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Indústria brasileira comemora ratificação da Emenda de Kigali

A Câmara dos Deputados aprovou, na última quinta-feira (26), o texto do decreto legislativo que ratifica a Emenda de Kigali, tratado climático cujo objetivo é reduzir a produção de hidrofluorcarbonos (HFCs) utilizados em sistemas de refrigeração, aerossóis e solventes. O projeto segue agora para votação no Senado.

A Abrava, o Sindratar-SP e a Rede Kigali mobilizaram-se entre os parlamentares para que aprovassem a ratificação do adendo ao Protocolo de Montreal. De acordo com o presidente da Abrava, Arnaldo Basile, a decisão dos deputados alinha o Brasil com os mais de 130 países que já aderiram ao acordo.

“Embora ela ainda tenha que ser aprovada pelo Senado, existe o entendimento que não haverá motivos para obstruções, haja vista que a sociedade já entendeu que a partir de agora, a cadeia de valor do setor AVAC-R caminhará mais rapidamente e assertivamente para atualizar as evoluções tecnológicas e as melhores práticas operacionais. A sociedade brasileira ganha com essas evoluções”, avaliou.

Segundo Basile, há consenso na indústria e na sociedade civil quanto à importância e urgência da ratificação da Emenda de Kigali pelo Brasil. Entidades empresariais como a Abrava, a Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil), a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros) e o Sindicato das Indústrias de Refrigeração, Aquecimento e Tratamento de Ar no Estado de São Paulo (Sindratar-SP) apoiam a adesão do Brasil ao acordo.

Midea apresenta nova linha de Refrigeradores Frost Free

A Midea apresenta ao mercado dois novos lançamentos, o Refrigerador Duplex Frost Free 411L e 463L, nas cores Inox e Black Inox. Ambos os modelos possuem classificação de energia, com economia de até 30%*.

“As medidas para diminuição do consumo de energia e, consequentemente, proteção do nosso planeta começam nas rotinas diárias de nossas casas. Em meio à crise hídrica e energética que vivemos no Brasil, a preocupação com a redução no consumo de energia se torna cada vez mais importante para nós e os consumidores” afirma Bruno Tomaz, Gerente de Produtos.

Os lançamentos contam ainda com o desodorizador Active-C Fresh com camadas de carbono, que segundo a empresa, promovem alimentos frescos por mais tempo. Além disso, conta com iluminação em LED branco no refrigerador, Painel Touch externo e Chiller Box Extrafrio, ideal para bebidas mais geladas, laticínio, etc.

“Tons escuros tem se tornado uma tendência nos ambientes, e seguindo a novidade, apostamos em novos modelos que combinam com as cozinhas modernas, trazendo ainda mais elegância e sofisticação. Os lançamentos ainda possuem classificação A+++, o que representa eficiência de até 30% em relação aos produtos com classificação A” comenta Bruno.

Os dois novos modelos, disponíveis nas versões de 411 e 463L poderão ser encontrados nas principais lojas de varejo e especializados além do site.

*De acordo com a classificação de Etiqueta Nacional de Conservação de Energia ENCE. Comparado com produtos classificação A

Troféu Oswaldo Moreira volta a abrilhantar o setor

Noite do dia 23 de junho marcará a entrega da 22ª edição do Troféu Oswaldo Moreira, premiação anual que homenageia empresas e profissionais que se destacam por seus esforços em elevar a qualidade dos produtos e serviços oferecidos ao mercado nacional de aquecimento, ventilação, ar condicionado e refrigeração.

Cancelada nos últimos dois anos por causa da pandemia de covid, a festa, que leva o nome do fundador da Revista do Frio – empreendedor que participou ativamente da história do HVAC-R no Brasil, ajudando a fortalecer parcerias no ramo –, vai ser realizada na Casa Bisutti, na zona sul de São Paulo.

