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Gree e Senai apresentam novo laboratório de climatização em São Paulo

Instalação conta com modernas tecnologias oferecidas pela empresa para a capacitação dos instaladores credenciados, clientes corporativos e alunos dos cursos oferecidos pela instituição de ensino | Foto: Divulgação

A Gree Electric Appliances, maior fabricante de ar-condicionado do mundo, em parceria com a Escola SENAI Oscar Rodrigues Alves, em São Paulo, referência nacional na formação profissional em refrigeração e Climatização, apresentaram o laboratório de climatização com equipamentos de alta tecnologia para a capacitação dos instaladores credenciados, clientes corporativos da GREE e para os alunos dos cursos desenvolvidos na Escola, como da Formação Inicial e Continuada, Aprendizagem Industrial, Curso técnico e Pós-graduação.

O espaço educacional conta com 96 equipamentos, fornecidos pela Gree, que irão intensificar o aprendizado técnico dos alunos com produtos avançados e tecnológicos.

Durante o curso os alunos terão acesso a uma diversidade de aparelhos como Split Eco Garden Inverter, Evaporador piso teto, Condensador VRF e painéis solares fotovoltaicos. Esses equipamentos irão proporcionar um aprofundamento na aprendizagem, além de uma experiência única aos alunos, nos mais variados cursos que serão oferecidos pela GREE e pelo SENAI-SP.

“Nós da Gree temos um forte comprometimento com a qualidade do produto, satisfação do cliente e também pela capacitação de profissionais. Para oferecer uma solução completa é necessário, além dos equipamentos de climatização com tecnologia de ponta, um profissional qualificado que garanta um maior desempenho e durabilidade do produto. Através de cursos técnicos, como o do SENAI, é possível oferecer ao consumidor qualidade e excelência em todas as etapas” afirma Alex Chen, diretor comercial da GREE Brasil.

O mercado de climatização passa por constantes mudanças e atualizações tecnológicas, por isso a capacitação de profissionais com materiais e equipamentos de qualidade se torna ainda mais essencial para os profissionais que estão ingressando no mercado de trabalho.

Neste ano, a Escola SENAI Oscar Rodrigues Alves tem a previsão de formar cerca de 5 mil alunos nessa área de atuação, nos diversos cursos desenvolvidos na Escola.

Revista do Frio promove evento itinerante para instaladores de ar-condicionado

O Senai Oscar Rodrigues Alves vai sediar, em 14 e 15 de abril, das 18h às 22h30, a primeira etapa do Circuito dos Instaladores para Valorização Profissional, um evento itinerante promovido pela Revista do Frio com o apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.

Durante o encontro, palestrantes de indústrias parceiras vão conversar com os profissionais do ramo de instalação de ar-condicionado sobre as últimas inovações e tendências tecnológicas no setor. Além disso, haverá sorteio de prêmios exclusivos para os participantes.

“Esse é o primeiro de muitos outros encontros com instaladores e refrigeristas que vamos realizar Brasil afora, sempre com o objetivo de ajudar no desenvolvimento de toda a cadeia produtiva”, afirma o diretor comercial da Revista do Frio, Gustavo Moreira.

A ideia da publicação, que cobre há 60 anos os principais fatos relacionados à competitiva indústria brasileira de refrigeração, ar condicionado, ventilação e aquecimento (HVAC-R), “é levar a todos as últimas novidades do mercado e colocar em debate temas de máxima relevância para o setor”, acrescenta o executivo.

As próximas etapas do Circuito dos Instaladores serão realizadas nas unidades do Senai de Santos (23 e 24/6), Campo Grande (18 e 19/8), João Pessoa (22 e 23/9) e Porto Alegre (20 e 21/10).

As inscrições para participar dos encontros devem ser feitas pelo site https://revistadofrio.com.br/circuito-dos-instaladores/. O número de vagas é limitado.

Mulheres do HVAC-R movimentam a indústria do frio

Há cerca de três anos, pouco ouvia-se falar sobre a participação e atuação feminina no setor de HVAC-R (Aquecimento, Ventilação, Ar Condicionado e Refrigeração). Algumas caminharam sozinhas por muitos anos; muitas ficaram no anonimato por medo de se expor e serem criticadas; outras se empenharam em criar oportunidades através de um movimento em prol de todas as mulheres deste mercado, reunindo técnicas, mecânicas, engenheiras, vendedoras, prestadoras de serviços, jornalistas, administradoras e empresárias.

Hoje, são centenas delas espalhadas pelo Brasil, unidas na quebra de paradigmas, na ajuda mútua e na participação ativa por meio de grupos em redes sociais, de eventos e treinamentos dedicados, conquistando o reconhecimento e respeito.

