Manutenção correta para uma vida mais saudável

O verão com temperaturas cada vez mais escaldantes, que têm se prolongado no decorrer das outras estações, e a “descoberta” do ar-condicionado pela classe C aumentaram as vendas de splits a uma taxa média de 15% nos últimos anos.

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A tendência para 2015 não é diferente. O ano começou tão quente que o Google registrou, em janeiro, o maior pico histórico das buscas brasileiras pela expressão “ar condicionado”. E o estado de São Paulo é onde a situação ganha contornos especialmente dramáticos. Nos últimos sete meses do ano passado, quando o calor chegou ao limite do insuportável, os paulistas foram os que mais pesquisaram pelo termo.

A procura pelo conforto térmico produzido por estes aparelhos refletiu-se diretamente no comércio, que está suando para manter os estoques abastecidos de condicionadores de ar.

Tal crescimento, porém, parece não vir acompanhado da preocupação de se fazer a manutenção dos aparelhos de maneira correta. A opinião é da naturopata Cirinéia Martins Castilhos, que vê a necessidade de se melhorar substancialmente a informação ao consumidor.

“É lastimável que a população não tenha conhecimento dos problemas à saúde gerados pela falta de limpeza e higienização preventiva de aparelhos de ar condicionado e climatizadores, causando males como rinites, alergias, conjuntivites, cegueiras, doenças auditivas e pulmonares etc.”, critica a diretora da Limppara, empresa situada em Canoas (RS) que fornece produtos para limpeza e higienização destes equipamentos.

“As indústrias do setor deveriam colocar em suas especificações um alerta sobre a necessidade de limpeza e higienização dos aparelhos, acompanhado dos prejuízos à saúde caso ela não seja efetuada”, completa a empresária.

Cuidados com a mão de obra

O instrutor técnico Americo Martins Junior, que dirige em São José do Rio Preto (SP) a Thermo Cursos, é outro que adverte para a importância de se fazer a manutenção dos aparelhos de forma adequada, o que vai repercutir diretamente na sua durabilidade e no bom funcionamento.

Segundo ele, uma simples limpeza do filtro de ar, que deve ocorrer a cada 30 dias e pode ser feita pelo próprio proprietário, proporciona economia de energia e conforto garantido. Ele aponta ainda que a cada 12 meses deve-se retirar totalmente a unidade evaporadora e efetuar uma higienização por completo.

“Mas a grande maioria dos profissionais, quando presta serviços de manutenção geral, não retira a unidade evaporadora do lugar”, afirma Martins Junior. “Muitos utilizam de recursos diversos para efetuar esta limpeza, desde pinceis até odorizadores com cheiros diferentes e bombas de água de pequeno porte e, com isso, enganam o cliente. Muitos nem retiram a carenagem frontal da máquina para efetuar a manutenção. E cobram um valor irrisório de R$ 80 a R$ 120 para efetuar um serviço de péssima qualidade, sem retirar o principal, que são os mofos, os ácaros, fungos e até bactérias”, acrescenta.

As duras críticas do empresário se dirigem aos profissionais desqualificados, que muitas vezes acabam ocupando o lugar de quem buscou se especializar. Tal situação ocorre devido à busca incessante pelo menor preço, ignorando-se os diversos procedimentos técnicos por trás de um serviço de fato eficiente.

“Uma boa manutenção dá mais trabalho do que instalar um equipamento. Você tem que ir até o cliente, retirar a máquina, levar para sua empresa, desmontar tudo, lavar com cuidado, montar tudo de novo, deslocar novamente até o cliente e montar tudo novamente”, explica Martins Junior.

A naturopata Cirinéia Castilhos observa problemas semelhantes nessa área e alerta para os prejuízos que a procura pela economia no curto prazo pode acarretar à saúde da população. “Caso não haja o cuidado necessário com limpeza e higienização, em vez de promovermos o crescimento das indústrias do nosso setor, o que fomentaremos serão as indústrias de medicamentos”, diz.

Soluções eficazes

Os produtos utilizados para proceder uma limpeza correta são igualmente importantes na manutenção dos aparelhos, jamais devendo agir contra a saúde humana. Para isso, a Limppara tem buscado investir em soluções biodegradáveis, com menor toxidade, dentre elas os desengraxantes e higienizadores bactericidas Limp Ar. Segundo a empresa, esta linha de produtos elimina bactérias, fungos e ácaros, com laudos microbiológicos de eficácia feitos por laboratórios credenciados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Outro destaque é o Natureclima, desengraxante e desencrustante sem uso de ácidos. “O produto foi especialmente desenvolvido para atender a portaria 3523/98 do Ministério da Saúde e é próprio para a limpeza pesada em colmeia, serpentinas, aletados, dutos, serpentinas etc.”, enfatiza Cirinéia Castilhos.

Mas de nada adiantam soluções de primeira linha sem que a mão de obra esteja apta a utilizá-la. Por isso, a empresa tem realizado inúmeros eventos Brasil afora, visando treinar os instaladores para o uso correto e seguro desses materiais.

“Promovemos palestras solicitadas por clientes e treinamentos abrangendo todas as informações de produtos. Exatamente por termos este respeito, responsabilidade e consciência, que no último dia 15 de dezembro, em São Paulo, fomos reconhecidos e agraciados com os selos e certificados de qualidade internacional e ambiental”, destaca.

Em conjunto com a maior conscientização sobre a necessidade de se realizar manutenções periódicas e de fato eficientes, iniciativas como essa são fundamentais para qualificar a mão de obra e, consequentemente, contribuir para a saúde das pessoas que, cada vez mais, recorrem ao ar condicionado para suavizar os efeitos do forte calor e viver uma vida mais saudável.