Conforme ocorre há quase duas décadas, a votação nos três finalistas de cada uma das seis categorias da premiação será feita durante o encontro, por meio de computadores dispostos na entrada do bufê paulistano para os convidados indicarem seus nomes favoritos.

Embora o evento não tenha sido realizado em 2020 e 2021, “o nosso setor foi um dos poucos que se manteve aquecido durante a crise sanitária que vem sendo contida”, destaca o diretor comercial da Revista do Frio, Gustavo Moreira.

“Isso é mais um sinal de que nosso mercado tem um futuro realmente promissor”, avalia o executivo, lembrando que a mais tradicional premiação do setor teve início em 1991.

“O troféu que materializou essa ideia era chamado, inicialmente, de Urso Branco, mas, em 1998 – dois anos após a morte do meu avô – a premiação foi rebatizada”, revela.

O evento, portanto, existe há 31 anos e, em 2022, chega à sua 22ª edição com o nome atual.

A premiação deste ano está sendo patrocinada por: Airshield, Armacell, Bandeirantes, Capital, Chemours, Cibrel, Eluma, Emerson, Emicol, Epex, Frigga, Frigelar, GBmak, Gree, Harris, Indústrias Tosi, Jetfrio, Koura, Leas, Mastercool, Nascimento ar, Neotermica, Refrigas, RLX, Texto, Trineva, Vulkan e Zeon.

Técnico cria kit didático para ensinar análise de equipamentos

Professor no Senai de Vicente de Carvalho, no Rio de Janeiro, o técnico em eletrotécnica Leonardo Souza desenvolveu o protótipo de um kit educacional para ajudar estudantes, técnicos e iniciantes do segmento de refrigeração a realizar várias experiências práticas envolvendo os conceitos fundamentais de elétrica e comandos elétricos.

O processo de aprendizagem é feito por meio da interação com elementos utilizados em sistemas de câmaras frias, podendo ser usado também para a área de congelados e resfriados. Segundo o inventor, a ideia é fornecer treinamento corporativo, participar de eventos do HVAC-R para facilitar a demonstração e, mais adiante, comercializar o dispositivo.

“O kit didático é capaz de proporcionar uma aprendizagem intuitiva e autônoma, facilitando ao estudante e ao técnico já formado a resolução de dúvidas em campo, no que diz respeito à parte elétrica”, afirma Souza, que atualmente cursa o 4º período de engenharia mecânica na Faculdade Metropolitana Unidas Educacional.

O inventor explica que o kit didático pode ser aplicado nos segmentos de produção de controladores de temperatura, distribuidores, montadoras de unidades evaporadoras e condensadoras e escolas profissionalizantes.

Em fase avançada de testes, o protótipo tem recursos simples, tais como coxim, caixa de madeira, suporte de ar-condicionado, plug do tipo banana e elementos elétricos (sinaleiras, controlador de temperatura, disjuntores, entre outros).

A principal característica é o formato plug in play, em que cada aluno pode realizar a sua própria ligação seguindo os diagramas elétricos fornecidos pelos fabricantes. O projeto foi desenvolvido com base na vasta experiência do docente, a partir da adoção gradual de métodos cada vez mais ágeis em seu laboratório.

Para a construção do kit didático, a empresa Coel doou os controladores de temperatura, inclusive o modelo Y39, que é aplicado em refrigeração com controle de temperatura on/off e controle de degelo por intervalo de tempo mediante parada do compressor, aquecimento elétrico ou gás quente com inversão de ciclo. O componente tem três saídas a relé e três entradas para sondas NTC, com a possibilidade de uma entrada ser configurada como entrada digital.

“Entretanto, busco outros players que possam agregar investimentos e patrocínios”, comenta Souza, enfatizando que já entrou com o pedido de patente do produto, e a expectativa é começar a comercializá-lo no mercado no segundo semestre de 2023, visto que já há fabricantes do setor negociando os direitos de produção do equipamento.

Professor Leonardo Souza está em busca de fabricantes interessados em produzir e comercializar o equipamento que facilita aprendizagem sobre comandos elétricos na refrigeração.