De diferentes formações e aprendizados, elas compartilham ideias, projetos, sonhos, e abriram caminhos para o público feminino estreitar a relação com fabricantes, instaladores e meio acadêmico, gerando negócios, além de promover maior conhecimento técnico, melhorar a mão de obra qualificada para o setor e incrementar o networking.

Elas por Elas

Representando a atuação no setor de ar condicionado e refrigeração, 32 mulheres definem a importância desse movimento em prol da participação feminina e as conquistas que obtiveram, tanto profissionais quanto pessoais.

“Desafiador e gratificante a cada cliente atendido”

Adriana Cristina Rodrigues Mourão – Sócia da 4A Refrigeração

 

“O nosso empoderamento está muito além do que se vê, está na força que une o sonho à conquista. Nós mulheres estamos fazendo a diferença no setor HVAC-R e mostrando que o lugar da mulher é onde quiser estar.”

Amanda Ribeiro – Diretora da Central do AR

 

“Representar para inspirar, dividir para multiplicar, unir para fortalecer, e assim, ter oportunidades ao alcance de todas”

Ana Carolina de Souza Rodrigues – Diretora da Frigerar Técnicas em Refrigeração e Ar Condicionado

 

“Empoderar é verbo, é ação, e portanto exige que nos movimentemos em direção aos nossos objetivos, enquanto mulheres que fazem a diferença na sociedade atual.”

Ana Carolina – Diretora Administrativa do Grupo UNIAR Poloar-STR

 

 

“Esse é o momento de ocuparmos o espaço que temos direito e mostrar nossa capacidade e vontade de inovar”

Anna Cristina Barbosa Dias de Carvalho – Professora, Dra, e Pesquisadora da Fatec Itaquera e Fatec São Bernardo

“Até a maior das árvores, um dia foi semente. Você pode tudo o que quiser”

Carmosinda Santos – IBX Facility Technician da Equinix

 

“A união das mulheres proporcionou a mudança e abertura desse mercado, trazendo questões não apenas conceituais, como estruturais”

Christiane Rodrigues Lacerda – Diretora Executiva da GHS Brasil

“O reconhecimento da atuação feminina no setor é uma grande conquista, que precisamos repetir nos diversos setores profissionais”

Daniela Marchesi – Diretora da Climasol Ar Condicionado

 

“Orgulho de fazer parte dessa nova geração de mulheres guerreiras e cheia de esperança num futuro profissional com igualdade e respeito a nós todas”

Fernanda da Mata Costa – Técnica de Monitoramento de Frio Alimentar do Carrefour

“Tenho muito orgulho de estar desde o início. Hoje, cada vez mais unidas para a valorização da mulher em todos os setores”

Gisieli Severo – Técnica em Climatização e Fotovoltaica da LG Severo Climatização

 

“Competência e união. O segmento do HVAC-R vive esse momento de reconhecimento da força das mulheres. Honra fazer parte dessa história”

Graciele Davince – Diretora da Eletrofrigor

“Incrível e inspirador como o movimento criou uma rede forte de cooperação, que trouxe fortalecimento e conhecimento do setor”

Joana B. Canozzi – Líder de Desenvolvimento de Negócios e Suporte Técnico da Chemours

 

“Esse momento em que as mulheres estão assumindo pertencer ao setor de HVAC-R, vejo como o melhor tempo da história”

 

Jossineide Oliveira e Silva – Instrutora de Refrigeração e Climatização do SENAI-RO

 

“É uma honra fazer parte desse momento das mulheres, que conquistaram espaço no setor, através de capacitação e desenvolvimento”

 

Joverci Silva Marques – Diretora Executiva da Bless Climatização Serviço de Manutenção e Vendas

 

“Estamos juntas pelo mesmo propósito, transformando a indústria de ar condicionado. Queremos deixar um legado para as próximas gerações”

 

Juliana Reinhardt – Gerente de Marketing da Trane América Latina

 

“Conheci histórias de outras meninas que trabalham em campo, assim como eu, fortalecendo ainda mais esse amor pelo HVAC-R”

 

Laura de Vooght Mendez Figueiredo – Diretora da Laura Ar Condicionado

“Buscar qualificação para as mulheres que desejam entrar no mercado e a presença feminina, capaz de promover a diferença na economia”

Leylla Lisboa – CEO e Founder da Circuito Soluções e Climatização

 

“Além do espaço aberto a nós, saber que podemos agregar ao setor sem nos ocultarmos é gratificante. Não é fácil, mas é compensador”

Liliane Aparecida de Carvalho – Coordenadora de Manutenção e Projetos da Engecold Engenharia Térmica

“Nosso movimento é muito importante para quebrar o tabu, que só homem exerce a função de homem, e vice-versa”

