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Tecnologias aplicadas na climatização de alto padrão

Estima-se que milhares de unidades de sistemas com tecnologias inovadoras estejam operacionais no Brasil, abrangendo desde os centros urbanos até regiões de alta demanda turística

Nos últimos anos, a climatização de alto padrão tem conquistado um espaço significativo no mercado brasileiro, refletindo uma demanda crescente por conforto térmico e eficiência energética em diversos ambientes. Esses sistemas avançados não apenas oferecem controle preciso de temperatura e umidade, mas também incorporam tecnologias de ponta para otimização do consumo de energia.

Os equipamentos de climatização de alto padrão estão predominantemente instalados em ambientes corporativos como escritórios de grandes empresas, hotéis de luxo, shopping centers, hospitais e residências. A sua presença não só eleva o conforto dos usuários, mas também reforça a preocupação com a sustentabilidade e eficiência operacional.

Atualmente, estima-se que milhares de unidades desses sistemas estejam operacionais no Brasil, abrangendo desde os centros urbanos mais desenvolvidos até regiões de alta demanda turística.

Segundo Edson Alves Junior, diretor da Star Center, hoje, a climatização de alto padrão lança mão das principais tecnologias utilizadas como chillers e equipamentos de alta eficiência com sistemas inverter, tecnologias de recuperação de calor e sistemas de automação e controle buscando o melhor ponto de operação para eficiência do sistema.

“Observamos uma forte tendência para implementação de sistemas mais eficientes e com menor impacto no ambiente, com o uso de novos fluidos refrigerantes e foco na qualidade do ar interno. Hoje, o mercado possui duas opções de climatização de alto padrão: Sistemas Centrais, muito comuns em edificações de grande porte (hospitais, shoppings, torres empresariais triple A e grandes indústrias) pois são mais eficientes em larga escala e facilitam a manutenção e o controle unificado da climatização; e  Soluções Individualizadas: A tecnologia VRF (Fluxo Refrigerante Variável) permite que cada andar ou setor tenha controle próprio de temperatura e consumo (como edifícios comerciais com várias empresas locatárias e hotéis)”, informa Edson Junior.

A implementação da tecnologia inverter e os sistemas VRF contribuíram para maior eficiência energética, pois possibilita um ajuste contínuo de capacidade. Tanto o sistema inverter quanto o VRF variam a frequência dos compressores, fornecendo apenas a capacidade necessária para climatizar o ambiente. Isso evita ciclos de liga/desliga constantes, reduzindo picos de consumo energético. Também proporciona maior precisão no controle de temperatura com o funcionamento em cargas parciais, pois o sistema mantém a temperatura desejada de forma mais estável, com delta T menor, evitando oscilações grandes de calor e frio e menor desgaste de componentes, uma vez que o trabalho em regime parcial diminui o stress mecânico no compressor, o que aumenta a vida útil do equipamento e reduz custos de manutenção a longo prazo.

W Residences, localizado em São Paulo, adotou um sistema VRF de última geração com quente e frio simultâneo

“Finalizamos no final de 2024 obras como o novo W Residences, um hotel 6 estrelas, localizado em São Paulo (SP), que adotou um sistema VRF de última geração com quente e frio simultâneo. Além disto, temos as obras premiadas pela Smacna Brasil como Destaque do Ano, o Centro de Ensino e Pesquisa Albert Einstein, que conta com um sistema central com chillers de mancal magnético e o retrofit do Brazilian Financial Center e da CNN Brasil”, cita o diretor da Star Center.

Edson aponta os sistemas utilizados para climatização de alto padrão nos seguintes segmentos:

– Hotéis: Geralmente utilizam sistemas VRF para permitir controle individualizado nos quartos (conforto do hóspede) e, em algumas áreas comuns de grande porte, podem usar chillers.

– Shoppings Center: Têm áreas extensas e alto tráfego de pessoas, o que demanda grandes sistemas centrais, como chillers com fancoils, muitas vezes aliados a torres de resfriamento.

– Edifícios Comerciais: Podem variar conforme o tamanho e a segmentação de cada andar. Em muitos casos, usam sistema central de água gelada (chiller + fancoils) ou sistemas VRF em prédios de padrão mais elevado, devido à flexibilidade de controle por ambiente.

– Hospitais: Precisam de alto controle de qualidade do ar, filtragem e pressurização específica. Normalmente optam por sistemas de água gelada (chillers) de grande capacidade, com controle rigoroso de filtragem e umidade.