 

Frigelar inaugura filial em Cuiabá-MT

A nova loja, localizada na Av. Avenida Fernando Correa da Costa, 834, no bairro Areão em Cuiabá-MT, será inaugurada no dia 25 de maio e, segue o padrão das demais lojas Frigelar, as quais possui uma equipe de vendas técnica cujo foco é entender a necessidade de cada cliente, atendendo a todos os tipos de necessidades nos segmentos em que atua: da refrigeração comercial e doméstica às mais diversas soluções em ar-condicionado, eletros e câmaras frigoríficas.

Com uma trajetória de mais de 55 anos no mercado brasileiro e presente em 16 estados no Brasil, esta é a primeira loja no Mato Grosso.

Rosangela Santos e a humanização das mulheres do setor

Sua trajetória profissional sempre foi carregada de desafios. Atuante no mercado de HVAC-R desde 2016, Rosangela Vieira dos Santos construiu uma carreira pautada pelas conquistas e a valorização das mulheres.

Formada em técnica administrativa pela CAPRERJ – Capacitação de Refrigeristas e Eletricistas no Rio de Janeiro, escola especializada em cursos de refrigeração domiciliar, mecânico de Split System e Inverter, Eletricista Predial e Residencial, atualmente cursando a Escola Senai Oscar Rodrigues Alves – SP, Rosangela começou a atuar no setor como auxiliar de refrigeração, climatização e rebobinamento de motores na R&R Refrigeração.

“Nesta época, meu maior desafio profissional foi a montagem de uma câmara fria de 55 metros quadrados por um orçamento bem abaixo do valor, porém deu tudo certo. Não me deixei abalar! Segui em frente mesmo diante de tanto preconceito, continuei exercendo meus trabalhos e hoje reconheço todas as conquistas e admiração como profissional, onde anos foi realizada majoritariamente por homens. Nós, mulheres do setor de HVAC-R, depois de um longo tempo, somos reconhecidas e destacadas”, diz Rosangela.

Engajada na luta pelo reconhecimento da força feminina, ela faz parte de grupos atuantes, como o “Elas no AVAC-R”, dando voz na ajuda mútua entre elas e auxiliando outras mulheres através de sua experiência.

“Ao atuar no segmento de HVAC-R, as mulheres também desbravam um mundo que historicamente era exclusividade dos homens. Os movimentos através de grupos atuantes no setor foram de extrema importância por sermos detalhistas, observadoras e guerreiras, além de prestarmos um atendimento humanizado. Este grupo, o ‘Elas no AVAC-R’, fez a diferença na minha vida e nos ajudam com treinamentos, networking, sendo uma porta de entrada para o universo da refrigeração e climatização”.

Profissional, mãe e avó

Aos 45 anos, Rosangela se orgulha da família que construiu. Filha mais nova de quatro irmãos, casada com Robson, e mãe de três filhos: Ianca, Giovanna e Matheus, ela não mede seu contentamento em falar de Isis, sua neta de dois anos, e da gratidão que tem por sua mãe, Dona Rosa.

“A conquista maior é ter minha mãe viva, Dona Rosa, que hoje mora em Maceió (AL). Além da linda família que construí junto com Robson, marido e parceiro que me apresentou a refrigeração e sempre esteve ao meu lado, amo ser mãe, avó, e apaixonada também pelos meus sobrinhos”, conta Rosangela.

Com uma vida bem corrida, ela não abre mão de ir à igreja e nos momentos de lazer, gosta de frequentar cinema, teatro e passeios ao ar livre.

“Compartilho em minhas redes sociais no Facebook, Instagram e Linkedin tanto meus momentos de lazer quanto os profissionais, meus trabalhos em campo e serviços que executo, acredito que seja uma forma de ajudar divulgando informações preciosas para o setor. A todos os profissionais do HVAC-R incentivo a nunca desistirem, pois se fosse fácil, todos conseguiriam”, conclui.

