Corredores abertos
Se as expectativas de crescimento do setor supermercadista são otimistas, no HVAC-R o estado de ânimo não poderia ser outro. Afinal, qual é o supermercado que não precisa do frio para refrigeração, climatização e armazenagem de alimentos perecíveis?
As empresas do segmento já notaram o enorme potencial que há para ser explorado neste campo e se movimentam para aproveitá-lo da melhor maneira possível.
“É um mercado com crescimento acelerado em função da melhora do poder aquisitivo da classe média e com perspectivas otimistas, devido aos eventos importantes que o Brasil irá sediar nos próximos anos”, analisa Nilton Laureano de Freitas, da área de administração de Vendas da RAC Brasil.
Para o gerente comercial e de marketing da Harris-Brastak, Anderson de Araújo Fernandes, essa evolução obrigou o HVAC-R a se preocupar mais com a qualidade dos produtos fabricados e serviços oferecidos para estes estabelecimentos.
“O aumento do nível de exigência dos supermercadistas fez com que os fabricantes de equipamentos buscassem cada vez mais a profissionalização, o que tem ocorrido por meio de inúmeros treinamentos para qualificação e credenciamento de instaladores, corrigindo diversas deficiências técnicas”, avalia o profissional.
Com visão parecida, o especialista em vendas da ebmpapst, Jonathan Fáber Pretel, percebe uma preocupação maior com o aspecto qualidade, deixando um pouco mais de lado a prática míope de analisar tão somente o custo. “Mesmo com a última crise, aconteceram investimentos significativos no setor de supermercados, com novas lojas e reformas de instalações, buscando cada vez a modernização com soluções elaboradas, produtos diferenciados e que tragam benefícios ao sistema. Hoje em dia, os projetos não estão sendo mais vistos apenas pelo custo de investimento inicial, mas também pelos benefícios proporcionados a curto, médio e longo prazo”, observa.
Por outro lado, o diretor geral da Mipal, Antônio Cláudio Palma, acredita que os supermercados poderiam estar crescendo mais. Mas não deixa de reconhecer a sua pujança no País. “Deveria estar num ritmo mais acelerado em função do cenário nacional, da saída da crise e das projeções de crescimento do Brasil. Em compensação, é um setor que sofre muito com financiamentos, além de ter fusões constantes. Há também que se mencionar que o aumento do consumo na classe C gera uma alteração no perfil das lojas, trazendo a necessidade de pequenos mercados, movimento este bastante impulsionado nos últimos anos”, sustenta o executivo.
O assistente de marketing da Elgin, Roberto Mourato, também percebe o aumento do setor de menor porte. “A crescente evolução desse segmento se dá pela abertura de diversas redes e estabelecimentos de bairro, conhecidos popularmente como míni-mercados ou mercadinhos”, comenta.
PORTE DETERMINA CLIMATIZAÇÃO IDEAL
As soluções adequadas em matéria de ar condicionado para supermercados dependem diretamente do tamanho da loja. Segundo o engenheiro mecânico Arnaldo Parra, os projetos dessa natureza não são padronizados e devem ser realizados por profissionais da área.
“O porte do prédio, sua utilização e localização devem ser considerados, pois a instalação de um sistema de conforto térmico tem de estar alinhado com uma política de baixa emissão de gases agravantes do efeito estufa”, explica o gerente de vendas e marketing da Rheem do Brasil.
Para as grandes redes de varejo, a multinacional norte-americana fornece unitários rooftop, split system, resfriadores e fan&coil. Segundo Parra, o segmento de supermercados está em franco desenvolvimento, com a economia crescendo à ordem de 5,5% ao ano. “Com os projetos de Copa do Mundo e Olimpíada, os setores de hotelaria e comércio varejista deverão estar aptos a atender à demanda crescente para esse período, o que significa investimentos em infraestrutura, novas construções e reformas de ambientes já existentes. Estaremos prontos para proporcionar condições deste desenvolvimento e geração de novos negócios, por meio de uma série de ações que visam o fortalecimento de nossas operações no mercado nacional e latino-americano”, explica.
Para grandes áreas – como supermercados, galpões e cinemas, a Midea do Brasil também oferece aos clientes equipamentos do tipo rooftop, caracterizados pela construção robusta, o que os torna bastante duráveis e lhes permite ser instalados sobre a cobertura do local, sem que sofra com a ação do tempo, além de dispensar a necessidade de manutenções dispendiosas.
“Essas características fazem com que o rooftop seja a solução que apresenta a maior economia de espaço útil do empreendimento, oferecendo significativas reduções nos custos, tanto de instalação como de manutenção, em relação a equipamentos similares”, salienta o engenheiro Adriano Reichmann Farias.
Por se tratarem de grandes ambientes que não exigem controles individuais para os diversos usuários, ressalta o profissional, a opção por rooftops é, indiscutivelmente, mais econômica em relação ao sistema inverter, quando se fala nas áreas de venda dos supermercados. “É comum encontrar esse tipo de sistema em empreendimentos desse porte, devido às suas grandes capacidades e baixo custo da TR”, afirma.
“O cenário nacional se apresenta altamente favorável, tanto para o setor supermercadista quanto para outros tipos de empreendimentos, onde as oportunidades são muito boas envolvendo o condicionamento de ar”, acrescenta.
Atuando há 10 anos no mercado de cortinas de ar, a Airway, que produz equipamentos com controle remoto ou manual por potenciômetro, acaba de lançar os ventiladores Bigfan fixo, móvel e articulado.
Esse dispositivo de ventilação de 2,5m de diâmetro, disposto sobre rodas, pode ser movimentado facilmente em qualquer ambiente que necessite de seu grande volume de deslocamento de ar com baixa velocidade.
“Dotado da tecnologia HVLS (High Volume Low Speed, em inglês), ele ventila grandes áreas com baixo nível de ruído, gerando uma brisa uniforme e melhorando a sensação térmica, além da produtividade”, ressalta o sócio-gerente da empresa, Túlio Zattera.
“Consideramos muito favorável a busca constante pelo conforto térmico para os clientes e funcionários das grandes lojas, criando um ambiente promissor para os negócios.
Eventualmente, a falta de conhecimento do benefício proporcionado e ganhos de produtividade e vendas quando utilizados os vastos meios que o setor de HVAC-R disponibiliza ao mercado podem ser empecilhos a alguns tipos de soluções com investimento inicial de maior vulto, mas a maioria dos lojistas percebe os benefícios desses investimentos”, analisa o engenheiro, frisando que o crescimento constante e sustentável das operações ocorre nos mais diversos tamanhos de negócio em operação.
“O País possui um mercado ainda muito reprimido; pagador de pesados impostos. Com a melhor organização do Estado, poderão ser crescentes os benefícios da qualidade dos seus serviços, aumentando a disponibilidade da sociedade em consumir mais e melhor”, arremata.