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AHR Expo 2024 impulsiona HVAC-R em Chicago

A AHR Expo, um dos principais evento HVAC-R (aquecimento, ventilação, ar condicionado e refrigeração), teve início hoje no McCormick Place de Chicago e ocorrerá até o dia 24 de janeiro. Com um foco crescente na descarbonização e eletrificação, o evento reúne fabricantes, fornecedores, empreiteiros e engenheiros para discutir e apresentar as últimas inovações no setor.

Após a última edição em 2021, a indústria HVAC-R tem se adaptado à nova norma pós-pandemia. Nicole Followell Bush, diretora de marketing da AHR Expo, destaca o ressurgimento notável de participantes nas últimas mostras e a expectativa de que mais setores da indústria aproveitem essa experiência valiosa.

Nesta edição, o evento oferece uma rica variedade de oportunidades educacionais, destacando-se com mais de 110 seminários gratuitos, painéis, apresentações de produtos e tecnologias, certificações profissionais e cursos de educação continuada.

O Programa Educacional abrange diversos tópicos, desde gerenciamento de negócios até disciplinas de nicho, proporcionando aos participantes a chance de se atualizarem sobre as últimas tendências e estratégias de crescimento.

Além disso, a feira inclui uma série de painéis de discussão, reunindo líderes de organizações importantes do setor para abordar desafios, oportunidades e previsões, incluindo mudanças regulatórias, previsões econômicas e a transição verde.

O Programa Abrava Exporta, resultado de uma parceria entre a Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), levou cerca de onze empresas do setor para participar da feira. As empresas incluídas no programa são Asmontec, Bundy Refrigeration, EQ Tech (Frigoking), Globus, Joape, Mecalor (Kilmatix), RLX Refrigerants, Serraff, Thermomatic, Trox e Unada Motor.

Trocadores de calor, uma área avessa à mesmice

Embora semelhantes ao cumprir suas funções elementares nos sistemas de HVAC-R, condensadores e evaporadores se diferenciam bastante – do projeto à manutenção –, dependendo da aplicação desejada.

Mesmo quem não conhece a fundo os setores de refrigeração e ar condicionado tende, a perceber que trocar calor por frio, ou vice-versa, constitui a base de qualquer engenho humano desenvolvido em nome do conforto térmico, assim como da conservação dos mais diversos produtos perecíveis e matérias-primas.

Por trás dessa missão de tão grande responsabilidade, se encontra a busca centenária por diferentes formas construtivas e características operacionais que hoje fazem da palavra inovação ponto de honra nas indústrias do segmento.

Também se multiplicaram, ao longo dos anos, os tipos de trocadores de calor, um claro exemplo de como o segmento tem acompanhado a profusão de lançamentos realizados pelas OEMs (Original Equipment Manufacturer, que em português quer dizer “Fabricante Original do Equipamento”) do HVAC-R.

Igual atenção tem merecido a eficiência energética, bem como o atendimento às exigências trazidas pela utilização de fluidos refrigerantes com baixo GWP, aspecto primordial no combate ao crescente aquecimento do planeta, um problema que – literalmente – todos já estamos sentindo na pele.

Diante da importância dos condensadores e evaporadores em todo esse cenário, e da gama de modelos e aplicações disponível atualmente no mercado, ouvimos nesta reportagem alguns dos seus fabricantes mais conhecidos, cada qual dizendo como enxerga essa realidade, assim como as tendências que vêm por aí.

Inovação constante

A ânsia por fazer diferente o que parecia fadado à mesmice é um traço marcante em fábricas deste nicho. “Somos os únicos no Brasil a fabricar tubos aletados do tipo truffin, com 29 aletas por polegada, tecnologia que oferece um excelente desempenho em troca térmica, além de uma área de contato muito maior para o fluido”, exemplifica o executivo de vendas da Apema, Luan Maximo.

Diferenciais assim, segundo o engenheiro mecânico, permitem o desenvolvimento de equipamentos mais compactos e eficientes por empresas como a dele, no tocante à condensação.

Já para os evaporadores da marca, ele afirma ter sido adotada pela Apema uma solução não menos inovadora, tendo em vista os mesmos objetivos, por meio da incorporação de tubos espiralados que também melhoram a performance e otimizam a transferência de calor.

Em matéria de tendências, ele garante que a empresa se encontra igualmente atenta em relação aos movimentos do mercado envolvendo os trocadores de calor brasados e os condensadores microcanal, em virtude da combinação entre alta eficiência e baixo custo em aplicações menos robustas, ao passo que para as de maior porte, a empresa ainda considera os modelos casco e tubos mais indicados.

Nas Indústrias Tosi, player igualmente tradicional da área, conhecido por produzir uma gama de evaporadores e condensadores a ar ou a água, ambas as modalidades de equipamentos têm incorporado soluções construtivas da mesma forma comprometidas com a meta de inovar.

As serpentinas dos seus equipamentos a ar, por exemplo, são do tipo multicanal, com aletas e tubos de 7 mm, seguindo assim uma tendência observada na Europa, onde eles já chegam a ter diâmetro cerca de 30% abaixo disso.

“Quanto aos modelos a água, inovamos ao ampliar o uso de trocadores de placa brasada, assim como de evaporadores inundados e do tipo fauling film”, acrescenta o engenheiro de produto e aplicação da empresa, Marcos Santamaria Alves Corrêa.

Também antenada com as principais demandas apresentadas pelos fabricantes de instalações frigoríficas e sistemas de climatização, a Trineva aposta em tubulações de menor diâmetro, sob medida para a utilização de fluidos refrigerantes de baixo GWP, como R-290, CO2 e A2L. “Em breve vamos oferecer aos nossos clientes aletados com bitolas assim”, assegura Julio Kemer, engenheiro de aplicação da empresa.

Mas como garantir as máximas eficiência e vida útil de um trocador de calor em meio à agressividade de ambientes corrosivos, como o das cidades litorâneas?

Essa pergunta intrigava a Deltafrio, cuja inventividade em procurar solução para um gargalo tão antigo quanto reconhecido por todos que atuam no segmento mereceu um Selo Destaque Inovação na última Febrava.

Batizado como Condensador Marinizado, o lançamento possui cinco fatores de proteção que chegam a quintuplicar sua vida útil, mesmo funcionando sob sol forte, maresia e até chuva ácida.

Uma delas, de acordo com o diretor da indústria, Marcelo Marx, são as aletas com 50% mais alumínio em sua composição, o que retarda significativamente reações químicas perigosas, como a conhecida pilha galvânica, decorrente do contato entre aletas de alumínio e tubos de cobre no interior dos aparelhos.

No campo da evaporação, por sua vez, a Deltafrio destaca outra inovação reconhecida pela comissão julgadora do mesmo prêmio: a evaporadora autolimpante, que se mantém higienizada sem a necessidade de esvaziamento periódico da câmara frigorífica, nem de verdadeiras escaladas para se chegar aos locais elevados onde a peça costuma ficar.

Dimensionar é preciso

Boa parte dos benefícios trazidos por tantas soluções inovadoras, promovidas pelas fabricantes de condensadores e evaporadores, corre o risco de cair por terra quando se dimensiona mal aquilo que deverá ser adquirido e instalado, dependendo das necessidades térmicas existentes.

