HVAC-R confiante em 2010

A rápida recuperação da economia brasileira no cenário internacional, depois do período turbulento provocado pela crise financeira mundial, reserva boas perspectivas em 2010 para o HVAC-R, tão otimistas quanto às projeções que não param de chegar exaltando a retomada no crescimento do País.

De acordo com a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, o Produto Interno Bruto do Brasil deve crescer 5% neste ano, impulsionado — dentre outros aspectos — pelas medidas governamentais relacionadas à expansão do crédito e redução do IPI para diversos produtos de consumo.

É a mesma expectativa dos economistas consultados pelo Banco Central para a produção do Boletim Focus. Segundo um dos últimos relatórios publicados pelo BC, a economia brasileira deve se expandir em pouco mais de 5%, com a produção industrial marcando 2% acima disso.

Diante de sinais positivos como estes, o supervisor de vendas da Coel, Edson Antonio Lara, espera um desempenho três vezes maior do que o registrado pela empresa no ano passado. “Em 2009, com todos os problemas que enfrentamos no início, tivemos um crescimento de cerca de 10% no segmento do frio; já em 2010 a expectativa é crescer 30%”, revela o profissional.

A Apema é outra que faz projeções ambiciosas. “Nossa meta é um crescimento de 30% em relação a 2008, que foi um dos melhores anos da nossa história”, destaca o diretor comercial da empresa, James Angelini.

Igualmente otimista está a Emerson, que espera retomar o mesmo nível de expansão registrado nos últimos cinco anos. “O planejamento é para que o faturamento do grupo duplique no próximo triênio”, salienta o supervisor de marketing e vendas da empresa, Marcos Eduardo de Almeida.

Com objetivo semelhante, a Vibra Stop — fabricante de amortecedores de impacto e vibração — prevê manter o mesmo crescimento registrado nos últimos meses de 2009. “Nosso desempenho deve superar em 30% o do ano anterior”, ressalta a diretora da empresa, Adriana Giusti Kolbe.

GRANDES PLANOS

De olho nas oportunidades que devem surgir neste ano, as empresas do setor já preparam novidades para apresentar ao mercado.

“Lançaremos em breve o compressor rotativo linha W, para aplicação com os gases R22 e R407C”, anuncia o agente comercial Brasil/Bolívia da Tecumseh Europe, Vincenzo Fiore Savino.

A Novus, por sua vez, pretende lançar a segunda geração do registrador eletrônico Field Logger, com conectividade via Internet, GPRS, USB para coleta de dados e maior capacidade de processamento. “Esse aparelho tem tudo para causar um impacto no mercado em 2010”, frisa Valério Galeazzi, gerente comercial nacional dessa fabricante de instrumentos para controle, aquisição, registro e supervisão de dados. “Esperamos crescer entre 15 e 20% neste ano”, complementa.

Outra que se movimenta para ter um desempenho destacado, apoiada pelo lançamento de produtos, é a Elgin Ar Condicionado. “Vamos lançar novos produtos para enriquecer ainda mais o nosso mix e incrementar o relacionamento com os revendedores e instaladores ativos, além de buscar novos clientes”, comenta o gerente de marketing e serviços, Alexandre Faraco de Souza, acrescentando que a empresa deve registrar um crescimento de 20%.

Além da ampliação de sua linha de produtos, a Full Gauge projeta ampliar em 2.250 metros a área construída de seu prédio. “Temos como um dos principais objetivos aumentar ainda mais o número de clientes”, enfatiza o diretor da empresa, Antonio Gobbi.

A Instrutherm, que fabrica e comercializa instrumentos de medição, faz planos semelhantes. “Vamos inserir novas linhas no mercado e prevemos a ampliação de nossa sede em São Paulo”, projeta o gerente comercial da empresa, Sergio Prezzoti.

FIRMANDO O PASSO

Mais do que criar novos produtos ou ampliar instalações, algumas empresas planejam neste ano solidificar no mercado suas soluções recém-lançadas, bem como as estratégias traçadas anteriormente.

É o caso, por exemplo, da Parker, que pretende consolidar a mudança de rota iniciada em 2008, quando introduziu um mix de produtos diferenciado envolvendo as marcas Sporlan, R/S e Herl, opção reforçada em 2009 a partir de um novo modelo comercial baseado em distribuidores exclusivos.

“Acreditamos no potencial do mercado brasileiro e temos todo o suporte para investir aqui. Após as mudanças que fizemos introduzindo novos produtos e marcas com maior valor agregado e com as melhorias de nosso modelo de distribuição, estamos prontos para ter um crescimento agressivo e sustentado”, destaca o gerente geral da empresa, Candido Lima.

Já a Elefant, empresa do grupo Annemos Tecnologia em Resfriamento, visa propagar pelo mercado seus ventiladores para conforto térmico de grandes ambientes. “Nossa meta é divulgar ainda mais estes equipamentos em mercados como segurança do trabalho, arquitetura e logística”, revela o diretor comercial, Gabriel Fagundes. “Além disso, estamos desenvolvendo uma nova linha de ventiladores, que será uma variação da atual”, antecipa.

Também no segmento de ventilação, a ebmpapst quer consolidar a linha Hyblade, “única no mundo de ventiladores com pá híbrida e benefícios como baixos níveis de ruído e peso”, ressalta a diretora geral da empresa, Adriana Belmiro.

A Elgin Refrigeração é outra que pretende consolidar um produto que acaba de apresentar ao mercado. “Estamos desenvolvendo um plano de ações muito forte para ter um grande volume de vendas com o Elgin Compacto em 2010”, salienta o gerente comercial da empresa, Omar Martins Aguilar, ao se referir à nova linha de compressores e unidades condensadoras com dimensões reduzidas e capacidade nominal de 1/5, ¼ e 1/3 HP.

Com o mesmo objetivo, a Polipex vislumbra obter bons resultados com os produtos lançados na Febrava nas áreas de isolamento térmico e acústico. “Esperamos retomar e superar os níveis de crescimento anteriores à crise”, observa o diretor presidente da empresa, John Johannes Van Mullem.

Já a Aquaplus planeja aperfeiçoar os filtros da linha Aquablock, “que terão uma redução de custo substancial, atendendo melhor os mercados de montadoras, refrigeração e industrial”, assegura o diretor comercial e industrial da empresa, Cezar Alexandre Cardoso.

Para o diretor comercial da Termomecanica, Luis Carlos Rabello, as obras que devem ser iniciadas devido à realização da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016 no País já devem começar a proporcionar resultados significativos para a sua empresa em 2010. “Estamos atuando próximos aos empreendimentos voltados aos potenciais negócios que se abrem na área da construção em virtude destes eventos internacionais, que serão responsáveis por evoluções na infraestrutura urbana, rede de hotéis e inovação tecnológica”, informa o executivo.

Diante de tudo isso, há razões de sobra para as empresas ligadas aos setores de refrigeração, ar condicionado, aquecimento e ventilação crescerem ainda mais em 2010, o último ano de uma década repleta de altos e baixos, mas que deve terminar com o Brasil muito mais próspero e respeitado no cenário econômico mundial.