Prevenção, palavra de ordem no HVAC-R
As tecnologias para prevenir acidentes têm evoluído a passos largos no sentido de não apenas conferir segurança aos profissionais, mas também contribuir para o conforto no desempenho de seu trabalho. Isso refletirá diretamente na adesão aos chamados equipamentos de proteção Individual (EPIs) e na eficiência das operações.
À medida que beneficia tanto as empresas – que passam a arcar com custos menores referentes a acidentes de trabalho e a lucrar com o melhor rendimento de sua mão de obra – quanto a saúde dos trabalhadores, o desenvolvimento de novos materiais e procedimentos para a segurança dos profissionais tem ganhado cada vez mais importância no planejamento estratégico de companhias de diversos segmentos.
De acordo com pesquisa recém-realizada pelo Serviço Social da Indústria (Sesi) com 500 médias e grandes empresas, 48% delas apontam que as ações para aumentar a segurança no ambiente de trabalho e promover a saúde dos trabalhadores reduzem as faltas. Outros 43,6% afirmam que esses programas aumentam a produtividade no chão de fábrica e 34,8% asseguram que tais ações são importantes para a redução de custos.
Além disso, na visão de 76,4% dos entrevistados, a atenção da indústria brasileira a este tema deve aumentar nos próximos cinco anos.
Tal evolução tem feito surgir equipamentos condizentes com essa preocupação de colocar a segurança e o conforto em primeiro lugar. É o caso, por exemplo, das máscaras de solda que escurecem automaticamente, os óculos em policarbonato e as botas mais ergonômicas aos pés, dentre uma série de outros produtos com essa finalidade.
“Os óculos, atualmente, são projetados visando maior proteção e conforto do trabalhador se tornando mais leves e resistentes”, exemplifica o professor Anderson Galdino Leite, orientador de prática profissional da Escola Senai “Oscar Rodrigues Alves”, localizada no Ipiranga, em São Paulo.
A opinião é compartilhada pelo seu colega de Senai, Alan Ferreira da Silva, instrutor de formação profissional nas áreas de refrigeração e climatização. “Essa melhora tecnológica foi de extrema importância”, complementa Ferreira.
No caso dos trabalhos realizados em altura, os novos cintos também têm sido aprimorados a fim de proporcionar um nível de segurança adequado, com maior conforto. “Hoje temos cintos de cinco pontos de ancoragem, o que dá para fazer regulagens, melhorando a ergonomia”, explica Leite.
Dupla conscientização
Há quase 20 anos no HVAC-R e no Senai desde 2009, o professor Alan Ferreira da Silva tem observado nos próprios alunos dos cursos de refrigeração e climatização a preocupação em compreender melhor o funcionamento dos EPIs e utilizá-los sem restrições no dia a dia.
Isso, segundo ele, é fruto das próprias campanhas de conscientização promovidas pelas empresas e por escolas como o Senai.
“Fazemos periodicamente a Semana Tecnológica com temas variados e, no ano passado, abordamos a segurança com fluidos refrigerantes, sob aspectos como manuseio, transporte, envasamento, ou seja, desde a fabricação até o descarte final”, exemplifica.
Outro fator que tem sido importante para o aumento da segurança nas instalações do HVAC-R é o aprimoramento das Normas Regulamentadoras (NRs) do Ministério do Trabalho e dos regulamentos da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Dependendo da atividade que o profissional vá realizar, ele precisará seguir uma norma específica, como a NR-10 (Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade), NR-35 (Trabalho em Altura), NR-33 (Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados) ou NR-12 (Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos), dentre outras.
Por todos estes motivos, o professor Anderson Leite considera fundamental que os profissionais do setor estejam sempre atentos em relação a todas as normas que podem ser relevantes para o seu trabalho.
“É essencial também conhecer os manuais de cada produto, pois ali estão informações específicas que devem ser consideradas para o manuseio do material com segurança”, ressalta Leite.
Segundo ele, o Senai cumpre um papel importante sob todos estes aspectos, ao conscientizar os trabalhadores da refrigeração e climatização sobre tais necessidades e contribuir, participando das comissões do CB-55 da ABNT – Comitê Brasileiro de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento, na Abrava.
A escola desenvolve, também, treinamentos customizados para as empresas, a fim de qualificar, aperfeiçoar e especializar a mão de obra. “As empresas procuram o Senai buscando soluções personalizadas de formação profissional, que envolvem a realização de treinamentos específicos, de curta duração, que visam aprimorar a atuação do profissional no mercado”, afirma Alan Ferreira.
“As empresas procuram a escola propondo um calendário anual de turmas específicas destinadas aos seus próprios funcionários, à rede de assistência técnica, aos serviços autorizados e aos prestadores de serviços credenciados”, complementa Anderson Leite.
Essa mudança de mentalidade só tende a beneficiar o HVAC-R e contribuir com o desenvolvimento de tecnologias ainda mais avançadas para a prevenção de acidentes. Ganham, assim, as empresas e os profissionais, ao ter a segurança como princípio básico e inegociável em todas as suas operações.
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