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COP28: G20 pode liderar redução de emissões em refrigeração

O relatório apresentado na COP28 em Dubai destaca que medidas podem reduzir as emissões do setor de refrigeração em pelo menos 60% até 2050. Os países do G20 representam 73% do potencial de redução de emissões, e o setor de resfriamento atualmente consome 20% da eletricidade global, com previsão de duplicar até 2050. A falta de acesso a serviços de refrigeração afeta cerca de 1,2 bilhão de pessoas, acarretando riscos à saúde, perda de renda para agricultores e obstáculos no acesso a vacinas.

O compromisso global sobre refrigeração, apoiado por mais de 60 países, visa reduzir o impacto climático do setor. O relatório, intitulado “Mantendo a Cabeça Fria: Atendendo à Demanda de Resfriamento e Reduzindo Emissões”, destaca três áreas fundamentais: resfriamento passivo, padrões mais elevados de eficiência energética e redução mais rápida das substâncias refrigerantes que aquecem o clima. A implementação dessas medidas reduziria as emissões do setor em 60%, e a rápida descarbonização da rede elétrica reduziria as emissões setoriais em 96%, proporcionando acesso universal ao resfriamento, aliviando a pressão nas redes de energia e economizando trilhões de dólares até 2050.

O relatório enfatiza a necessidade de colaboração entre os setores para aprimorar os resultados.

Recomendações

Permitir que mais de 3,5 bilhões de pessoas se beneficiem de geladeiras, condicionadores de ar ou resfriamento passivo até 2050:

Reduzir as contas de energia para os usuários finais em US$1 trilhão em 2050, e em US$17 trilhões acumulativamente entre 2022 e 2050;

Diminuir as necessidades de pico de energia entre 1,5 e 2 terawatts (TW) – quase o dobro da capacidade total de geração da União Europeia hoje; e

Evitar investimentos em geração de energia da ordem de US$4 a US$5 trilhões.

Veja mais em:

O último relatório do PNUMA, lançado na #COP28, descreve como reduzir as emissões em todo o setor de refrigeração face à aceleração da #CriseClimática e ao aumento das temperaturas.

Rheinmetall fornecerá bombas elétricas de refrigeração de alta tensão.

O Grupo Rheinmetall, com suas marcas Kolbenschmidt (KS) e Pierburg, e a divisão Motorservice, investirá em 2026 na produção de bombas elétricas de refrigeração de alta tensão, com 800V – o dobro do padrão da indústria de mobilidade elétrica. Sendo fornecedor Tier 1 para uma das principais montadoras do mundo.

O componente é projetado como uma bomba sem gaxeta que, devido à falta de vedação mecânica, garante baixo atrito e longa vida útil. Além disso, oferece a máxima segurança para motores elétricos e inversores de alta tensão. A eletrônica interna regula a capacidade de resfriamento necessária por meio de um gerenciamento térmico inteligente, aumentando a autonomia e o conforto dos passageiros.

A tecnologia permite o uso de cabos mais finos e reduz a necessidade de metais nobres, garantindo a sustentabilidade.

Rheinmetall está decidida a tornar a mobilidade elétrica ainda mais atraente e acessível ao público em geral.

Sistemas com baixa carga de amônia ganham espaço no mercado industrial

 

A crescente preocupação em torno da segurança das pessoas e da proteção do meio ambiente no setor de refrigeração e climatização industrial tem levado diversos players do HVAC-R a constantemente buscar tecnologias mais eficientes. Exemplo desta nova realidade traduz-se na adoção de sistemas com carga reduzida de amônia, processo que tem se expandido rapidamente no setor.

Trata-se de uma solução inovadora que combina os benefícios da amônia como refrigerante com medidas de segurança avançadas. Ao reduzir os riscos associados ao uso de NH3 proporcionam-se também maior eficiência energética, conformidade regulatória e sustentabilidade ambiental.

A implementação apropriada desses sistemas passa, fundamentalmente, pela ênfase na avaliação de riscos, em projeto adequado, treinamento e manutenção regular, itens essenciais para garantir o desempenho ideal. É sob este cenário positivo que o mercado de refrigeração brasileiro está testemunhando o avanço do uso de carga reduzida de amônia.

A multinacional japonesa Mayekawa do Brasil, por exemplo, tem investido pesadamente para atender demandas relativas a instalações com baixa carga de fluidos refrigerantes, bem como o uso de fluidos naturais. Baseada nestes pontos, a empresa tem, em seu portfólio, a instalação de sistemas de refrigeração indireta, voltados ao resfriamento ou congelamento de produtos, os quais também podem ser utilizados em sistemas de climatização.

Denominado de CO2 Brine, o sistema consiste na aplicação da carga de amônia reduzida, utilizando-se dióxido de carbono como fluido refrigerante secundário (Brine). “Por ser um fluido natural de baixo custo e com uma baixa viscosidade dinâmica, tem sido uma ótima opção de fluido secundário seguindo a tendência dos fluidos refrigerantes naturais”, afirma o diretor comercial da Mayekawa do Brasil, Silvio Guglielmoni.

O executivo acrescenta que, se por um lado o sistema com amônia é extremamente eficiente energeticamente, por outro há riscos devido à sua toxidade. Em função dessa característica, instalações de refrigeração com carga reduzida de amônia são projetadas para mitigar esses riscos. Afinal, uma das principais preocupações no uso da amônia como refrigerante é o potencial de vazamentos, visto que podem representar riscos significativos para a saúde humana e o meio ambiente.

Vários são os aspectos levados em consideração em um projeto refrigeração com carga reduzida de amônia, como a adoção de válvulas de alívio de pressão, desenvolvidas para liberar amônia em caso de aumento excessivo de pressão no sistema, evitando falhas estruturais ou rupturas.

No caso de sistemas de detecção de vazamentos, a tecnologia se encontra em sensores de amônia, capazes de identificar e alertar sobre possíveis vazamentos, permitindo uma resposta rápida e eficaz para minimizar os riscos. Mas se houver vazamentos, sistemas de ventilação do ambiente de instalação são fundamentais para garantir a dissipação segura de amônia, protegendo os trabalhadores e o ambiente circundante.