 Índices de mercado e desafios

Atualmente, os sistemas de climatização de alto padrão, como os de VRF, representam aproximadamente 5% do mercado total de HVAC-R no Brasil. Entretanto, essa porcentagem inclui predominantemente o segmento residencial, que constitui mais de 90% do mercado. Quando consideramos apenas o mercado de sistemas centrais, que abrange equipamentos como chillers, rooftops, selfs e splitões, os sistemas VRF correspondem a 46% desse segmento, com um crescimento de 17% entre 2023 e 2024.

Contudo, a expansão desse mercado não vem sem desafios. Questões como a necessidade de mão de obra qualificada para instalação e manutenção, são alguns dos principais obstáculos enfrentados pelos fornecedores e usuários finais.

Adalberto Bezerra da Rocha Neto, CEO da RN Cursos e Instrutor Gree, comenta que primeiramente, o profissional de climatização precisa conhecer muito bem o ciclo básico de refrigeração e adotar em seus procedimentos as Boas Práticas de Refrigeração, além de conhecer o equipamento e as tecnologias empregadas.

“O profissional habilitado pelo próprio fabricante, deve estar de posse dos procedimentos corretos para uma instalação e manutenção. Lembrando que na maioria dos fabricantes, há uma exigência para o profissional, onde o mesmo, deverá ter concluído os cursos e recebido uma habilitação para depois ir à campo realizar instalações desses sistemas. A garantia é do próprio fabricante, eles que fazem o start-up (primeira partida) do equipamento, garantindo que a instalação esteja correta.

Segundo Adalberto, quando falamos de futuro e relacionado a inovação, os equipamentos invisíveis estão ganhando projetos recentes e os instaladores precisam de constante atualização: “As máquinas embutidas que fazem parte do sistema de aplicação do VRF, acrescido de um projeto com difusores lineares, por exemplo, necessita de um profissional capacitado, tanto para equipamentos que operam com o R-32 quanto para os da próxima geração que num futuro breve terá como fluido refrigerante o R-290”.

Em um cenário onde o conforto ambiental se torna cada vez mais prioritário, a climatização de alto padrão não apenas responde às expectativas de conforto, mas também se posiciona como uma solução para a eficiência energética e a redução de impactos ambientais. Neste contexto, o que o profissional de instalação deve saber?

Adalberto dá algumas dicas: “Se pensarmos desde o início da carreira, o profissional deverá ter o curso básico de refrigeração e ar-condicionado, deve fazer algumas especializações em equipamentos da tecnologia inverter e, por último, realizar treinamentos e cursos com os fabricantes dos equipamentos que deseja começar a trabalhar. Vale observar que o profissional apenas não terá habilitação ativa sem que esteja vinculado a um CNPJ. Quer dizer que as fabricantes habilitam empresas e seus colaboradores e não pessoa física”.

Segundo ele, o desafio futuro será encontrar formas de tornar essas tecnologias mais acessíveis em relação aos custos e sustentáveis, garantindo que todos os segmentos possam se beneficiar dos avanços no setor de climatização.

Fujitsu completa 45 anos no Brasil e apresenta novidades

Marca aposta em tecnologia, atendimento ao consumidor e soluções sustentáveis para a crescente demanda de ar-condicionado no Brasil e no mundo.

Completando 45 anos de atuação no país, a Fujitsu General do Brasil reuniu a imprensa especializada do setor de HVAC-R em evento realizado dia 29/04, para anunciar novidades e a chegada do diretor-presidente Tsutomu Kunishima, que assume a liderança da operação com o compromisso de fortalecer ainda mais a presença da marca no Brasil e ampliar o diálogo com o consumidor local.

“É muito gratificante assumir o cargo de liderança da Fujitsu General no Brasil, em um momento tão estratégico para a empresa. Pretendo dar continuidade às transformações iniciadas, fortalecendo a cultura de inovação e colaboração com nossa equipe e parceiros. O mercado brasileiro possui um grande potencial e estou comprometido em ampliar a nossa presença, sempre entregando soluções de climatização que combinem eficiência, tecnologia e sustentabilidade”, ressalta Kunishima.

Durante o evento, ainda foram apresentadas as inovações da empresa e as principais tendências do setor, destacando o crescimento dos modelos com tecnologia inverter, que oferecem maior eficiência energética e menor consumo, solução que responde à demanda por sustentabilidade e redução de custos operacionais. Com foco semelhante, há uma crescente adoção de gases refrigerantes ecológicos, como R-32, e CO2, alinhando a indústria às metas ambientais globais.