“O dimensionamento adequado neste campo tem impacto direto na eficiência de um sistema de refrigeração, pois quando subdimensionados, os trocadores aumentam o diferencial entre as pressões de evaporação (baixa) e condensação (alta). E quanto maior este diferencial, superior é o consumo de energia para uma mesma capacidade frigorífica”, ensina Corrêa, da Tosi.

De acordo com o engenheiro, o projeto deve sempre encontrar o melhor ponto de equilíbrio entre eficiência energética e tamanho dos evaporadores e condensadores.

Já a vida útil, ele afirma depender muito do ambiente em que esses evaporadores vão operar. “No caso das serpentinas instaladas em ambientes agressivos, recomenda-se trabalhar com aletas de espessuras mais grossas, maior espaçamento entre aletas e, dependendo do caso, o uso de aleta de cobre e de tratamento fenólico”, completa o profissional.

O comprometimento de motores e outros componentes vitais de um sistema do HVAC-R é a ameaça trazida pelo dimensionamento inadequado de evaporadores e condensadores, na visão do engenheiro Julio Kemer, da Trineva.

“Superdimensionados, eles acarretam ciclos curtos, nos quais o ‘liga-desliga’ ocorre com frequência, desperdiçando energia por isso. No caso do evaporador, esse aumento desnecessário da área de troca impacta o aumento do superaquecimento útil”, adverte o especialista.

Mas se a falha for o subdimensionamento, Kemer frisa o risco de sobrecarga no compressor, o que leva, invariavelmente, ao maior consumo de energia, ou seja, na contramão de um dos principais mandamentos hoje na área.

Nos dias mais quentes, uma peculiaridade é lembrada pelo engenheiro da Trineva, além desta mesma elevação no gasto energético. Ou seja, o condensador subdimensionado tem sua capacidade reduzida, combinada ao aumento de pressão de descarga, resultando assim na rejeição ineficiente de calor e, em muitos casos, na parada pura e simples do sistema.

E quando se age da forma correta ao dimensionar evaporadores e condensadores? Bem, os resultados são completamente distintos.

Questionado a respeito, Luan Maximo, da Apema, enumera uma lista de benefícios que os usuários tendem a obter nessa hipótese: eficiência energética, vida útil prolongada, consistência de temperatura, eficiência ambiental, custos operacionais reduzidos e desempenho otimizado.

“É um procedimento fundamental para garantir que os sistemas de refrigeração funcionem de forma eficaz e sustentável ao longo de sua vida útil”, pondera o engenheiro.

Boas práticas

Tanto esmero por parte das indústrias, ao desenvolver condensadores e evaporadores para um número cada vez maior de aplicações, cada qual com seus próprios pré-requisitos operacionais, reclama cuidado semelhante dos profissionais de campo responsáveis por instalar e manter esses componentes básicos do HVAC-R.

Nos equipamentos da modalidade casco e tubos, por exemplo, o engenheiro Luan Maximo, da Apema, ressalta a importância da correta fixação das unidades, sempre na posição horizontal, apoiadas em suportes adequados e bem firmes.

Com isso, além do óbvio risco de acidentes, evitam-se vibrações indesejáveis, algo alcançado por práticas recomendáveis nesta hora decisiva de uma instalação, o que inclui fugir das soldas nesses suportes e utilizar, exclusivamente, seus próprios furos e parafusos.

Antes disso, contudo, o profissional recomenda a escolha do local correto para a colocação da unidade, “de preferência na saída das bombas de água de resfriamento”, ensina Maximo, acrescentando ainda a importância de se checar se o equipamento funciona com toda a sua capacidade de água preenchida, importante fator para o resfriamento eficaz.

Tão essenciais quanto esses aspectos, o profissional da Apema considera a eliminação de ar comprimido; garantia de fácil acesso dos técnicos aos bocais e válvulas, com destaque para a válvula de segurança, que previne sobrecargas no sistema e, por esse motivo, jamais deve ser obstruída por algum outro dispositivo do sistema.

Manuais salvadores

Aspectos assim estão nos manuais de todas as empresas da área, que tratam essa publicação com atenção especialíssima, por saber que seu perfeito entendimento, e a disposição dos seus destinatários em segui-lo, podem fazer toda a diferença entre o êxito ou fracasso de uma máquina que sai de fábrica com tudo para dar certo em campo.

No caso da Trineva, por exemplo, as orientações abrangem a localização definida para o evaporador na câmara frigorífica; a correta angulação do dreno da bandeja, para que retire de forma eficiente os condensados gerados durante a operação do evaporador; e o tubo de drenagem.

Condensadores, proteção, manutenção, tubulação e isolamento são outros pontos tratados pelos manuais da empresa, que convida os profissionais de instalação e manutenção a visitar o seu site, e assim mergulhar nesse verdadeiro mundo de informações úteis para o dia a dia.

“Os chillers de ar e os sistemas de expansão direta com condensadores externos, como os sistemas split, também têm na instalação desses componentes um ponto muito importante”, observa o gerente de negócios da Klimatix, George Szegö.

“Eles devem ser instalados em locais onde haja circulação de ar, tanto para a captação de ar fresco quanto para a exaustão de ar quente”, afirma ele, considerando crucial a obediência a esse aspecto para o bom funcionamento da máquina.

Um ponto básico nesse sentido, segundo ele, é se evitar a exposição direta dos condensadores à luz solar e qualquer outra fonte próxima de calor direcionada à parte do aparelho que executa a captação de ar.

Quanto às evaporadoras, normalmente situadas no interior dos ambientes, novamente a questão fácil acesso entra em cena, sob pena de dificultar uma simples remoção dos filtros para a essencial limpeza periódica.

“Isso é especialmente importante hoje em dia, com as novas normas hospitalares, como a 7256”, observa Szegö, para quem os manuais de fábrica são mesmo a fonte primária de informações confiáveis para o setor.

Sistemas com baixa carga de amônia ganham espaço no mercado industrial

 

A crescente preocupação em torno da segurança das pessoas e da proteção do meio ambiente no setor de refrigeração e climatização industrial tem levado diversos players do HVAC-R a constantemente buscar tecnologias mais eficientes. Exemplo desta nova realidade traduz-se na adoção de sistemas com carga reduzida de amônia, processo que tem se expandido rapidamente no setor.

Trata-se de uma solução inovadora que combina os benefícios da amônia como refrigerante com medidas de segurança avançadas. Ao reduzir os riscos associados ao uso de NH3 proporcionam-se também maior eficiência energética, conformidade regulatória e sustentabilidade ambiental.

A implementação apropriada desses sistemas passa, fundamentalmente, pela ênfase na avaliação de riscos, em projeto adequado, treinamento e manutenção regular, itens essenciais para garantir o desempenho ideal. É sob este cenário positivo que o mercado de refrigeração brasileiro está testemunhando o avanço do uso de carga reduzida de amônia.

A multinacional japonesa Mayekawa do Brasil, por exemplo, tem investido pesadamente para atender demandas relativas a instalações com baixa carga de fluidos refrigerantes, bem como o uso de fluidos naturais. Baseada nestes pontos, a empresa tem, em seu portfólio, a instalação de sistemas de refrigeração indireta, voltados ao resfriamento ou congelamento de produtos, os quais também podem ser utilizados em sistemas de climatização.