A NR-36 desempenha papel fundamental ao estabelecer padrões de segurança, sugerindo, uma série de diretrizes, como a instalação de detectores de amônia em áreas técnicas, a implementação de sistemas de exaustão e purificação do ar, assim como a adoção de sistemas de alarme e evacuação de ambientes, como forma de lidar com eventuais ocorrências.

Vantagens

A adoção de carga reduzida de amônia oferece várias vantagens significativas para os profissionais do HVAC-R. Ao diminuir a quantidade de amônia no sistema, os riscos associados a vazamentos são substancialmente reduzidos, proporcionando um ambiente de trabalho mais seguro para os técnicos e evitando possíveis danos ao meio ambiente. Da mesma forma, esses sistemas operam de maneira eficiente, minimizando o consumo de energia e reduzindo os custos operacionais.

Outra importante exigência configura-se na conformidade regulatória. Em muitas regiões, existem regulamentações e normas rigorosas em relação ao uso de amônia como refrigerante devido aos seus riscos potenciais. Os sistemas de refrigeração com carga reduzida de amônia permitem que as empresas cumpram essas regulamentações. Além disso, a manutenção dos sistemas de refrigeração torna-se mais simples e econômica, incluindo a detecção de vazamentos, exigindo menos tempo e recursos para a manutenção preventiva.

Os sistemas de refrigeração com carga reduzida de NH3 contribuem para a sustentabilidade ambiental, uma vez que a amônia é um refrigerante natural sem potencial de aquecimento global.

Companhia que detém globalmente o pioneirismo e a expertise neste sistema, a Mayekawa do Brasil concluiu a primeira obra do País para uma indústria alimentícia. “Ao não bombear amônia para os evaporadores de ar forçado nos espaços refrigerados, utiliza-se uma pequena carga desse fluido refrigerante na sala de máquinas no estágio primário do ciclo de refrigeração para rebaixar a temperatura do CO2 para congelados (-30°C) e resfriados (-10°C). O CO2 é bombeado para os evaporadores de ar forçado como um fluido secundário”, explica o gerente comercial Ricardo César dos Santos.

Através da aplicação da solução com CO2 Brine, a empresa obteve uma redução significativa aproximada de 90% da carga de NH3, de 3.000 para 280 quilos com aplicação do CO2. “Também reduzimos a pressão de projeto em aproximadamente 60%, de 120 (bar) do sistema CO2 convencional para 40 (bar) no sistema CO2 Brine Mayekawa, mitigando consideravelmente riscos operacionais, além de aumentar a eficiência energética dos sistemas”, complementa.

A nova fábrica atendida pela Mayekawa tem capacidade total de refrigeração para o sistema de congelados de 420 Mcal/h e de 1.100 Mcal/h para resfriados. Além do Brasil, a multinacional japonesa já aplicou o conceito de CO2 Brine em dois projetos no Equador e um na Argentina. Na Ásia, onde esta aplicação está mais adiantada, são mais de 500 instalações de refrigeração industrial.

Etapas essenciais

Ao considerar a implementação de sistemas de refrigeração com carga reduzida de amônia, é importante seguir algumas fases fundamentais. A primeira delas é a realização de uma análise de riscos abrangente para identificar os pontos críticos e as áreas de melhoria em relação aos sistemas de refrigeração existentes.

Paralelamente, profissionais especializados devem projetar o sistema, considerando os requisitos específicos da instalação e garantindo que as medidas de segurança, como válvulas de alívio de pressão e sistemas de detecção de vazamentos, estejam devidamente incorporadas.

Outro fator importante é estabelecer um programa de manutenção preventiva para garantir o bom funcionamento do sistema, incluindo a verificação periódica de vazamentos, inspeção das válvulas de segurança e manutenção dos sistemas de detecção de amônia. Para que este item funcione bem, é essencial haver constantes treinamento e conscientização de técnicos e instaladores, sempre enfatizando os procedimentos de segurança e a importância da carga reduzida de amônia.

Ainda de acordo com a Mayekawa, as vantagens do CO2 como fluido secundário são várias – utilização 100% de Fluidos Naturais: NH3 e CO2; redução de 70% a 90% do volume de NH3; melhor eficiência energética total entre sistemas CO2 Brine x CO2 cascata; menor impacto caso haja vazamento, benefício no seguro industrial, atóxico, não inflamável, agilidade nas licenças ambientais); menor impacto ambiental (GWP e ODP zero) e no EAR ou PRG (Cetesb P4.261).

Outras vantagens são o custo de instalação e de manutenção mais baixo (reposições de óleo, overhaul, compressor x bomba); operação similar ao sistema NH3 bombeado convencional; sistema de controle simplificado; forçadores com redução de tamanho e peso na estrutura metálica; bombas secundárias com reduções significativas de potência; tubulações com redução nos diâmetros; sistema secundário isento de óleo; sistema secundário isento de ar; pressão de CO2 similar ao sistema NH3 convencional; carga de NH3 drasticamente reduzida através da utilização de trocadores shell & plate.

“Construir e projetar sistemas de refrigeração confiáveis, com excelente custo-benefício e ecologicamente corretos, usando CO2 como fluido secundário e utilizando o know-how japonês com mais de 90 anos de atuação no mundo, são os conceitos de trabalho da nossa companhia’, conclui Guglielmoni.

Sistemas com degelo a gás quente precisam usar compressores projetados para este tipo de operação

Este artigo apresenta os fenômenos que ocorrem durante o degelo a gás quente (Hot Gas Defrost) e os requisitos para o projeto do compressor. Esta descrição é importante para entender que compressores projetados para operação em gás quente possuem características especiais e maior robustez de componentes para suportar tal condição. Desta forma, ao selecionar um compressor para aplicações com esse sistema de degelo, sempre verifique se o modelo do compressor foi projetado considerando tais condições.

Degelo a gás quente no circuito de refrigeração

Nos aparelhos de refrigeração convencionais, o evaporador é o componente responsável por resfriar o ar do gabinete. Durante o processo, a umidade do ar, que condensa na superfície do evaporador,  pode eventualmente congelar, reduzindo a eficiência de troca de calor. Em outros aparelhos, como máquinas de gelo, durante o período de resfriamento, o evaporador precisa estar em contato direto com a água para produzir os cubos de gelo. Em ambos os casos, o gelo deve ser removido da superfície do evaporador, seja para melhorar sua eficiência ou para coleta de cubos de gelo.

