HFO, guarde bem este nome

Com o nome comercial de Option, a substância desenvolvida em conjunto por DuPont e Honeywell é uma poliolefina fluorada, que já está sendo adotada por montadoras da Europa e Japão.

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No primeiro caso, por força de uma diretiva de 2006 do Parlamento Europeu determinando que, a partir de 2011, os veículos do velho continente já não saíssem mais de fábrica com o sistema de climatização abastecido por gases com potencial de aquecimento global (GWP) acima de 150 — o índice do R134a é 1.300 e o do HFO-1234yf não passa de quatro.

No segundo, a motivação tem sido a histórica preocupação japonesa em preservar o ambiente, mesmo que naquele país, a exemplo do nosso, ainda não haja qualquer regulamentação em torno do tema.

Por aqui, aliás, o que mais existe é especulação sobre como as cerca de 4 mil toneladas de R134a atualmente existentes sob os capôs da frota dotada de ar-condicionado poderão dar lugar ao produto sustentável franco-americano, cuja escala de produção ainda é pequena até mesmo nos países mais desenvolvidos.

Uma das expectativas existentes é a de que montadoras que tenham aqui a base de produção para modelos exportados possam antecipar a substituição em âmbito interno.

De uma forma geral, porém, tudo indica que ainda vai levar um bom tempo para que uma adesão generalizada ocorra no País, conforme avalia o gerente de desenvolvimento de mercado e negócios da DuPont América Latina, Arthur Ngai. “No Brasil, praticamente não se pensa hoje em substituição imediata do R134a, e mesmo que o quadro fosse outro, não haveria disponibilidade do Option para tal no momento”, afirma.

Ao reforçar o processo paulatino que espera nesse sentido, Ngai estabelece um paralelo com os carros elétricos e híbridos. “A frota brasileira hoje é composta por mais de 65 milhões de veículos e substituir a queima de combustíveis por essas alternativas ecológicas levaria décadas”, exemplifica.

TRANSIÇÃO

Como é comum em mudanças de rota de tal envergadura, uma das grandes dúvidas atuais é o comportamento dos preços, seja qual for o ritmo dos acontecimentos e a escassez progressiva dele decorrente.

Para o gerente de marketing e vendas da Solvay do Brasil, empresa de origem francesa que também produz fluidos refrigerantes para condicionadores automotivos, não há motivo para altas expressivas ainda este ano, a não ser que se repita o quadro registrado em 2011, quando o aumento circunstancial da demanda somou-se a problemas de abastecimento nos estoques internacionais de fluorespato, insumo básico de todos os fluidos halogenados.

Segundo ele, é justamente na China, onde se encontram as maiores reservas mundiais dessa matéria-prima, que se registram atualmente valores mais elevados para o R134a, mas isso decorre da procura crescente, motivada pela expansão do setor automotivo local, e não pela transição em si.

Em longo prazo, ele acredita que uma escala maior de produção para o próprio HFO seja o caminho ideal rumo ao desejável equilíbrio entre comportamento sustentável e viabilidade econômica.

Até mesmo porque a patente em torno do novo fluido é finita, e quando ela não mais existir, certamente outros players do setor de fluorquímicos se interessarão em produzi-lo.