Rosangela cercada pelos filhos, Matheus, Ianca, Giovanna e sua neta, Isis

Automação em Sistemas de Refrigeração, um passo a mais na engenharia

Por Cecilio Duarte, coordenador de automação da Mayekawa do Brasil

Imprescindível em muitos processos, a Refrigeração Industrial atravessou o século tornando cada vez mais possíveis melhorias na qualidade de vida da população. Este conforto, no entanto, trouxe com ele custos cada vez mais altos decorrentes dos processos fabris com insumos – água e energia -,  manutenções, paradas inesperadas, componentes e serviços imediatos. Mas, além da questão custos, por outro lado também, houve uma necessidade por parte das empresas, que precisaram mostrar-se atualizadas para manterem-se competitivas no mercado através de seus constantes avanços tecnológicos na indústria. Foi aí que outro sistema se uniu à Refrigeração Industrial para minimizar todos estes custos e trazer maior agilidade aos processos: a automação.

Facilitadores envolvendo automação, inteligência de sistemas e integração de informações são desafios que precisam ser vencidos com o que há de melhor em tecnologia, engenharia e gestão, introduzindo assim a indústria 4.0. Daí que não basta contar com boa engenharia, é preciso desde sempre acompanhar quem antecipa tendências tecnológicas, como estas, para desenvolver projetos que alinham o conhecimento de processos à base técnica de engenharia. Destaco que a implantação de um sistema de automação integrada possibilita um controle mais eficaz dos equipamentos, garantindo o seu funcionamento correto, por isso a  importância dos dados em nuvem, que também é um dos avanços que integram a modernização da indústria, assim como o IoT (Internet of Things) que incorpora  sensores, softwares e outras tecnologias com o objetivo de conectar a troca de dados com outros dispositivos e sistemas pela internet.  Emprega-se a automação em sistemas de refrigeração industrial em inúmeras operações com a intenção de simplificar tais procedimentos, ofertando um resultado mais eficiente e econômico. Pode-se iniciar o uso do sistema de automação por meio do controle de compressores e sala de máquinas, passar pela condução através de sensoriamento e terminar no uso direto através do controle de temperatura. Também,  ela pode ser utilizada na segurança, no que diz respeito a detecção de vazamentos. Além de muitos outros usos.

Passando da operação para os resultados, pode-se afirmar que a economia de energia como um dos resultados da utilização de um sistema de automação em sistemas de refrigeração já deixou de ser uma possibilidade, para ser uma realidade próxima, uma vez que a economia de energia em sistemas de refrigeração acontece por conta da aplicação da automação, justamente pela possibilidade de aumento do seu controle. A experiência indica que utilização de automação integrada em todo o sistema representa uma economia de energia entre 15% e 20%. Essa automação pode ser feita através da rede de controladores dedicados a cada um dos componentes da instalação, que trabalham de forma integrada, buscando o ponto ótimo de performance em função das condições operacionais. Acionamentos remotos, controle do fluxo de forma automática, dentre outras, são algumas das vantagens oferecidas pelas suas ferramentas e conceitos. Assim, o maior mote da automação de sistemas de refrigeração é a redução do consumo energético e a melhora do footprint ambiental da organização.

Os seus sistemas e soluções buscam, fundamentalmente, a economia aliada à performance otimizada, pois estão interessados em entender como de fato é a dinâmica de funcionamento da refrigeração para estabelecer estratégias contundentes de acordo com as ferramentas disponíveis. .Essa é a fase de dimensionamento, onde normalmente se estipula como o sistema irá operar de acordo com o seu funcionamento prévio. Horas de acionamento e de trabalho são consideradas, assim como suas condições gerais de operação. Após esse momento, estratégias pontuais são elaboradas na procura da maior eficiência energética através da automação de sistemas de refrigeração. Por fim, vale destacar que cada planta tem suas particularidades pertinentes somente a ela. Por isso, é sempre necessária a ajuda de uma engenharia comprometida com conhecimento, tecnologia e demandas personalizadas.

