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O mercado mundial oferece oportunidades de exportação para o setor de HVAC-R

Análises de mercado mapeiam possibilidades e auxiliam no processo de internacionalização das empresas para comércio exterior.

Recentemente, o vice-presidente, Geraldo Alckmin, e Jorge Viana, presidente da Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), anunciaram investimentos de mais de R$ 18,3 milhões para preparar empresas para exportação através do novo Programa de Qualificação para Exportação (PEIEX), oferecendo grandes vantagens para o setor de HVAC-R no Brasil. De acordo com especialistas, o PEIEX capacita as empresas a compreenderem e atenderem às exigências internacionais, expandindo seus horizontes para mercados além das fronteiras nacionais, o que aumenta a competitividade do setor.

“Ao qualificar empresas para exportação, o programa incentiva a busca por padrões globais de qualidade e eficiência. Isso estimula a inovação, tanto no desenvolvimento de tecnologias sustentáveis, como no uso de fluidos refrigerantes naturais e equipamentos mais eficientes, alinhando-se às demandas globais. A Apex-Brasil auxilia empresas, oferecendo serviços como capacitação em comércio exterior, missões comerciais, participação em feiras internacionais e acesso a rodadas de negócios. A Agência também fornece análises de mercado, mapeia oportunidades em mercados estrangeiros e auxilia no processo de internacionalização das empresas. Outro benefício importante é a defesa de interesses e apoio em questões regulatórias”, informa Paulo Roberto da Silva, Coordenador de Indústria e Serviços da Apex-Brasil.

Ele acrescenta que no setor de HVAC-R, os principais parceiros comerciais do Brasil incluem China, Estados Unidos, e União Europeia (com destaque para Alemanha e Itália). A China é um grande exportador de componentes e produtos acabados para o Brasil, enquanto os EUA e países da Europa, são tanto fornecedores quanto compradores de produtos mais especializados e com alta demanda em eficiência energética.

Paulo Roberto da Silva, Coordenador de Indústria e Serviços da Apex-Brasil

“O Brasil exporta principalmente produtos de refrigeração comercial, como unidades condensadoras, evaporadores e chillers, que são usados em ambientes como supermercados e grandes empreendimentos industriais. Além disso, o país se destaca na exportação de sistemas de ar condicionado split, que são populares devido à sua eficiência energética. Outro item relevante são os compressores fabricados no Brasil, conhecidos pela durabilidade e aplicados em sistemas de refrigeração e climatização. Os componentes como motores e ventiladores também compõem uma parte significativa das exportações, especialmente em mercados que buscam alta performance em eficiência energética e sustentabilidade”, revela Silva.

Segundo ele, as projeções indicam um crescimento moderado nas exportações de equipamentos HVAC-R, impulsionado pela demanda crescente por eficiência energética e sustentabilidade. No entanto, esse crescimento está condicionado à capacidade de inovação das empresas brasileiras e ao desenvolvimento de produtos competitivos em termos de tecnologia e preço. O fortalecimento de acordos comerciais e a entrada em novos mercados, como nações em desenvolvimento, também são fatores que podem acelerar o crescimento.

Competitividade global

Moldado por diversos fatores que inclui mudanças nas demandas de mercado, inovações tecnológicas, regulamentações ambientais e a recuperação econômica pós-pandemia, o setor de HVAC-R brasileiro enfrenta desafios significativos com importações e exportações, impactando a sua competitividade de toda cadeia de valor. Esses desafios se concentram em fatores econômicos, logísticos, regulatórios e tecnológicos.

Um dos principais desafios é a volatilidade cambial que afeta grande parte dos componentes e insumos importados para a fabricação de equipamentos de ar condicionado e refrigeração. Com a constante oscilação do real em relação ao dólar, os custos desses materiais variam consideravelmente, afetando diretamente a formação do preço final dos produtos e a margem de lucro das empresas importadoras, das distribuidoras e das revendedoras”, comenta Arnaldo Basile, Presidente Executivo da ABRAVA.

