Soluções para edifícios eficientes
A demanda por soluções de eficiência energética em edifícios comerciais ainda vai crescer muito no Brasil, em função do imenso potencial que o País possui para investimentos em infraestrutura, de aeroportos a hospitais, passando por prédios comerciais e outras edificações que consomem muita energia.
“Por outro lado, também temos um potencial enorme de melhoria, por meio de retrofits em edifícios já existentes, para que aumentem sua eficiência energética, seja na envoltória, na iluminação ou na climatização”, avalia Renato Majarão, diretor regional de marketing e de desenvolvimento de negócios da Danfoss.
De acordo com o executivo, diferentes programas de incentivo à eficiência energética vêm ganhando força, como a certificação LEED, sistema de classificação de construções sustentáveis mais amplamente usado e reconhecido do mundo, e o programa Procel Edifica, que será revisado em breve, aumentando, assim, o nível esperado de eficiência energética.
“Os sistemas HVAC-R são projetados para trabalhar nas condições de pico, ou seja, em carga total. Porém, em 98% do tempo os sistemas operam em cargas parciais”, diz o executivo, ao salientar que a empresa dinarmarquesa desenvolve grande variedade de soluções de alta eficiência para cargas parciais, como configurações manifold para modulação da capacidade, compressores de velocidade variável e a nova de linha de compressores com IDV (Intemediate Discharge Valve).
“Além disso, temos conversores de frequência, válvulas de controle e balanceamento dinâmico, válvula de expansão eletrônica e trocador de calor microcanal”, completa.
O uso de painéis de isolamento térmico e telhados frios (cool roof) também aumenta, em muito, o desempenho energético dos edifícios. Uma das pioneiras no setor de revestimentos elastoméricos para aplicação na indústria da construção, a Dow informa que esses materiais têm performance e funcionalidades ampliadas, como maior resistência à água e aos raios UV, poder de adesão, refletividade, eficiência térmica, resistência biológica e durabilidade prolongada.
“A tecnologia para telhados frios reduz a temperatura, combate o excesso de CO2 e evita o aquecimento global. O simples ato de revestir o telhado pode significar uma diminuição de até 6ºC no interior do imóvel e de aproximadamente 18ºC na superfície do telhado ou da laje”, informa a companhia norte-americana.
Além de desenvolver tecnologias para edifícios verdes, a Dow possui uma instalação com certificação LEED no Guarujá (SP), inaugurado em julho de 2014. O empreendimento, denominado Armazém Verde, é o primeiro armazém químico do mundo a ter o selo Gold da organização não-governamental (ONG) Green Building Council dos EUA (USGBC).
Nele, foram instalados sistemas de iluminação e refrigeração automatizados e com alta eficiência energética, que reduzem em 13% do consumo de energia, além de coletores solares para aquecimento de água.
“Eficiência energética e conservação de energia são temas prioritários desde a primeira crise do petróleo, nos anos 1970, e a cada dia ficam mais atuais, por conta da necessidade de preservação do planeta”, lembra o engenheiro Marcos Santamaria Alves Correa, da MSAC Soluções Térmicas, ressaltando que esse cenário impulsiona o uso de processos de recuperação de calor em sistemas de climatização.
“Dentre as tecnologias do gênero, podemos citar a utilização de equipamentos DOAS (Dedicated Outdoor Air Systems) dotados de rodas ou cubos entálpicos para promover a troca de calor entre o ar externo de renovação dos ambientes e o ar de exaustão”, acrescenta.
“A evolução dos materiais utilizados nestes dispositivos, inclusive com o emprego de nanotecnologia, vem aumentando a eficiência de troca térmica, tanto de calor sensível (temperatura) como também de calor latente (umidade), o que acabou por jogar no esquecimento um antigo processo de recuperação de calor/energia bastante simples, de baixo custo, e de fácil manutenção que pode vir a ser utilizado aqui no Brasil de forma mais abrangente, sem dependência de tecnologia importada e seu consequente custo tarifário e prazo de entrega mais longo. Trata-se da do ciclo run-around coil”, explica.
Atualmente, o Brasil ocupa o quarto lugar na lista dos dez principais países com edifícios certificados. “Ao manter uma sólida posição de liderança nos movimentos de sustentabilidade ambiental e construções sustentáveis com base no uso ampliado de LEED, o País está mostrando ao mundo que é possível buscar o crescimento econômico e desenvolvimento sem sacrificar a proteção do planeta que nós compartilhamos”, avalia Rick Fedrizzi, CEO e fundador da USGBC.
Os dez países que compõem o ranking 2015 são geográfica e culturalmente diversificados, representando sete das 20 maiores economias do mundo por nação, de acordo com seu PIB (China, Alemanha, Brasil, Índia, Canadá, Coreia do Sul e Turquia), bem como seis dos 11 maiores emissores de gases estufa (China, Índia, Alemanha, Coreia do Sul, Canadá e Brasil).
Com as construções representando até 30% das emissões globais, a boa colocação do Brasil na lista demonstra um comprometimento com a mudança de paradigma no mercado imobiliário.