“O consumidor brasileiro é orientado para preço, porém notamos um aumento de clientes mais exigentes com a qualidade e buscando produtos que combinem conforto, tecnologia e sustentabilidade. Há um interesse crescente por modelos que sejam silenciosos, eficientes, com menor impacto ambiental e com integração com soluções inteligentes, permitindo controle remoto via aplicativos”, afirma Raimundo Ribeiro, diretor comercial da Fujitsu General do Brasil.

Atualmente, a Fujitsu General, que iniciou sua trajetória no Brasil em 1980, já produz 100% da linha Essencial no país, enquanto a linha Premium Airstage segue importada. Em 2024, a empresa lançou o primeiro e-commerce do grupo e o país foi o escolhido para iniciar esse modelo de negócio.

“A estreia do e-commerce representa um passo significativo para a empresa em todo o mundo. Tivemos o Brasil fazendo o lançamento deste novo e importante projeto com o propósito de fortalecer a conexão com o consumidor e oferecer soluções de forma mais prática, acessível e alinhada às suas necessidades”, diz Ribeiro. “A inovação está no nosso DNA. Fomos pioneiros em trazer ao Brasil produtos equipados com a tecnologia inverter em 2005, que melhora a eficiência energética e reduz o consumo de eletricidade. Também estamos investindo no uso do gás refrigerante R-32, que tem menor impacto ambiental”, complementa o diretor.

Outro destaque anunciado foi a reinauguração em 2024 do centro técnico de treinamento, na Avenida Paulista, em São Paulo. O espaço de 210 m2 abriga showroom, recepção e salas de capacitação.

Leveros anuncia nova Diretora de Gente & Gestão

A Leveros, empresa do setor de climatização, anunciou a contratação de Daniela Serrano como nova Diretora de Gente & Gestão. O movimento faz parte da estratégia de expansão e fortalecimento da cultura organizacional da companhia.

Formada em Administração de Empresas pela Universidade Paulista, com especialização internacional pela StartSe e Universidade Nova de Lisboa, além de certificações em Coaching, Gestão de Talentos e Change Management, Daniela possui mais de 23 anos de experiência em Recursos Humanos, sendo 15 deles em posições de liderança em empresas como Cargill, Hypera, UnitedHealth Group, Grupo BIG e Carrefour Brasil.

Na Leveros, Daniela será responsável pela condução de projetos de desenvolvimento organizacional, fortalecimento da cultura, valorização da marca empregadora e implantação de práticas sustentáveis de gestão de talentos. Entre as prioridades da nova diretora estão a ampliação das práticas de performance e sucessão, a evolução dos sistemas de gestão integrada e a melhoria da jornada do colaborador.

A companhia destaca que a chegada da executiva ocorre em um momento de consolidação de sua atuação nacional. Fundada há 47 anos, a Leveros mantém presença entre as mil maiores empresas do Brasil, segundo o Valor Econômico, e no ranking das 300 maiores do varejo da SBVC. Também figura no Ranking Great Place to Work desde 2020.

“Acreditamos que as pessoas são o ativo mais importante da Leveros. A chegada da Daniela representa mais um passo na construção de uma área de Gente e Gestão estruturada, conectada ao nosso propósito e preparada para os desafios dos próximos anos”, afirmou Tiziano Filho, CEO da Leveros.

Rocktec supera incêndio e reafirma compromisso com o mercado

Após a destruição completa de sua fábrica em São Paulo, empresa intensifica produção em Araçariguama e reforça sua estrutura para continuar crescendo.

No dia 21 de fevereiro de 2025, a Rocktec enfrentou um dos maiores desafios de sua trajetória: um incêndio de grandes proporções consumiu totalmente sua unidade industrial de isolantes térmicos, localizada na Rua Doutor Djalma Pinheiro Franco, 829, no Jabaquara, zona sul de São Paulo. O ocorrido causou grande impacto não apenas na empresa, mas em toda a cadeia produtiva e na comunidade de parceiros e clientes que acompanham sua evolução. Na época, o Corpo de Bombeiros informou que não houve vítimas, uma vez que a ocorrência foi registrada por volta das 2 horas da manhã. Apesar da magnitude da tragédia, a Rocktec se prepara para um novo ciclo.

Com visão estratégica, a empresa havia iniciado a transição para uma nova fábrica em Araçariguama, no interior de São Paulo, localizada no km 51 da Rodovia Castelo Branco. O espaço conta com um terreno de 17.300m², sendo 4.200m² de área já construída e outros 4.200m² em fase final de conclusão.