Denominado de CO2 Brine, o sistema consiste na aplicação da carga de amônia reduzida, utilizando-se dióxido de carbono como fluido refrigerante secundário (Brine). “Por ser um fluido natural de baixo custo e com uma baixa viscosidade dinâmica, tem sido uma ótima opção de fluido secundário seguindo a tendência dos fluidos refrigerantes naturais”, afirma o diretor comercial da Mayekawa do Brasil, Silvio Guglielmoni.

O executivo acrescenta que, se por um lado o sistema com amônia é extremamente eficiente energeticamente, por outro há riscos devido à sua toxidade. Em função dessa característica, instalações de refrigeração com carga reduzida de amônia são projetadas para mitigar esses riscos. Afinal, uma das principais preocupações no uso da amônia como refrigerante é o potencial de vazamentos, visto que podem representar riscos significativos para a saúde humana e o meio ambiente.

Vários são os aspectos levados em consideração em um projeto refrigeração com carga reduzida de amônia, como a adoção de válvulas de alívio de pressão, desenvolvidas para liberar amônia em caso de aumento excessivo de pressão no sistema, evitando falhas estruturais ou rupturas.

No caso de sistemas de detecção de vazamentos, a tecnologia se encontra em sensores de amônia, capazes de identificar e alertar sobre possíveis vazamentos, permitindo uma resposta rápida e eficaz para minimizar os riscos. Mas se houver vazamentos, sistemas de ventilação do ambiente de instalação são fundamentais para garantir a dissipação segura de amônia, protegendo os trabalhadores e o ambiente circundante.

A NR-36 desempenha papel fundamental ao estabelecer padrões de segurança, sugerindo, uma série de diretrizes, como a instalação de detectores de amônia em áreas técnicas, a implementação de sistemas de exaustão e purificação do ar, assim como a adoção de sistemas de alarme e evacuação de ambientes, como forma de lidar com eventuais ocorrências.

Vantagens

A adoção de carga reduzida de amônia oferece várias vantagens significativas para os profissionais do HVAC-R. Ao diminuir a quantidade de amônia no sistema, os riscos associados a vazamentos são substancialmente reduzidos, proporcionando um ambiente de trabalho mais seguro para os técnicos e evitando possíveis danos ao meio ambiente. Da mesma forma, esses sistemas operam de maneira eficiente, minimizando o consumo de energia e reduzindo os custos operacionais.

Outra importante exigência configura-se na conformidade regulatória. Em muitas regiões, existem regulamentações e normas rigorosas em relação ao uso de amônia como refrigerante devido aos seus riscos potenciais. Os sistemas de refrigeração com carga reduzida de amônia permitem que as empresas cumpram essas regulamentações. Além disso, a manutenção dos sistemas de refrigeração torna-se mais simples e econômica, incluindo a detecção de vazamentos, exigindo menos tempo e recursos para a manutenção preventiva.

Os sistemas de refrigeração com carga reduzida de NH3 contribuem para a sustentabilidade ambiental, uma vez que a amônia é um refrigerante natural sem potencial de aquecimento global.

Companhia que detém globalmente o pioneirismo e a expertise neste sistema, a Mayekawa do Brasil concluiu a primeira obra do País para uma indústria alimentícia. “Ao não bombear amônia para os evaporadores de ar forçado nos espaços refrigerados, utiliza-se uma pequena carga desse fluido refrigerante na sala de máquinas no estágio primário do ciclo de refrigeração para rebaixar a temperatura do CO2 para congelados (-30°C) e resfriados (-10°C). O CO2 é bombeado para os evaporadores de ar forçado como um fluido secundário”, explica o gerente comercial Ricardo César dos Santos.

Através da aplicação da solução com CO2 Brine, a empresa obteve uma redução significativa aproximada de 90% da carga de NH3, de 3.000 para 280 quilos com aplicação do CO2. “Também reduzimos a pressão de projeto em aproximadamente 60%, de 120 (bar) do sistema CO2 convencional para 40 (bar) no sistema CO2 Brine Mayekawa, mitigando consideravelmente riscos operacionais, além de aumentar a eficiência energética dos sistemas”, complementa.

A nova fábrica atendida pela Mayekawa tem capacidade total de refrigeração para o sistema de congelados de 420 Mcal/h e de 1.100 Mcal/h para resfriados. Além do Brasil, a multinacional japonesa já aplicou o conceito de CO2 Brine em dois projetos no Equador e um na Argentina. Na Ásia, onde esta aplicação está mais adiantada, são mais de 500 instalações de refrigeração industrial.

Etapas essenciais

Ao considerar a implementação de sistemas de refrigeração com carga reduzida de amônia, é importante seguir algumas fases fundamentais. A primeira delas é a realização de uma análise de riscos abrangente para identificar os pontos críticos e as áreas de melhoria em relação aos sistemas de refrigeração existentes.

Paralelamente, profissionais especializados devem projetar o sistema, considerando os requisitos específicos da instalação e garantindo que as medidas de segurança, como válvulas de alívio de pressão e sistemas de detecção de vazamentos, estejam devidamente incorporadas.

Outro fator importante é estabelecer um programa de manutenção preventiva para garantir o bom funcionamento do sistema, incluindo a verificação periódica de vazamentos, inspeção das válvulas de segurança e manutenção dos sistemas de detecção de amônia. Para que este item funcione bem, é essencial haver constantes treinamento e conscientização de técnicos e instaladores, sempre enfatizando os procedimentos de segurança e a importância da carga reduzida de amônia.

Ainda de acordo com a Mayekawa, as vantagens do CO2 como fluido secundário são várias – utilização 100% de Fluidos Naturais: NH3 e CO2; redução de 70% a 90% do volume de NH3; melhor eficiência energética total entre sistemas CO2 Brine x CO2 cascata; menor impacto caso haja vazamento, benefício no seguro industrial, atóxico, não inflamável, agilidade nas licenças ambientais); menor impacto ambiental (GWP e ODP zero) e no EAR ou PRG (Cetesb P4.261).

Outras vantagens são o custo de instalação e de manutenção mais baixo (reposições de óleo, overhaul, compressor x bomba); operação similar ao sistema NH3 bombeado convencional; sistema de controle simplificado; forçadores com redução de tamanho e peso na estrutura metálica; bombas secundárias com reduções significativas de potência; tubulações com redução nos diâmetros; sistema secundário isento de óleo; sistema secundário isento de ar; pressão de CO2 similar ao sistema NH3 convencional; carga de NH3 drasticamente reduzida através da utilização de trocadores shell & plate.

“Construir e projetar sistemas de refrigeração confiáveis, com excelente custo-benefício e ecologicamente corretos, usando CO2 como fluido secundário e utilizando o know-how japonês com mais de 90 anos de atuação no mundo, são os conceitos de trabalho da nossa companhia’, conclui Guglielmoni.

Monitoramento remoto, a pedra angular do supermercado moderno

Visto anteriormente como um complemento dispensável, os sistemas de monitoramento dos equipamentos do frio se tornaram ferramentas essenciais para varejistas que buscam maximizar a eficiência de seus sistemas e minimizar as perdas por paradas inesperadas, principalmente por mau funcionamento de componentes.

