Split

Setor de ar-condicionado cresce 75% no primeiro semestre, apesar de desafios inflacionários

Produção de Splits dispara em 2024, enquanto setor HVAC-R enfrenta oscilações regionais e pressões nos preços, mantendo-se como um importante gerador de empregos formais no Brasil.

O mercado de ar-condicionado no Brasil apresenta um crescimento moderado em meio a um cenário econômico marcado por desafios inflacionários e variações nas vendas regionais de equipamentos. Dados do primeiro trimestre de 2024, retirados do “Boletim Econômico Termômetro AVACR – agosto 24” do Departamento de Economia e Estatística da ABRAVA, revelam um desempenho misto nas diferentes categorias de produtos, refletindo as condições econômicas e a demanda do mercado.

Publicidade

Os aparelhos de ar-condicionado tipo Split, por exemplo, registraram uma queda na produção anual, passando de 3.925 mil unidades em 2022 para 3.799 mil em 2023. Contudo, no primeiro semestre de 2024, houve um crescimento expressivo de 75,8% nas unidades produzidas, saltando de 1.301 mil em 2023 para 2.280 mil em 2024, segundo dados da SUFRAMA. Esse aumento significativo no início do ano sinaliza uma recuperação na demanda por esses equipamentos.

Por outro lado, os dados sobre os sistemas centrais de ar-condicionado, como os Chillers e as unidades de tratamento de ar (AHU), apresentam um panorama mais complexo. A produção de Chillers, medida em toneladas de refrigeração (TR), subiu ligeiramente de 203.696 TR em 2022 para 204.671 TR em 2023. No entanto, no primeiro semestre de 2024, houve uma retração de 13,7% em relação ao mesmo período do ano anterior, com a produção caindo de 113.829 TR para 98.204 TR, conforme a RMS Consultoria. Já o segmento de Splitão mostrou uma queda anual de 10% em 2023, mas uma recuperação de 7,6% no primeiro semestre de 2024.

gráfico inflação no mercado de ar condicionado. Fonte: IBGE

Elaboração: Guilherme R.C. Moreira

As vendas regionais de equipamentos HVAC-R refletem essas variações, com diferenças significativas entre as regiões do país. As comercializações de Splits estão concentradas principalmente em Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, que respondem por 49% do mercado, enquanto São Paulo detém 6% das vendas. No segmento de Chillers, São Paulo lidera com 40% das vendas. O mercado de Splitão tem uma distribuição mais equilibrada, com São Paulo responsável por 26% das vendas e a região Nordeste por 21%. Quanto às AHUs, São Paulo também é o principal mercado, representando 29% das vendas, seguido de perto por Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, que juntos somam 27%.

Além das vendas, o setor HVAC-R também se destaca pela geração de empregos formais, especialmente em São Paulo, que concentra 39,33% dos postos de trabalho no setor. Outras regiões como Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Minas Gerais também desempenham papéis significativos, com 10%, 6,22% e 5,80% dos empregos, respectivamente. Em Minas Gerais, as atividades relacionadas à manutenção e reparação de máquinas e aparelhos de refrigeração e ventilação para uso industrial e comercial respondem por 8,1% dos empregos formais no setor, enquanto a instalação e manutenção de sistemas centrais representam 6,4%. A fabricação de máquinas e aparelhos de refrigeração e ventilação para uso industrial também é relevante, correspondendo a 6,1% dos empregos.

Em suma, o mercado de ar-condicionado no Brasil continua a ser um setor vital, tanto em termos de produção e vendas quanto na geração de empregos, apesar dos desafios inflacionários e das variações regionais.