Fator importante para Basile são as deficiências na infraestrutura de transporte e os altos custos logísticos no Brasil, tanto para a importação, quanto para a exportação, começando pela burocracia dos processos alfandegários e a falta de integração digital nos sistemas de importação e exportação aumentam o tempo e os custos envolvidos na movimentação de mercadorias. As longas distâncias, a precariedade das estradas, os altos custos portuários fazem com que os custos e despesas com processos de exportações sejam mais caros e demorados, prejudicando a competitividade internacional. Outro ponto são as barreiras tarifárias e não tarifárias, tanto no Brasil quanto em outros países, fazem com que o comércio internacional para o setor seja mais complexo quando comparado com outros países. O Brasil impõe tarifas sobre muitos insumos importados, o que encarece a produção nacional. Os importadores dos produtos brasileiros aplicam regulamentações e padrões técnicos cada vez mais rigorosos, especialmente em relação à eficiência energética e ao impacto ambiental. Isso demanda que os fabricantes brasileiros adaptem seus produtos a normas específicas para cada país importador, o que pode encarecer os ciclos de produção e transporte.

Arnaldo Basile, Presidente Executivo da Abrava

”A competição com outros países, especialmente a China, é outro desafio importante. A China é um grande exportador de produtos de ar condicionado e refrigeração, e suas empresas conseguem operar com custos mais baixos devido à escala de produção e à menor carga tributária. Isso pressiona os fabricantes brasileiros a buscarem soluções para reduzir custos e aumentar a eficiência. A ausência de acordos comerciais estratégicos que favoreçam as exportações brasileiras para mercados chave, como Estados Unidos e Europa, é uma barreira relevante. Sem esses acordos, os produtos brasileiros enfrentam tarifas mais elevadas em comparação com os concorrentes de países com melhores tratados comerciais. Isso limita o alcance do setor no mercado internacional, mesmo quando há demanda pelos produtos. Embora Brasil mantenha intensas transações comerciais de importação e exportação com a China e outros mercados internacionais estratégicos, ainda faltam estabelecimentos de acordos comerciais mais robustos que não limitem a competitividade dos produtos brasileiros no exterior, especialmente em relação às tarifas aplicadas a produtos brasileiros. Tive a oportunidade de conversar com Li Jiang, presidente da China Refrigeration and Air-Conditioning Association (CHAA), sobre a necessidade de mantermos relações mais próximas para facilitar nossas relações associativas e comerciais, apesar das questões burocráticas diplomáticas e governamentais”, enfatiza Basile.

Ele diz que para superar esses desafios, é fundamental que as empresas do setor continuem investindo em eficiências operacionais, no desenvolvimento de novas tecnologias e em estratégias de exportação para mercados emergentes. Ao mesmo tempo, políticas públicas que promovam a simplificação de processos alfandegários, a redução de tarifas de insumos e a celebração de acordos comerciais estratégicos são essenciais para fortalecer a competitividade do Brasil nesse setor.

Tarifas e insumos

A variação cambial e as demandas por maior eficiência energética e sustentabilidade em mercados internacionais podem aumentar os custos para adequação.

“As tarifas de importação aumentam os custos de equipamentos e componentes de HVAC-R vindos de fora, impactando a competitividade das empresas brasileiras para aquelas empresas que não fazem uso do benefício fiscal do drawback (incentivo fiscal à exportação). Por outro lado, tarifas de importação em alguns mercados externos também limitam a capacidade de competição das empresas nacionais no exterior. No entanto, em alguns casos, acordos comerciais bilaterais podem reduzir essas tarifas, facilitando o comércio. Empresas têm enfrentado dificuldades em balancear esses custos, especialmente quando dependem de matérias-primas ou tecnologia importada. As políticas governamentais que estão facilitando as exportações no setor de HVAC-R incluem medidas como os incentivos à inovação tecnológica, eficiência energética e a promoção de sustentabilidade”, observa o Coordenador de Indústria e Serviços da Apex-Brasil.

Ele comenta sobre a iniciativa Nova Industrialização do Brasil, lançada pelo Governo Federal, que busca modernizar e aumentar a competitividade da indústria nacional, com um foco especial em tecnologias verdes e de baixa emissão de carbono, o que beneficia diretamente empresas de HVAC-R que investem em soluções eficientes e sustentáveis. Essa política oferece incentivos fiscais e linhas de crédito para empresas que desejam expandir suas operações internacionais e modernizar suas tecnologias. Além disso, o governo pretende reforçar acordos comerciais bilaterais que favorecem a exportação de produtos industriais, eliminando barreiras e facilitando o acesso a mercados internacionais. A simplificação de processos alfandegários e a maior integração com plataformas de comércio exterior também têm sido facilitadores importantes para as exportações brasileiras no setor. Esse foco em desenvolvimento tecnológico e sustentabilidade está alinhado com as demandas globais por produtos de HVAC-R mais eficientes e ecologicamente corretos, aumentando as oportunidades para o Brasil competir em mercados internacionais.

