Renovação de ar ajuda a combater propagação do coronavírus

O crescente número de casos de covid-19 trouxe à tona a preocupação com a qualidade do ar em ambientes internos. O tema vem despertando a atenção das entidades do setor, entre as quais a Associação Sul Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Aquecimento e Ventilação (Asbrav).

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Segundo especialistas do setor, por conta da climatização, os ambientes fechados exigem, cada vez mais, cuidados que incluem projetos adequados e com correta renovação do ar.

“A Lei Federal 13.589 estabeleceu a obrigatoriedade do Plano de Manutenção, Operação e Controle (PMOC). Este projeto trata de um assunto de saúde pública e foi estruturado pensando nos benefícios que um Ar Interno qualificado traz a população, não só evitando doenças, mas avançando a qualidade de vida da sociedade. A legislação estabelece procedimentos para verificação do estado de limpeza, conservação e manutenção da integridade dos sistemas de climatização”, explica o diretor da qualidade do ar da Asbrav, Mário Henrique Canale.

PMOC

O Plano de Manutenção, Operação e Controle (PMOC) define procedimentos e rotinas de manutenção e higiene que proporcionam a melhoria da qualidade do ar interior além de economizar energia elétrica. Complementar ao Plano, são realizadas análises da qualidade do ar com intuito de determinar se o ambiente climatizado está de acordo com os padrões de temperatura, umidade e fungos e se a ventilação está adequada.

A ventilação forçada, com sistema eficiente de filtração, é fundamental para que os gases e microrganismos emitidos por nós, sejam diluídos com o ar de renovação (externo).

Em nota oficial a Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava) também se manifestou sobre o tema destacando que nas instalações de ar condicionado mais comuns existem filtros de ar, cuja função é reter partículas sólidas e líquidas, e filtros de mediana eficiência que retêm essas partículas. Os vírus quando existentes no ar são transportados por essas partículas. Neste sentido, impedindo a passagem dessas partículas, impede-se a chegada dos vírus e bactérias ao ambiente.

Para aplicações especiais existem filtros de alta eficiência, os chamados filtros hepa (high efficiency particulate air filter) que retêm particulados de dimensões de 0,3 micra com eficiências de até 99,97%. Por isso, a utilização de baterias de filtração, tanto nos sistemas de recirculação como nos sistemas de renovação, ajuda em muito na manutenção da concentração de particulado em níveis mais baixos, colaborando assim com a diminuição da contaminação.

Segundo a Abrava, “é sabido que a necessidade de ambientes climatizados é imprescindível para o funcionamento de diversos segmentos de atuação como hospitais, supermercados, farmácias, datacenters, entre tantos outros de cunho comercial. O uso de sistemas de climatização contribui para saúde, produtividade e garantia dos processos realizados em determinados ambientes, tornando-se indispensável no dia a dia da sociedade”.

Ambientes sem climatização, sem ventilação, ou mesmo sem manutenção adequada nos ambientes climatizados são fatores insalubres, prejudiciais à saúde e improdutivos. “Diante de cenário de pandemia, a Abrava destaca que algumas medidas preventivas podem contribuir para o funcionamento de um ambiente com segurança, controle do contágio por meio do vírus, e, principalmente a garantia uma qualidade do ar adequada em favor da saúde de pessoas”, diz a entidade.

Quatro itens são determinantes para que se garanta a qualidade do ar a ser respirado – renovação de ar, filtragem, controle de temperatura e umidade e monitoramento da qualidade do ar.

“Neste contexto, intensificar serviços de manutenção preventiva conforme indicado no PMOC – Plano de Operação, Manutenção e Controle é uma das ações que visa garantir a segurança das pessoas. Em 2018, foi aprovada a Lei 13.589 referente ao PMOC do ar condicionado que apresenta parâmetros para a qualidade do ar, determinados pela  Resolução do Ministério da Saúde – ANVISA, a RE-09/2003, que apresenta os níveis máximos de concentração dos poluentes mais conhecidos e de fácil detecção, entre eles, o índice de CO2 e quantidade de fungos”, informa.

A resolução também apresenta os níveis aceitáveis de temperatura, umidade, velocidade do ar e fator de renovação. Entretanto, não há estudos ou evidências científicas de que estas medidas sejam suficientes para conter ou minimizar os efeitos da pandemia.

“A verificação de todos os sistemas de renovação e tomada de ar externo, de maneira que estejam limpas, operacionais, com vazões adequadas, filtros de ar em boas condições ,bandejas de condensado limpas e com boa drenagem, ventiladores e serpentinas limpos, e em bom estado, assegura que o ar que respirado no  ambiente fechado está adequado as necessidades das pessoas que circulam em ambientes climatizados, fato que é de responsabilidade do proprietário do estabelecimento”, ressalta.