Marilon Barbosa – Mecânica de Refrigeração e Climatização da OAM

“Ao iniciar a minha carreira neste mercado, éramos poucas e não notadas. Hoje, a mulher batalha e mostra para o que veio. Desabrochou, brilhou e viemos fortes para ficar, opinar, e sermos ouvidas”

Mary Moreira Eloy – Diretora Presidente da Revista do Frio

 

“Lutamos contra o preconceito e a discriminação, buscando reconhecimento, respeito, igualdade e nossa recolocação no HVAC-R”

Marluci S. de Souza Gonçalves – Diretora Comercial da Eletrogel Refrigeração

 

“Vivemos a era da inclusão, e hoje, precisamos cada vez mais nos preparar para os desafios que tanto desejamos”

Mirna Alexandra Costa Carvalho – Diretora Técnica e Comercial da MACC Engenharia de Ar Condicionado

“Mulher, você pode ser o que você quiser”

Mônica Muniz – Diretora da Master Frio Refrigeração

“A visão ampla e sensível, da natureza feminina, nos coloca em um nível acima das equipes que trabalham apenas com o pensamento masculino”

 

Patrice Tosi – Diretora da Indústrias Tosi

 

“Os olhos estão voltados para as ações das mulheres no setor, a hora para fazer diferença é agora, com ações concretas”

 

Priscila Baioco – Gerente Nacional de Vendas – Isolamento da Armacell Brasil

“Não coloque limite em seus sonhos, coloque fé”

Rosana Soares Miranda – Responsável pela Área Administrativa-Comercial da Rofran Ar Condicionado

 

“Profissionalismo e competência traduz a atuação feminina no mercado de HVAC-R”

Rosana Machado Paixão – Engenheira Eletricista e Segurança do Trabalho da Elistec

“Durante anos caminhei sozinha nessa jornada do HVAC-R. É gratificante descobrir que hoje somos muitas”

Sandra Ricardo Botrel e Silva – Diretora Técnica da Protherm Projetos Termo Acústicos

 

“Não estamos atuando no setor para competirmos com os demais, e sim, porque temos amor, respeito e dedicação pela profissão”

 

Sybila de Paula Garcia – Consultora de Vendas da STR Ar Condicionado

 

“A mulher tem papel fundamental na economia mundial. O que ainda precisa ser melhorado é a maneira que é dado o tratamento a ela”

 

Viviane Nunes – Diretora Executiva do Sindratar-SP e presidente do Comitê Diversity Ashrae

 

“Obstáculo é aquilo que você enxerga quando tira os olhos do seu objetivo”

 

Viviane da Silva Oliveira – Técnica em Refrigeração e Climatização da Star Center

Parabéns a vocês, meninas! Não só hoje, mas todos os dias!

Ana Paula Basile Pinheiro – Jornalista Revista do Frio

 

 

Da calçada à Casa Cor

Job Ney Palmeira um refrigerista no mercado hvac

Natural de Duque de Caxias (RJ), o refrigerista Job Ney Palmeira se tornou, em poucos anos, um dos mais renomados profissionais brasileiros, reconhecido por continuamente contribuir para o desenvolvimento do setor.

Pouco mais de uma década e meia após se formar em refrigeração no Centro Educacional Integrado (CEI), em 2002, o refrigerista Job Ney Palmeira conseguiu construir uma carreira sólida, atingindo ao longo do tempo um patamar que poucos profissionais do mercado do frio conseguiram.

Nascido em 1985 em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, ele começou a trabalhar ainda durante o curso, aos 17 anos de idade, quando atendia clientes residenciais para a limpeza de aparelhos de ar-condicionado de janela, lavando e limpando esses equipamentos na calçada de casa.

Apaixonado pela profissão, Job Ney lembra que um incidente em seu primeiro dia de estágio quase o fez desistir de tudo. Com um colega, iniciou a manutenção de um aparelho peso-pesado – um Springer Admiral de 30 mil BTU/h.

“Quando estava descendo da escada, toda lama de sujeira veio em cima de mim. Disse que nunca mais voltaria a trabalhar com ar-condicionado. Mas quando chegamos à oficina, fizemos todos os procedimentos de limpeza. Quando vi o termostato, o compressor e a serpentina funcionando, refrigerando o ambiente, aquela frustração passou na hora”, recorda. “É por isso que sempre digo: foi a refrigeração que me escolheu, não o contrário”.

Após completar o estágio, o primeiro emprego de Job Ney foi em uma empresa que atendia a prefeitura de Duque de Caxias, onde ficou por seis anos, até 2008.

Naquele mesmo período, aproveitou para se capacitar ainda mais, fazendo o curso de self e comandos elétricos no Senai Euvaldo Lodi, em Benfica. E não parou por aí, sempre incentivado pelo professor Valdemir de Oliveira, a quem chama de mentor, pois lhe mostrou que a refrigeração é “muito mais que uma carga de fluido”.