Basile aponta a dependência de insumos e componentes importados, tornando a indústria vulnerável a disrupção nas cadeias globais de suprimentos, como observado durante a pandemia de COVID-19: “A escassez de peças e insumos, combinada com o aumento dos custos de transporte internacional, criou gargalos nos ciclos produtivos de inúmeras empresas, atrasando a entrega de produtos e elevando os preços. Além disso, o aumento do protecionismo em alguns mercados internacionais também pode afetar a disponibilidade de componentes importados, gerando incerteza nas operações industriais, impactando diretamente os preços finais dos produtos no mercado Brasileiro”.

Oportunidades e programas de incentivo

Oportunidades emergentes incluem o crescimento da demanda por soluções de HVAC-R sustentáveis e de alta eficiência energética, especialmente em países que adotam metas rígidas de sustentabilidade ambiental. A América Latina e alguns mercados da Ásia e África também oferecem grande potencial devido à crescente urbanização e industrialização. Além disso, a exportação de tecnologia de refrigeração comercial para grandes redes varejistas internacionais em expansão no Brasil e no exterior é uma área promissora. Atividades associativas também fazem parte do contexto que busca soluções para o setor, como o Programa ABRAVA Exporta, que mantém acordo celebrado entre a Apex e a ABRAVA que tem auxiliado empresas do setor de HVAC-R a entenderem esses desafios e se capacitarem para exportarem seus produtos fabricados no Brasil. Esse programa ampliou recentemente o seu escopo de atuação para as empresas prestadoras de serviços, como por exemplo, instalações, projetos de sistemas, e consultorias.

Leila Vasconcellos, Gestora Técnica do Programa Abrava Exporta

“O Programa ABRAVA Exporta tem como objetivo promover as exportações do setor HVAC-R nos mercados internacionais, através de ações de promoção comercial, como feiras, rodadas de negócios, missões comerciais, prospectivas a mercados, informações de inteligência competitiva, como os estudos de mercado. Todas estas ações facilitam as relações comerciais com potenciais compradores de outros países e inserem as empresas em novos mercados internacionais. As empresas exportadoras brasileiras enfrentam muita concorrência nos mercados internacionais, principalmente em função de preços. Os produtos brasileiros nem sempre possuem preços competitivos com outros players internacionais, pois o Custo Brasil impacta diretamente na produção industrial e, consequentemente, no preço final do produto. É importante ressaltar que quando o mercado é regulado por preço, é sempre mais difícil para as empresas efetuarem suas exportações, pois as negociações nem sempre têm sucesso. Quando regulado por tecnologia e qualidade, as empresas brasileiras têm maior nível de competitividade e reconhecimento internacional. Outro desafio também importante é a certificação internacional, pois hoje mercados como Europa e Estados Unidos possuem este requisito e muitas pequenas e médias empresas exportadoras do setor não possuem tais certificações, atuando, portanto, em mercados latino-americanos nos quais a certificação não é condição essencial de compra”, diz Leila Vasconcellos, Gestora Técnica do Programa ABRAVA Exporta.

Segundo Leila, até agosto de 2024, o setor de HVAC-R contabiliza como principais parceiros comerciais países como Estados Unidos, México, Argentina, Colômbia, França, Chile, Paraguai e Peru. As empresas também exportaram para outros 57 destinos internacionais, demonstrando que as exportadoras estão buscando novos mercados considerados não tradicionais como Emirados Árabes, China, Itália, Espanha, Alemanha, Austrália, Índia, Coreia do Sul, Argélia, entre outros. Isto demonstra que a qualidade e tecnologia nacionais têm permitido a introdução destes produtos em mercados mais exigentes.

Güntner avança na refrigeração para a indústria farmacêutica

A Güntner do Brasil, fabricante de sistemas de resfriamento e refrigeração sediada em Caxias do Sul (RS), amplia sua atuação para o setor farmacêutico. A expectativa é que a nova frente de negócios represente até 15% do volume de vendas no próximo ano. Atualmente, a Güntner atende cerca de 70% do mercado nacional em seu segmento.