Ao procurar sistemas supervisórios, os supermercadistas entendem que a telegestão dos equipamentos nas lojas, o gerenciamento remoto de alarmes e a otimização dos parâmetros são hoje demandas inegociáveis, dada a grande importância que estes aspectos ganharam no HVAC-R.

Antes da chegada das tecnologias de monitoramento a distância, uma falha comum, a exemplo de um evaporador bloqueado por gelo, gerava altos custos de manutenção, visto que nesses casos havia a necessidade de deslocamento de uma equipe de serviço ao local para que fosse possível forçar um degelo manualmente.

“Hoje, algumas plataformas como o RED possuem algoritmos otimizados que conseguem prever uma possível perda de rendimento de um evaporador em um supermercado e gerar uma notificação para as equipes de monitoramento remoto para que uma revisão na configuração de degelo possa ser realizada a partir de uma central única de supervisão. Mesmo que esteja a centenas de quilômetros de distância não há necessidade de deslocar equipes técnicas ao local”, afirma o gerente técnico da Carel na América Latina, Marcel Nishimori.

As tecnologias de monitoramento atualmente disponíveis no mercado se refletem fortemente para minimizar os efeitos negativos de paradas para manutenção. “Ao visualizar os sistemas de supervisão e os gráficos com diversas informações termodinâmicas, as equipes de supervisão remotas conseguem realizar uma análise mais precisa e deslocar ao campo o tipo de profissional mais adequado para a realização da manutenção de forma mais assertiva e rápida”, explica o gestor.

Um dos principais produtos da Carel nesta linha específica da cadeia do frio é o Sistema Boss de monitoramento local. O componente supervisório permite conectar todos os dispositivos eletrônicos instalados nos equipamentos de frio alimentar, iluminação, ar-condicionado e outros que possam comunicar-se por meio de protocolos abertos, tais como ModBus, Bacnet, SNMP, entre outros.

“Esses dispositivos são essenciais para o armazenamento de informações de operação dos equipamentos, gestão de alarmes e a possibilidade de otimizar os sistemas pela integração entre os controles da casa de máquina (racks) e os evaporadores instalados nas câmaras frias e expositores. Funções como sucção flutuante, modulação de resistência de orvalho, entre outras, só podem ser executadas ao interligar todos os dispositivos através de um sistema supervisório”, detalha Nishimori.

Já a plataforma RED, ilustra o executivo, é a ferramenta, em nível corporativo, que permite a gestão de múltiplas lojas por meio de um painel de controle único, no qual todas as informações coletadas de centenas de equipamentos de cada estabelecimento são apresentadas em forma de indicadores de fácil compreensão, até para gestores que não são especializados em sistemas de refrigeração.

“A customização da forma em que as informações são apresentadas, além da expertise da nossa empresa em correlacionar os dados termodinâmicos de forma a utilizar algoritmos de machine learning (inteligência das máquinas) para predição de desvios de operação e falhas, são algumas das principais características dessa plataforma revolucionária”, complementa o gerente técnico da Carel.

Para o engenheiro de vendas da Danfoss, Alex Pagiato, os clientes supermercadistas geralmente buscam soluções tecnológicas para minimizar impactos de perdas em sua cadeia.

“Entretanto, podemos constatar que eles não desejam fazer simplesmente o monitoramento, mas, sim, aproveitar os benefícios que ele proporciona. Monitorar não significa dizer que todos os problemas vão desaparecer, mas sim vão ser evidenciados, e para isso ações terão de ser tomadas para alcançar mais performance. As tecnologias atuais proporcionam aos clientes desde o controle de temperatura em balcões e geladeiras até a garantia da qualidade de produtos comercializados, suscitando alarmes que reduzem tempos de paradas”, destaca o executivo.

Segundo ele, outro ponto a se levar em consideração neste cenário é o consumo de energia, um dos grandes vilões dos altos gastos no setor. “Muito precisa ser feito, mas um dos desafios e soluções propostas pela Danfoss é integrar todo o monitoramento de uma loja, incluindo iluminação, ar-condicionado, temperatura, alarmes e energia, garantindo, assim, a melhor gestão do negócio dos nossos clientes”, propõe Pagiato.

O gestor esclarece que o monitoramento de alarmes dos pontos críticos tem um impacto bem positivo, pois o operador recebe a informação, em tempo real, e pode tomar as ações necessárias, remota ou fisicamente.

“Embora cada loja tenha as suas particularidades, o monitoramento pode prever as manutenções preventivas antes que ocorra a manutenção corretiva. Estamos falando de 30% a 60% menos paradas para manutenções corretivas quando se tem o correto monitoramento. Para gerar economia de energia, é necessário realizar os ajustes nos parâmetros da sala de máquinas e no controle de cada ponto refrigerado. Assim, dá para economizar até 26% de energia”, completa Pagiato.

Outro importante player do HVAC-R, a Eletrofrio espera, para os próximos anos, um grande avanço na prestação de serviços de monitoramento remoto para gerenciamento do frio e da energia elétrica para os sistemas de refrigeração comercial.

Na visão do gerente de engenharia da companhia, Rogério Marson Rodrigues, toda base de hardwares e softwares já está desenvolvida e em operação em uma pequena parcela do varejo brasileiro, a qual já colhe excelentes resultados operacionais – da redução de quebras e de perdas de perecíveis à economia no consumo de energia elétrica.

“Tais avanços rapidamente serão transmitidos ao mercado e muitos outros varejistas procurarão por estes serviços”, projeta o executivo, para quem o monitoramento e gerenciamento de dados são ferramentas poderosas para as rotinas de manutenção, prevalecendo as preditivas e preventivas às corretivas.

“A redução do custo de substituição de peças e de mão de obra é perceptível já no primeiro ano de trabalho, porém nada supera a diminuição das quebras e da perda de produtos perecíveis e o melhor atendimento do consumidor final, aumentando a percepção de qualidade da marca do varejista que se utiliza desses recursos tecnológicos”, constata.

Conhecida pelos expositores frigoríficos presentes nas principais redes de supermercados do País, a Eletrofrio também é fabricante de equipamentos de refrigeração e painéis frigoríficos, não só para a refrigeração comercial, mas também para a industrial, novo mercado de atuação da companhia, que neste ano completou 76 anos de existência.

“Todos os sistemas de refrigeração projetados pela nossa empresa estão aptos a receber controladores eletrônicos interligados a um supervisório que permite acesso remoto, gerenciamento e análise de dados que resultam em uma programação de manutenção preditiva e preventiva, reduzindo as ações corretivas. Esse processo pode diminuir em até 50% as perdas de perecíveis em um supermercado”, enfatiza Marson.

Nessa mesma pegada, o vice-diretor da Full Gauge Controls, Rodnei Peres, entende que a busca por soluções em eficiência energética passa por componentes como controladores digitais inteligentes com funções de set point econômico, controladores para centrais de racks, válvulas de expansão eletrônica, softwares e aplicativos de gerenciamento via internet e equipamentos com compressores de velocidade variável.

