Mercado de dutos segue em ascensão

Os sistemas de aquecimento, ventilação e ar condicionado (HVAC) instalados em edifícios comerciais e residenciais são os maiores vilões das contas de luz. Em parte dessas instalações, o ar é distribuído por meio de uma rede de condutores, que deve ser corretamente dimensionada para climatizar melhor os ambientes fechados.

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O ar de insuflamento, o ar de retorno e o ar de exaustão são fluxos comuns num sistema do gênero. Geralmente, os dutos também fornecem ar de ventilação junto com o ar de insuflamento. Enfim, o uso dessas estruturas é um método consolidado para assegurar a qualidade do ar interno (QAI) e o conforto térmico.

Segundo analistas da Technavio, empresa global de pesquisa e consultoria tecnológica, o mercado mundial de dutos de ar deve crescer a uma taxa anual composta 5,25% durante o período 2017-2021.

A acelerada demanda por equipamentos de climatização impulsionará o segmento, no qual o uso de tecidos e dutos isolados estão entre as principais tendências, conforme avaliam os especialistas.

Cenário nacional

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“Como condutor de ar, podemos dizer, com toda certeza, que os dutos de pré-isolados de poliuretano são os mais modernos e mais completos do mercado brasileiro”, avalia o gerente da Rocktec, Elias Barbosa.

Em matéria de dutos, os profissionais de engenharia e arquitetura devem buscar soluções com maior estanqueidade, a fim de evitar perda de carga. “Nosso AluPir é um produto leve e fácil de instalar, que não faz sujeira nem barulho na obra”, exemplifica.

Outras tecnologias disponíveis no setor são os dutos helicoidais, além dos sistemas de união TDC (sigla em inglês para Conexão Transversão de Duto) ou com junta e chaveta. Uma grande desvantagem desse último equipamento é a perda de ar nos vazamentos, segundo Elias Barbosa.

“Para cada 1% de vazamento, é necessário 3% de energia. Ou seja, o gasto com eletricidade dobra em poucos anos de uso”, alerta.

Largamente utilizados no mercado, os dutos metálicos também apresentam diversas vantagens. “Sabemos que uma rede de distribuição desse tipo atenderá ao uso intermitente ou contínuo durante décadas, uma vez que seu ciclo de vida independe de colas ou fitas adesivas aplicadas em sua construção”, esclarece o engenheiro mecânico Maurício Vale, diretor comercial da Refrin.

Em caso incêndio, prossegue o executivo, os dutos metálicos não desprendem compostos tóxicos ou gotejamentos que propagam o fogo, provocando queimaduras nos ocupantes de edifícios. “Por essa razão, os dutos de poliuretano são proibidos nos EUA”.

De acordo com Maurício Vale, uma das últimas inovações da indústria brasileira são os dutos Girotubo, dotados da união exclusiva em Giroguard. “Temos visto o uso crescente deles em salas limpas e em sistemas que têm como diferencial competitivo a eficiência energética, pois eles garantem baixos índices de vazamento de ar, sem a necessidade de aplicação de silicone”, salienta.

Dimensionamento de dutos

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O dimensionamento de uma rede de dutos deve considerar aspectos físicos e financeiros, visando proporcionar a melhor relação entre custo e benefício ao cliente final. “Costumo ressaltar que nós, engenheiros, nos esforçamos muito para desenvolver ou mesmo aplicar equipamentos e soluções que proporcionem ganhos de eficiência e rendimento de 2% ou 3% em um sistema como um todo”, diz.

“Contudo, esquecemos que uma rede de duto pré-fabricada, construída sob critérios de qualidade e com uso de equipamentos apropriados, evitam vazamentos de até 30% das vazões de ar e gastos com ações corretivas”.

Historicamente, há um grande número de sistemas de ventilação e ar condicionado em que os procedimentos de ajustes e comissionamento da instalação verifica que as vazões de ar previstas em projeto não são atendidas.

“Ocorrências como essas são mais comuns do que se imagina e se devem, em grande parte, à falta de compatibilização entre os diversos projetos contemplados em uma construção, como sistemas hidráulicos, elétricos etc.”, observa.

“Numa primeira etapa do projeto, é preciso calcular a carga térmica, definir o sistema de ar condicionado, vazão de ar de insuflação, retorno e ar exterior, definir zoneamento, definir tipo de difusão de ar, quantidade e posição para cada ambiente”, ressalta o engenheiro Ravindra Tailor, consultor técnico da Seimmei.

Segundo Tailor, há diversos métodos para dimensionar uma rede de dutos, como o de velocidade, o de perda de cargas iguais ou o de recuperação de pressão estática.

Em redes pequenas, pavimentos de escritórios, baixas vazões de ar, hospitais, auditórios, cinemas etc. deve ser usado método de baixa velocidade e chapa conforme a NBR 16401 na classe de pressão adequada, com ou sem junta TDC, dependendo do tamanho da rede, conforme explica o engenheiro mecânico Alexandre Alberico, diretor da Cebetec Sistemas Planejados.

“Para redes extensas e com grandes vazões, como em aeroportos, o mais adequado é trabalhar com alta velocidade e dimensionar a rede pelo método Static Regain”, acrescenta.