O método de degelo por gás quente é o comumente utilizado em aparelhos comerciais, como máquinas de gelo, freezers comerciais, unidades seladas e em alguns equipamentos médicos. Este método utiliza o gás da descarga do compressor, que está em alta temperatura e pressão, para derreter o gelo. O principal benefício do degelo por gás quente é derreter o gelo da superfície do evaporador para fora de forma rápida, com menor irradiação de calor para o gabinete. Para possibilitar este método, um desvio é adicionado (chamado de linha de gás quente, desvio de gás quente ou bypass de gás quente), para criar um atalho entre a descarga do compressor e a entrada do evaporador.

Durante o período de resfriamento, o bypass de gás quente é desenergizado (válvula fechada) e a operação do sistema é semelhante a um circuito de resfriamento padrão. Para realizar o degelo, o bypass é energizado para que a válvula, em geral do tipo solenoide, abra. A operação pode ocorrer com o compressor funcionando ou desligado, dependendo da configuração do aparelho. Depois que a válvula é aberta, a maior parte do gás de descarga do compressor, que está em alta temperatura e pressão, fluirá pelo bypass de gás quente, devido à menor restrição em comparação ao escoamento pelo condensador e dispositivo de expansão (tubo capilar ou válvula de expansão).

Da linha de gás quente, ele flui para o evaporador onde condensa e rejeita calor para a tubulação do evaporador, realizando o degelo. Durante quase todo o período do degelo por gás quente, a condição de saída do evaporador será uma mistura de refrigerante líquido e vapor. Finalmente, a mistura de gás-líquido refrigerante é empurrada do evaporador para o compressor e aquecida por seus componentes. Durante este ciclo, o refrigerante continua a circular na seguinte sequência: compressor, bypass de gás quente, evaporador e compressor. Em um dado momento, o degelo por gás quente é encerrado por um sensor de temperatura ou outro meio e a válvula solenoide é fechada. Antes que o ciclo de resfriamento seja iniciado novamente, pode ser aplicado um tempo de gotejamento da água de degelo.

Operação do compressor durante o degelo a gás quente

No início do processo do degelo por gás quente, a válvula solenoide é aberta e a alta vazão empurra o refrigerante líquido acumulado no evaporador para o compressor. A quantidade de líquido que chega ao tubo de sucção do compressor depende das características da aplicação. Quando o refrigerante líquido atinge o compressor, ele pode: (i) evaporar ao entrar em contato com elementos quentes, (ii) entrar no filtro acústico de sucção (muffler) ou (iii) acumular na carcaça do compressor. Cada um desses “caminhos de líquidos” pode ocorrer em paralelo e afetar os componentes do compressor de diferentes maneiras, exigindo diferentes soluções.

Se o líquido entrar no filtro acústico de sucção e atingir a câmara de compressão, a carga aumentará significativamente para o motor do compressor. Além do retorno do líquido, as altas pressões de evaporação durante o degelo a gás quente também aumentarão a carga em outros componentes. Devido a essas cargas, os compressores que operam em sistemas com degelo a gás quente necessitam de maior robustez. Requisitos especiais devem ser levados em conta para mancais, válvulas, cabeçote e filtro acústico de sucção de modo a considerar essas cargas.

Filtro acústico de sucção

O líquido que entra no compressor deve passar pelo filtro acústico de sucção de modo a atingir a câmara de compressão. Quando certa quantidade de líquido (óleo ou refrigerante) é comprimida, podem ocorrer picos de carga conhecidos como “golpe de líquido”. Para reduzir a probabilidade de ocorrência destes “golpes de líquido”, o caminho de sucção do compressor pode ser projetado de tal forma que proporcione uma separação eficaz e segura de vapor e líquido.

Isso é feito, por exemplo, quando o conector do tubo de sucção na carcaça do compressor, a entrada de gás do filtro acústico de sucção de gás e a unidade de bombeamento estão localizados em lados opostos da carcaça do compressor (sucção indireta). No entanto, este conceito reduz a eficiência do compressor, uma vez que o gás de sucção é superaquecido dentro da carcaça. Nos compressores de alta eficiência, o filtro acústico de sucção é projetado para reduzir o superaquecimento do refrigerante, que exige um caminho mais direto para chegar à câmara de compressão (sucção semidireta e direta). Para o filtro acústico de sucção direta, em que o caminho do refrigerante é “limitado” por um conector, a probabilidade de “golpe de líquido” aumenta. Neste caso, sugere-se utilizar um separador de gás/líquido adequado, após a saída do evaporador para evitar que o líquido atinja o tubo de sucção do compressor.

Válvulas

 Mesmo durante o degelo a gás quente, se o projeto da linha de sucção e do filtro acústico considerar essa condição, apenas uma fração do líquido deverá conseguir atingir a câmara de compressão. No entanto, quando este líquido é comprimido, leva a picos de pressão extremos dentro da câmara do cilindro e impõe uma carga adicional nas válvulas e no kit mecânico. A compressão de uma determinada quantidade de líquido (refrigerante ou óleo) pode causar danos à válvula, como uma deformação permanente, que pode resultar em quebra quando o limite à fadiga for atingido.

Outra possibilidade é a quebra direta de outros componentes mecânicos com maior quantidade de líquido. Além do retorno de líquido, as condições de degelo a gás quente geralmente implicam que o compressor precisa funcionar fora do envelope de operação aprovado, com temperaturas de evaporação mais altas e condensação mais baixas do que aquelas que são caracterizadas no envelope. Isso pode estressar o sistema de válvulas (principalmente os modelos LBP). Pelas razões expostas acima, em compressores que usam degelo a gás quente , o sistema de válvulas deve ser robusto o suficiente para aguentar operação fora da envelope, bem como as cargas adicionais impostas pela eventual compressão de gotículas de líquido.