“São investimentos que se pagam, na maioria das vezes, no médio prazo. O uso de válvulas de expansão eletrônicas, controladores para racks e software de gerenciamento representa uma economia que pode chegar a 20% logo nas primeiras semanas”, exemplifica o gestor.

A Full Gauge Controls também é famosa pelo software de gerenciamento remoto Sitrad Pro, reconhecido pela facilidade de programação, suporte técnico oferecido e economia de energia gerada.

De acordo com a companhia, um de seus carros-chefes é a linha Valex para controle de válvulas de expansão eletrônica, modelos VX-1025E plus e VX-1050E plus, que garantem economia de cerca de 20% na aquisição de equipamentos que complementam a instalação, já que estes podem ser mais compactos e de menor capacidade.

“Ao realizar o gerenciamento e monitoramento pelo Sitrad Pro, o instalador, o usuário responsável pela manutenção e o proprietário do negócio acessam as informações em tempo real, evitando perdas geradas por uma série de problemas, como a existência de uma porta de uma câmara fria aberta, por exemplo”, justifica Peres.

O monitoramento a partir de sensores sem fio e de alarmes inteligentes também é o foco da Syos, startup parceira da Coel. A empresa tem como clientes supermercadistas que necessitam acompanhar o desempenho de refrigeradores, balcões, freezers e câmaras frias.

“A qualquer sinal de não conformidade, seja por causa de um problema do próprio equipamento, de uma porta de câmara fria aberta, do armazenamento de produtos em excesso em um refrigerador ou algum problema de temperatura, enviamos alertas via WhatsApp indicando qual equipamento está com problema para que o gestor ou seu time possa resolvê-lo de forma rápida e eficiente”, explica o CEO da companhia, Paulo Lerner.

O executivo diz que a inteligência artificial, que capta dados e entende os padrões de temperatura de cada equipamento, consegue identificar e prever falhas antes mesmo de elas acontecerem, fazendo com que a perda de produtos perecíveis seja reduzida significativamente.

“A tecnologia e a gestão inteligente dos nossos sistemas permitem ao supermercadista monitorar sua área refrigerada com segurança e tranquilidade, reduzir o comprometimento dos produtos, garantir mais qualidade e diminuir os custos, principalmente com manutenções emergenciais”, conclui Lerner.

Especializada em projetos de refrigeração comercial e na prestação de serviços de assistência técnica, manutenção preventiva, corretiva, projetos, vendas, retrofits e planejamento de novas obras, a Superfrio também aposta em centrais frigoríficas dotadas de inversores de frequência, válvulas de expansão eletrônicas, condensadores de microcanal e fluidos refrigerantes de baixo potencial de aquecimento global.

Segundo o analista de marketing do fabricante, Eduardo Seraphim, a empresa dispõe de produtos de série e customizados que combinam componentes de última geração desenvolvidos para garantir sua durabilidade, melhorar a qualidade do frio alimentar, economizar energia e reduzir emissões de gases de efeito estufa.

“Com a tecnologia de monitoramento remoto, podemos identificar um problema muito mais rápido, conseguindo assim resolvê-lo em menor tempo. Consequentemente, as perdas se tornam cada vez menores, por conta de paradas em equipamentos do frio alimentar”, diz.

 Compressores

Fabricante das soluções de refrigeração Embraco, a gigante Nidec Global Appliance tem se focado em desenvolver e lançar produtos que respondam às principais demandas dos supermercadistas, como economia de energia e equipamentos tão eficientes que reduzem drasticamente as paradas para manutenção.

Uma das principais tendências tecnológicas oferecidas pela empresa está nos compressores de velocidade variável, que podem entregar até 40% de economia de energia, dependendo da aplicação, em comparação com a tecnologia tradicional de velocidade fixa.

Esses equipamentos oferecem também melhor desempenho na preservação dos alimentos, pois mantêm a temperatura interna dos gabinetes mais estável, bem como promovem a redução de ruído. Com esta tecnologia, o inversor (placa eletrônica) interpreta as necessidades de temperatura do refrigerador e regula a velocidade de rotação do compressor para atender essa demanda.

“O uso de compressores de velocidade variável eleva as possibilidades de aplicação da Internet das Coisas (IoT), pois os inversores que controlam os compressores permitem agregar novos recursos e controles entre o refrigerador e o compressor, os quais permitem, por exemplo, o monitoramento e a atuação remotos”, salienta o diretor de vendas e engenharia de aplicação para América Latina da Nidec, Sander Malutta, também responsável pelo portfólio da Embraco.

O executivo frisa que a companhia tem acompanhado a tendência tecnológica da redução de tamanho dos compressores. De acordo com ele, a miniaturização, por meio do uso de muita tecnologia embarcada, visa à fabricação de compressores menores, mas com a mesma capacidade de refrigeração e geralmente com maior eficiência energética do que seus antecessores.

“Há vários ganhos nisso, como o melhor aproveitamento do espaço interno do gabinete para armazenamento de produtos, a redução do consumo de recursos naturais para fabricação dos compressores e a otimização do transporte, com mais compressores por caminhão ou container”, afirma o diretor.

No Brasil, os carros-chefes para a refrigeração comercial da Nidec são os compressores de velocidade variável, como as linhas VEM e FMF. O VEMT404U foi desenvolvido para aplicações comerciais, como merchandisers e equipamentos de refrigeração para cozinhas profissionais ou outros serviços de alimentação.

O modelo FMF faz parte de uma família de compressores de velocidade variável para aplicações comerciais que apresenta os melhores níveis de eficiência energética do mercado na sua categoria de tamanho e capacidade de refrigeração, segundo a multinacional.

A tecnologia permite controlar melhor o funcionamento do equipamento de refrigeração. O compressor de velocidade variável, por exemplo, funciona acoplado a uma placa eletrônica (inversor).

“Nossos compressores, com essa tecnologia, utilizam um software de controle lógico chamado Smart Drop In, desenvolvido para ajustar a velocidade de rotação do compressor em situações de operações reais para o segmento comercial leve, como o degelo a gás quente ou resistência elétrica, abertura intensiva de porta e rápida recuperação de temperatura, sempre buscando um ponto adequado de consumo de energia”, finaliza Malutta.

Fabricantes investem em miniaturização de componentes e eficiência energética

Indústrias buscam conquistar maiores fatias do mercado doméstico com inovações tecnológicas sustentáveis.

O segmento de refrigeração doméstica não para de avançar tecnologicamente, sendo especialmente alavancado pelo surgimento de inovações na área comercial – de compressores mais compactos e de velocidade variável e suas placas eletrônicas a equipamentos mais sustentáveis e eficientes energeticamente. Em verdade, uma coisa puxa outra.

No escopo da Nidec Global Appliance, detentora da marca Embraco, os compressores têm se destacado, nos últimos tempos, pela rápida evolução dentro de um conceito de sustentabilidade ambiental, envolvendo o tripé eficiência energética, redução de desperdício de alimentos e diminuição do volume de matéria-prima utilizada.

