Metalfrio nega exposição em meio à crise do Banco Master

Oncoclínicas e Rioprevidência estão entre instituições citadas por fontes; Fitch alerta para impacto no crédito

As dificuldades financeiras do Banco Master colocaram em alerta empresas e fundos de pensão que detêm títulos emitidos pela instituição. Segundo reportagem da Bloomberg News, a Oncoclínicas, a fabricante de equipamentos de refrigeração Metalfrio e o fundo de pensão Rioprevidência estariam entre os expostos.

O Master, liderado por Daniel Vorcaro, enfrenta restrições de capital após se expor a ativos de maior risco e ver seu plano de fusão com o Banco de Brasília (BRB) ser rejeitado pelos reguladores neste mês. Desde então, investidores aguardam um desfecho para os papéis emitidos pela instituição.

Fundos de pensão, como a Rioprevidência, do estado do Rio de Janeiro, também foram citados como detentores de instrumentos de dívida do banco. A Oncoclínicas optou por não comentar o caso. Já a Metalfrio (FRIO3) afirmou em comunicado nesta segunda-feira (29) que não mantém relação comercial com o Master nem possui instrumentos financeiros relacionados ao banco em seu balanço.

De acordo com Saverio Minervini, chefe de ratings corporativos para a América Latina da Fitch Ratings, o episódio pode afetar o mercado de crédito. Ele lembrou que a crise da Americanas, em 2023, mostrou como choques inesperados podem alterar rapidamente a percepção dos investidores.

Nos últimos anos, o Banco Central monitorou de perto a atuação do Master, que se destacou na emissão de Certificados de Depósito Bancário (CDBs) com garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Uma mudança de regras — exigindo relatórios mais transparentes sobre precatórios e maior alocação de capital — revelou fragilidades nas finanças da instituição.