Um refrigerista na Presidência da República
Logo após receber a faixa presidencial de Michel Temer nesta tarde, em Brasília, o presidente Jair Bolsonaro propôs a criação de um “movimento para restabelecer padrões éticos e morais que transformarão” o País.
Ele defendeu ainda que “a corrupção, os privilégios, as vantagens, os favores politizados, partidarizados” acabem e fiquem “no passado para que o governo e a economia sirvam de verdade para a nação”.
“Vamos tirar o peso do governo sobre quem trabalha e produz”, prometeu.
O discurso em praça pública seguiu a mesma linha de sua fala anterior no Congresso Nacional. No parlamento, Bolsonaro anunciou, sem mencionar detalhes, que fará reformas estruturantes e criará um círculo virtuoso de confiança na economia.
Remuneração polêmica
Desde o início da campanha à Presidência República, a maioria da classe refrigerista tem demostrado, nas redes sociais, grande entusiasmo em relação às propostas liberais de Jair Bolsonaro.
Em agosto, ele chegou a dizer que fez um curso de refrigeração doméstica em Madureira, no Rio de Janeiro, quando ainda servia o Exército, ao defender o ensino técnico e profissionalizante como o caminho mais curto para o mercado de trabalho.
Durante entrevista a um canal de TV a cabo, Bolsonaro garantiu que, se não fosse político e quisesse viver como refrigerista, faturaria alto no mercado.
“Há uma certa tara por parte da garotada em ter um diploma [de ensino superior]. Isso é importante? Sim. [Mas quando era tenente do Exército] eu fiz um curso de [manutenção de] máquina de lavar roupa e de geladeira. Te garanto: se hoje em dia eu quiser viver disso, vou ganhar, no mínimo, R$ 12 mil por mês, com um curso técnico”, afirmou.
À época, o assunto gerou calorosas discussões em grupos de profissionais do setor. Para alguns, essa remuneração não passa de um sonho. Para outros, é possível ganhar, inclusive, mais do que R$ 12 mil por mês trabalhando como técnico em refrigeração e ar condicionado, com a devida qualificação.