“Atualmente, a tecnologia de velocidade variável, também chamada de Inverter, é a que entrega todos estes três fatores no seu melhor potencial. É uma tecnologia na qual o compressor interpreta as necessidades de temperatura do refrigerador e regula sua velocidade para atender essa demanda, trazendo maior eficiência energética, com economia de até 40% de energia – em comparação a um compressor tradicional –, além de melhor ajuste e controle de temperatura”, detalha o diretor de vendas para aplicações residenciais na América Latina da Nidec, Leandro Navarro.

O executivo explica que esses compressores possibilitam um desempenho ainda melhor na preservação dos alimentos e redução de ruído, grandes atrativos para o consumidor final. Segundo ele, esta tecnologia envolve um compressor conectado a uma placa eletrônica, chamada inversor.

“As placas eletrônicas da Embraco também trazem a opção de modularização, ou seja, um mesmo compressor pode se adaptar a diferentes refrigeradores em distintos lugares do mundo, apenas alterando o inversor, abrindo caminho, inclusive, para incorporar soluções bivolt, com um compressor 110V-220V”, exemplifica.

Navarro lembra ainda que as possibilidades de aplicações relativas à IoT (Internet das Coisas) também crescem quando se usam compressores de velocidade variável. “Isso porque os inversores – placas eletrônicas que controlam os compressores de velocidade variável – permitem agregar novos recursos e controles entre o refrigerador e o compressor”, descreve.

A Nidec dispõe de um portfólio bastante amplo de produtos, que muitas vezes são customizados para atender às necessidades de cada mercado ao redor do mundo. No Brasil, seus carros-chefes para a refrigeração residencial são os compressores de velocidade variável da linha FMS e os compressores de velocidade fixa da linha EM.

A linha EM apresenta excelente performance, eficiência energética, robustez, alta qualidade e confiabilidade. Conta com vários modelos, com opções diferentes tipos de refrigerantes.

Lançada recentemente, a linha FMS tem 12 centímetros de altura, um terço menor que o EM. Atinge 265 W de capacidade de refrigeração, mais de 20% acima das soluções existentes com tamanhos semelhantes.

“O FMS foi lançado com o objetivo de tornar a tecnologia de velocidade variável, ou inverter, mais acessível em todo mundo, trazendo as vantagens de economia de energia, baixo ruído, estabilidade, confiabilidade e melhor preservação dos alimentos”, enfatiza Navarro.

Eficiência energética

Uma importante tendência do HVAC-R brasileiro, de acordo com especialistas do setor, é a crescente exigência por equipamentos mais eficientes energeticamente. Este movimento ainda deve aumentar nos próximos anos, também em função da atualização do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) para refrigeradores residenciais, desenvolvido pelo Inmetro.

O PBE foi atualizado pela Portaria nº 332/2021, que entrou em vigor em 1º de julho deste ano, a qual criou três novas categorias nas etiquetas do Inmetro – “A+”, “A++” e “A+++”. Elas identificam os refrigeradores que são, respectivamente, 10%, 20% e 30% mais econômicos do que os produtos até então classificados como “A”. O varejo terá até 30 de junho de 2023 para comercializar os produtos com a etiqueta antiga.

A partir de janeiro de 2026, os selos voltarão a ir de “A” a “F”, entretanto, mais rigorosos. Ao final de 2030, o nível de consumo máximo permitido em cada categoria irá se tornar ainda mais restrito. “A Embraco já tem hoje, em seu portfólio, os produtos para atender a todas as etiquetas até 2030, pois, como uma marca global, estamos em mercados em que as exigências regulatórias são mais elevadas”, pondera o diretor da Nidec.

Outra tendência no mercado global, a redução do tamanho – miniaturização – dos compressores tem como foco a fabricação de itens menores, com até 50% de massa, porém com a mesma capacidade de refrigeração e mais eficientes do que seus antecessores.

“Há vários ganhos nisso, como a otimização do espaço interno do gabinete, liberando mais espaço para armazenamento de produtos, além da redução do consumo de recursos naturais para fabricação e otimização do transporte dos compressores”, complementa Navarro.

Os fabricantes também estão buscando operar com refrigerantes de baixo impacto no aquecimento global. A Nidec tem apostado no uso de refrigerantes naturais, como propano (R-290) e isobutano (R-600a), sendo este último o mais utilizado na refrigeração residencial. “Em 2021, 65% dos nossos compressores comercializados globalmente, somando refrigeração residencial e comercial, já contavam com fluidos refrigerantes naturais”, pontua o executivo.

Esta corrida está bem acelerada. Ainda em 2021 a Samsung já havia colocado no mercado geladeiras mais eficientes nas principais categorias (Duplex, Duplex Inverse, French Door e Side by Side), que passaram a atendem aos novos critérios do Inmetro.

De acordo com a multinacional sul-coreana, seu portfólio conta com vários refrigeradores que correspondem à classificação mais alta, graças às tecnologias embarcadas nesses modelos – entre elas, a do compressor Digital Inverter, que emite menos ruídos e pode economizar até 50% de energia.

“A preocupação com a redução de consumo de energia é uma tendência global, e em situações de escassez de chuvas e de uma consequente crise energética como a que vivemos no Brasil, esta questão se torna ainda mais importante. Atendendo aos mais altos padrões internacionais de eficiência e sustentabilidade, a nossa empresa se antecipou ao oferecer produtos que já correspondem às novas normas brasileiras”, afirma o diretor da divisão de eletrodomésticos da Samsung, Helbert Oliveira.

Entre os modelos mais populares da marca está a geladeira duplex Samsung Evolution RT46, dotada da tecnologia POWERvolt, que torna o equipamento mais resistente a picos de energia, problema recorrente no Brasil. Outro aparelho de destaque é a geladeira duplex Inverter Frost Free RT6000K 5-em-1 RT53, que conta com a tecnologia Twin Cooling Plus, voltada a conservar os alimentos frescos pelo dobro do tempo.

Já a geladeira duplex da marca, a Inverter Frost Free Inverse Barosa RL4363, pode ou não contar com o dispenser de água na porta. Este modelo também tem o Smart Sensor, ou seja, sensores que monitoram a temperatura ambiente, o nível de umidade interna da geladeira e até mesmo os hábitos de uso do aparelho, que se adapta e opera de forma otimizada e econômica.

Já entre os modelos Side by Side, destaca-se a geladeira Inverter Frost Free de três portas RS65R56, que conta com a tecnologia SpaceMax, construída com paredes mais finas, garantindo maior volume interno sem ocupar mais espaço no ambiente. O modelo vem com a exclusiva FlexZone, com temperatura independente, possibilitando quatro modos de resfriamento.

Em agosto passado, a Samsung lançou no Brasil seus primeiros modelos de geladeiras Bespoke, sendo um duplex inverse com 328 litros de capacidade, e um modelo flex, com capacidade de 315 litros, conversível entre freezer e geladeira. Ambos os modelos têm portas reversíveis, que abrem dos dois lados para se ajustar ao design da cozinha, a fim de otimizar o espaço.

O modelo Bespoke de 328 litros conta com a tecnologia SpaceMax e prateleiras retráteis para acomodar os alimentos com mais praticidade e um rack de vinho para armazenar garrafas refrigeradas na posição horizontal. Já a versão de 315 litros traz a opção de guardar alimentos frescos na geladeira ou mantê-los congelados usando-a como freezer.