Mancais

O refrigerante líquido, que retorna ao compressor, será misturado com o óleo do compressor, que reduzirá suas propriedades lubrificantes. Enquanto é bombeado através dos mancais, a pressão do óleo é reduzida e a mistura é aquecida por superfícies quentes e fricção, que promovem a evaporação do refrigerante líquido, resultando em um fluxo bifásico que pode levar à cavitação nos mancais. A cavitação reduzirá a capacidade de carga dos mancais, o que pode levar ao desgaste. Portanto, os compressores aprovados para degelo a gás quente possuem requisitos especiais para os mancais. A quantidade de óleo, viscosidade e capacidade de carga dos mancais são algumas das variáveis ​​de projeto que visam garantir uma operação robusta durante o degelo a gás quente .

Design do sistema de refrigeração

Além do projeto do próprio compressor, o projeto do refrigerador também pode contribuir para a robustez durante a operação durante degelo a gás quente . Isso requer um projeto que minimize o retorno do líquido ao compressor. Os componentes que mais influenciam são o separador líquido-vapor, a carga de refrigerante, o acumulador, o comprimento e a orientação do tubo de sucção, o  evaporador, a restrição de fluxo de bypass de gás quente e o algoritmo de controle da válvula solenoide e compressor.

 

Por Daniel Hense, pesquisador sênior da área de Pesquisa e Desenvolvimento da Nidec Global Appliance (detentora da marca Embraco)

Mesmo sem grandes inovações, sistemas focam em economia de energia

Nas últimas três décadas, processos de recuperação de calor passaram por desenvolvimentos tecnológicos que aumentaram a eficiência com menor consumo energético.

Em busca de alternativas que ajudem a baixar os valores das contas de luz, edifícios comerciais, hospitais, estabelecimentos de ensino, complexos industriais e varejistas – especialmente redes supermercadistas e shoppings centers – têm investido em uma série de soluções energeticamente eficientes e de aplicação variada. Uma dessas opções são os sistemas de recuperação de calor, cada vez mais difundidos no mercado nacional e rompendo certa resistência que se observava há alguns anos entre o empresariado.

Mesmo com este cenário positivo, os equipamentos hoje disponíveis continuam sendo aqueles já tradicionais e conhecidos, conforme afirma o engenheiro Thiago Boroski, coordenador de eficiência energética e contas corporativas da alemã TROX Technik. “Não há um sistema inovador que tenha conquistado destaque, mas sim, desenvolvimentos tecnológicos que aumentaram a eficiência dos sistemas existentes”, pondera.

Mirando somente para o sistema de ar condicionado, os dispositivos de recuperação de calor mais tradicionais são os tanques de termoacumulação de água gelada, as rodas entálpicas, os recuperadores de calor de fluxo cruzado e os módulos de ciclo entálpico.

Segundo o executivo, é necessário destacar também as pequenas unidades de recuperação de calor para baixas vazões de ar, aplicadas em sistemas VRF, que se tornaram uma solução amplamente difundida. “Temos ainda os chillers com módulos de recuperação de calor, aplicados em sistemas com água quente. No entanto, seus ganhos em eficiência energética e consumo elétrico são extrínsecos ao sistema de ar condicionado e demandam uma análise sistêmica de todas as instalações e utilidades”, comenta.

Os carros-chefes da companhia alemã são as unidades de tratamento de ar modulares (UTA), modelo TKZ, as quais foram introduzidas no mercado nacional há cerca de 30 anos, com foco na aplicação em instalações de laboratórios, salas limpas e hospitais. Desde então, informa a multinacional, elas vêm sendo aprimoradas para ampliar seu leque de aplicações.

Atualmente, em virtude de sua flexibilidade de composição de módulos e amplitude de capacidades, as UTAs da empresa são aplicadas em diversos projetos, desde hospitais e salas limpas até shopping centers e edifícios comerciais.

Boroski detalha que os sistemas permitem grau de filtragem desde G4 até H14 e são utilizados em aplicação de serpentinas de resfriamento e aquecimento com emissores UV-C; módulos de resistências elétricas para reaquecimento; baterias de umidificação; módulos de ventilação com ventiladores centrífugos e plenum fan; aplicação de módulos de recuperação de calor por ciclo entálpico; arranjo dos módulos em dois andares para aplicação de roda entálpica ou recuperador de calor de fluxo cruzado.

“Os gabinetes dos módulos são montados com painéis de tamanhos padronizados e aparafusados entre si, proporcionando rigidez extremamente alta ao gabinete. A superfície interna do gabinete é totalmente lisa, facilitando a limpeza do interior do módulo, o que atende às normas internacionais de recomendações sobre higiene e limpeza, tais como DIN 1946 e VDI 6022, além das normas DIN 24194 e DW 143, quanto à exigência de estanqueidade”, explica.

O executivo salienta que todos os painéis são intercambiáveis, e painéis adicionais podem ser acrescidos em caso de reforma, com ampliação de capacidade da máquina e introdução de novos módulos. Os painéis são do tipo sanduíche, construídos em chapa de aço galvanizado, com espessura de 45 mm e isolamento em poliuretano expandido isento de CFC no próprio painel, o que proporciona isolação termoacústica e elevada rigidez mecânica ao conjunto.

“Justamente pela sua concepção modular, as unidades de tratamento de ar, modelo TKZ, passaram a ser aplicadas como solução em sistemas de recuperação de calor, recebendo módulos recuperadores de calor de fluxo cruzado ou módulos com roda entálpica em arranjos de gabinetes de dois andares, ou ainda introduzindo módulos de ciclo entálpico para controle das vazões de retorno e de bypass a montante do módulo de admissão de ar externo”, ressalta Boroski.

De forma indireta, os sistemas de recuperação de calor diminuem expressivamente o consumo de energia elétrica das instalações, por reduzirem a demanda do sistema de ar condicionado, fazendo com que os equipamentos operem em cargas parciais, energeticamente mais eficientes, ou até mesmo entrem em stand by.

“Os ganhos em eficiência energética dependem diretamente do conceito aplicado ao sistema de recuperação de calor e também do seu correto dimensionamento. No entanto, com base nos cálculos estimativos e no histórico de instalações existentes, é possível afirmar que essa faixa é ampla, podendo variar de 15% até 50% em alguns casos específicos”, complementa o engenheiro da TROX.

Um sistema dedicado para tratamento do ar externo (DOAS), com recuperação de calor por roda entálpica ou fluxo cruzado, pode reduzir o consumo elétrico do sistema de ar condicionado em aproximadamente 20%, em função da redução da carga térmica acoplada ao ar externo.