O primeiro contrato neste mercado foi firmado com uma das maiores produtoras globais de medicamentos para tratamento de diabetes. Segundo o diretor-presidente da empresa, Osni Roberto Caron Filho, a meta é se consolidar como referência na produção de torres de resfriamento. “Estamos preparados para atender aos novos mercados, como o da indústria farmacêutica”, afirma Caron Filho.

Para atender às demandas do setor, a Güntner desenvolveu soluções personalizadas de resfriamento de alta precisão, aplicáveis desde a produção de fármacos até o armazenamento de matérias-primas e produtos finais. O destaque é o fornecimento de torres de resfriamento do tipo Drycooler Adiabático High Density (ADCHD), que segundo a empresa, garantem a temperatura adequada com até 80% menos consumo de água e redução na emissão de CO₂.

A maior entrega para o setor farmacêutico foi um conjunto de 11 torres de resfriamento, totalizando 198 ventiladores de alta eficiência. Cada unidade tem peso equivalente a 17 toneladas. De acordo com Débora Faili, gerente da Divisão de Refrigeração Comercial & HVAC, o setor farmacêutico impõe regras rígidas de normas e certificações. “A Güntner traz essas soluções com qualificação e inspeção de processos, muitas das quais também se aplicam a outras frentes de negócios”, afirma a executiva.

Nidec Global Appliance anuncia novo presidente

Alberto Casnati foi nomeado presidente da Nidec Global Appliance (GA), substituindo Guilherme Almeida, que assume o cargo de CEO da Nidec AMEC (Automotive Motors & Electronic Controls). A mudança faz parte de uma reorganização mais ampla na estrutura de liderança da Nidec Corporation.

De origem italiana, Casnati atuava como vice-presidente do segmento de soluções residenciais e ocupou o cargo de Chief Strategy Officer (CSO) na ACIM (Appliance, Commercial and Industrial Motors). Sua carreira soma 27 anos de experiência nas indústrias de compressores e motores, com passagens por empresas internacionais e na China. Desde 2022 na Nidec, ele agora liderará três segmentos de negócios na GA: Home Appliances e Commercial Appliances — com as marcas Nidec, FIR e Embraco — e HVAC (Aquecimento, Ventilação e Ar-Condicionado), com as marcas U.S. MOTORS® e Rescue.

As alterações são parte da criação da divisão Nidec Appliance and Automotive Division (AAD), que unificará as unidades de negócios ACIM e AMEC. A nova divisão será liderada por Valter Taranzano, que assume como CEO e presidente. A liderança da unidade de negócios ACIM passa a ser de Katia Drusian, que conduzirá as plataformas Nidec Global Appliance (GA) e Commercial & Industrial (C&I).

Alberto Casnati, novo presidente da Nidec Global Appliance (GA)

Midea inaugura fábrica e aposta no mercado de linha branca no Brasil

A Midea, maior fabricante de eletroeletrônicos da China, inaugurou nesta segunda-feira (9) sua terceira fábrica no Brasil, localizada em Pouso Alegre (MG). Com um investimento de R$ 600 milhões, a nova unidade marca a entrada da empresa no mercado de linha branca, focada na produção de refrigeradores e lavadoras. A fábrica tem capacidade para produzir 700 mil refrigeradores e 600 mil lavadoras por ano e já conta com 700 funcionários, número que deve subir para 1.200 até o final de 2025. A escolha de Pouso Alegre se deu pela localização estratégica e pela oferta de mão de obra comprometida.

O objetivo da Midea é disputar o mercado brasileiro com líderes consolidados e alcançar a liderança no segmento de linha branca em até cinco anos. Segundo Felipe Costa, CEO da Midea no Brasil, a companhia já possui 8% do mercado de refrigeradores e aposta no design e na eficiência energética de seus produtos para conquistar o público jovem, especialmente consumidores de 18 a 40 anos. A entrada no segmento de linha branca faz parte de uma estratégia maior de diversificação, que inclui estudos para a produção de fogões e componentes para aparelhos de ar condicionado.

