Embalagem inteligente para órgãos
Pesquisadores da Unifesp criam tecnologia para monitorar temperatura e reduzir perdas no transporte de órgãos
Pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) desenvolveram uma embalagem inteligente para transporte de órgãos que permite monitoramento em tempo real da temperatura e do trajeto. O dispositivo foi projetado para reduzir perdas e otimizar a logística em transplantes, utilizando tecnologia nacional em parceria com a São Rafael Câmaras Frigoríficas, Instituto Mauá de Tecnologia (IMT) e o Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL).
A inovação, iniciada em 2017 e financiada pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) a partir de 2020, possui autonomia de até 6 horas, além de sistema de backup para garantir a continuidade do monitoramento em situações adversas. Segundo Bartira de Aguiar Roza, coordenadora do projeto e professora da Escola Paulista de Enfermagem da Unifesp, o objetivo é reduzir as perdas estimadas em 5% nos transplantes de longa distância e assegurar a rastreabilidade dos órgãos, atualmente transportados em caixas térmicas convencionais sem controle preciso de temperatura.
Após a fase de validação pré-clínica, a tecnologia deverá passar por novos testes com órgãos humanos e tem previsão de lançamento comercial para o início de 2026. O preço estimado varia entre R$ 10 mil e R$ 15 mil, significativamente inferior aos modelos importados, que podem chegar a R$ 80 mil no Brasil.