A nova unidade foi inaugurada em dezembro de 2024 e já estava operando, o que possibilitou uma rápida resposta ao incidente. Para garantir a continuidade das entregas e o atendimento pleno à demanda crescente, a Rocktec reorganizou sua produção e passou a operar 24 horas por dia, em três turnos.

“Este episódio poderia ter comprometido gravemente nossas operações, mas já havíamos investido em uma estrutura moderna e preparada para o crescimento. Graças ao empenho da equipe e ao suporte de nossos parceiros, conseguimos reagir rapidamente e manter nossa capacidade produtiva”, afirma Elias S. Barbosa, Diretor Comercial da Rocktec.

A nova fábrica, além de representar um avanço físico, simboliza um salto tecnológico. Com equipamentos mais modernos e processos otimizados, a produção das placas AluPir ganha ainda mais eficiência e qualidade. A estimativa da empresa é que, em um prazo de 30 a 60 dias, a capacidade total de produção seja restabelecida.

“Agradecemos imensamente o apoio incondicional de nossos parceiros e clientes, que nos fortaleceu durante este período desafiador”, acrescenta Barbosa. “Estamos confiantes de que, em breve, estaremos operando em plena capacidade novamente, prontos para receber todos para conhecer nossa nova casa em Araçariguama. Estamos trabalhando firmes para apresentar as novidades tecnológicas que estamos implantando”.

Com um convite aberto à comunidade e stakeholders, a Rocktec reafirma seu compromisso com a excelência e inovação no setor. A nova fase da empresa não só simboliza superação, mas também marca o início de um capítulo promissor em sua história.

“A equipe Rocktec / AluPir Duct System agradece o apoio em massa de nossos parceiros e clientes que nos abraçaram com muitas mensagens, e em nenhum momento desistiu de acreditar que iríamos superar essa crise momentânea. Estamos de portas abertas para apresentar nossa estrutura renovada e compartilhar as inovações que implementamos. Nossa missão segue firme: oferecer produtos de excelência e consolidar nossa posição como referência no setor”, finaliza Barbosa.

Curso gratuito oferece capacitação a técnicos em refrigeração e climatização

O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo (Sebrae-SP) e o Conselho Regional dos Técnicos Industriais do Estado de São Paulo (CRT-SP) promovem, nos dias 20, 21 e 22 de maio de 2025, das 19h30 às 21h30, o Capacita CRT: “Jornada de Gestão para Técnicos em Refrigeração, Climatização e Ar Condicionado”. A capacitação será realizada de forma online, com transmissão pela plataforma Microsoft Teams.

O curso é gratuito e voltado a profissionais habilitados em refrigeração, climatização e ar condicionado, registrados no CRT-SP ou em outros conselhos regionais que integram o Sistema CFT/CRTs. O objetivo é oferecer conhecimentos sobre mercado, marketing, gestão financeira, formação de preços, orçamentos e linhas de crédito para serviços técnicos.

Aberta tanto a técnicos que já atuam no setor quanto a interessados em ingressar na área, a atividade busca contribuir para a formação empreendedora desses profissionais. A participação é restrita a técnicos com registro ativo e atribuições legais para projetar e executar serviços técnicos no setor.

Philco realiza nova edição de workshop técnico em Foz do Iguaçu

A Philco promoveu, no dia 26 de abril, em Foz do Iguaçu (PR), a segunda edição de seu workshop técnico presencial para profissionais da refrigeração. O evento integrou o programa “Seja um Instalador Philco”, voltado à formação continuada de instaladores de ar-condicionado e técnicos da área.

O treinamento foi conduzido pelo especialista Antônio Luiz Guesser, das 13h às 18h, no Hotel Foz do Iguaçu. A programação abordou fundamentos da refrigeração e práticas de instalação elétrica entre unidades, com foco na atualização técnica dos participantes. Foram disponibilizadas 100 vagas, com entrega de certificados, kit de boas-vindas, coffee break e sorteio de prêmios.

A iniciativa integra o conjunto de ações da empresa voltadas ao relacionamento com profissionais do setor, incluindo o relançamento do Portal do Instalador e o patrocínio ao Circuito dos Instaladores — cuja etapa local ocorreu nos dias 24 e 25 de abril, também em Foz do Iguaçu, com realização da Revista do Frio em parceria com o SENAI.

Durante o circuito, a Philco apresentou o novo portal (cursos.philco.com.br), com navegação reformulada, acesso a conteúdos técnicos e recursos voltados à rotina do instalador. A plataforma inclui treinamentos, cartilhas, vídeos, catálogo de produtos e o programa de relacionamento com quatro níveis de participação: Bronze, Prata, Ouro e Diamante.

