EUA – A2L ultrapassa metade das vendas de sistemas centrais nos EUA
Associação de distribuidores aponta crescimento de refrigerantes de baixo impacto climático, apesar de entraves regulatórios
EUA – As vendas de sistemas de ar-condicionado central canalizado nos Estados Unidos — conhecidos no setor como central air ou CA canalizadas — já são majoritariamente compostas por equipamentos que utilizam refrigerantes classificados como A2L, de baixa inflamabilidade e menor potencial de aquecimento global (PAG).
Segundo dados da associação norte-americana de distribuidores de HVAC, a Heating, Air-conditioning & Refrigeration Distributors International (HARDI), 51% das unidades vendidas em abril utilizavam refrigerantes A2L. Dados preliminares de maio indicam aumento adicional, com 60% das vendas apontando para essa tecnologia.
A HARDI representa cerca de 500 empresas de distribuição nos Estados Unidos e produz mensalmente o Relatório Unitário de Inteligência de Mercado, que usa dados automatizados dos associados para acompanhar as vendas de equipamentos de aquecimento, ventilação, ar-condicionado e refrigeração (HVAC, na sigla em inglês) em nível nacional, regional e estadual.
O crescimento das A2L ocorre em ritmo acelerado. Em novembro de 2024, esses equipamentos representavam menos de 5% do mercado. Para Talbot Gee, presidente da HARDI, a adoção já é uma realidade, mesmo com entraves como a escassez de cilindros do gás R-454B e a volatilidade nos preços.
A associação, no entanto, critica a regulamentação vigente da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA), que determina que o prazo de conformidade para uso de refrigerantes A2L seja calculado a partir da data de instalação dos equipamentos, e não da data de fabricação ou importação. Segundo a HARDI, isso prejudica distribuidores que ainda têm em estoque sistemas com o gás R-410A, anterior ao A2L.
“A estrutura regulatória sobrecarrega desnecessariamente os distribuidores, adicionando complexidade, ineficiência e risco à cadeia de suprimentos”, afirma nota da associação.
Para Alex Ayers, vice-presidente de assuntos governamentais da HARDI, a medida gera incerteza sem trazer benefício ambiental comprovado. Ele defende que o Congresso norte-americano impeça a repetição dessa abordagem em futuras regulamentações. “Nenhuma agência deve poder punir empresas por pressão política de grupos externos”, disse.
Mesmo com os desafios, o setor registrou alta nas vendas. Em março, a HARDI apontou crescimento de 7,4% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Em abril, a alta foi de 6,8%. No acumulado de 12 meses até abril de 2025, as vendas aumentaram 4,0%.