Toda vida importa!

Setor de HVAC-R une esforços em solidariedade ao Rio Grande do Sul

Diante de um cenário desolador jamais visto na história do Estado, provocado pelas chuvas nos últimos dias no Rio Grande do Sul, o Brasil vive uma nova tragédia ambiental e humanitária. Estamos todos impactados com as notícias que chegam de Porto Alegre e cidades do interior. Praticamente todas as regiões foram afetadas pelas tempestades que atingem o Estado desde o último final de semana de abril. Até o momento do fechamento desta edição, cerca de 1,5 milhão de pessoas em mais de 345 municípios foram atingidas de alguma forma, e os desalojados somam mais de 200 mil, contabilizando 105 mortes, segundo o Boletim da Defesa Civil divulgado dia 09/05/2024.

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A histórica falta de implementação de políticas públicas de prevenção a tragédias impactada pelas mudanças climáticas, eventos climáticos extremos e garantia de resiliência para quem vive sob risco constante está custando caro demais a pessoas de várias regiões do Brasil, especialmente àquelas que vivem em situação de vulnerabilidade social e econômica, onde o enfrentamento à emergência climática deve ser prioridade para o poder público. A prova é o que vem acontecendo nos últimos dias no Rio Grande do Sul, resultado da falta de políticas efetivas de prevenção, adaptação às mudanças climáticas e investimentos em resposta aos eventos extremos. Não estamos lidando com um fato novo ou inesperado, já que o Sul do país tem sofrido com os efeitos das passagens de ciclones na região por décadas.

Em contrapartida, presenciamos a força de um Brasil solidário às vítimas desta tragédia na ajuda através de doações de todos os tipos e uma legião de voluntários que são verdadeiros anjos da guarda no resgate de pessoas e animais. Cada história de vida nos emociona. Os heróis anônimos se multiplicam e suas histórias inspiram.  Hoje, somos milhões de brasileiros numa corrente de solidariedade no socorro às pessoas e de focar em doações para quem precisa, num cenário em que se espera para breve a chegada do frio do inverno.  A mobilização de todos os setores da indústria, comércio e transportes do Brasil foi eminente para prover aos desabrigados alimentos, água potável, materiais de higiene e limpeza, roupas, colchões, entre inúmeros itens.

E com a indústria do frio não foi diferente. Associações, entidades, empresas e colaboradores unem esforços na ajuda emergencial com campanhas de doações e incentivos colaborativos ao Estado do RS.

O Capítulo Sul da ASHRAE, por exemplo, junto com a ASBRAV (Associação Sul Brasileira de Refrigeração, Ar-Condicionado, Aquecimento e Ventilação), lançou a primeira campanha para doações às vítimas da tragédia, publicada em 2 de maio último, atraindo a atenção de várias frentes do setor.

O presidente do Capítulo Sul da ASHRAE, Bernardo Baldasso, nascido e criado em Porto Alegre, convocou membros da ASHRAE no Brasil, entidades e associações parceiras e colaboradores para tratar o assunto das enchentes no RS e debater como os envolvidos podem e devem contribuir nesse momento delicado que assola o Estado.

“Tomando conhecimento dos eventos ocorridos no estado do Rio Grande do Sul devido ao elevado nível dos rios, e com o objetivo de mobilizar pessoas para prestar apoio aos afetados, convocamos para nossa Open Chapter Meeting, realizada em 7 de maio último, nossos membros, entidades parceiras, colaboradores e convidados para discutirmos possíveis maneiras de levantar estratégias para divulgação das ações de doações, organizar grupos de pessoas para auxílio técnico (limpeza e reconstrução) entre outras frentes importantes neste momento crucial. O Rio Grande do Sul necessita de toda solidariedade e apoio. Como membros da ASHRAE, temos conhecimento e capacidade de fazer a diferença. Contamos com todos os profissionais do setor de HVAC-R para se juntarem a nós nessa missão e agradecemos antecipadamente pelo apoio e comprometimento com esta causa”, informa Baldasso.

Outra frente de apoio partiu de Maria Inez Gomes, vice-presidente da ASBRAV: “Quando olho para esse movimento, identifico uma força humana poderosa. É dessa energia solidária que precisamos para enfrentar os desafios hoje postos pela emergência climática.  Neste momento estamos nos mobilizando em parcerias com panificadoras, indústrias de material de limpeza e higiene, fabricantes de colchões e roupas de cama e banho, além de contar com a ajuda de todos os membros e colaboradores das empresas associadas que não estão medindo esforços em nos ajudar”, comenta. Moradora de Canoas, ela própria teve a casa submersa pelas águas do Guaíba.

Também em Canoas, a Midea Carrier abriga em sua fábrica mais de 500 colaboradores, onde a maioria está desabrigada. “Diante desta triste tragédia, fechamos temporariamente a fábrica e estamos focados na ajuda aos nossos colaboradores que se encontram numa situação calamitosa. Estamos oferecendo recursos em abrigos, alimentação, água potável e medicamentos, ajudando no que for possível”, diz Cristiano Brasil, engenheiro de aplicação da Midea Carrier Brasil.

Nascidos no interior do Rio Grande do Sul, o conhecido Casal no HVAC-R Gisieli e Luis Severo, através de suas redes sociais se estão levantando fundos para fazer a diferença.

“Estamos bem, nossa casa não foi afetada pela água, mas temos colegas de profissão que perderam tudo e que mesmo assim esse colega ele deixou sua família em local seguro e foi na linha de frente socorrer as vítimas mas no meio de toda esta tragédia, temos nutrido uma esperança alentadora. A maior força de resgate e assistência às vítimas e desabrigados vem de pessoas comuns. Cidadãos que decidiram ficar na cidade e ajudar vizinhos e desconhecidos em bairros mais afetados. Voluntários solidários com a dor dos outros que estão arriscando sua saúde e bem-estar, e com a gente não é diferente! Além de toda força tarefa em socorrer as vítimas com doações, estamos disponibilizando orientações e todo tipo de ajuda aos usuários de equipamentos de climatização de forma solidária. Enfim, todo o processo que exige cuidados, tanto para a segurança dos técnicos e instaladores, quanto para o meio ambiente, com os equipamentos de climatização pós enchente no correto recolhimento do fluido refrigerante, auxiliando-os da melhor maneira possível”, relata Gisieli