Difusor de Ar Condicionado

COVs criam armadilhas à saúde em ambientes internos

Presentes em tudo que nos cerca – móveis, eletroeletrônicos, produtos de limpeza, materiais de construção e revestimento, como tintas, adesivos, selantes, isolamentos térmicos e acústicos –, os compostos orgânicos voláteis (COVs) são tão nocivos à saúde, podendo inclusive causar de doenças respiratórias a câncer.

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A agressão à saúde se torna ainda mais grave quando as atingidas são as crianças, uma vez que estudos recentes demonstram que elas estão expostas a altos níveis de compostos orgânicos voláteis, tornando-as quatro vezes mais propensas a desenvolver asma do que os adultos.

Segundo a Agência de Proteção Ambiental Americana (EPA, em inglês), evidências científicas indicam que o ar interior pode ser mais seriamente poluído do que o ar exterior, até mesmo em grandes metrópoles, um problema sério de saúde ao considerar que as pessoas gastam cerca de 90% de seu tempo em locais fechados.

A Qualidade do Ar Interior é classificada pela EPA como um dos cinco maiores riscos ambientais para a saúde pública. Desde a década de 1990, a Organização Mundial da Saúde usa o termo Síndrome dos Edifícios Doentes para descrever situações em que as pessoas que trabalham ou vivem em prédios selados apresentam problemas de saúde ligados à qualidade do ar interno.

Portanto, a exposição prolongada a um ar interior poluído pode ocasionar sintomas como irritação e obstrução nasal, desidratação e irritação da pele, irritação e secura na garganta, e nas membranas dos olhos, dor de cabeça, letargia e cansaço, entre outros males.

Controle de origem

No Brasil, embora o Ministério da Saúde tenha estabelecido a Portaria nº 3.523/1998, referente a medidas de limpeza dos sistemas de climatização e padrões da qualidade do ar identificando poluentes de natureza física, química e biológica com suas respectivas fontes que devem ser cumpridas, não existe uma legislação específica sobre o controle de origem.

Para tanto, uma maneira de obter produtos mais seguros é por meio de certificação voluntária, uma saída para empresas que desejam demonstrar que seus produtos não contribuem para a poluição interna.

Segundo a UL, empresa global independente de segurança presente no Brasil há 16 anos e que defende e promove o trabalho e ambientes de vida seguros para todas as pessoas, uma das formas de prevenir este risco é o “controle de origem”.

Este processo envolve a seleção e o uso de materiais e processos de construção não tóxicos e de pouca emissão para minimizar emissões de COV no ar. Boa ventilação da construção e práticas de limpeza controladas completam o pacote de redução significativa da poluição do ar interior.

De acordo com a UL do Brasil, os principais cuidados aplicados a edifícios sustentáveis envolvem duas prerrogativas. Uma diz respeito ao formaldeído, substância extremamente tóxica. As sugestões são priorizar produtos domissanitários, ou seja, que não contenham formaldeído, ou caso não seja possível não utilizá-lo, selecionar materiais de construção, acabamento e mobiliário que possuam ou emitam menos dessa substância.

A outra é a utilização de produtos de limpeza e domissanitários que não contenham COV ou que não apresentem alta taxa de volatilização e toxicidade.

Há certificações como LEED, BREEAM e WELL oferecidas às edificações que cumprem os critérios listados acima, entre outros, mas há uma grande maioria de escritórios e residências, principalmente, onde não há tal preocupação.

O Greenguard é a certificação de produtos de baixa emissão que a UL Environment fornece desde 2001. A empresa faz testes e realiza a certificação de emissões química, trabalhando com aproximadamente 400 fabricantes, dentre 25 categorias de produtos. São mais de 25 mil produtos listados no banco de dados on-line e gratuito, certificados pela norma UL 2818, que é baseada nos mesmos critérios de emissões que a EPA e outras respeitáveis agências de saúde.