Refrigerantes naturais: sustentáveis e saudáveis

Os refrigerantes naturais já conseguem substituir de forma segura e sustentável os gases refrigerantes sintéticos no mercado. Diversos fluidos são agrupados na categoria de refrigerantes naturais, como o ar, água, dióxido de carbono, amônia e o grupo de hidrocarbonetos (HCs). Eles são encontrados na natureza e podem ser utilizados como fluido em equipamentos de refrigeração.

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Graças a essa origem na natureza, eles levam a um impacto ambiental significativamente mais baixo em relação aos refrigerantes sintéticos (CFC, HFC, HCFC). Por possuírem baixos valores de potencial de danos à camada de ozônio (inglês ODP, Ozone Depletion Potential) e de efeito estufa (inglês GWP, Global Warming Potential), possíveis vazamentos e despressurizações levam a menores impactos.

Os refrigerantes naturais – especialmente dióxido de carbono, amônia e HCs – são substitutos dos CFCs (os gases do grupo dos clorofluorcarbonos), que tiveram seu banimento iniciado em 1989 com o Protocolo de Montreal e concretizado em 2010, no âmbito da fabricação de equipamentos de refrigeração. A iniciativa de substituir os CFCs tornou-se global e ganhou aderência da indústria.

Hoje, a adoção dos refrigerantes naturais é um dos principais fatores de sustentabilidade ambiental do segmento. Esta ação leva a resultados reais na recuperação da camada de ozônio. Estudos mostram recuperação da camada de ozônio nos Polos do Planeta, chegando a recuperar 1-3% em cada década em algumas partes do planeta. Alguns fluidos sintéticos à base de hidrofluorolefinas, as HFOs, também respondem a esse desafio, entretanto ainda existe uma lacuna de conhecimento para os possíveis riscos da utilização desses fluidos em larga escala, como a formação do subproduto ácido Trifluoroacético (TFA) na atmosfera.

Da lista de refrigerantes utilizados atualmente, muitos certamente serão banidos nas próximas décadas. O Regulamento da União Europeia sobre Gases Fluorados e com Efeito Estufa (Regulamento F-Gás) já prevê limite de venda na quantidade de gases fluorados. Este regulamento é aplicado desde 2015 e estabelece uma transição com redução nos limites de vendas até 2030.

Há uma tendência crescente para a aplicação de refrigerantes naturais como uma alternativa ecologicamente correta e mais barata em comparação aos refrigerantes sintéticos. Os gases naturais podem ser considerados à prova do futuro, pois é improvável que uma nova legislação ambiental os proíba ou limite severamente seu uso dado o seu componente de sustentabilidade ambiental.

 

Por: Cláudio de Pellegrini, Diretor de R&D da Embraco