“Essa redução é proporcionalmente maior à medida que for maior a taxa de ar externo, podendo ser um indicativo de aplicações preferenciais em edificações comerciais ou com alta taxa de ocupação. Levando-se em conta que um sistema de ar condicionado chega a ser responsável por 50% do consumo elétrico de um edifício comercial, pode-se falar em uma redução de até 10% no consumo total de energia elétrica”, enfatiza Boroski.

Termoacumulação

Da mesma forma, locais onde são aplicados sistemas de recuperação de calor, como hospitais, clínicas, laboratórios, indústrias alimentícias e de eletrônicos, entre outros, onde há grande circulação de pessoas, também demandam esses processos, inclusive porque existe hoje uma maior preocupação com o grau de filtragem e renovação do ar interno.

A empresária, Patrice Tosi, diretora das Indústrias Tosi, destaca as características de três ramos da economia que se beneficiam direta e indiretamente do processo de refrigeração e de recuperação de calor – empresas farmacêuticas, que fabricam vacinas, ampolas, seringas, cartuchos etc., e necessitam de baixa temperatura; alimentícias, que demandam alto grau de pureza do ar e operam com baixas temperaturas para a manutenção da qualidade dos produtos, desde o início da cadeia de produção até a embalagem e estoque final; e fabricantes de peças injetadas em borracha ou plástico, que precisam de água gelada para manter suas máquinas em pleno funcionamento.

“Além da necessidade de se ter baixas temperaturas em determinados processos, algumas regiões do Brasil demandam ar condicionado em suas produções para evitar perdas em paradas de linhas por excesso de calor gerado pelo clima externo, aliado ao calor dissipado pelas máquinas internas à produção, além de dar maior conforto térmico para os operários”, comenta.

Para Thiago Boroski, coordenador de eficiência energética e contas corporativas da TROX Technik, um sistema de termoacumulação possui características de implementação e operação que devem ser observadas com atenção para que possa entregar os resultados esperados. Em aplicações de alta capacidade térmica e com demandas sazonais, ele pode trazer ganhos no consumo elétrico que chegam até 40%.

“Uma análise superficial de um sistema de termoacumulação dimensionado apenas para operação nos horários de ponta da tarifação energética já permite identificar uma redução de consumo elétrico da ordem de 15%, mesmo sabendo que na prática o sistema opera também para compensação dos picos de carga térmica e alívio da demanda da central de água gelada ao longo do dia, o que já torna essa redução maior”, completa.

Saiba como funciona um sistema de recuperação de calor

O sistema de recuperação de calor aplicado ao sistema de ar condicionado se baseia no princípio termodinâmico fundamental da conservação da energia armazenada em um fluido, que acaba por ser transferida para outro fluido, através de gradientes de energia térmica estabelecidos por diferenciais de temperatura e umidade absoluta entre eles.

Nas aplicações em que a recuperação de calor é justaposta no lado do ar, em rodas entálpicas e recuperadores de calor por fluxo cruzado, o fluxo de ar exaurido do ambiente carrega uma energia térmica por já ter passado pelo resfriamento no condicionador, garantindo um diferencial de temperatura em relação ao ar exterior que está sendo introduzido no ambiente.

No momento em que esses dois fluxos de ar passam pelo recuperador em sentidos opostos, esse diferencial de temperatura estabelece um gradiente de energia térmica que leva à condição de equilíbrio de entalpias. Em outras palavras, ocorre a troca de calor entre os fluxos de ar de exaustão e ar externo até o máximo de energia térmica permitido pelo diferencial de temperatura inicial. Assim, como resultado, o ar mais quente tem sua temperatura reduzida antes de ser introduzido no condicionador, o que colabora com a redução da demanda térmica intrínseca ao ar externo.

No caso de sistemas de termoacumulação, a recuperação de energia se dá pela utilização de um volume de água gelada que foi carregado de energia térmica em um momento de baixa demanda térmica da instalação e fora do horário de pico da tarifação energética, tendo sido conservado em um tanque termicamente isolado.

Assim, toda essa energia térmica aplicada ao volume de água se mantém até o momento em que é reintroduzida no sistema para trocar calor nas serpentinas dos condicionadores de ar. Neste caso, a conservação da energia térmica se dá não pela transferência entre dois fluxos de fluido, mas pela utilização de um volume de fluido como estoque mantido em condições termicamente isoladas.

Analisando-se de forma mais ampla, de um ponto de vista sistêmico, é possível ainda afirmar que a energia térmica conservada na água gelada acaba, por fim, sendo recuperada pelo volume de ar que passa pelas serpentinas dos condicionadores, quando se efetiva a troca de calor entre os dois fluidos.

Instrumento mais sensível ao calor do telescópio James Webb atinge -266 °C

O telescópio espacial James Webb continua esfriando seus instrumentos para registrar suas primeiras imagens científicas do universo distante neste outono. Um deles em particular precisa de alguma ajuda extra para realizar a tarefa – o Mid-Infrared Instrument (MIRI), que atingiu sua temperatura operacional final de -266 °C em 7 de abril.

Lançado pela Nasa em 25 de dezembro, o telescópio está, no momento, a cerca de 1,5 milhão de quilômetros da Terra. Segundo a autarquia americana, a missão foi cuidadosamente projetada para manter os espelhos e instrumentos do telescópio a uma temperatura constante e extremamente baixa de menos 369,4 graus Fahrenheit (-223 °C). Isso é importante porque Webb observa o universo nos comprimentos de onda infravermelha que transportam calor do espectro eletromagnético, e qualquer calor do próprio telescópio ofuscaria seus detectores.

Para o MIRI, no entanto, mesmo essa temperatura tão baixa não é fria o suficiente. Os detectores do instrumento exigem uma temperatura ainda mais fria, de -447 ºF (-266 ºC), apenas 12 ºF (7 ºC) acima do zero absoluto, a temperatura em que o movimento dos átomos para.

O Webb, portanto, tem um criorefrigerador para ajudar o MIRI a esfriar. O criorefrigerador é essencialmente um “refrigerador sofisticado”, disse a Nasa em um comunicado. O refrigerante é resfriado em um sistema de tubos por condução, após o qual é bombeado pelo instrumento para mantê-lo frio.