Segundo a empresa, as ações visam ampliar o acesso à capacitação técnica e promover o reconhecimento dos profissionais da linha de frente do setor HVAC-R.

Pequenos negócios em climatização triplicam em 12 anos

Setor registra crescimento de 200% entre 2012 e 2024, impulsionado por altas temperaturas e demanda por eficiência energética

O número de pequenos negócios voltados à instalação de sistemas de climatização e refrigeração cresceu 200% no Brasil entre 2012 e 2024, segundo levantamento do Sebrae com base na Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE). O total passou de 8.991 para 26.854 empresas, sendo 24.069 registradas como microempreendedores individuais (MEIs).

O aumento está relacionado à intensificação dos efeitos das mudanças climáticas, que passaram a impactar diretamente a economia. Só no primeiro trimestre de 2024 foram registrados 10.500 novos negócios no segmento.

Juliana Borges, analista de Competitividade do Sebrae Nacional, afirma que a demanda por conforto térmico e conservação de alimentos tem crescido, impulsionada pelas altas temperaturas. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), o verão 2024-2025 foi um dos mais quentes desde 1961. Em 2023, a temperatura média global ultrapassou o limite de 1,5°C estabelecido pelo Acordo de Paris.

Além da abertura de novos negócios, o setor tem buscado maior qualificação técnica, com foco também na manutenção preventiva. Segundo o Sebrae, até 33% da redução de custos em micro e pequenas empresas pode estar associada ao uso adequado de equipamentos de climatização, índice que sobe para 53% no caso da refrigeração. A vida útil dos aparelhos, que pode chegar a 35 anos, reforça a necessidade de manutenção regular e eficiência energética, especialmente em equipamentos usados.

O setor público tem se tornado um contratante relevante desses serviços. A plataforma Contrata+Brasil, lançada há dois meses, conecta MEIs a oportunidades em órgãos públicos. Há, atualmente, editais abertos para prestação de serviços em instituições como o Instituto Federal Baiano, em Salvador, e a prefeitura de Campo Largo, no Paraná.

Para auxiliar os empreendedores, o Sebrae disponibiliza a Jornada Custo, Consumo e Geração de Energia, com conteúdos voltados à eficiência energética e planejamento de recursos.

Danfoss altera modelo de gestão global

A Danfoss Climate Solutions anunciou uma reorganização de seu modelo operacional global, com alterações em estruturas de gestão nos níveis internacional, regional e local. A mudança tem efeitos diretos nas operações da companhia na América Latina, especialmente no Brasil.

A nova configuração estabelece maior independência entre as divisões da empresa. O modelo descentralizado tem como objetivo dar mais autonomia aos segmentos de negócios, com a proposta de acelerar processos e aproximar as áreas operacionais dos mercados locais. A Danfoss atua globalmente com três divisões: Climate Solutions, Power Electronics and Drives e Power Solutions.

Com a reestruturação, Kristian Strand passa a ocupar o cargo de presidente global da Danfoss Climate Solutions. Na América Latina, Renato Majarão permanece como responsável regional pela divisão.

De acordo com a companhia, o novo modelo pretende simplificar processos e aumentar a capacidade de resposta das equipes locais. No Brasil, mercado considerado estratégico para a operação regional, a expectativa é de que as mudanças contribuam para uma atuação mais especializada e eficiente nos segmentos em que a empresa atua.

A reorganização inclui a incorporação de áreas como atendimento ao cliente, experiência digital, precificação e recursos humanos às divisões de negócio. Com isso, as 10 regiões da Danfoss passam a estar diretamente conectadas às respectivas unidades operacionais, o que, segundo a empresa, reduz sobreposições e melhora a colaboração entre equipes locais e globais.

As mudanças integram a estratégia de longo prazo da Danfoss voltada à inovação e à sustentabilidade em soluções de engenharia para os setores de aquecimento e refrigeração.

JAPÃO – IA em teste no diagnóstico industrial

JAPÃO – A Daikin e a Hitachi iniciaram um teste colaborativo para o uso de inteligência artificial generativa no diagnóstico de falhas de equipamentos industriais. A iniciativa está centrada na fábrica de condicionadores de ar comerciais Rinkai da Daikin, localizada em Sakai, Osaka.

O objetivo do projeto é unir o conhecimento em tecnologia operacional acumulado pela Daikin à tecnologia da informação desenvolvida pela Hitachi, com vistas a aumentar a produtividade por meio da automação do diagnóstico de falhas.