Foi assim que Job Ney graduou-se técnico em mecânica, com direito ao Crea, no Cetepis no Rio. Já no Sindicato da Indústria de Refrigeração, Aquecimento e Tratamento do Ar do Estado do Rio de Janeiro (Sindratar-RJ), em treinamento chancelado pelo Instituto Militar de Engenharia (IME), obteve o diploma de projetista de ar-condicionado. Além disso, também capacitou-se em VRF em curso promovido pela Hitachi. 

Job Ney Palmeira começou sua carreira na indústria de climatização lavando e limpando ares-condicionados na calçada de casa

Mais tarde, o profissional foi além das fronteiras brasileiras, levado pela multinacional LG (por meio do projeto Esquadrão do Clima) à Coreia do Sul (2018) e ao Panamá (2019). No país asiático, fez um curso geral sobre os equipamentos e a tecnologia inverter da LG. Na América Central, assistiu, segundo ele, à melhor aula sobre VRF de sua vida.

Também aterrissou em Dubai, Emirados Árabes Unidos, onde verificou como são feitas as aplicações de climatização naquela nação do Golfo Pérsico, cujas temperaturas facilmente atingem os 50 ºC.

“Lá, utilizam muito o sistema de água gelada, pois os canos ficam muito quentes. Em alguns locais, a água da torneira já vem resfriada por meio de um sistema de chiller”, lembra.

Tamanha dedicação levou Job Ney a lecionar no Serae Rio em 2017 e 2018 – prática que teve de abandonar por falta de tempo – e a criar a Hotmart, plataforma on-line voltada a profissionais de climatização que queiram aprender a resolver problemas em equipamentos inverter, tecnologia considerada o futuro do mercado.

A primeira turma, com 150 alunos, foi fechada em dezembro de 2019, e oito novos treinamentos já estão planejados para os próximos meses. A ideia, segundo o empresário, é realizar cursos com turmas semestrais.

 

Rumo ao topo

Especializada em manutenção preventiva e corretiva, a Job Refrigeração, em operação há alguns anos, começou a se destacar no mercado pela prestação de serviços a grandes clientes. Além de Job Ney e de um engenheiro responsável, a empresa é composta por mais dois sócios e quatro funcionários.

Em 2018, por exemplo, o garoto que lavava aparelhos na calçada de casa era responsável pela instalação de mais de 150 equipamentos nas unidades da Casa Cor de São Paulo, Porto Alegre, Recife e Brasília, trabalhos que consumiram quatro meses e renderam muitos elogios dos arquitetos, inclusive reportando essa satisfação à LG.

No ano seguinte, começou a prestar serviços para a Petrobras, conhecida pela rigidez na seleção de seus fornecedores. A execução do trabalho levou nove dias, durante o carnaval, período em que a empresa instalou nove equipamentos de teto do tipo cassete, cada um com 48 mil BTUs.

A Job Refrigeração também tem entre seus maiores clientes um grupo de restaurantes do Rio e uma franquia de sapataria.

 

Internet

Sem a intenção de se tornar um influenciador digital ou de arregimentar uma legião de seguidores em seu canal no YouTube – Job Refrigeração (11 mil inscritos e em torno de 400 mil visualizações no começo de 2020) –, Job Ney costuma postar apenas um vídeo mensalmente, voltado exclusivamente para os profissionais do HVAC-R.

“Eu não tenho interesse que o meu canal tenha 500 mil inscritos. Ele é só uma maneira de ajudar os meus amigos refrigeristas. Afinal, não posso ligar para todo mundo e explicar como funciona cada coisa, então o canal me deu essa possibilidade de retribuir a ajuda que me foi dada no passado”, enfatiza.

Os vídeos do canal abordam temas do dia a dia dos refrigeristas, que acabam tendo dúvidas variadas, como a realização de reparos de equipamentos, entre os quais o VRF.

Traz também entrevistas com uma série de personalidades do mercado do frio, a exemplo do engenheiro de aplicação Marcos Euzebio (Bitzer) e dos professores Américo Martins (Thermo Cursos) e Amaral Gurgel (Chemours e Danfoss), além de Luiz Fernando Gaivota e Deivi Homem.

“Não quero nada em troca. Não quero dinheiro. Apenas desejo que as pessoas evoluam profissionalmente. O Brasil precisa de refrigeristas cada vez mais qualificados, mão de obra em que o cliente possa confiar tranquilamente, sem precisar buscar informação na Internet em caso de dúvidas”, conclui.