Agora que atingiu sua temperatura operacional, o MIRI será capaz de detectar a luz das estrelas mais distantes do universo, além de espiar através de nuvens de poeira dentro de nossa galáxia, a Via Láctea, para testemunhar como as estrelas se formam.

“A sensibilidade infravermelha do Webb nos permite entender o que acontece nesses primeiros estágios, já que gás e poeira estão entrando em colapso ativo para formar novas estrelas”, disse Klaus Pontoppidan, cientista do centro de operações do James Webb.

Aluguel de equipamentos de climatização aumentou durante a pandemia  

A pandemia trouxe para a economia global diversos desafios, principalmente para a saúde, que teve de se adaptar rapidamente para atender o máximo de pessoas e evitar o colapso do sistema. E, para isso, muitas estruturas passageiras – como os hospitais de campanhas – passaram a funcionar no país, exigindo o uso temporário de equipamentos, cuja área de locação presenciou um crescimento expressivo no último ano. 

“Esse avanço foi motivado, em grande parte, pela demanda de manutenções corretivas nas centrais de água gelada para sistemas de climatização”, destaca José Eloy Neto, gerente de Vendas Nacionais de Serviços da Trane no Brasil. Ele conta que a saúde foi um dos setores que mais impulsionou a procura por aluguel de equipamentos como ocorreu, por exemplo, com o hospital de campanha de Sorocaba, em São Paulo.  

 “Embora tenha funcionado para abrigar os pacientes de covid-19 durante a segunda onda da doença no estado, o hospital exigiu, ao longo de seis meses, a mesma estrutura de um prédio definitivo. Trata-se de locais que demandam sistemas de climatização seguros, com constante troca de ar e que atendam às normas sanitárias”, relata. 

Eloy explica também que, assim como a saúde, o setor industrial também é responsável pelo aumento expressivo de aluguel de equipamentos da Trane. “Neste ano, seguiremos investindo em ações direcionadas à indústria, pois é um setor muito importante para a área de climatização, principalmente, devido à variedade de segmentos atendidos. Como os benefícios são diversos, a demanda por aluguel de soluções cresce a cada ano”, ressalta.

  Entre os benefícios dessa modalidade, estão o prazo de entrega e a disponibilidade da solução, custo da manutenção preventiva, além do capital para investimento inicial mais acessível. Assim como as soluções permanentes, as aplicações temporárias podem ser utilizadas para o fornecimento de água gelada para processos produtivos, incremento na capacidade de resfriamento nos períodos de picos de produção e durante períodos de temperatura ambiente elevada, climatização para espaços confinados, ambientes em geral, centros de armazenamento de produtos sensíveis e outros locais onde o controle de temperatura é crítico. “É um serviço flexível, pois pode surgir de uma necessidade planejada ou não, de curto ou a longo prazo”, finaliza Eloy. 

Quais os caminhos para o setor de alimentos e bebidas prosperar?

Por mais que as instalações de Refrigeração Industrial obedeçam ao mesmo princípio há mais de 150 anos, alguns pontos nesta competência evoluíram. Quer sejam por questões econômicas ou sustentáveis – ou mesmo as duas juntas -, o fato é que para além de satisfeitas as necessidades industriais, no tangente à refrigeração e qualidade final do produto, equipamentos e sistemas podem e devem oferecer mais.

Por isso, o gerente da Mayekawa do Brasil, Ricardo César dos Santos elenca abaixo alguns pontos que fazem toda a diferença quando o assunto é excelência em Refrigeração Industrial.  Vamos a elas:  

Automação – O futuro imediato às novas instalações em indústrias de alimentos e bebidas – Com os constantes avanços tecnológicos na indústria de alimentos e bebidas é imprescindível que as empresas precisam estar atualizadas para manterem-se competitivas no mercado. Facilitadores envolvendo automação, inteligência de sistemas e integração de informações são desafios que precisam ser vencidos com o que há de melhor em tecnologia, engenharia e gestão, introduzindo assim a indústria 4.0. “Desde sempre antecipamos tendências tecnológicas, como estas, para desenvolver projetos que alinham o conhecimento de processos à base técnica de engenharia”, afirma Ricardo. Dados em nuvem também é um dos avanços que integram a modernização da indústria, assim como o IoT (Internet of Things) que incorpora a sensores, softwares e outras tecnologias com o objetivo de conectar a troca de dados com outros dispositivos e sistemas pela internet.

Sustentabilidade – Uma importante questão sobre a qual as indústrias de alimentos e bebidas devem estar atentas é a sustentabilidade. A eficiência energética é outro desafio que vem ganhando força nas fábricas, devido a necessidade de redução dos custos de produção, das políticas de sustentabilidade e da preocupação ambiental. As indústrias de bebidas, por exemplo, utilizam de forma considerável sistemas de refrigeração, vapor e de ar comprimido. Boa parte do consumo destas manufaturas está em função destas utilidades. Há tempos a Mayekawa realiza projetos sempre baseados na utilização de fluidos refrigerantes naturais e ecológicos, como é o caso, da Amônia (NH3 – R717), do Dióxido de Carbono (CO2 – R744) e do Propano (C3H8 – R290), que têm como alvo a otimização do consumo energético, principalmente água e utilidades, redução de custos, aumento de produtividade e sustentabilidade, confiabilidade e durabilidade do sistema/equipamentos, melhorias de operação. Ainda em função de questões sustentáveis, como a economia de energia, desempenho e mais segurança do sistema a utilização de baixa carga de fluido refrigerante, é um tema relevante a ser considerado, no que tange aos avanços nos sistemas de refrigeração em indústrias de alimentos e bebidas. “Por isso, buscamos excelência neste tripé, através do nosso Centro de Pesquisa e Desenvolvimento, o resultado é que nossos sistemas sempre se diferenciaram pelo desempenho, segurança e eficiência energética”, garante Santos.

