Logística e distribuição através de compras online
Plataformas de e-commerce e marketplaces na distribuição e logística do mercado do frio melhoram a eficiência, reduzem custos e garantem a integridade dos produtos ao longo da cadeia de suprimentos
O e-commerce e os marketplaces têm se tornado cada vez mais relevantes na distribuição e logística do setor de HVAC-R, tornando-se essenciais, principalmente pela capacidade de centralizar estoques em centros de distribuição (CDs), o que otimiza o gerenciamento de inventário e amplia o alcance para diversas regiões do país. Isso permite que empresas consigam atender clientes de forma eficiente em todo o mundo, independentemente da localização geográfica, aproveitando a estrutura robusta de parceiros logísticos e a eficiência que essas plataformas oferecem.
“Fatores como a digitalização do consumidor, a oferta diversificada de produtos e a rapidez na logística, tornam essas plataformas indispensáveis. Além disso, a possibilidade de operar em múltiplos canais, permite a Leveros atender diferentes perfis de clientes de maneira eficaz. Entre os benefícios, destacamos a conveniência de compras remotas, a ampla oferta de produtos e marcas, a transparência nos preços e condições, e a eficiência na entrega. A Leveros também investiu em tecnologia própria tanto para sua plataforma de e-commerce quanto para sua plataforma interna B2B, (do termo em inglês Business to Business – Empresa para Empresa) garantindo uma experiência ainda mais integrada e personalizada”, informam Victor Medina, Gerente de E-commerce da Leveros e Alana Andrade, Coordenadora de marketplace Leveros.
Vale destacar que o e-commerce e o marketplace têm papéis complementares, mas distintos, no contexto da distribuição e logística do setor de HVAC-R e do mercado do frio. No modelo de e-commerce, a empresa vende diretamente ao consumidor por meio de uma plataforma online própria. O marketplace, por outro lado, é uma plataforma onde múltiplos vendedores podem oferecer seus produtos. É uma espécie de “shopping virtual” que facilita a conexão entre compradores e vendedores.
“Eu acredito que temos vários fatores que estão transformando o e-commerce e os marketplaces, cada vez mais importantes no nosso mercado. Destaco o poder do alcance dessas plataformas. Com os processos online, um número muito maior de pessoas tem acesso, tornando o segmento como um todo mais forte e maior. Juntamente com o poder de alcance, temos também a redução dos custos, a facilidade da logística e uma capacidade muito maior de estoque de produtos. Com a facilidade de ver fotos e descrição dos produtos, não tendo risco de compras erradas. Como o setor tem departamentos muito específicos de peças e acessórios, os sites com fotos, descrição, medidas, facilitam muito a venda e contribuem para um aumento das negociações por esses caminhos”, diz Luis Dorneles, Gerente do Depto. de Peças da WebContinental.
Decisão de compra
Praticamente, 100% das decisões de compra se iniciam digitalmente. Os canais digitais conseguem explicar bem as características do produto, marcas, modelos e atingir diferentes perfis de clientes com um alcance geográfico maior que os das lojas físicas.
“A tomada de decisão do consumidor que acontece digitalmente (pesquisa de mercado), a comodidade de não ter que ir à loja e a redução de custos de loja física, permitem preços mais agressivos e promoções mais personalizadas. No e-commerce, o cliente consegue pesquisar com maior velocidade diversas marcas e modelos que podem não estar em estoque nas lojas de sua região, o fator disponibilidade, além dos ganhos de escala nas vendas (volume), com reduções de custos nas negociações dos produtos e fretes com preços mais competitivos ao cliente. O ar-condicionado é um produto que, para capacidades maiores, necessita de um auxílio técnico na tomada de decisão, principalmente para projetos mais comerciais. É uma venda que acontece B2B2C (Business-To-Business-To-Consumer, em português – Empresa para Empresa para Consumidor), com grande participação do projetista/técnico entre o distribuidor e o cliente final. O desafio é fazer esse link no digital, aproximando os dois”, explica Renato Moraes Torres, Digital Head da Climario.