A Midea está no Brasil desde 2007 e, ao longo dos anos, ampliou sua presença no mercado, inicialmente com ar-condicionado e, depois, com micro-ondas e produtos de linha branca importados. Agora, com a produção nacional, a empresa espera reduzir custos logísticos e aumentar sua competitividade. O Brasil é considerado estratégico para o plano de expansão internacional da Midea, ao lado de países como Estados Unidos e Índia. Apesar dos desafios como a volatilidade econômica, o CEO acredita que o Brasil é um dos melhores países para investir na América Latina. Em 2024, a Midea prevê faturar R$ 6 bilhões no Brasil, um aumento de 50% em relação ao ano anterior, impulsionado pelo crescimento das vendas de ar condicionado e pelo avanço no mercado de linha branca.

ABRAVA celebra 63ª Noite do Pinguim

A ABRAVA (Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento) realizou, em 6 de dezembro, a 63ª edição da Noite do Pinguim. O evento reuniu mais de 400 profissionais, parceiros e convidados, consolidando-se como um dos principais encontros do setor HVAC-R no Brasil.

Durante a cerimônia, foi realizado o lançamento oficial da 19ª edição do CONBRAVA (Congresso Brasileiro de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação, Aquecimento e Tratamento de Ar), o mais importante e maior congresso do setor da América Latina, segundo a entidade.  Charles Domingues, presidente da comissão organizadora do congresso, destacou os desafios e as expectativas para a edição de 2025, ressaltando o compromisso com a inovação e a sustentabilidade no setor.

A Noite do Pinguim também foi marcada por homenagens a figuras relevantes para o setor. O médico e ambientalista Gilberto Natalini recebeu o prêmio “Amigo Profissional do Setor”, em reconhecimento à sua atuação em defesa do desenvolvimento sustentável e da equidade social.

Outro homenageado foi o engenheiro Joaquim do Valle, fundador da Refrin, empresa que completou 46 anos de mercado e se destacou como um dos maiores fabricantes de dutos da América do Sul. O reconhecimento celebrou a contribuição de Valle para o desenvolvimento tecnológico e industrial do setor.

Para o presidente da comissão organizadora da Noite do Pinguim, Eduardo Brunacci, o evento reafirmou o compromisso da ABRAVA com a responsabilidade social. Segundo ele, a edição deste ano teve um significado especial, pois, além de celebrar a história e as conquistas do setor, reforçou o apoio às iniciativas da Associação da Pedra Para a Rocha. “A 63ª Noite do Pinguim foi muito mais que uma festa: foi uma celebração da história, das conquistas e do futuro promissor do setor HVAC-R. Um verdadeiro marco que ficará registrado como um dos maiores eventos da trajetória da ABRAVA”, afirmou Brunacci.

Philco fortalece compromisso com sustentabilidade

A Philco anunciou o lançamento de uma nova linha de ares-condicionados voltada para a eficiência energética e a sustentabilidade. A iniciativa da empresa chega em um momento em que a demanda por soluções ecologicamente responsáveis e de alto desempenho tem aumentado significativamente.

Segundo dados da startup Simplex, houve um crescimento expressivo na busca por aparelhos de ar-condicionado, com destaque para os modelos “inverter”. Esses equipamentos são preferidos por consumidores que buscam eficiência energética, característica apontada como uma tendência global. Na Expo Real de 2023, importante feira europeia do setor imobiliário, foi reforçada a necessidade crescente de imóveis sustentáveis e com tecnologia de ponta.

Emerson Wojcik, diretor comercial da linha branca da Philco, afirmou que a empresa está alinhada com essa tendência. “A Philco está na vanguarda desta evolução, desenvolvendo produtos que não apenas proporcionam conforto térmico superior, mas também reduzem o impacto ambiental”, disse.

A nova linha da Philco abrange desde modelos split inverter até unidades cassete, piso teto e portáteis, com capacidades que variam de 9 mil a 60 mil BTUs, visando atender a diferentes necessidades e ambientes. De acordo com a empresa, os modelos inverter utilizam compressores que mantêm um funcionamento estável, evitando picos de energia e proporcionando uma economia significativa.

Os novos aparelhos possuem classificação energética A, utilizam o gás refrigerante R32 e são equipados com revestimento anticorrosivo e serpentina de cobre, características indicadas para uso em diversas regiões, especialmente em áreas litorâneas, onde há maior exposição à maresia.

Wojcik também destacou que a Philco está preparada para a crescente demanda do mercado. “A fábrica está operando com alta capacidade produtiva. Conseguimos aumentar significativamente nossa produção para atender à alta demanda em 2024 e 2025, e estamos bem-posicionados no mercado, sendo uma das marcas que mais incrementam as vendas de ar-condicionado no Brasil”, finaliza.