Full Gauge Controls doa equipamentos para escolas canadenses

A Full Gauge Controls, fabricante de equipamentos para refrigeração, climatização e aquecimento, acredita na importância da capacitação do setor. Por isso, desenvolve parcerias, no Brasil e no mundo, para auxiliar na formação de técnicos no segmento.

A empresa forneceu instrumentos para duas instituições de ensino, a JTAC e a Humber College, ambas na província de Ontário, no Canadá. Além da doação, o projeto engloba também a realização de palestras, sempre com o objetivo de difundir as melhores práticas para o setor.

As ações de relacionamento organizadas pela Full Gauge Controls já contemplaram diversas escolas técnicas brasileiras. Uma parceria importante é a estabelecida com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Os alunos dos cursos de refrigeração e automação utilizam instrumentos doados pela fabricante, além de participarem de treinamentos.

Mas, assim como os produtos da marca, que hoje direciona 50% da sua produção para atender ao mercado externo, a ação também se tornou internacional. Tanto a JTAC quanto a Humber College optaram por instalar controladores da Full Gauge Controls nos seus laboratórios pela possibilidade de conectá-los ao seu software de gerenciamento remoto, o Sitrad.

“Nosso sistema, a facilidade de parametrização dos instrumentos e a versatilidade dos produtos foram os fatores decisivos para fecharmos esta parceria”, destaca o responsável pelo escritório da empresa nos Estados Unidos, Lucas De Marchi.

As doações acontecem há cerca de dois anos no Canadá, com o suporte da Ecotherm, revendedora com foco em produtos inovadores que trabalha com a marca há mais de dez anos no país. Ao final de cada semestre, as instituições agraciadas recebem também aulas práticas, com o intuito de tirar as dúvidas dos alunos.

“Um dos pilares que sempre destacamos é a importância da busca pela eficiência energética, algo tão primordial para o setor atualmente”, ressalta Marchi. Entre os equipamentos doados para a JTAG e a Humber College estão controladores de resfriados e congelados, válvulas de expansão eletrônica e conversores para conexão com o Sitrad.

Os instrumentos foram instalados de duas formas: em um painel educativo, que busca facilitar o entendimento sobre o componente, seus detalhes e a aplicação, além de em sistemas reais, nos quais é possível aprender na prática sobre os equipamentos e maneiras de monitorar sua performance.

Esse tipo de parceria também já acontece em outros países, como Uruguai e Colômbia. Além das doações, a Full Gauge Controls ainda realiza outras atividades, como seminários e visitas técnicas, sempre com o objetivo auxiliar na qualificação dos profissionais que atuam no setor.

Tecnologias da Full Gauge em escola canadense

Equipamentos da Full Gauge Controls em escola canadense | Foto: Divulgação

Qualificação profissional, o grande gargalo do HVAC-R brasileiro

O mercado nacional de climatização e refrigeração está passando por uma das mais drásticas mudanças de sua história, especialmente na atuação da mão de obra que presta serviços a clientes domésticos e a grandes consumidores empresariais. Isto é fato, concordam especialistas ouvidos pela Revista do Frio.

Tais transformações têm passado, necessariamente, pelo incremento de processos políticos que incentivam a qualificação profissional e o combate à proliferação dos chamados “penduradores”, curiosos que costumam fazer “bico” como instaladores em finais de semana, colocando em perigo a si próprios e aos clientes e aviltando os preços dos serviços.

O crescente movimento no HVAC-R nacional para coibir a atuação desses falsos profissionais tem envolvido técnicos, dirigentes sindicais e de entidades de classe, além de players do setor do frio.

A perspectiva é que esta onda agora ganhe mais força com a recente criação do Conselho Federal dos Técnicos Industriais (CFT), que nos próximos meses passará a abarcar os 554 mil profissionais hoje registrados no sistema do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), que por lei terá de ceder à nova autarquia as informações dos técnicos de sua base, além da maior parte da anuidade de 2018.

Em outra ponta, diversas companhias do HVAC-R brasileiro têm se mexido para qualificar os técnicos que já se formaram com as 1.200 horas/aula necessárias, principalmente por meio de cursos de aperfeiçoamento promovidos por sindicatos, associações e empresas.

“A qualificação de mão de obra especializada sempre foi, de certa forma, escassa para o segmento de ar condicionado. Sempre houve esforços das empresas para o constante treinamento e aprimoramento de seus colaboradores, fornecendo capacitação, visto que muitos ingressam no mercado de trabalho como aprendizes ou auxiliares, sem grandes conhecimentos técnicos”, pondera o engenheiro mecânico e de segurança do trabalho Arnaldo Lopes Parra, vice-presidente de marketing e comunicação da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava).

Segundo ele, a qualificação é bem mais restrita para os níveis de mão de obra direta, tais como técnicos, que interagem diretamente nos processos de instalação e manutenção dos sistemas de climatização, impactando na qualidade das operações das empresas. “Atrevo-me a dizer até que este é um problema de âmbito nacional, não necessariamente atrelado ao nosso setor”, reitera.

