Inovação e sustentabilidade determinam rumos do setor de termoisolantes

A aplicação de isolamentos nas estruturas de edifícios comerciais, industriais e residenciais, assim como em sua rede de distribuição de ar e tubulações dos sistemas HVAC-R, reduz significativamente as perdas energéticas, proporcionando eficiência térmica e garantindo conforto aos ocupantes de ambientes climatizados.

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A estanqueidade também é fundamental para a boa performance desses sistemas, uma vez que evita os riscos de condensação e gera economia operacional para os proprietários e inquilinos de imóveis antigos ou novos.

De olho nesse imenso mercado, que tem na construção civil sua principal mola propulsora, os fabricantes e distribuidores instalados no País fornecem soluções inovadoras em matéria de isolamento térmico e acústico, fruto da maturidade técnica atingida pelas indústrias e especificadores desses materiais.

Nesse cenário, o crescimento do nível de exigência dos clientes e da legislação em relação a aspectos como meio ambiente, segurança, saúde, higiene e cumprimento de requisitos técnicos têm favorecido o setor, e os últimos cinco anos demonstraram uma curva crescente em termos de demanda por tecnologias do gênero. Por isso, novos tipos de isolantes térmicos, mais leves, fáceis de manusear e rápidos para montar, estão se mostrando uma tendência relevante na área.

Segundo as empresas consultadas pela Revista do Frio, o processo de desenvolvimento econômico e social do Brasil continuará demandando investimentos significativos em infraestrutura urbana e modernização do seu complexo industrial, além das obras relacionadas às Olimpíadas.

Nos próximos anos, os mais variados empreendimentos e instalações serão reformados, ampliados ou construídos, entre os quais, hotéis, aeroportos, arenas e centros esportivos, manufaturas, edifícios de escritórios, shopping centers e hospitais.

“Tudo isso gera oportunidades para as vendas de isolamento térmico”, diz o diretor geral da Armacell na América Latina, Márcio Nieble. “Por isso, estamos constantemente pesquisando novas soluções, para aumentar ainda mais a eficiência do isolamento e adicionar funcionalidades a ele. Deve ser destacado que a sustentabilidade vem sendo um importante direcionador dessas pesquisas e da busca de aprimoramentos em nossos produtos, na sua forma de aplicação e nos resultados oferecidos pelo isolamento”, acrescenta o executivo.

“Notamos que ainda temos muito a crescer, mas o mercado de isolantes está mais aquecido do que nunca”, completa o industrial Gervásio Pegado Braga Filho, presidente da Joongbo.

“Para os próximos anos, é esperada uma massificação e intensificação do uso de isolamentos térmicos em praticamente todo o País”, prevê Nelson dos Santos, administrador da Vector.

E as oportunidades também estão presentes em outros segmentos da economia nacional, como varejo de alimentos, frigoríficos e indústrias alimentícias, farmacêuticas, químicas e petroquímicas, além da área de logística.

De acordo com os fabricantes, a necessidade de economia de energia e o apelo ambiental inerente aos materiais termoisolantes têm impulsionado o mercado brasileiro, que ainda possui um baixo índice de utilização per capita de isolamento térmico, quando comparado com outros países.

Segundo o engenheiro Lineu Teixeira de Freitas Holzmann, gerente técnico da Polipex, a busca e obtenção de uma economia inicial e imediata, proveniente da aquisição de materiais mais baratos e, portanto, de eficiência duvidosa, bem como a contratação de mão de obra pouco especializada, que em curto espaço de tempo causa transtornos e prejuízos econômicos incalculáveis.

“Portanto, os projetos devem exigir um sistema de isolamento térmico adequado. Para isso, é necessário o envolvimento de todos os profissionais, fabricantes e usuários, desde a concepção até a execução do projeto, buscando aprimorar as suas especificações e necessidades, controlando e exigindo materiais certificados”, afirma o gestor.

“Em função do custo cada vez mais alto da eletricidade e da busca por construções sustentáveis, o isolamento térmico tornou-se ferramenta imprescindível”, salienta o empresário Robert van Hoorn, diretor da MultiVac.

“A questão ambiental é algo cada vez mais presente em todas as áreas de atuação industrial, principalmente na construção civil, onde a presença de certificações como Leed e Aqua tornam mais valorizadas a aquisição ou construção de um imóvel”, confirma o engenheiro Rogério Pires, gerente de vendas da Epex.

E quando o isolamento térmico é constituído de materiais reaproveitáveis, como é o caso de alguns dos tubos e mantas de polietileno totalmente recicláveis ou de lãs produzidas com vidro reciclado, a pegada ecológica diminui ainda mais.

“Nossa produção da linha Climaver tem pouquíssima perda de material, pois seus rejeitos são reutilizados na própria constituição dos dutos, que são produzidos com até 60% de cacos de vidro reciclados”, exemplifica o coordenador de mercado HVAC da Isover Saint-Gobain, Leandro Marques.

Em relação à América Latina, as empresas do setor veem grande potencial para a venda de seus produtos e, por isso, dedicam esforços crescentes à prospecção de negócios na região. Alguns países, como Peru, Colômbia e Chile, experimentam forte crescimento, abrindo novas oportunidades nesses mercados.