Copeland e Daikin anunciam joint venture no segmento de ar-condicionado residencial

Dois dos líderes globais da indústria de HVAC, Copeland e Daikin, anunciaram uma joint venture para levar a tecnologia de compressor inverter swing da Daikin destinado ao segmento de ar-condicionado residencial dos Estado Unidos. A inovadora tecnologia de compressor rotativo inverter swing da Daikin complementa o portfólio da Copeland e oferece benefícios substanciais, incluindo redução no uso de energia, economia de custos e confiabilidade aprimorada. Espera-se que a joint venture se torne operacional no primeiro semestre de 2025, após o recebimento das aprovações regulatórias habituais.

Este acordo alavanca a liderança de mercado da Copeland, aprofunda a experiência no setor e promove um suporte técnico robusto, juntamente com a comprovada tecnologia de compressor rotativo inverter swing da Daikin. Juntas, fornecerão aos clientes residenciais de HVAC dos EUA as soluções mais eficientes, adaptadas para atender às necessidades específicas de aplicação. Esta colaboração desempenha um papel fundamental na aceleração da mudança para bombas de calor com eficiência energética, atendendo às metas ambientais e aos requisitos regulatórios.

Sob este acordo, uma joint venture será estabelecida nos Estados Unidos, que será específica para vendas de compressores rotativos inverter no mercado residencial dos EUA, com a Copeland detendo uma participação majoritária. Na fase inicial, este acordo se concentrará em fornecer amostras de teste dos compressores rotativos inverter da Daikin para os clientes da Copeland nos EUA. A Copeland fornecerá as vendas e o suporte técnico. No futuro, as empresas planejam explorar o estabelecimento de uma unidade de fabricação dedicada na América do Norte para garantir um fornecimento estável de compressores de alto desempenho.

Expandindo o portfólio de produtos da Copeland com soluções baseadas em inversores

Este acordo também aprimora as ofertas de compressores da Copeland para o mercado residencial de HVAC dos EUA, permitindo que a empresa atenda a uma gama mais ampla de necessidades dos clientes à medida que a indústria muda para a transição energética e a descarbonização.

“Esta joint venture expandirá e complementará ainda mais o portfólio da Copeland, permitindo-nos oferecer uma gama estendida de tecnologia de compressores para aplicações residenciais de HVAC, a fim de atender as necessidades dos clientes à medida que o mercado avança em direção a níveis mais altos de eficiência, refrigerantes com menor GWP e eletrificação do aquecimento”, disse Ross B. Shuster, CEO da Copeland.

“Nossa rede de vendas estabelecida, proximidade com os clientes e serviço de alta qualidade, juntamente com a tecnologia de compressor rotativo inverter swing da Daikin, ajudarão nossos clientes a projetarem e entregar sistemas HVAC altamente eficientes que abordam desafios de energia e sustentabilidade”, acrescenta.

Avançando a estratégia de negócios da Daikin nos EUA

O acordo com a Copeland está alinhado ao plano de gestão estratégica FUSION25 da Daikin, projetado para aumentar a adoção de sua tecnologia no mercado dos EUA.

Com os governos federal e estadual promovendo cada vez mais políticas ambientais e regulamentações mais rigorosas de economia de energia previstas para 2031, a necessidade de sistemas HVAC eficientes e econômicos é maior do que nunca. Além disso, a mudança do aquecimento por combustível fóssil para bombas de calor está ganhando força, aumentando ainda mais a demanda por soluções de eficiência energética. Os compressores inverter são uma tecnologia essencial para impulsionar essa transição energética, pois proporcionam maior economia de energia e propriedades de troca de calor. Ao alavancar regulamentações ambientais mais rigorosas como um catalisador e unir forças com a Copeland, a Daikin levará sua principal força — tecnologia avançada de compressor inverter — a um público mais amplo.

“Nesta joint venture, a Daikin desempenhará um papel fundamental no design e na produção de compressores rotativos inverter. Ao combinar as capacidades de vendas e serviços da Copeland, pretendemos fornecer esses compressores para o mercado residencial de HVAC dos EUA, nos esforçando para tornar os inversores amplamente disponíveis em todo o mercado”, disse Masanori Togawa, presidente e CEO da Daikin Industries.