Enfim, o especialista argumenta que os problemas de atividades exercidas sem o devido conhecimento técnico são comuns em qualquer ramo de atividade, e os danos ocasionados pela falta de instrução ou conhecimento, da mesma forma, geram incertezas e prejuízos.

“Em especial à área de climatização, onde percebemos dois problemas principais. O primeiro é relativo à segurança das instalações, principalmente as de pequeno e médio porte, executadas sem os devidos cuidados com a energia elétrica, o posicionamento de equipamentos, o acesso para manutenção etc. E o segundo se dá em torno da efetividade e da funcionalidade das instalações, tais como erros de dimensionamento de equipamentos, efeitos sobre a qualidade do ar interior, entre outros aspectos. Para todos os casos, os prejuízos geralmente ficam com o contratante, que recebe os serviços de forma inadequada, ocasionando custos adicionais ou não tendo suas expectativas atendidas”, comenta Parra.

O diretor da Abrava explica que existem diferenças de características na mão de obra especializada. Enquanto o profissional qualificado é aquele que comprova conclusão de curso específico na área, reconhecido pelo sistema oficial de ensino, o habilitado é aquele que, previamente qualificado, possui o devido registro legal no competente conselho de classe – no caso, o Crea e, futuramente, o CFT.

Por fim, há o profissional capacitado, sendo aquele que, simultaneamente, recebe capacitação sob orientação e responsabilidade de profissional legalmente habilitado e autorizado.

Profissionais capacitados ganham mais, lembram especialistas

“Os profissionais que investem mais fortemente em suas carreiras são muito mais valorizados no mercado de trabalho. A capacidade de diagnosticar problemas, apresentando a devida solução, é a chave de ouro para o sucesso da profissão”, reforça o engenheiro.

Tal visão é compartilhada pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Refrigeração, Aquecimento e Tratamento do Ar no Rio Grande do Sul (Sindigel/RS), Adriano Porto, que acumula a secretaria geral da Central dos Sindicatos Brasileiros – Seccional Rio Grande do Sul (CSB/RS).

“Nosso estado, que sempre foi reconhecido por ser um celeiro dos refrigeristas, infelizmente hoje convive com um mercado ‘prostituído’, assim como em todo o País. Há pessoas se formando ‘técnicos em refrigeração’ em um curso de final de semana, e estamos lutando para evitar que esse problema continue crescendo”, argumenta.

De acordo com o dirigente sindical, a qualificação da mão de obra proporcionará, certamente, uma maior valorização dos serviços prestados, “e o Sindigel/RS tem trabalhado para reverter este quadro, especialmente neste momento do HVAC-R nacional, com a questão do Plano de Manutenção, Operação e Controle para Ar Condicionado (PMOC)”, reforça.

Próximos anos

A procura por profissionais qualificados deve aumentar ainda mais por causa de outras mudanças pelas quais o mercado vai passar nos próximos anos, não só em virtude da crescente migração de mão de obra que atua com equipamentos de ar condicionado residencial para a área de refrigeração comercial, mas também pela redução de 35% no volume de importação do R-22, prevista para ocorrer a partir de 2020.

“Esse processo envolvendo o R-22 vai levar muita gente a estudar ainda mais com vistas a se qualificar, principalmente para poder executar o PMOC, em função das exigências de retrofit em toda a refrigeração comercial”, prevê Alexandre Fernandes Santos, sócio-diretor da Escola Técnica Profissional (ETP), de Curitiba.

Para absorver essa crescente demanda por técnicos em refrigeração e climatização, o HVAC-R nacional está investindo pesado em capacitação, por meio de cursos, treinamentos imersivos, palestras e eventos de modo geral.

Fazem parte do rol de empresas que estão apostando nesta mudança positiva nomes como LG, Bitzer, RAC Brasil, Danfoss, Carrier, Samsung, Trane, Electrolux e Chemours; instituições de ensino como Senai, Fatec, ETP e Centro de Ensino Técnico (Centec); e entidades como Abrava e Associação Sul Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Aquecimento e Ventilação (Asbrav).

“Realizamos ao redor de 50 treinamentos regulares internos e vários in company, em que vamos até o cliente para treinar seus funcionários. O objetivo principal é melhorar o nível de capacitação, visto que temos um grande volume de compressores aplicados em campo dentro e fora do Brasil. A ideia é receber o pessoal que quer aprender ou melhorar a capacitação, para poder se tornar um profissional melhor”, comenta Marcos Euzébio, engenheiro de aplicação e instrutor de treinamento da Bitzer.