Em julho, a sul-coreana LG Electronics apresentou suas novidades em linha branca na Casacor 2022, quando lançou as geladeiras Smart Side by Side UVnano. A grande novidade, de acordo com a multinacional, é a exclusiva máquina embutida Craft Ice, que permite fazer gelo em formato de esfera, os quais derretem lentamente, mantendo o sabor e a refrescância das bebidas. Outra evolução é a aplicação da tecnologia UVnano no dispenser de água. O uso de luz ultravioleta garante a eliminação de até 99,99% das bactérias no bocal.

A geladeira conta também com a tecnologia InstaView Door-in-Door, um painel de vidro que se ilumina com duas batidas, permitindo que os consumidores vejam o interior sem abrir a porta, reduzindo a perda de ar frio e economizando energia. Para manter os alimentos frescos por mais tempo, a geladeira vem equipada, internamente, com o filtro Hygiene Fresh+, que elimina até 99,999% de bactérias e remove o mau odor.

Outra marca a lançar um produto igualmente inovador foi a chinesa Midea, que apresentou ao mercado o refrigerador Side by Side 528L, que conta com freezer com capacidade de 184 litros, duas gavetas, três prateleiras na porta e três prateleiras internas.

De acordo com a multinacional, o aparelho é dotado de gaveta dupla de frutas e legumes, painel touch e prateleiras de vidro para dar maior estabilidade para latas e garrafas, além do ice twister, ativado com apenas um toque. Toda esta tecnologia embarcada proporciona economia de energia elétrica de até 28%.

Ao que tudo indica, a busca por equipamentos cada vez mais eficientes, com tecnologias que abram caminho, por exemplo, para a miniaturização de componentes, concordam especialistas do mercado do frio, continuará a ser destaque nos próximos anos no HVAC-R.

As apostas da refrigeração comercial

Segmento investe cada vez mais em tecnologias como conversores de frequência, condensadores de microcanal, fluidos refrigerantes de baixo impacto climático, trocadores de calor a placas e válvulas de expansão.

Capitaneado principalmente pelas vendas de ilhas e expositores frigoríficos, o segmento de refrigeração comercial cresceu sem parar na última década no Brasil, com resultados muito positivos alcançados pela indústria e pelo varejo mesmo durante a pandemia.

Para chegar ao atual cenário, esse mercado – que historicamente é um dos primeiros a sentir o impacto das crises econômicas – só saiu fortalecido dessa situação porque vem há algum tempo baseando sua evolução em três pilares – eficiência energética, miniaturização e uso de refrigerantes de baixo impacto ambiental.

Essas três tendências juntas também causam um enorme impacto nas metas de redução dos efeitos da refrigeração no meio ambiente, ajudando a preservar recursos, diminuir as emissões de CO2 e combater o aquecimento global.

Uma das tendências do varejo brasileiro, a busca por equipamentos energeticamente mais eficientes se intensificou especialmente em função do absurdo encarecimento da energia elétrica, item que pesa cada vez mais nos custos do negócio. Partindo dessa premissa, avançam as tecnologias capazes de mitigar essa e outras despesas, além de diminuir os gastos com manutenção e proporcionar uma gestão mais inteligente dos equipamentos.

“Como fabricantes de compressores e unidades condensadoras, nosso foco é desenvolver e lançar produtos que respondam a essas demandas. Uma das principais tecnologias para isso está nos compressores de velocidade variável, que podem resultar em até 40% de economia de energia, dependendo da aplicação, em comparação à tradicional tecnologia de velocidade fixa. Esses compressores oferecem ainda melhor desempenho na preservação dos alimentos e redução de ruído”, afirma o diretor de vendas e engenharia de aplicação para América Latina da Nidec Global Appliance, Sander Malutta.

Similarmente, o HVAC-R mundial tem apostado no avanço dos compressores com motor de ímã permanente, também conhecidos como BLDC, que estão ficando cada vez mais populares no segmento de refrigeração. Trata-se de um tipo de motor que vai dentro de um compressor de velocidade variável.

“Em testes reais, sistemas contando com compressores BLDC, válvulas de expansão eletrônicas e controle adaptativo conseguem entregar mais de 24% de economia de energia na comparação com as soluções tradicionais do mercado. Essa redução de consumo já é notada pelos supermercadistas que, uma vez em contato com esse tipo de tecnologia, dificilmente voltam a aceitar sistemas menos eficientes”, comenta o gerente técnico para a América Latina da Carel, Marcel Nishimori.

Desenvolvido para trabalhar em várias velocidades, o motor de ímã permanente permite que o compressor adapte seu funcionamento às necessidades do equipamento de refrigeração.

“Em um ambiente de constante abertura de portas, como um supermercado, por exemplo, ele recupera a temperatura ideal muito mais rapidamente do que um compressor de velocidade fixa (liga-desliga). Esse motor tem causado um impacto muito positivo no setor, visto que os modelos mais recentes podem economizar até 40% de energia elétrica, em comparação com os compressores de velocidade fixa”, concorda Malutta, da Nidec.

O executivo aponta também como tendência o uso do glicol como fluido secundário em aplicações de média temperatura, processo que já está consolidado em todos os tamanhos de supermercado no Brasil. Segundo ele, atualmente é muito comum encontrar unidades condensadoras dentro das lojas do tipo low condensing para expositores verticais e câmaras frias que operam em baixa temperatura.

“As unidades low condensing são pensadas para aproveitar as linhas de glicol que passam pelo estabelecimento e utilizar esse fluido como agente de condensação em vez de se instalar uma central de compressores na casa de máquinas e ter tubulações de cobre até os pontos de frio em toda loja. Essa nova modalidade de instalação aumenta a área de vendas, pois se faz necessário o uso de uma central de compressores para os evaporadores de congelados”, detalha Nishimori, da Carel.

Outro fator que colaborou decisivamente para os ganhos em refrigeração comercial são os projetos envolvendo o fechamento de expositores e ilhas com portas de vidro, que até então eram abertos, se configurou em outra tendência adotada pelos varejistas.

“Somente esse ajuste diminuiu significativamente a carga térmica dos expositores, proporcionando redução de carga frigorífica e dando espaço nos racks de frio alimentar à linha de compressores com tecnologia scroll e herméticos, em substituição aos tradicionais semi-herméticos, cuja eficiência é menor”, explica o coordenador de vendas na Danfoss, Oswaldo Maestrelli Junior.

Juntamente com a eficiência energética, o mercado do frio tem acompanhado a tendência tecnológica de redução de tamanho dos compressores, a chamada miniaturização.

A partir do uso de muita tecnologia embarcada, esse processo visa à fabricação de compressores menores, mas com a mesma capacidade de refrigeração e até mais eficiência energética do que seus antecessores.

“Há vários ganhos nisso, como a otimização do espaço interno do gabinete, liberando mais área para armazenamento de produtos e reduzindo o consumo de recursos naturais para fabricação dos compressores”, salienta o executivo da Nidec, fabricante da marca Embraco.

Baixo impacto

Outra forte tendência na refrigeração comercial, que utiliza anualmente toneladas de gases refrigerantes, é a busca por substâncias de baixo impacto ambiental, a exemplo do propano (R-290).

