Ricardo Viana, o novo influenciador digital do HVAC-R

O refrigerista Ricardo Viana é um desses fenômenos que, de vez em quando, surgem no HVAC-R nacional, geralmente impulsionados por aplicar novos estilos de trabalho e de atendimento ao cliente, característica que acabou levando-o à condição de influenciador digital nas redes sociais, onde começou a despontar em 2017.

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Incentivado por colegas que já estavam se comunicando com o mercado por meio do YouTube, o profissional começou a fazer e postar conteúdos com cada vez mais frequência no canal Viana Manutenção, onde já publicou até hoje cerca de 500 vídeos com dicas, informações e tutoriais sobre refrigeração, elétrica, hidráulica, mecânica e construção civil.

Os vídeos viralizaram de tal forma que Viana ficou bastante conhecido, a exemplo de seus colegas dos canais Job Refrigeração e Leo Alfatech. Para se ter uma ideia da evolução nessa rede social, o técnico contava, até 22 de novembro, com 51,8 mil inscritos. Há um ano, tinha apenas oito mil inscritos, e no mesmo mês de 2017, não mais que 100.

“Estudei marketing digital e comecei a elaborar melhor os conteúdos, economizando tempo na edição dos vídeos, abrindo caminho para ter mais seguidores. A minha meta é fechar 2020 com 100 mil inscritos e 2021 com 200 mil”, afirma, já projetando melhorar sua presença no Facebook, Instagram e LinkedIn.

Trajetória

Mas não foi fácil chegar a esse patamar. Vontade e coragem fizeram toda a diferença. Com  de 18 para 19 anos de idade, pai de família, somente com a 5ª série e trabalhando das 13h à meia-noite como entregador em uma farmácia da Barra da Tijuca, na cidade do Rio de Janeiro, o rapaz mudou sua trajetória ao questionar-se se chegaria – como um de seus colegas de trabalho à época – aos 50 anos fazendo esse tipo de trabalho.

Resolveu buscar uma nova oportunidade, mas para isso sabia que precisava estudar muito. Depois de exaustiva pesquisa, decidiu fazer cursos profissionalizantes de refrigeração do Centro de Tecnologia Senai Euvaldo Lodi, no bairro de Benfica, e concluir o ensino médio.

De lá para cá, nunca parou de estudar, inclusive fazendo cursos de aperfeiçoamento em áreas correlatas, tornando-se com isso um profissional polivalente. Hoje, mexe com manutenção de equipamentos de refrigeração doméstica e comercial, atendendo clientes na região metropolitana do Rio e Baixada Fluminense.

Interessado em crescer no mercado, começou a trabalhar como ajudante de refrigeração em manutenção predial em um edifício, onde aprendeu na prática. Paralelamente, fez cursos profissionalizantes em elétrica, período em que começou a galgar novas posições no mercado de trabalho.

Nada além do básico

Viana representa a classe refrigerista nas redes sociais

Focado em atualizar conhecimentos com frequência, Viana acredita que parte da mão de obra que chega ao mercado de trabalho é formada especialmente por jovens que estudaram apenas em cursos de qualidade duvidosa, aprendendo nada além do básico, visando fazer todo tipo de trabalho somente para ganhar dinheiro rápido, pulando etapas na formação.

Da mesma forma, também vê com preocupação os profissionais que se formam em cursos presenciais, “os quais muitas vezes acham que somente ter o conhecimento técnico é suficiente para obter resultados positivos na prestação de serviços. Esquecem que, para empreender, é necessário conhecer gestão financeira e fazer um bom atendimento ao cliente”, exemplifica.

Hoje, aos 40 anos, o profissional fala sobre isso com propriedade, porque além de já ter feito palestras em locais como o Senai, deu aulas em empresas onde trabalhou e também no Capre.RJ (Capacitação de Refrigeristas e Eletricistas), em Madureira.

Atualmente, leciona no CFM (Curso de Formação de Mantenedores), em Duque de Caxias, nos cursos de refrigeração domiciliar, ar-condicionado split, refrigeração comercial (câmaras frigoríficas) e comandos elétricos para refrigeração.

“Procuro focar e não pular etapas, ensinando os fundamentos básicos, mas de forma aprofundada, para que os futuros profissionais cheguem ao mercado mais preparados”, complementa Viana, que invariavelmente conhece alunos que desejam, por exemplo, “atuar com splits sem saber o básico em refrigeração, ou mexer com comandos elétricos sem conhecer o mínimo de eletricidade”.