Sensores de temperatura em ônibus do Rio permitirão fiscalização em tempo real
A Prefeitura do Rio de Janeiro iniciou a instalação de sensores de temperatura nos ônibus com ar-condicionado. O projeto, que começou em 18 de dezembro de 2024, tem como meta abranger toda a frota até o fim do verão. Inicialmente, 60 coletivos circulam com o equipamento, permitindo o monitoramento em tempo real da temperatura interna dos veículos.
O objetivo é verificar se o ar-condicionado está ligado e se atende às normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que exige uma diferença de ao menos 8°C em relação à temperatura externa. Caso as empresas de ônibus não cumpram a regra, poderão perder parte dos subsídios pagos pela prefeitura.
De acordo com o prefeito Eduardo Paes, as empresas tiveram prazo até 31 de julho de 2023 para instalar os monitores de temperatura, mas recorreram judicialmente contra a obrigação. Diante da demora, a própria prefeitura passou a comprar e instalar os sensores.
O dispositivo fica na saída de ar do ônibus e é conectado ao sistema de bilhetagem, permitindo o acompanhamento em tempo real da temperatura. Segundo o subsecretário de Tecnologia em Transportes, Lauro Silvestre, o sistema também verifica se o ar-condicionado está funcionando com capacidade plena ou em modo de ventilação.
A medida ocorre em meio às discussões sobre a climatização da frota. Dados do DataRio indicam que, em junho de 2024, cerca de 22% das viagens foram realizadas em ônibus sem ar-condicionado. Em 2019, esse percentual era de 28%, piorando para 30% em maio de 2020, o pior índice do período analisado.
Para o Sindicato das Empresas de Ônibus do Rio (RioÔnibus), 90% da frota já conta com ar-condicionado. No entanto, a entidade alega que variações pontuais podem resultar em viagens sem o equipamento funcionando. A Secretaria Municipal de Transportes (SMTR) confirma a presença de climatização em 90% das viagens, mas pontua que os veículos sem ar-condicionado recebem subsídios menores.
O sistema de subsídios é parte do embate entre a prefeitura e as empresas de ônibus. Desde meados de 2023, o município adotou a política de pagar menos para ônibus que circulam sem climatização. Atualmente, ônibus com ar recebem R$ 4 por quilômetro rodado, enquanto os sem ar recebem cerca de R$ 2,91, uma diferença de 30%.