Setor eletroeletrônico anuncia R$ 5 bilhões em investimentos no Brasil

A Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros) anunciou nesta quarta-feira (4) a destinação de R$ 5 bilhões para investimentos no Brasil ao longo dos próximos três anos. A iniciativa inclui construção e ampliação de fábricas, além de inovações em produtos e processos produtivos.

O anúncio foi realizado em reunião entre representantes da entidade e o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Geraldo Alckmin. Durante o encontro, a Eletros destacou que o setor já investiu o mesmo montante entre 2023 e 2024.

A entidade apresentou ainda um balanço de desempenho do setor nos nove primeiros meses de 2024, que registrou crescimento de 29% na produção em relação ao mesmo período do ano anterior. Para o ano, a previsão é de alta de 25%, o melhor desempenho em uma década, segundo a associação.

De janeiro a setembro, foram comercializadas 83,8 milhões de unidades de produtos eletroeletrônicos, ante 65 milhões no mesmo período de 2023. O crescimento foi atribuído à expansão do emprego e da renda, políticas de incentivo industrial e aumento da demanda por ventiladores e aparelhos de ar condicionado devido às condições climáticas.

O Brasil ocupa atualmente a posição de segundo maior polo produtor de aparelhos de ar condicionado do mundo. No segmento de linha branca, que inclui produtos como fogões, geladeiras e máquinas de lavar, já que empresas associadas à Eletros atendem 97% do mercado nacional.

Alckmin destacou, em vídeo divulgado pela entidade, o papel estratégico do setor no desenvolvimento industrial e na geração de empregos, apontando os investimentos como fundamentais para o fortalecimento da economia brasileira.

Job Ney Palmeira representando a categoria

CLUBE CAST DO FRIO – Uma conversa inspiradora com Job Ney Palmeira sobre os desafios e conquistas na valorização dos profissionais de climatização e refrigeração.

Práticas de eficiência e operação tornam frigoríficos mais sustentáveis

Nos últimos anos, práticas sustentáveis e soluções inovadoras no setor de HVAC-R têm transformado a forma como os frigoríficos brasileiros operam, promovendo uma abordagem mais ecológica para os processos de refrigeração e isolamento térmico. A adoção de novas tecnologias, sistemas de refrigeração mais eficientes e o uso de equipamentos e insumos sustentáveis têm sido fundamentais para minimizar as emissões de gases de efeito estufa, reduzir o consumo de energia e melhorar a eficiência geral das operações.

No Brasil, empresas de câmaras frigoríficas estão adotando soluções inovadoras para minimizar o impacto ambiental, desde a utilização de fluidos refrigerantes naturais, sistemas que ajustam a capacidade de refrigeração conforme a demanda, recuperação de calor, até aplicação de isolamento térmico sustentável, visando a economia de energia.

Na busca por frigoríficos mais sustentáveis, a adoção de fluidos refrigerantes naturais, como o dióxido de carbono (CO2) e a amônia (NH3) já é uma realidade. O CO2, por exemplo, é um refrigerante natural com GWP quase zero, o que reduz significativamente o impacto ambiental das operações de refrigeração. Além disso, sistemas de refrigeração com CO2 oferecem uma performance altamente eficiente em baixas temperaturas, sendo ideais para ambientes de armazenamento frigorífico, onde o controle rigoroso da temperatura é essencial. A Mebrafe, por exemplo, desenvolveu sistemas de cascata que combinam CO2 e amônia, aproveitando as melhores características de ambos os refrigerantes. Esses sistemas são ideias para aplicações de congelamento e reduzem a necessidade de grandes quantidades de energia, maximizando a eficiência. O uso combinado de fluidos naturais contribui para a redução do impacto ambiental e atende às regulamentações globais de redução de gases de efeito estufa.

Outra tecnologia sustentável que vem ganhando espaço nos frigoríficos é o uso de compressores inverter de alta eficiência, que ajustam a capacidade de operação de acordo com a demanda de refrigeração, economizando energia e reduzindo o desgaste dos equipamentos. Esse tipo de compressor pode ser integrado a sistemas de controle inteligentes, que monitoram as condições ambientais e ajustam automaticamente a potência necessária para manter a temperatura ideal, maximizando a eficiência energética.