No experimento, engenheiros de manutenção utilizam tablets para registrar falhas observadas em bombas ou válvulas durante inspeções. O agente de IA, treinado com dados operacionais e registros de manutenção, oferece ao técnico um diagnóstico e propõe contramedidas. Para isso, os desenhos dos equipamentos são convertidos em gráficos de conhecimento compatíveis com leitura por IA.

Segundo as empresas, uma prova de conceito realizada anteriormente indicou que o sistema foi capaz de responder sobre a causa e a solução de falhas em até 10 segundos, com precisão superior a 90%.

A parceria entre as duas companhias teve início em 2017, quando a fábrica de ar-condicionado residencial da Daikin em Shiga começou a utilizar a plataforma Lumada IoT da Hitachi. À época, o foco era a digitalização e análise das habilidades dos trabalhadores na linha de brasagem, com objetivo de otimizar processos e apoiar a manutenção preditiva.

A conclusão da fase de testes do novo agente de IA está prevista para setembro. Caso os resultados sejam positivos, a tecnologia será implantada nas unidades da Daikin em outros países.

Propriedades e vantagens do R-290 em sistemas de refrigeração e climatização

O propano (R-290) se destaca como uma alternativa sustentável para o setor de HVAC-R, oferecendo alta eficiência energética e baixo impacto ambiental. No entanto, seu manuseio exige cuidados específicos devido à sua inflamabilidade

O R-290, também conhecido como propano, é um refrigerante classificado como hidrocarboneto (HC) Grupo A3 pela ASHRAE (American Society of Heating, Refrigerating and Air-Conditioning Engineers). Ele se destaca por seu baixo Potencial de Aquecimento Global (GWP) e zero Potencial de Destruição da Camada de Ozônio (ODP), tornando-se uma alternativa ambientalmente responsável aos refrigerantes sintéticos tradicionais. Nos últimos anos, ganhou destaque nos sistemas de refrigeração devido à sua alta eficiência energética e seu baixo impacto ambiental. Com um Potencial de Aquecimento Global (GWP) praticamente nulo e sem risco de destruição da camada de ozônio (ODP), ele se apresenta como uma alternativa sustentável aos refrigerantes sintéticos. Além disso, suas excelentes propriedades termodinâmicas permitem uma troca térmica eficiente, resultando em economia de energia. No entanto, sua inflamabilidade exige protocolos rigorosos de segurança, o que impulsionou o desenvolvimento de tecnologias e regulamentações específicas para seu uso seguro.

O propano é amplamente utilizado em sistemas de refrigeração comercial e industrial, incluindo supermercados, armazéns refrigerados, freezers, restaurantes, lojas de conveniência, indústrias farmacêuticas e equipamentos industriais. Também está presente em refrigeradores domésticos e em sistemas de ar-condicionado, como splits e unidades de janela.

“O R-290 possui propriedades termodinâmicas similares ao R-22, o que facilita a compreensão dos técnicos de refrigeração no processo de capacitação, muito acostumados a este tipo de fluido, permitindo que toda a atenção seja dada ao fato do R-290 ser inflamável. Sua aplicação é ideal em sistemas de refrigeração de alta, média ou baixa temperatura, tanto em sistemas de expansão direta como indireta. Existe ainda limitação no uso do R-290, principalmente sobre a quantidade aplicada em cada circuito de refrigeração quando o equipamento for instalado em local de livre acesso público, como os expositores refrigerados aplicados no varejo em geral, limitados à carga de 150 gramas”, informa Rogério Marson Rodrigues, engenheiro de aplicação e Gestor Industrial da Eletrofrio.

Joana Canozzi, Diretora de Serviços de Engenharia da Copeland para América do Sul, acrescenta que “Em supermercados e instalações de refrigeração de alimentos, o R-290 pode ser integrado a sistemas de fluido secundário em arquiteturas centralizadas ou distribuídas, garantindo eficiência e segurança operacional com baixos níveis de ruído. Por exemplo, a integração do R-290 para temperaturas médias otimiza a eficiência em diversos climas, incluindo regiões de alta temperatura ambiente. Esses sistemas podem incluir chillers de glicol (resfriados por trocadores de calor a seco), sistemas de médio porte resfriados a glicol e unidades de backup com tanque de líquido utilizando R-290”.

Um exemplo é a loja do Atacadão, em São José dos Pinhais (PR), que passou por uma ampliação e priorizou em seu projeto a instalação de um sistema de refrigeração para baixa e média temperatura que operasse com fluido refrigerante natural, no caso o propano (R-290), e que obtivesse uma eficiência superior ao sistema convencional antigo trazendo benefícios ambientais e operacionais substanciais. A loja implementou um sistema de refrigeração com propano para baixa e média temperatura, garantindo eficiência superior e segurança, seguindo as normas regulatórias.

