HVAC-R celebra os destaques de 2009
A intensa movimentação, logo na entrada do salão do Centro Empresarial de São Paulo, prenunciava o grande sucesso que seria a 13ª edição do Troféu Oswaldo Moreira, amais tradicional premiação do HVAC-R brasileiro.
Cerca de 400 pessoas participaram do evento promovido anualmente pela
Revista do Frio – com organização da Contrera Comunicações –, que marcou também o vigésimo aniversário da publicação, cuja trajetória foi iniciada 51 anos atrás, com a Revista da Refrigeração.
Em clima descontraído, mais uma vez os profissionais e empresários do HVAC-R puderam se reunir, trocar ideias e compartilhar momentos especiais durante a festa.
Após a votação, realizada novamente por meio de computadores instalados na recepção do evento, o público lotou o auditório para conferir quem levaria para a casa o Troféu Oswaldo Moreira deste ano.
A expectativa para o anúncio dos vencedores ia crescendo à medida que o mestre de cerimônias apresentava o perfil de cada finalista, dando um clima de suspense que logo contaminaria todo o ambiente.
O primeiro premiado da noite foi Nadir Cardoso de Morais, da Capital Refrigeração, empresário com mais de 40 anos de experiência na refrigeração. “Essa premiação é de grande responsabilidade, porque você mostra sua cara para o ramo e precisa ser consciente que precisa manter essa responsabilidade cada vez mais”, destacou ele, que recebeu o Troféu de Personalidade do Comércio das mãos da diretora da Revista, Nádia Moreira.
Já na categoria Personalidade da Indústria, o mais votado pelo público foi Arnaldo Basile, diretor de Vendas e Marketing para Brasil e Mercosul da Armacell. “Considero este o meu segundo prêmio. O primeiro recebi algumas semanas atrás ao saber que fui indicado como finalista. Agradeço a todos que votaram em mim e proporcionaram este momento grandioso na minha vida profissional”, ressaltou o executivo ao receber o Troféu, entregue pelo diretor de produção da Revista, Luiz Augusto Moreira Gondin.
Em seguida, foi a vez de o setor conhecer o Destaque do Comércio, que neste ano foi a A. Dias. “Fico muito contente em ver que o trabalho está dando certo, fruto do bom relacionamento e da parceria que mantemos com nossos colaboradores e fornecedores”, frisou Bruno Dias, representante da terceira geração dessa tradicional empresa paulistana, ao ser agraciado pelo designer da revista, Luiz Fernando Moreira Gondin.
Na sequência, foi anunciado o Destaque da Indústria Refrigeração. O presidente da Polipex, John Johannes van Mullem, não conseguiu conter a emoção ao receber o prêmio do diretor comercial da Revista, Luiz Gustavo Moreira Gondim. “Se a Polipex está hoje no setor de refrigeração é graças, principalmente, a duas pessoas em especial: Sebastião Tabone e Oswaldo Moreira. Foi o Sebastião quem nos apresentou ao Oswaldo, que foi o grande incentivador para que entrássemos nessa área, nos apresentando à grande maioria de representantes que trabalha hoje conosco. Mais uma vez quero relembrar e agradecer a essas duas pessoas”, declarou o empresário, interrompido pelos aplausos do público.
O quinto Troféu da noite foi para a Elgin, que ganhou o Destaque da Indústria de Ar Condicionado. “Estar aqui representando essa jovem empresa de 58 anos, genuinamente brasileira, é uma emoção muito grande. Para nós, é como se estivéssemos erguendo o troféu da Copa do Mundo”, acentuou Eliano Santana, gerente nacional de vendas da empresa, que recebeu o prêmio das mãos de Samoel Vieira, recém-empossado presidente da Abrava
(Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento).
Para entregar o último Troféu do encontro, concedido ao Destaque Instalador Ar Condicionado, foi chamado ao palco o ex-presidente e atual conselheiro da Associação, João Roberto Minozzo. “É uma honra muito grande receber esse prêmio. Obrigado a todos pelos votos”, sintetizou Francisco Gonzalez, supervisor na área de manutenção e serviços da Climapress, empresa com mais de 20 anos de atuação no setor.
“Mais uma vez o nosso evento serviu como um grande ponto de encontro entre empresários e profissionais do setor, que comparecerem em grande número, dando mais uma mostra de que o HVAC-R saiu ainda mais fortalecido da crise financeira que assolou o País até meados do ano passado”, destacou Mary Moreira, diretora geral da empresa responsável pela Revista do Frio.
HOMENAGEM
O Troféu Oswaldo Moreira deste ano trouxe uma novidade: a homenagem ao “Homem do Setor”.
“Podemos dizer que, mais do que um empreendedor de sucesso, o homenageado de hoje é, sobretudo, um pai exemplar. Afinal, ele soube transmitir aos seus filhos tudo o que aprendeu em sua longa jornada no HVAC-R brasileiro”, salientou Mary Moreira, ao relembrar a trajetória de José Daniel Tosi, fundador das Indústrias Tosi, hoje um grupo com cinco empresas em diferentes segmentos do HVAC-R.
A placa que simbolizou a homenagem foi entregue à sua filha, Patrice Tosi, que representou o empresário no encontro.
COM TODO O GÁS
Como de costume, o evento de entrega do Troféu contou com uma palestra técnica abordando temas de grande interesse para o HVAC-R.
Nesta edição, o diretor de meio ambiente da Abrava, Paulo Neulaender Júnior, falou sobre as principais tendências envolvendo a utilização de fluidos refrigerantes, dentre outros assuntos.
“A população vai crescer mais lentamente nos próximos dez anos. Isso não só no Brasil, mas em todo o mundo”, ressaltou o consultor técnico ambiental da Frigelar e da Mipal, ao abrir a palestra.
Como consequência disso, prosseguiu Neulaender, haverá menos crianças na escola e mais adultos no mercado de trabalho, o que obrigará o investimento cada vez maior em treinamentos.
A busca das empresas por soluções econômicas e ambientalmente responsáveis, segundo ele, também está aumentando. “Não tem uma empresa que não pense, hoje, em sustentabilidade. O mercado está procurando isso e o usuário também”, frisou.
O crescimento das vendas de ar condicionado nos últimos anos, porém, alerta para a necessidade do uso de gases ecológicos como alternativa ao R-22, apontou o palestrante.
Segundo ele, no ano passado foram vendidos mais de 1 milhão de splits no País. “Nós consumíamos 6 mil toneladas de R-22 em 2000, e no ano passado pulamos para 14 mil toneladas somente com os aparelhos importados”, alertou, ao comentar que hoje os fluidos mais utilizados no País são o R-22 e o R-104A, sendo que vem crescendo bastante o uso de amônia e propano, enquanto isobutano e CO2 devem demorar alguns anos para se solidificar no mercado.
“Todo mundo que trabalha no setor usa o R-22, então todos que fabricam equipamentos, vendem produtos ou prestam serviços vão ter que tomar cuidado, pois daqui a dois, três anos teremos que ver outros horizontes”, acrescentou Neulaender.
Na sua avaliação, o mercado já tem mostrado uma mudança de comportamento em relação a isso, buscando produtos que degradam menos o meio ambiente e com redução do consumo
energético.
“Na linha doméstica, onde predominavam o R-12 e o R- 134A, a tendência daqui até 2015 é ter 100 % com o R-600. Já na linha comercial, estamos amarrados ao R-22, mas já falamos em R-404A; e na industrial estamos com a amônia, R-22 e R-104A”, destacou. “Na linha automotiva, do R-12 passou para R-104A, e a tendência é ir para o HFO1234YF”, completou.