Setor de HVAC-R prevê faturamento de R$ 41 bilhões em 2024

No último trimestre de 2023, o Departamento de Economia e Estatísticas da ABRAVA realizou uma pesquisa com empresas dos setores representados, o estudo apresenta que os R$ 36,9 bilhões faturados por essas empresas no ano passado têm tudo para evoluir perto de 12% ao longo de 2024, período para o qual se prevê R$ 41,3 bilhões de negócios a serem fechados pela área em todo o país, na somatória entre produção, venda de equipamentos e serviços relacionados a instalação e manutenção.

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No ranking das áreas com maior variação positiva este ano a liderança apontada pelo levantamento fica com a de instalação e manutenção de sistemas centrais de ar-condicionado, ventilação e refrigeração, cujas vendas devem subir dos R$ 6,36 bilhões de 2023 para R$ 8,02 bi em 2024, representando, portanto, um crescimento de 26%.

Vem em seguida o segmento de manutenção e reparação de máquinas e aparelhos de refrigeração e ventilação para uso industrial e comercial, com uma variação positiva da mesma ordem (26%).

Já o comércio do HVAC-R, cresceu 10% no geral no ano passado e tem tudo para repetir tal desempenho no ano em curso.

Em contrapartida, fica entre 7% e 8% a expansão aguardada para 2024 nos segmentos de fabricação de compressores; aparelhos e equipamentos para instalações térmicas; fabricação de máquinas e aparelhos de refrigeração e ventilação para uso industrial e comercial.

O anúncio foi feito no evento ABRAVA de Portas Abertas, a expectativa de faturamento considera fatores como as altas temperaturas, novas tecnologias, novos empreendimentos comerciais, avanço das construções e a recuperação gradual no consumo das famílias como fator principal

“A ABRAVA entende que o ano de 2024 acusará crescimento em todos os segmentos que representa, em relação ao ano anterior. Esse otimismo está baseado nas questões das manutenções relacionadas às temperaturas elevadas, com a necessidade de rever e promover adequações em sistemas de refrigeração e ar-condicionado, de maneira que apresentem maior eficiência energética, menor consumo de energia, utilização de gases refrigerantes mais adequados que provoque menor aquecimento global e o olhar para a inteligência artificial, que cada vez mais se torna presente nos equipamentos e sistemas do setor HVAC-R”, destaca Arnaldo Basile, presidente executivo da ABRAVA.

Climas favoráveis no setor do ar-condicionado

Como era de se esperar, um dos motivos determinantes para uma expectativa de faturamento acima de R$ 40 bi para o HVAC-R em 2024 é o prolongamento até abril previsto pelos meteorologistas para o fenômeno El Niño, assim como a tendência de termos novamente um ano de altas temperaturas, a exemplo de 2023, quando foi atingido um recorde histórico de calor mundo afora.

Quanto aos aspectos econômicos, Arnaldo Basile, destaca o ritmo de recuperação do setor do ar condicionado , que após o pico de 5,4 milhões de unidades produzidas em 2021, houve uma queda em 2022, voltando a crescer em 2023, chegando a 4,5 milhões em 2023. De acordo com a pesquisa a estimativa para venda de unidades de split em 2024 é de aproximadamente 4, 9 milhões de unidades.

“Além disso, as fortes oscilações de consumo percebidas pelo segmento durante a pandemia ficaram para trás, ao mesmo tempo em que os preços subiram em 2023 acima de 23%, produtos cada vez mais eficientes no tocante ao consumo energético”, aponta o presidente executivo da ABRAVA.

Também anima o setor, segundo ele, a demanda reprimida, inclusive nas classes A,  B1 e B2, nas quais a penetração do ar-condicionado ainda se limita, respectivamente, a 61,2%, 45,3% e 30,1%. “Considerando todas as faixas de consumidores esse índice impressiona mais ainda, pois não passando dos 16,7%, o que pressupõe um grande espaço ainda nas aspirações do consumidor brasileiro para esse tipo de aquisição.

Dentre os motivos para que isso ocorra, mesmo o ar-condicionado tornando-se um item fundamental ao conforto e bem-estar das famílias, ainda se encontra a falta de infraestrutura nos edifícios para a instalação desses equipamentos. “Tanto é que o país ganhou 23 milhões de domicílios em 12 anos e esse crescimento no campo da construção não vem se refletindo no nosso”, argumenta o dirigente, acreditando, porém, numa animadora tendência para a mudança desse quadro, no médio e longo prazo.

 

O evento tem o objetivo de fazer uma retrospectiva, apresentando os resultados do ano anterior e as tendências para o ano vigente.