“Desenvolvemos um projeto que atende as demandas do Atacadão, que busca substituir em todas as suas unidades o R-22 por aplicações com fluidos refrigerantes naturais, não só no projeto e instalação, mas também na capacitação de técnicos qualificados para a manutenção dos sistemas, uma vez que o propano possui características muitos especiais quanto a inflamabilidade. Conseguimos instalar um sistema com baixíssimo impacto ambiental, sem a utilização de fluidos sintéticos. Esse é o primeiro projeto com soluções de compressores para máxima eficiência”, explica Marson.

O sistema de refrigeração do Atacadão integra um rack composto por dois compressores para máxima eficiência com tecnologia inverter operando a partir do R-290 no circuito primário (instalado na parte externa da loja), e propileno glicol, utilizado como fluido de transferência de calor num circuito secundário, atendendo as médias temperaturas (entre 6°C a 10°C), resfriando expositores da loja.

Para Javier Korenko Chmielewski, Gerente de Desenvolvimento de Negócios na Danfoss do Brasil, o R-290 é uma escolha inteligente para refrigeração, principalmente por seu impacto ambiental reduzido.

“Combinando  sustentabilidade e desempenho, o R-290 continua ganhando espaço no mercado de refrigeração, sendo uma alternativa cada vez mais utilizada para quem busca eficiência sem abrir mão do cuidado com o meio ambiente. Com um GWP de apenas 3, ele é muito mais sustentável do que refrigerantes sintéticos como o R-410A, cujo GWP chega a 2088. Além disso, o R-290 se destaca pela alta eficiência energética, garantindo um ótimo desempenho térmico e ajudando a reduzir o consumo de energia. Seu baixo ponto de ebulição (-42,1°C) também o torna ideal para diversas aplicações de refrigeração, mantendo os sistemas funcionando de forma eficiente e confiável”.

R-290 como substituto do R-22?

É fato que o R-22, um dos fluidos refrigerantes mais utilizados no setor de refrigeração e ar-condicionado por décadas, está com os dias contados. Sua eliminação progressiva faz parte de um esforço global para reduzir danos ambientais, atendendo a acordos internacionais e regulamentações que buscam alternativas mais sustentáveis. A eliminação do R-22 faz parte de um compromisso internacional estabelecido pelo Protocolo de Montreal, um tratado global assinado em 1987 para reduzir substâncias que destroem a camada de ozônio. No Brasil, a legislação segue as diretrizes desse acordo, e o Plano Nacional de Eliminação de HCFCs (hidroclorofluorcarbonos) com prazos para a redução e eliminação de seu consumo.

Embora o R-290 tenha algumas semelhanças em termos de desempenho térmico com o R-22, ele não pode ser considerado um substituto direto e implica em uma série de diferenças e características que devem ser consideradas, tanto em termos de desempenho quanto de segurança, regulamentos e impactos ambientais.

“O R-290 possui características de inflamabilidade e maior sensibilidade à pressão e temperaturas mais baixas de evaporação e condensação, o que exige modificações e ajustes no design dos sistemas, não ser aplicável a todas as instalações onde o R-22 é utilizado. No entanto, a substituição do R-22 pelo propano reduz consideravelmente o impacto ambiental, pois o R-22 tem um GWP elevado e contribui para a destruição da camada de ozônio”, diz Joana.

Marson acrescenta que a aplicação do R-290 exige características específicas de projeto em função de ser um fluido A3. Fluidos A3 não podem, em hipótese alguma, substituir fluidos A1 em projetos que foram concebidos para fluidos A1, tal qual o R-22: “Isso envolve adequação de equipamentos, pois muitos sistemas projetados para R-22 não são compatíveis com novos fluidos e precisam ser substituídos ou adaptados, além de capacitação profissional para o manuseio de refrigerantes como o R-290, exigindo treinamentos específicos”.

Tanto Marson quanto Joana, concordam que o fim do R-22 é uma realidade e uma necessidade para a preservação ambiental. A transição para fluidos refrigerantes mais sustentáveis representa um desafio, mas também uma oportunidade para modernizar o setor de HVAC-R, reduzir o consumo de energia e minimizar impactos ambientais. Profissionais e empresas que se adaptarem rapidamente a essa mudança estarão à frente no mercado e contribuirão para um futuro mais sustentável.

Segurança no manuseio do R-290

A inflamabilidade é o principal risco associado ao R-290.