Por fim, é importante reforçar que a tecnologia permite que máquinas realizem suas tarefas sem precisar de intervenção humana em processos manuais, além de interligar as ferramentas de todas as etapas da cadeia produtiva. Entre os benefícios dessa evolução, está o aumento da produtividade, redução de custos, otimização de recursos e materiais, maior segurança para os colaboradores.

2º dia do Circuito dos Instaladores – Campo Grande (MS)

 

Chemours doa fluido refrigerante para a Fatec do Bom Retiro em São Paulo

A Chemours anuncia a doação de fluido refrigerante ao Colégio Tecnológico do Estado de São Paulo da Fatec (Bom Retiro, São Paulo-SP). A doação apoiará a instituição de ensino na formação da próxima geração de técnicos e mão-de-obra especializada de alto nível, ao mesmo tempo que apoiará a transição do equipamento de refrigeração e ar-condicionado da escola para uma solução que não possui potencial de degradação da camada de ozônio (ODP).

Como parte da doação, a Chemours forneceu também serviços de consultoria dos seus profissionais para 23 estudantes e o parceiro da Chemours, Mastercool, empresa que fornece ferramentas e acessórios para Ar-Condicionado e Refrigeração, além de equipamentos para Refrigeração Automotiva, disponibilizou o cilindro de recolhimento, bomba de vácuo, balança digital e toda instrumentação necessária para apoiar o retrofit do fluido refrigerante.

Os equipamentos utilizados nas aulas de refrigeração e climatização dos cursos técnicos de Mecânica, Eletricidade e Construção civil e nas bancadas do Laboratório de Refrigeração e Ventilação Industrial (REVI) da Fatec, serão beneficiados com o retrofit.

Daremos o exemplo aos estudantes do cumprimento às exigências ambientais, para que eles tenham contato com novos refrigerantes que não prejudiquem a camada de ozônio. Além disso, a Fatec São Paulo utilizará refrigerantes de excelente qualidade, que proporcionam uma forma rápida e econômica de retrofit de equipamentos com misturas de HCFC.”, pontua Cleber Correa Vieira, Professor da Fatec.

A Chemours tem procurado cada vez mais parcerias com instituições educacionais para promover e compartilhar os seus mais de 90 anos de conhecimento e experiência com fluidos refrigerantes.

Mercado do frio começa a adotar agenda ESG

Cada vez mais seguidas no Brasil, iniciativas de cunho ambiental, social e de governança baseiam-se em cinco pilares – estratégia e negócios, estrutura e gestão, políticas e práticas, divulgação de informações e relação com investidores.

Questões ambientais, sociais e de governança (ESG, na sigla em inglês) passaram a ser consideradas essenciais nas análises de riscos e nas decisões de investimentos, colocando uma forte pressão no setor empresarial e tornando-se driver estratégico para a inovação.

Hoje, é imprescindível que as companhias tenham um propósito claro no mercado, além de atuarem com aspecto social e de inovabilidade (junção dos termos sustentabilidade e inovação), segundo especialistas.

De acordo com levantamento realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), 61% das organizações possuem pessoas dedicadas à inovação e 45% possuem orçamento – dois componentes que registram o ganho de comprometimento com a agenda ESG.

Basicamente, no meio corporativo, o olhar deve estar direcionado ao entendimento de quais são os temas importantes que determinada empresa consegue alcançar e as temáticas que afetam a companhia, pensando especialmente na agenda ESG.

Resumidamente, o ESG mede o engajamento das empresas em relação às iniciativas que diminuam os impactos negativos no meio ambiente e promovam uma sociedade mais justa. Sua agenda é baseada em cinco pilares – estratégia e negócios, estrutura e gestão, políticas e práticas, divulgação de informações e relação com investidores.