Fluidos Refrigerantes – Este tópico apresenta tendências desenhadas para o futuro próximo em instalações industriais, pois um sistema de refrigeração integrado a válvulas, sensores, controles automatizados, ou seja, que possam tomar ações autônomas sobre o ponto ideal do sistema de refrigeração, com a mínima necessidade de um operador, alinhado a redução de fluido refrigerante natural e segurança ambiental e de operação. Outro ponto é a introdução cada vez maior de sistema indiretos e fluidos secundários, que além de permitir baixíssima carga de refrigerante primário, proporciona segurança operacional e instalação simples. Dentre os fluidos secundários, temos:

Médias/Altas temperaturas: Etanol, Propileno Glicol; Mono Etileno Glicol;

Baixas temperaturas: CO2; Acetato de Potássio; Formato de potássio; Etanol;

Seguindo as tendências mundiais, as indústrias de refrigeração têm desenvolvido soluções de engenharia, utilizando fluidos refrigerantes naturais para um grande range de temperaturas em aquecimento e resfriamento. Os refrigerantes naturais mais utilizados nestas soluções são a Amônia (NH3 – R717), o Dióxido de Carbono (CO2 – R744) e o Propano (C3H8 – R290).

Estes refrigerantes naturais são aplicados em aquecimento, secagem, fornecimento de água quente, ar condicionado, resfriamento, refrigeração, congelamento e criogenia, em um range de temperaturas de +90 ℃  a -100 ℃.

Neste caminho o sistema de resfriamento indireto, que utiliza refrigerantes naturais no sistema primário em instalações de refrigeração industrial, tem sido uma ótima solução para a redução do GWP e do ODP, agregando alta performance energética.

“Quando olhamos para consumo energético, nos deparamos cada vez mais em aprimoramentos e reaproveitamentos do próprio sistema para suprir outros pontos. Podemos ter uma significativa melhora, substituindo o sistema de degelo, dos forçadores de ar, de elétrico para solução quente, realizando o aquecimento deste fluido, por meio de um trocador de calor placas brasadas, pelo calor da descarga ou do resfriamento de óleo do compressor. Além disso, também permite aproveitar o calor do sistema, que seria dissipado pelo condensador”, avalia o gerente da Mayekawa do Brasil.

Tecnologia Houve um tempo em que a amônia era usada apenas para sistemas de refrigeração industrial em grande escala. “A tecnologia de amônia de baixa carga significa que se pode aproveitar os benefícios deste refrigerante de forma segura e eficiente com a utilização de sistemas de refrigeração de pequena e média capacidade, por isso oferecemos uma ampla gama de URL ‘Unidades Resfriadoras de Líquido’, chillers, utilizando a amônia, como fluido refrigerante natural e com potencial zero tanto de destruição da camada de ozônio (ODP) quanto de aquecimento global (GWP). Nossos equipamentos fornecem alternativas de alta eficiência energética podendo ser aplicados para retrofit de instalações que utilizam fluidos refrigerantes sintéticos”, informa Ricardo. Ele acrescenta: “Ainda, nossos chillers podem ser desenvolvidos em sistema carenado, para instalação sob intempéries, construídos em estruturas metálicas robustas, gabinete de aço-carbono com pintura eletrostática e isolamento termoacústico, proporcionando um equipamento silencioso, atendendo a câmaras frigoríficas (resfriamento ou congelamento) em setores de logística (Centros de Distribuição)”, observa.

Futuro próximo – será um tempo em que haverá maior disponibilidade de desenvolvimento de sistemas de refrigeração com carga reduzida de fluido refrigerante natural, somado a um sistema de controle e automação, com os últimos avanços da indústria 4.0. Promovendo, assim, sistemas seguros – ambiental e operacional -, com baixo custo de construção e operação. Como se vê, estes novos caminhos da engenharia para os sistemas de refrigeração industrial evoluíram, oferecendo às indústrias melhores desempenho, gestão e controle no processo; também, redução em insumos, como água e energia elétrica,  disponibilizando ao consumidor final maiores segurança, confiabilidade e qualidade nos produtos consumidos.

Em clima de otimismo, AHR Expo retoma edição presencial

Maior mostra do HVAC-R mundial fez retorno bem-vindo a Las Vegas neste ano

As preocupações persistentes em relação à covid-19, que forçaram o cancelamento da AHR Expo do ano passado, podem ser responsabilizadas por limitar a participação a 30.678 pessoas na principal mostra da indústria global de refrigeração e ar condicionado, promovida entre 31 de janeiro e 2 de fevereiro nos EUA.

Os 1.573 expositores, espalhados pelos salões Central e Norte do Las Vegas Convention Center, também caíram cerca de 20% em relação aos 1988 expositores da edição de 2020 realizada em Orlando, na Flórida.

Apesar disso, o evento representou uma ânsia de voltar aos negócios após o hiato dos últimos dois anos. “Foi impossível perder a energia nos corredores este ano”, disse Mark Stevens, gerente do evento. “Houve alguns altos e baixos pesados ​​na indústria nos últimos anos e nós, como comunidade, precisávamos sentir a inspiração que acontece quando nos reunimos sob o mesmo teto. A AHR Expo 2022 superou qualquer expectativa – nossos expositores, participantes, associações, palestrantes e todos os envolvidos fizeram deste evento um dos mais especiais que já realizamos. Esta indústria é forte e estamos de volta no caminho certo para enfrentar os desafios que temos pela frente.”

A Expo AHR 2023 está programada para ser realizada no Georgia World Congress Center em Atlanta, Geórgia, de 6 a 8 de fevereiro. Enquanto isso, os mais de 2.800 participantes da simultânea Conferência de Inverno da Ashrae superaram as expectativas. “A conferência e exposição deste ano marcaram a primeira vez que a associação esteve junta em nossa Conferência de Inverno em dois anos e o retorno à AHR Expo após o cancelamento do ano passado”, disse o presidente da Ashrae 2021-22, Mick Schwedler.

Alguns destaques

Automação Predial – iSMA CONTROLLI SpA

A família de controladores de aplicativos mestres iSMA-B-MAC36NL fornece uma solução completa para mini-BMS. A visualização criada pode ser exibida e controlada via saída HDMI e 2 portas USB que permitem a conexão de um mouse/teclado ou toque dedicado para o painel HMI. Nenhum PC, licenças adicionais ou custos adicionais são necessários. Como os controladores MAC são baseados no Niagara Framework, ele permite a integração de praticamente qualquer protocolo existente na rede do edifício. A porta M-Bus integrada, 2 portas ethernet e a porta RS485 podem ser integradas com apenas um dispositivo. Finalmente, o controlador possui interruptores rotativos e dip integrados que podem ser usados ​​como parte do aplicativo. Todos os recursos do controlador são gerenciados por módulos dedicados no Niagara Framework para acelerar o processo de instalação e, assim, reduzir os custos de mão de obra.