Desta maneira, os clientes podem comparar produtos, preços e especificações facilmente, o que aumenta a transparência e facilita a decisão de compra, além de um horário flexível, onde podem fazer compras a qualquer hora do dia, aumentando a conveniência e a satisfação.
“O comportamento do consumidor está em constante mudança. A venda digital está disponível 24 horas com todas as facilidades de envio e crédito imediato. Os produtos de HVAC-R estão muito fáceis de conhecer e obter informações, eliminando assim uma venda mais consultiva. O hábito de compra já existente e a rápida comparação de preços dos produtos vejo como o principal benefício. Temos uma guerra fiscal entre os estados que incentiva este benefício. Porém, os custos das vendas digitais estão em constante elevação, provocando uma melhor utilização dos recursos. Outro ponto é atender o cliente de forma ágil em caso de devolução e substituição dos produtos. E por se tratar de uma operação mais otimizada, ajuda a redução de custos interferindo diretamente na decisão de compra”, revela Alexandre Fiss, presidente da Frigelar.
Gerenciamento da logística
Para os executivos da Leveros, os principais desafios incluem garantir a qualidade e autenticidade dos produtos, gerenciar a logística em regiões mais distante, e fornecer suporte técnico pós-venda, essencial para a instalação e manutenção dos equipamentos HVAC-R.
“O ecossistema online é muito rápido, precisamos estar um passo à frente se quisermos um resultado constante. Pensar em novas tecnologias, plataformas, parceiros de negócio e testes para otimizar nossos resultados com eficiência e escalabilidade. Nossas lojas, com sua própria tecnologia e integração em marketplaces como B2W (empresa de varejo online) com a Daikin, consegue otimizar a logística e reduzir custos na cadeia de suprimentos. As tecnologias de aquisição de clientes oferecem cada vez mais possibilidades para encontrarmos o consumidor certo na hora certa, isso faz com que o investimento seja efetivo reduzindo o CAC (Custo de Aquisição de Clientes) e rentabilizando nossa operação. Seguimos comprometida em inovar no modelo de negócios, e, através do uso de tecnologias próprias, buscamos oferecer uma experiência de compra cada vez mais eficiente, integrada e sustentável nos canais B2B2C e B2C”, afirmam Victor e Alana.
Internamente e junto aos fornecedores, se faz necessário um alinhamento dos materiais e documentos para que se consiga um melhor aproveitamento do produto nas vendas online. Setores internos de cadastro e bem estruturados são a chave para um melhor desempenho.
“Nosso segmento tem alguns itens bem específicos que, mesmo com todos os recursos dos sites, ainda assim o técnico ou cliente final vai escolher a loja física para pegar, sentir a peça. Porém, para outras peças como ferramentaria por exemplo, via sites com todas as informações do produto e com uma facilidade de aquisição, têm um custo menor para o distribuidor. Muitas vezes, só na questão de quantidade de pessoas no processo, permitem que os sites tenham preços mais arrojados. Nossas plataformas digitais comercializam uma gama enorme de produtos. Inclusive, produtos que compramos para nossa loja física, colocamos em nosso site e de parceiros a fim de aumentar as vendas. É um caminho sem volta e partindo do princípio que temos um canhão de vendas em mãos, estar com nossos produtos online só nos ajuda a expandir nossos negócios”, ressalta Dorneles, da WebContinemtal.
Mas nem tudo são flores, como em qualquer negócio. Alexandre Fiss destaca que os clientes muitas vezes não recebem informações importantes do rendimento dos aparelhos (venda consultiva) e acabam comprando o mais barato sem entender que um equipamento mais eficiente tem um retorno econômico ali na frente pelo baixo consumo de energia.
“Embora o uso de e-commerce e marketplaces promovam práticas mais sustentáveis ao otimizar a cadeia de suprimentos, desperdício de recursos e gestão integrada de logística, a redução da pegada de carbono associada ao transporte é um fato que merece atenção, pois temos um footprint de carbono bastante alto na logística de entrega”, alerta Fiss.