O especialista acredita que a mudança de rota na mão de obra no mercado do frio também tem se dado pela ampliação do leque de oportunidades geradas pela migração dos profissionais que mexiam com splits – “área que ficou bem saturada” – para o segmento comercial, mais seletivo, que trabalha com equipamentos mais específicos. “O objetivo da Bitzer é melhorar a capacitação, dando maior quantidade de informação técnica refinada para o pessoal”, diz o engenheiro.

José Luiz Borges, mais conhecido no mercado como “Zé Cavalo”, está buscando se qualificar cada vez mais

Um exemplo recente de que é possível buscar conhecimento e mudar de patamar profissional vem de José Luiz Borges, mais conhecido no mercado como Zé Cavalo. De São José do Rio Preto, no interior paulista, o profissional atua há dez anos e tem se capacitado constantemente.

“Trabalho só com split, mas agora estou querendo migrar para a refrigeração. Tenho buscado aprender o máximo possível também para provar para as pessoas e amigos da área que querem crescer, que eles podem”, explica.

Outro profissional que buscou atualizar conhecimentos foi Lucas Fernandes da Silva, de Santo Antônio dos Lopes (MA), cidade de apenas 14,2 mil habitantes localizada no Complexo Termelétrico Parnaíba, um dos maiores geradores de energia a gás natural da América Latina.

Ele explica que trabalhava na empresa do tio e precisava se capacitar, mas na região onde mora não há escolas nem empresas que ofereçam treinamentos em HVAC-R. Como muitos colegas, buscou aprender mais por meio de grupos no WhatsApp, em vídeos no YouTube.

Quem também está buscando mais conhecimento é o jovem refrigerista Lucas Fernandes da Silva

“Alguns meses atrás, tive a honra de ser premiado com cursos gratuitos em várias cidades, com a ajuda dos amigos que organizaram uma campanha no Facebook, conseguindo vir a São Paulo e participar de curso de refrigeração na LG. De lá, passei pela Escola Argos, e depois estagiei em São José dos Campos. Depois passei por Belo Horizonte, onde fiz um curso de administração”, conta o jovem profissional, de 19 anos.

 

Conselho nasce para valorizar técnicos

Eleita em 22 de junho, a primeira diretoria do CFT, presidida pelo técnico em edificações Wilson Wanderlei Vieira, atual presidente do Sindicato dos Técnicos Industriais de Nível Médio do Estado de São Paulo (Sintec-SP) e da Federação Nacional dos Técnicos Industriais (Fentec), tem trabalhado a todo vapor para estruturar a entidade nacionalmente.

Wilson Wanderlei Vieira, presidente do Conselho Federal dos Técnicos Industriais

A seguir, confira o que pensa o dirigente do CFT, cujo mandado termina em 21 de junho de 2022.

Como está o andamento da formação do CFT? De que forma será o registro dos técnicos que hoje estão na base no Confea? Quantos técnicos devem ser registrados e qual será a anuidade em relação à cobrada pelos Creas?

No momento, estamos em processo de transição dos técnicos, até então alocados no Sistema Confea/Crea, para o Conselho Federal dos Técnicos Industriais. Daí a necessidade de inúmeras reuniões com as partes envolvidas. Enquanto a transição não é finalizada, os registros dos técnicos continuam da mesma maneira. Assim que forem constituídos, eles serão feitos diretamente nos Conselhos Regionais de Técnicos Industriais, o que deve acontecer a partir de outubro. Atualmente, temos aproximadamente 170 mil técnicos com anuidades em dia e cerca de 230 mil inadimplentes, queremos reaproximar esses inadimplentes do novo conselho. Quanto à anuidade, os técnicos já pagavam 50% a menos em relação aos engenheiros no Sistema Confea/Crea, e nós, no mínimo, manteremos esses valores. Cumpre ressaltar que a taxa do Termo de Responsabilidade Técnica (TRT) será menor do que a chamada Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), recolhida pelos Creas.

 

Além do estabelecimento estrutural e funcional do CFT e dos conselhos regionais, quais são suas prioridades na presidência? O senhor pretende se licenciar do Sintec-SP e da Fentec ou vai acumular as presidências?

Uma das primeiras e grandes prioridades é o devido cumprimento de todos os dispositivos da Lei nº 5.524/1968 e do Decreto nº 90.922/1985, que regulamentam a nossa profissão. Se anteriormente nós éramos cerceados desse direito, tenham todos a certeza de que, a partir da constituição do nosso conselho próprio, a lei será devidamente cumprida. O CFT, juntamente com os conselhos regionais, trabalhará incisivamente em defesa da sociedade brasileira e pela valorização profissional dos técnicos. Quanto às presidências do Sintec-SP e da Fentec, decidiremos no momento oportuno.