 

Resfriamento – Compressor Danfoss

O novo VTCA400 da Danfoss oferece melhorias em projetos de compressores centrífugos tradicionais que são grandes em tamanho e área ocupada, o que acaba levando a maiores custos e restrições de espaço para o usuário final. O VTCA400 resolve esse problema usando um design de compressão híbrida com patente pendente que usa uma combinação de fluxo misto e impulsores radiais, permitindo alto desempenho e um tamanho compacto. Neste projeto, o impulsor do primeiro estágio usa um impulsor de fluxo misto com componentes axiais e radiais, enquanto o impulsor do segundo estágio usa um projeto radial. O projeto de compressão híbrida permite uma pegada de compressor que é metade do tamanho e peso de um projeto convencional somente radial. Ele também mantém altos níveis de eficiência — uma melhoria de 10% na eficiência de carga total e 30% de melhoria no IPLV acima da ASHRAE 90.

 

Aquecimento – Bomba de calor Carrier

A Bomba de Calor Infinity® 24 com Greenspeed® Intelligence é a bomba de calor mais avançada e de maior eficiência da Carrier com até 24 SEER e 13 HSPF para economia de energia premium, desempenho extremamente silencioso e recursos de conforto premium. O compressor de velocidade variável exclusivo desta unidade permite adaptar sua saída às necessidades da casa com ajustes infinitos entre 25 – 100% da capacidade. A bomba de calor oferece excelente controle de umidade e é capaz de remover até 400% mais umidade do que os sistemas padrão.

 

Qualidade do ar interno – Antrum

AntrumX é uma tecnologia patenteada de detecção centralizada. O AntrumX monitora o IAQ para 32 espaços de um único local, usando um sensor para cada 16 quartos. A consolidação de um sensor centralizado para vários espaços aumenta a acessibilidade do sensor, garantindo um melhor controle geral. A detecção centralizada garante um melhor controle geral porque os dados de 16 espaços vêm de uma única fonte, permitindo que os gerentes de construção otimizem sua estratégia de ventilação e economizem energia sem sacrificar o IAQ. Além disso, o AntrumX tem a capacidade de transportar ar sem partes móveis. Aproveitando o diferencial de pressão do edifício entre fornecimento e exaustão, o AntrumX é capaz de mover amostras de ar de cada espaço para o Sensor Pack sem adicionar energia ao sistema.

O Sensor Pack também monitora vários pontos de dados em várias salas. Usando atualizações de software over-the-air e um design de hardware de última geração, o Sensor Pack pode ser personalizado para detectar o que é necessário hoje e ser facilmente trocado ou atualizado à medida que os requisitos mudam ao longo da vida útil do edifício.

 

Refrigeração – ebm-papst Inc

O AxiEco 630-910 incorpora uma nova geometria de rotor com um difusor giratório e design de lâmina otimizado para atingir um baixo nível de ruído e alta eficiência. A curva acentuada de desempenho do ar proporciona um aumento de pressão de mais de 700 Pa, o que é extraordinário para ventiladores axiais. Com um fluxo de ar máximo de até 30.000 m³/h, o AxiEco 630-910 cobre uma ampla gama de diferentes aplicações, especialmente aquelas onde alta eficiência e alta contrapressão são fundamentais. A eletrônica de comutação integrada com um PFC ativo (correção do fator de potência) como opção permite que o ventilador seja usado em aplicações com baixos requisitos de harmônicos, sem nenhuma medida de filtragem externa.

 

Ferramentas e instrumentos – Fluke Corporation

O alicate amperímetro true-rms Fluke 378 FC usa a tecnologia FieldSense para tornar os testes mais rápidos e seguros, tudo sem entrar em contato com um condutor energizado. O medidor mede medições precisas de tensão e corrente através da garra do grampo. Ele funciona prendendo o fio de teste preto em qualquer terra elétrica e colocando a garra do grampo ao redor do condutor, o que resulta em valores confiáveis ​​e precisos de tensão e corrente no visor. O alicate amperímetro 378 FC inclui uma função PQ exclusiva que detecta problemas de qualidade de energia automaticamente. Ao fazer medições FieldSense, o 378 FC detectará e exibirá problemas de qualidade de energia, relacionados à corrente, tensão, fator de potência ou qualquer combinação dos três. Isso permite a determinação rápida se existe um problema de fornecimento a montante ou se há um problema de equipamento a jusante.

Nasa pesquisa sistema de refrigeração espacial

A Agência Aeroespacial dos EUA (Nasa, na sigla em inglês) está pesquisando novos métodos de transferência de calor para resfriar a espaçonave que será utilizada em futuras missões de exploração da Lua e de Marte. 

Segundo os cientistas envolvidos, essas viagens exigirão enormes quantidades de energia elétrica e hardware para apoiar os astronautas e impulsionar novas tecnologias.

A quantidade de calor criada por este aumento de demanda de energia precisa ser removida para que todos os sistemas da espaçonave funcionem, explicam.

A pesquisa propõe o desenvolvimento de uma instalação integrada de ebulição/condensação em fluxo de duas fases que será lançada na Estação Espacial Internacional (ISS) este mês.

“Como a mistura de líquido/vapor e interface se comportam de maneira diferente no espaço, os cientistas estudam como a ebulição e a condensação mudam na microgravidade e obtemos os dados fornecidos para aplicar o que aprendemos para o projeto de sistemas de transferência de calor futuros”, diz a engenheira Nancy Hall.

Hall é o gerente de projeto do Flow Boiling and Condensation Experiment, ou FBCE, que será lançado na ISS a bordo da Northrop Grumman’s Cygnus na 16ª missão comercial de serviços de reabastecimento da empresa para a Nasa.

Construído e testado na Nasa, o FBCE conduzirá uma variedade de experimentos na estação espacial para investigar o fluxo de ebulição e condensação em condições de microgravidade.

Os engenheiros Jeff Mackey e Monica Guzik inspecionando aparelho de refrigeração desenvolvido na Nasa