“O principal risco associado ao manuseio do R-290 é a sua inflamabilidade. Caso ocorra uma fuga ou vazamento, o propano pode formar misturas inflamáveis com o ar, representando um risco de incêndio ou explosão se não forem seguidas as normas de segurança. Por isso, a importância de utilizar ferramentas adequadas para evitar danos aos componentes do sistema, além de realizar testes de vazamento com métodos seguros e específicos para refrigerantes inflamáveis e garantir boa ventilação nas áreas onde o R-290 é utilizado para evitar acúmulo de gás no ambiente. Todos os profissionais do setor de HVAC-R que lidam com o R-290 devem receber treinamento adequado sobre o manuseio seguro de refrigerantes inflamáveis; utilizar equipamentos de proteção e seguir todos os protocolos de segurança durante a instalação e manutenção, além de verificar periodicamente os sistemas quanto a possíveis vazamentos, e estar sempre atentos à correta ventilação dos ambientes”, alerta Joana.

Sob o ponto de vista de Korenko, além da limitação do R-290 por sua inflamabilidade, os limites de carga e conformidade com normas regulatórias são de extrema importância para o uso seguro: “No entanto, graças ao seu baixo impacto ambiental e alta eficiência energética, seu uso tem se tornado cada vez mais comum. Em resumo, o R-290 é uma alternativa sustentável e eficiente, mas seu manuseio requer cuidados especiais para garantir um uso seguro e confiável. Com as medidas certas, ele pode ser uma excelente opção para refrigeração”.

Um ponto também destacado por Marson, é sobre o profissional habilitado para a execução deste trabalho, treinado e capacitado, seguindo todas as boas práticas de segurança, e garantindo que a zona de risco, local onde o equipamento com R-290 esteja instalado, receba uma ventilação adequada quando da execução de qualquer atividade, além de eliminar qualquer fonte de calor que possa provocar a ignição do R-290 enquanto existir a possibilidade do fluido estar dentro do sistema de refrigeração, inclusive no óleo do cárter do compressor.

Segundo os especialistas, a aplicação do R-290 é rigorosa e segue as seguintes diretrizes para seu manuseio seguro:

– Trabalhar em locais bem ventilados para evitar a acumulação de gás.

– Utilizar ferramentas e equipamentos específicos para refrigerantes inflamáveis.

– Garantir que os sistemas estejam desenergizados antes da manutenção.

– Inspecionar regularmente tubulações e conexões para evitar fugas.

– Utilizar detectores de vazamento específicos para hidrocarbonetos.

– Testar a estanqueidade com nitrogênio seco em baixa pressão.

– Nunca carregar R-290 em um sistema pressurizado.

– Utilizar cilindros aprovados e identificados corretamente.

– Evitar sobrecarga – seguir as especificações do fabricante.

– Manter longe de faíscas, chamas abertas e superfícies quentes.

– Evitar o uso de ferramentas elétricas que possam gerar centelhas.

– Proibir fumar próximo ao local de trabalho.

– Utilizar EPIs como luvas de proteção térmica para evitar queimaduras, óculos de segurança para proteger os olhos contra respingos e roupas antichama quando necessário.

– Em caso de vazamento, evacuar a área imediatamente, ventilar o ambiente para dispersar o gás, eliminar fontes de ignição antes de qualquer intervenção e nunca usar água para dissipar o gás – pode aumentar o risco de ignição.

 Regulamentações e normas aplicáveis

O uso do R-290 é regido por regulamentações específicas de segurança e ambientais. A inflamabilidade do R-290 também impõe limitações, como quantidades máximas permitidas nos sistemas e a necessidade de componentes certificados contraexplosão.

Entre as normas relevantes estão as estabelecidas pela ANSI/ASHRAE Standard 15- Segurança de refrigerantes inflamáveis; Normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) como a ABNT NBR IEC 60079-10-1 – Atmosferas explosivas e ABNT NBR 16069 – Segurança em sistemas frigoríficos; Normas Regulamentadoras (NR) do Ministério do Trabalho e órgãos ambientais para armazenamento e transporte; ISO 5149-3:2014; Europa (F-Gas) – Incentiva refrigerantes naturais e regula áreas com risco de explosão;  Regulamento de Substâncias Controladas e regulamentações locais que governam o uso de refrigerantes inflamáveis, como as orientações da EPA (Agência de Proteção Ambiental dos EUA) e Instrução Técnica n° 28/2018 do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo; e por fim, as recomendações e diretrizes dos fabricantes de equipamentos que utilizam o R-290 ou qualquer tipo de HC (hidrocarboneto).