos. Também colaborou na regulamentação da Lei do PMOC, voltada à manutenção preventiva de sistemas de climatização.

Samoel Vieira, vice-presidente do Sindratar-SP, destacou a relevância da entidade na integração entre as áreas técnica e trabalhista e na aproximação com instituições como o Instituto Mauá de Tecnologia e a Escola SENAI Oscar Rodrigues Alves. Segundo ele, o sindicato atua de forma contínua na formação de lideranças e na defesa dos interesses das empresas do setor.