Tendências do marketing de serviços para 2026

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O setor de ar-condicionado está entrando em um novo ciclo. Por muitos anos, o marketing das empresas se baseou quase só em indicação, boca a boca e ações improvisadas. Mas o comportamento do cliente mudou, e vai mudar ainda mais em 2026. Hoje, não basta ser bom tecnicamente: é preciso ser visto, lembrado e reconhecido como profissional antes mesmo do orçamento chegar. Nesse cenário, o maior erro não é o que os empresários ainda não fazem, e sim o que continuam fazendo mesmo sabendo que já não funciona.

A primeira prática que precisa ser abandonada é depender exclusivamente de indicação. Indicação é ótima, mas não é previsível. Quando a empresa não controla sua geração de demanda, fica refém da sorte, da sazonalidade e do humor do mercado. Basta um verão mais ameno ou uma pausa nas obras para o faturamento despencar. Quem quiser crescer em 2026 precisa construir fontes ativas de prospecção. Um exemplo simples: toda instalação feita no ano pode virar contrato preventivo, desde que haja acompanhamento. Muitas empresas perdem receita porque não têm calendário de contato, não retornam ao cliente depois da instalação, não registram a data da próxima manutenção e deixam o cliente esquecer que o serviço existe. Em 2026, não sobreviverá a empresa que espera ser lembrada, e sim a que mantém relaciona-mento constante.

Outra prática ultrapassada é usar redes sociais apenas para postar máquinas novas, fotos de antes e depois ou promoções soltas. Esse tipo de conteúdo já não cria posicionamento, porque é exatamente o que todo mundo faz. O cliente não diferencia uma empresa da outra quando todas falam igual. O marketing do futuro exige narrativa, especialização e autori-dade. Em vez de publicar só fotos de equipamentos, a empresa pode mostrar seu padrão técnico: como faz o vácuo, qual cuidado tem com o dreno, como protege o ambiente, por que segue normas e recomendações de fabricantes. Mas, claro: sem explicar vácuo como se estivesse falando com outro instalador. É conteúdo para cliente, mostrando que existem dois jeitos de fazer, o “jeitinho expurgado” e o vácuo correto, revelando o padrão da marca. Quando o empresário mostra processo, o cliente percebe valor, não só preço. Em Curitiba, por exemplo, uma empresa que trocou fotos genéricas por vídeos curtos explicando erros comuns de instalação passou a atrair um público mais qualificado e aumentou o ticket médio sem mudar equipe, rota ou tempo de visita.

Também precisa ficar no passado responder orçamento sem diagnóstico. Muitas empresas ainda enviam valores pelo WhatsApp sem entender a necessidade real do cliente. Isso transforma o serviço em commodity e empurra o empresário para uma guerra de preços na qual sempre perde quem tenta ser o mais barato. O novo marketing é educativo: orienta, explica, filtra e posiciona. Empresas que adotam um roteiro simples já percebem diferença. Exemplo: ao receber a solicitação, o atendente pergunta tipo de ambiente, metragem, carga térmica aproximada, número de pessoas e incidência solar antes de enviar valores. Essa pequena mudança comunica profissionalismo e reduz retrabalho. Em Belo Horizonte, uma empresa que estruturou esse protocolo aumentou a taxa de fechamento em 32% em três meses, sem mexer no preço.

Outro erro urgente de eliminar é tratar cliente antigo como invisível. O foco exagerado em novas vendas faz empresários ignorarem a maior fonte de lucro: a base já atendida. Um equipa-mento instalado gera oportunidade de manutenção por anos, mas muitas empresas só falam com o cliente quando ele reclama. O marketing para 2026 exige relacionamento contínuo. Isso pode ser feito de forma simples: lembretes automáticos de manutenção, envio de checklist após atendimento, pesquisa rápida de satisfação e oferta de planos preventivos com benefícios exclusivos para quem já é cliente. Uma empresa de Florianópolis implementou uma rotina de contato a cada seis meses e, sem gastar nada com anúncios, aumentou o faturamento recorrente em 40%. O mercado não está saturado, está mal trabalhado.

Também é importante abandonar o improviso como estratégia. Muitos empresários ainda acham que marketing é postar quando sobra tempo ou fazer campanha quando o movimento cai. O resultado é um fluxo instável, que deixa a empresa vulnerável e desgasta o dono. Em 2026, marketing será rotina, não reação. Isso inclui ter calendário editorial, acompanhar métricas básicas (taxa de resposta, número de orçamentos, origem dos leads), definir persona com clareza e direcionar a comunicação para um tipo específico de cliente. A especialização será forte tendência no setor. Empresas generalistas tendem a competir sempre por preço. Já quem escolhe um nicho, climatização para escritórios, retrofit em apartamentos, VRF para clínicas ou manutenção predial, vira referência e atrai contratos maiores, com menos resistência e mais fidelização.

Outra prática que deve ficar para trás é copiar a comunicação da concorrência. Quando todas as empresas repetem “atendimento de qualidade”, “preço justo”, “profissionais capacitados”, o cliente não vê diferença. Marketing de posicionamento é específico e baseado em prova real. Isso inclui mostrar depoimentos verdadeiros, registrar antes e depois com explicação técnica, divulgar certificações, apresentar equipe e compartilhar bastidores com padrão, não improviso. Um simples vídeo mostrando a equipe cobrindo móveis antes da instalação comunica mais profissiona-lismo do que qualquer frase genérica. Não é sobre aparecer mais, é sobre aparecer do jeito certo.

Também é preciso abandonar a ideia de que marketing é custo ou que só funciona para empresas grandes. O setor de ar-condicionado está amadurecendo e, muito em breve, o cliente não escolherá mais por proximidade ou indicação, mas pela percepção de segurança, profissionalismo e confiança. Quem começar agora terá vantagem competitiva; quem insistir no velho modelo ficará para trás. Em 2026, o mercado será dividido entre quem estruturou presença digital e quem continua esperando o verão salvar o faturamento. Crescer exige entender que marketing não é exposição, é construção de valor. E valor é o que permite cobrar melhor, atrair clientes que respeitam o serviço e construir um negócio sustentável, com previsibilidade e menos desgaste.

O momento de mudar não é no ano que vem, é agora. Quem parar de repetir o que já não funciona entra em 2026 com algo que a maioria ainda não tem: controle, posicionamento e crescimento contínuo. O marketing é um dos pilares mais importantes da empresa; é por meio dele que você atrai, conquista e retém seus clientes. Não se faz marketing só quando o movimento está baixo, se faz marketing para não ter movimento baixo. E, mesmo em alta demanda, você deve continuar. Repare: a Coca-Cola, líder absoluta de vendas, continua investindo constantemente em divulgação. Mesmo quando a fábrica está no limite, isso é necessário para manter posicionamento, mas o tipo de conteúdo e a estratégia mudam. Aliás, isso rende até outra discussão: que tipo de marketing fazer quando a agenda está cheia?