IoT e IA moldam futuro do HVAC-R
Com o advento de tecnologias cada vez mais sofisticadas, setor está destinado a se tornar mais eficiente, sustentável e orientado ao usuário.
A internet das coisas (IoT) e a inteligência artificial (IA) estão emergindo como ferramentas essenciais para melhorar a eficiência e a eficácia da indústria de aquecimento, ventilação, ar condicionado e refrigeração (HVAC-R), transformando radicalmente a maneira como o setor opera e se desenvolve.
“Nós vemos uma demanda crescente pela introdução de novas tecnologias no auxílio à tomada de decisões em todas as fases do segmento, desde o projeto até o acompanhamento do funcionamento das instalações”, observa Rodnei Peres, vice-diretor da Full Gauge Controls.
Na era digital, a conectividade se tornou uma das tendências mais relevantes no mercado, com a IoT desempenhando um papel significativo, segundo o executivo.
Em sua avaliação, com o advento de tecnologias cada vez mais sofisticadas, o setor está destinado a se tornar mais eficiente, sustentável e orientado ao usuário.
De maneira geral, a IoT e IA, cujos impactos são palpáveis, estão permitindo uma gestão mais estratégica dos sistemas de HVAC-R, principalmente em termos de manutenções preditivas e prevenção de falhas, levando à eficiência energética e à minimização do impacto ambiental.
Na cadeia do frio, especificamente, sensores são capazes de monitorar continuamente a temperatura e a umidade dos ambientes, garantindo que os perecíveis e outros produtos sejam armazenados e transportados sob condições ideais. Os dados recolhidos podem ser acessados remotamente, o que possibilita aos gestores de instalações tomarem decisões informadas para evitar perdas, inclusive nos pontos de venda.
Além disso, o uso de GPS em dispositivos de IoT permite rastrear a localização exata de cargas refrigeradas em trânsito. Essa capacidade de rastreamento aumenta a transparência, permite respostas rápidas a quaisquer interrupções e ajuda a garantir a integridade dos produtos até o destino final.
A IA, por outro lado, está auxiliando na previsão de demanda e no gerenciamento eficiente dos recursos. Por meio da análise dos padrões de consumo de energia, a IA pode, por exemplo, ajustar automaticamente as configurações dos equipamentos de refrigeração comercial para maximizar a eficiência e reduzir os custos.
Enfim, a IoT e a IA estão redefinindo a gestão da cadeia do frio, o que transforma desafios em oportunidades para a indústria e os prestadores de serviços na implementação de controles inteligentes em sistemas de refrigeração e climatização.
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“O constante desafio é fazer com que as nossas soluções cheguem à ponta da cadeia de HVAC-R, garantindo que as novas tecnologias sejam acessíveis a todas as partes envolvidas”, destaca.
Segurança cibernética em foco
Ao passo que a IoT e IA evoluem, a necessidade de proteger os dispositivos inteligentes também nunca foi tão crítica. No caso da indústria gaúcha, “sempre utilizamos protocolo fechado para maior segurança dos usuários”, afirma Peres. Isso destaca a importância de salvaguardar a infraestrutura digital em um ambiente cada vez mais conectado.
Os sistemas de refrigeração e ar condicionado, por serem parte essencial de várias indústrias, são alvos potenciais para os cibercriminosos. Se não forem devidamente protegidos, os sistemas de controle podem ser facilmente invadidos por hackers.
Muitos dos dispositivos de IoT são gerenciados sem os requisitos de segurança adequados, tornando-os vulneráveis a ataques. Para combater as ameaças, os especialistas recomendam uma série de medidas de proteção.
Isso inclui a atualização regular de seus softwares, a substituição de equipamentos obsoletos que não recebam mais suporte de seus fabricantes, a implementação de políticas de complexidade de senhas, o monitoramento constante das redes e o acesso com verificação e confiança zero.
Um dos casos mais conhecidos de vulnerabilidade no setor foi divulgado em fevereiro de 2019, quando os sistemas de refrigeração controlados por termostatos fabricados pela RDM, uma empresa de controles com sede na Escócia, apresentaram brechas que poderiam ser exploradas por hackers, conforme demonstrou um relatório dos especialistas em segurança on-line do Safety Detective.
Essas falhas, segundo o coletivo, poderiam permitir a invasores acessar os dispositivos e alterar suas configurações de temperatura, afetando os setores que os utilizam, incluindo hospitais e redes de supermercados.
À época, uma busca no Shodan, um mecanismo de busca para dispositivos conectados à internet, revelou 7.419 instalações vulneráveis, localizadas principalmente na Rússia, Malásia, Brasil, Reino Unido, Taiwan, Austrália, Israel, Alemanha, Holanda e Islândia.
A alteração das configurações de refrigeração pode levar a sérias consequências, especialmente em hospitais, onde refrigeradores são usados para armazenar vacinas, medicamentos e órgãos, entre outros materiais.
Segundo o Safety Detective, invasores poderiam acessar os sistemas de controle vulneráveis da companhia via navegador web, necessitando apenas do endereço (URL) correto do dispositivo.
“Nós instruímos a secretária do nosso escritório sobre como encontrar outros dispositivos on-line, e ela rapidamente localizou uma planta frigorífica na Alemanha e um hospital no Reino Unido usando apenas o Google”, alertou.