 

Como o CFT pretende atuar na questão da fiscalização do trabalho dos técnicos, visto que há muitos atuando sem a devida formação, aviltando os ganhos?

O Sistema Confea/Crea foi fundado em 1933 e até hoje não tem uma fiscalização eficiente nesse sentido. Portanto, não é do dia para a noite que conseguiremos resolver todos os problemas. Sabemos que existe essa demanda importante, mas temos que realizar as coisas paulatinamente. Por historicamente defender sua principal categoria profissional – os engenheiros –, o Sistema Confea/Crea não dava a devida importância aos técnicos. Mas agora é diferente, pois nós temos um conselho próprio para trabalhar , com as atenções voltadas exclusivamente a eles. Teremos fiscais em todas as regiões do País, mas como a contratação tem que ser feita por meio de concurso público, isso também leva um certo tempo. O importante é que, assim que nós definitivamente nos estabelecermos após esse período de transição, teremos muito mais condições de enfrentar essas demandas. Vamos precisar do apoio de todos os envolvidos, e da confiança da sociedade e dos próprios técnicos. O conselho é de todos e para todos.

 

Os técnicos em refrigeração e climatização têm sofrido com a concorrência desleal de “curiosos” que invadiram o mercado e estão fazendo trabalhos abaixo dos valores de setor e até colocando em perigo os clientes. Como o CFT pretende agir para coibir práticas deste tipo?

Trata-se de uma modalidade técnica bastante específica, mas como todas as outras também terá nossa atenção. Acabar com essa concorrência desleal – como você destaca – requer um trabalho de fiscalização nas próprias empresas, e cada conselho regional terá essa incumbência.

 

Como o CFT vai trabalhar para incentivar o desenvolvimento da formação educacional dos técnicos de modo geral, para que o mercado tenha mão de obra cada vez mais qualificada?

A formação técnica é uma responsabilidade das escolas técnicas, mas temos a absoluta certeza de que cada conselho regional se aproximará das instituições de ensino, cobrando mais qualidade e estabelecendo parcerias para oferecer mais aulas práticas e treinamentos aos alunos, similares ao que eles encontrarão no mercado de trabalho. Comprovadamente, os formandos em cursos técnicos têm muito mais possibilidades de entrar no mercado de trabalho, justamente por causa desse aprendizado prático.

 

O que falta para que os técnicos saiam mais capacitados para o mercado de trabalho? Quantos deles se inserem no setor anualmente?

Como disse, investir em aulas práticas é um caminho importantíssimo, e muitas escolas técnicas entendem essa necessidade curricular. Os alunos de hoje serão os profissionais técnicos de amanhã, e caberá a eles trabalhar com o devido conhecimento e ética para valorizar a nossa profissão e proteger a sociedade dos falsos profissionais.

Asbrav promove cursos de instalações elétricas 

A Associação Sul Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Aquecimento e Ventilação (Asbrav) abriu inscrições para os cursos de instalações elétricas, cujo objetivo é atender às exigências do novo texto da Norma Regulamentadora (NR) 10.

Segundo a entidade, os cursos contam com duas modalidades: NR10 básico e NR10 reciclagem, abordando aspectos sobre as rotinas de trabalho.

Com dez encontros, as aulas de NR10 básico iniciam na segunda-feira (17/04) e ocorrem até 3 de maio, sempre das 18h30min às 22h30min.

A qualificação pretende oferecer aos participantes os requisitos e condições mínimas previstas na diretriz, introduzindo cuidados com a segurança, além de apresentar riscos em instalações e serviços; equipamentos de proteção coletiva e individual; normas técnicas brasileiras; proteção e combate a incêndios.

Para cursar o módulo NR10 reciclagem, o participante deve apresentar o certificado de NR10 básico.

Esta unidade conta com apenas dois encontros, na terça e quarta-feira (18/04 e 19/04), também das 18h30min às 22h30min. A nova redação da norma prevê um novo treinamento a cada dois anos.

Desta forma, serão abordados conceitos sobre acidentes de origem elétrica; zonas de risco, controlada e leve; medidas de controle; percepção de risco e perigo.

O investimento para o curso de NR10 básico é de R$ 300,00 para associados à Asbrav e R$ 450,00 para o público em geral. Já os associados pagam R$ 150,00 para NR10 reciclagem, enquanto o valor para demais interessados é R$ 225,00. O pagamento deve ser feito no ato da matrícula.

As vagas são limitadas a 30 participantes por turma e as datas podem sofrer alterações sem aviso prévio. Informações e inscrições na sede da Asbrav (Rua Arabutan, 324, bairro Navegantes, Porto Alegre), pelos telefones (51) 3342 2964, 3342 9467, 991 514 103 e 991 514 104 ou pelo e-mail secretaria@asbrav.org.br.