No campo corporativo, “a União Europeia tem sido a principal protagonista com avanços importantes e constantes em ESG, envolvendo planos para combater as mudanças climáticas e descarbonizar a economia, para atingir a meta de conseguir, até 2030, reduzir em 55% suas emissões de gases de efeito estufa em relação aos níveis de 1990. A busca pela neutralidade em carbono, a meta carbono zero, deixou de ser um sonho e se transformou em plano”, detalha o estudo “ESG e as empresas de capital aberto”, realizado conjuntamente por Grant Thornton Brasil, XP Inc. e Fundação Dom Cabral.

Ainda segundo a pesquisa, que teve a participação de 167 empresas brasileiras de capital aberto e foi lançada em 2021, o “Brasil começou a ampliar seu olhar para o ESG, as empresas estão avançando alguns passos nessa direção, mas ainda há lacunas que precisarão ser preenchidas para que o país não fique para trás nesse movimento – e as ações devem ser rápidas para que a agenda esteja inserida na cultura das organizações e atenda exigências urgentes que chegam do setor financeiro, já que as questões ambientais, sociais e de governança passaram a ser consideradas essenciais nas análises de riscos e nas decisões de investimentos”.

Para o CEO da Grant Thornton Brasil, Daniel Maranhão, o cenário global vem mudando rapidamente, visto que há dez anos a relevância dos aspectos ESG e negócios sustentáveis era percebida de forma completamente diferente do que é hoje.

“As questões ambientais, sociais e de governança colocam pressão sobre o setor empresarial, e podemos ver uma evolução nas práticas de sustentabilidade corporativa, deixando de tratar a sustentabilidade apenas como projetos socioambientais patrocinados pela empresa para se tornar uma estratégia do negócio. Também já está ficando claro que veremos cada vez mais o envolvimento ativo dos investidores na demanda por melhor qualidade de dados ESG”, complementa o executivo.

Cadeia de suprimentos

A cadeia de suprimentos também tem feito seu papel, a exemplo do Deutsche Post DHL Group, do qual a DHL Supply Chain faz parte e busca liderar este movimento na logística, tendo como uma de suas principais metas zerar suas emissões até 2050.

“Em 2021, o grupo anunciou um novo plano de sustentabilidade que inclui metas de ESG como eletrificar até 60% de sua frota, buscar a utilização de combustíveis alternativos, práticas de compensação de emissões e até uma proposta de vinculação da remuneração do conselho de administração com a execução deste plano”, explica Cybelle Esteves, diretora para a América Latina de QRA, HSE, BCM, ESG & GoGreen.

Com forte atuação nas áreas de armazenagem, distribuição e transporte de medicamentos, insumos e equipamentos médicos e hospitalares, o Grupo DHL tem destacadas operações no HVAC-R. A primeira se dá com a Polar, transportadora especializada na cadeia produtiva do frio, que instalou em alguns caminhões refrigerados placas solares ultrafinas que reduzem em 5% o consumo de combustível, diminuindo assim também as emissões.

“Em outra iniciativa, trocamos caixas descartáveis por caixas reutilizáveis para o transporte de medicamentos que requerem temperaturas mais baixas, o que proporcionou ganhos operacionais, de custos e também uma sensível redução de descarte de materiais, além do uso de gases ‘verdes’ em nossos sistemas de climatização de ambientes”, salienta Cybelle.

No Brasil, a empresa segue sua agenda ESG, com mais de 60 caminhões elétricos e tem como meta chegar a uma frota com mais de 120 ao final deste ano, o que expande bastante sua gama de cobertura de serviços zero emissão. Este projeto ganhou destaque global, porque mais de 50% dos motoristas são mulheres.

“Nesta mesma linha, lançamos em 2020 nosso primeiro centro de distribuição com uma usina solar no teto que gera quase toda a energia necessárias para operar. Esta instalação agrega também outras boas práticas sustentáveis, como aproveitamento de resíduos e medidas de uso racional de água e iluminação, o que garantiu as certificações Leed Gold e Leed Platinum.”