JBS implementa sistemas de refrigeração com fluidos refrigerantes naturais como amônia (NH3) e CO2, e adota práticas de isolamento térmico eficiente

A São Rafael, por exemplo, indica câmaras frigoríficas modulares com sistema de compressores inverter de alta eficiência, operando de maneira mais econômica e sustentável. A eficiência energética também contribui para a diminuição das emissões de carbono, alinhando-se às metas ambientais globais.

Na mesma linha, a empresa afirma que a tecnologia de monitoramento remoto permite que os operadores acompanhem o desempenho dos equipamentos em tempo real, evitando falhas e melhorando a eficiência operacional. Essas câmaras frigoríficas ainda têm processo de montagem modular que minimiza o desperdício de materiais e reduz o impacto ambiental durante a construção.

Já a Thermoprol, por sua vez, aposta em sistemas de recuperação de calor que permitem aproveitar o calor residual gerado pelos sistemas de refrigeração e usá-lo em outros processos do frigorífico. O calor recuperado pode ser reutilizado para aquecer água ou ser aplicado em processos industriais, reduzindo a necessidade de energia externa. Essa solução diminui o desperdício de energia, tornando a operação do frigorífico mais sustentável e econômica.

O isolamento térmico também é fundamental para a sustentabilidade de sistemas frigoríficos. De acordo com Dânica, painéis isotérmicos feitos com materiais isolantes, como poliuretano (PUR) ou poliisocianurato (PIR), ajudam a reduzir a perda de energia. Além disso, os materiais usados nesses painéis são recicláveis e produzidos por meio de processos de baixo impacto ambiental.

Outra solução, segunda a empresa, são as telhas térmicas aplicadas nas coberturas dos frigoríficos, que evitam o aumento da temperatura interna devido à exposição solar. Essas telhas melhoram a eficiência térmica, mantendo o ambiente mais fresco e o esforço dos sistemas de refrigeração, o que resulta em menor consumo de energia.

Marfrig investe em câmaras frias operando com compressores inverter de alta eficiência e sistemas de congelamento

Exemplos de caso

O avanço em tecnologias sustentáveis, como o uso de fluidos refrigerantes naturais, sistemas de refrigeração eficientes e isolamento térmico, tem permitido que frigoríficos no Brasil operem de forma mais ecológica e eficiente. Empresas como JBS, Marfrig e Aurora Alimentos, lideram essas iniciativas, adotando práticas que ajudam a reduzir o impacto ambiental, melhorar a eficiência operacional e atender às demandas por sustentabilidade no setor alimentício.

A JBS tem investido em iniciativas de sustentabilidade e implementa sistemas de refrigeração com fluidos refrigerantes naturais, como o CO2, em diversas de suas plantas frigoríficas. Também possui projetos voltados para a recuperação de calor nos sistemas de refrigeração, utilizando o calor gerado no processo de resfriamento para outras operações, como aquecimento de água e ambientes. A empresa se comprometeu a neutralizar suas emissões de gases de efeito estufa até 2040, o que envolve também a melhoria contínua de suas operações de refrigeração.

A Marfrig vem substituindo os refrigerantes sintéticos por fluidos refrigerantes naturais, como amônia (NH3) e CO2, e adota práticas de isolamento térmico eficiente, utilizando materiais avançados para minimizar as perdas de energia e maximizar a eficiência de suas câmaras frias e sistemas de congelamento em conformidade com as regulamentações ambientais. A empresa se comprometeu a reduzir emissões absolutas de gases do efeito estufa em 68% até o ano de 2035 e diminuir a intensidade das emissões de CO2 em 33% até 2035 e aumentar o uso de energia renovável de 27% para 100% até 2030.

Já a Aurora Alimentos tem feito esforços para modernizar suas plantas frigoríficas investido na implementação de refrigerantes naturais e em sistemas de refrigeração de alta eficiência. A empresa também se destaca por adotar práticas de economia circular, aproveitando o calor residual de seus sistemas de refrigeração para aquecimento de água e outros processos, reduzindo assim a dependência de fontes externas de energia e diminuindo suas emissões de carbono e a utilização de cavaco como fonte de biomassa, proveniente de florestas próprias de eucalipto. A empresa está comprometida em reduzir suas emissões de carbono em 20% até 2025.

Aurora Alimentos aproveita o calor residual de seus sistemas de refrigeração para aquecimento de água e outros processos