Fieam leva crise dos compressores a Alckmin
Entidade pede flexibilização do PPB (processo produtivo básico) para ar-condicionados na ZFM (Zona Franca de Manaus)
A Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam) levou nesta terça-feira (30) à Confederação Nacional da Indústria (CNI) e ao vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), também ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), a crise de abastecimento de compressores inverter que afeta a produção de ar-condicionados na Zona Franca de Manaus (ZFM).
De acordo com a Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), a falta do componente, essencial à fabricação dos aparelhos, vem sendo registrada desde março. O presidente da Fieam, Antônio Silva, afirmou a Alckmin e à diretoria da CNI que a escassez ameaça paralisar fábricas do Polo Industrial de Manaus (PIM).
Silva esteve acompanhado de Jorge Nascimento Júnior, presidente da Eletros. Ambos defenderam a flexibilização do PPB, que exige das fabricantes a inclusão de compressores nacionais em pelo menos 12% da produção anual para manter incentivos fiscais.
O setor aponta que a única produtora de compressores inverter no país, a Tecumseh do Brasil, não consegue atender à demanda. A Fieam propôs suspender a obrigatoriedade de aquisição nacional ou adequar o percentual à capacidade real da fornecedora.
O MDIC realizou consulta pública sobre o tema e prorrogou para 2026 o cumprimento das exigências, acumulando pendências dos últimos dois anos. A federação afirma que esta é a segunda vez em que o ministério altera as regras por causa da incapacidade de fornecimento da Tecumseh, o que gera insegurança jurídica.
Alckmin reconheceu a gravidade da situação e se comprometeu a analisar o pedido. Segundo a Fieam e a Eletros, o Brasil, por meio da ZFM, é hoje o segundo maior polo mundial de produção de ar-condicionados, atrás apenas da China.