Metas ambiciosas

Na mesma onda de sustentabilidade, a dinamarquesa Danfoss mira 2030 visando integrar novas metas e ambições ESG com base na iniciativa Science Based Targets.

“A Danfoss aspira assumir posições de liderança em descarbonização, circularidade e diversidade e inclusão, seguindo comprometida em descarbonizar nossas operações globais até 2030 e melhorar a diversidade de gênero, com mulheres ocupando 30% dos cargos de liderança até 2025, ao mesmo tempo em que reformula sua abordagem para construir uma equipe diversificada e inclusiva”, comenta o presidente e CEO da multinacional, Kim Fausing.

Segundo o executivo, a empresa continuará investindo em sustentabilidade e melhorando sua pegada climática, definindo metas com base na iniciativa Science Based Targets e estendendo sua robusta abordagem para incluir toda a cadeia de valor. “Todo esse progresso em sustentabilidade será acompanhado da mesma forma que é feito na parte financeira, com dados sólidos e uma abordagem sistemática”, conclui.

Uma das empresas pioneiras na agenda ESG, a Chemours deu início, em 2017, ao programa Compromisso de Responsabilidade Corporativa (CRC), no qual definiu dez objetivos a serem atingidos até 2030 que contemplam os valores da companhia e os princípios dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU).

Os objetivos da indústria química americana são possuir pelo menos 50% de mulheres no quadro de funcionários mundialmente e pelo menos 20% de diversidade étnica no quadro de funcionários dos EUA; melhorar em 75% o desempenho de segurança de funcionários, terceiros, processos e distribuição; investir US$ 50 milhões nas comunidades para elevar o acesso a ciência, tecnologia, engenharia e matemática, além de iniciativas de segurança e programas ambientais de sustentabilidade; e reduzir em 60% as emissões de gases de efeito estufa de suas operações.

“Além disso, a companhia buscará zerar as emissões de gases de efeito estufa em nossas operações até 2050; reduzir em 99% ou mais as emissões aquáticas e aéreas de compostos orgânicos fluorados e em 70% na intensidade do volume de aterros sanitários utilizados; possuir 50% ou mais da receita proveniente de produtos que suportam os ODS da ONU; e utilizar fornecedores 15% mais sustentáveis”, completa Arthur Ngai, gerente de marketing e desenvolvimento de negócios da multinacional na América Latina.

 

Circularidade em foco

As empresas que adotam práticas de ESG estão mais atentas e se preocupando em fazer o certo, inclusive no tocante à logística reversa de fluidos refrigerantes.

É o que afirma o economista Jorge Colaço, fundador da Recigases, lembrando que “essa cadeia envolve fabricantes, distribuidores, importadores, comerciantes, consumidores e outras partes interessadas”.

“Afinal de contas, proteger o meio ambiente é responsabilidade de todos”, diz o empresário.

Além de recuperar gases contaminados, empresas como a Recigases funcionam como gerenciadores desses resíduos, uma vez que armazenam os fluidos que não são passíveis de regeneração e devem ser encaminhados para a destinação final.

No ano passado, a prestadora de serviços fluminense regenerou 26.760 quilos de diferentes gases halogenados. “Nosso faturamento aumentou 34,5%”, informa Colaço, ao destacar que, “para este ano, esperamos um aumento de 80%, devido à disparada do preço dos fluidos refrigerantes e à maior conscientização do setor”.

“Temos vários clientes com contratações repetitivas ao longo dos anos. Isso é um grande reconhecimento. Também estamos nos equipando para conseguir recolher os fluidos em tempo recorde”, enfatiza.

“Além do barateamento do gás, a regeneração traz outro grande benefício: a mitigação de emissões de gases efeito estufa (GEE) para empresas que são obrigadas a apresentar ao mercado relatórios anuais de lançamento dessas substâncias na atmosfera”, acrescenta.