“Em 2021, 65% de nossos compressores, comercializados globalmente, tanto em setores residenciais quanto comerciais, já contavam com fluidos refrigerantes naturais”, descreve Sander Malutta.

A aplicação de fluidos refrigerantes de baixo GWP, especialmente o propano, o dióxido de carbono e misturas à base de hidrofluorolefinas (HFOs), tornaram-se outra alternativa aos refrigerantes que encontram-se em gradual processo de retirada do mercado.

“O desenvolvimento de novas tecnologias visa atender às demandas da Emenda de Kigali e procura, com isso, minimizar o consumo de energia elétrica. Fluidos refrigerantes de baixo GWP e controle de capacidade nos compressores são ações efetivas que trouxeram novas perspectivas para o futuro próximo”, complementa o gerente de engenharia da Eletrofrio, Rogério Marson Rodrigues, lembrando que são diversos os projetos em operação que já usufruem daquilo que será regra muito em breve.

De acordo com o executivo, a fabricante curitibana tem em seu portfólio equipamentos resfriadores de glicol (HighPack), considerados a vedete da refrigeração comercial brasileira no momento.

“São máquinas simples, de baixo custo, boa eficiência energética e reduzida carga de fluido refrigerante, ou seja, um conjunto de características consideradas estratégicas na análise de viabilidade de um projeto que busca atender às demandas atuais e futuras de um sistema de refrigeração para supermercados”, avalia Rodrigues.

Para o vendedor técnico da Danfoss Alex Pagiato, que atua nos segmentos de OEM e usuários finais, “a tecnologia de condensadores microcanal mostrou-se a mais favorável, pois reduz a carga de refrigerante em até 30%, atendendo aos requisitos e às normas que restringem o volume a 150 gramas, no caso do propano”, argumenta.

O representante da multinacional dinamarquesa informa que entre seus carros-chefes estão os compressores scroll homologados para os principais fluidos refrigerantes; inversores de frequência; válvulas de expansão eletrônicas do tipo passo e pulso; condensadores microcanal; trocadores de calor a placas; válvulas de balanceamento para fluido secundário; controladores eletrônicos e gerenciadores de sistema com acesso remoto. Todos estes produtos são importados das plantas globais da Danfoss localizadas na Europa, Ásia e América do Norte.

A japonesa Nidec, por sua vez, tem um rol bem diversificado de produtos voltados à refrigeração comercial, no caso dos compressores de velocidade variável, como as linhas FMF e VEM.

A linha FMF é uma família de compressores para aplicações comerciais que apresenta os melhores níveis de eficiência energética do mercado na sua categoria de tamanho e capacidade de refrigeração. Com deslocamento máximo de 6 a 15 cc, a versatilidade deste portfólio o torna indicado para equipamentos de qualquer segmento, como varejo de alimentos, cozinhas profissionais, aplicações médicas e científicas e expositores (merchandisers). Conta com tecnologia de velocidade variável (inverter) e utiliza refrigerante R-290.

A linha VEM tem como destaque o modelo VEMT404U – compressor para aplicações comerciais como merchandisers e equipamentos de refrigeração de cozinhas profissionais ou outros serviços de alimentação. Funciona com R290 e é até 10% mais eficiente do que os modelos competidores equivalentes (inverters).

Entre as unidades condensadoras, alguns dos principais modelos vendidos para uso no varejo brasileiro são as UFMF, projetadas para refrigeração comercial e reconhecida por sua eficiência energética, o que as tornam ideais para aplicações que exigem alta estabilidade de temperatura, confiabilidade e baixo ruído.

Bivolts e de bifrequências, operam nas tensões nominais de 110 V e 220 V e nas frequências de 50 e 60 Hz, além de trabalharem em ampla faixa de rotações por minuto (RPM). São dotadas de um compressor de velocidade variável FMF que, por meio de gerenciamento eletrônico, mantém a temperatura estável, independente da demanda, e opera com R290.

Já na linha de compressores de velocidade fixa com alta eficiência energética, o destaque vai para o compressor NEX, voltado para aplicações no varejo de alimentos, como expositores refrigerados, e para serviços de alimentação, como máquinas de gelo, refrigeradores de cozinhas profissionais e refrigeradores de bebidas.

“Trata-se da quarta geração da família de compressores Embraco NE. Em comparação com as gerações anteriores, fornece entre 7% e 10% mais eficiência energética, menores ruído e vibração, e opera com refrigerante natural R290”, informa Sander Malutta, da Nidec.

Além do já citado conjunto de compressor BLDC, do tipo variável, a multinacional norte-americana Carel aposta no variador de velocidade Power+, na válvula de expansão eletrônica e no controle completo que possibilita a integração de todos os componentes em um sistema adaptativo para diversos tipos de aplicação.

O gerente técnico para a América Latina da Carel, Marcel Nishimori, comenta que a recém-lançada família de controles iJ tem como principal característica a conectividade, tanto de interface com o usuário quanto de troca de informações, em tempo real, com o módulo inversor do principal compressor VCC disponível no Brasil.

“Esta integração entre controle e inversor permite obter o máximo rendimento frigorífico, proporcionando maior estabilidade de temperatura ao produto e aumentando sua qualidade sensorial e vida de prateleira”, completa.

Principais tendências do mercado brasileiro

Conversores de frequência. São conhecidos também como inversores de frequência, ou inverters. Trata-se do dispositivo eletrônico que é acoplado ao compressor e controla a velocidade de funcionamento do motor de ímã permanente, que fica dentro do compressor. Juntos, eles compõem o chamado compressor de velocidade variável.

Condensadores de microcanal. Tecnologia que utiliza canais mais finos no condensador, aumentando a pressão exercida sobre o fluido refrigerante, permitindo o uso de uma quantidade menor de material.

Fluidos refrigerantes de baixo impacto climático. Nas últimas décadas, um esforço global tem sido para substituir os HFCs refrigerantes com alto potencial de aquecimento global, por fluidos de menor impacto ambiental. Os refrigerantes naturais estão entre as melhores e mais viáveis alternativas no campo da refrigeração comercial leve.

 

Aberta as inscrições para o Circuito dos Instaladores etapa João Pessoa-PB

A escola Senai ORC-PB (Odilon Ribeiro Coutinho) vai sediar nos dias 21, 22 e 23 de setembro, das 18h às 21h, a quinta etapa do Circuito dos Instaladores pela Valorização Profissional, um evento itinerante gratuito promovido pela Revista do Frio com o apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial e patrocínio de grandes empresas do mercado de refrigeração e ar condicionado. Durante o encontro, que será transmitido pelo Clube do Frio, especialistas do setor vão compartilhar com os participantes informações sobre as últimas inovações e tendências tecnológicas na indústria de climatização. Além disso, haverá sorteio de prêmios exclusivos para a audiência presente e remota.

Para participar do encontro, os interessados devem preencher o formulário de inscrição disponível no site da Revista do Frio. As vagas disponíveis para o evento presencial são limitadas.

Inscreva-se já!

Chemours promove webinar sobre soluções para refrigeração comercial

A Chemours promove no dia 11 de agosto, quinta-feira, a partir das 19h, um webinar com o tema “Soluções para Refrigeração Comercial”, que será apresentado por Lucas Fugita, especialista em Serviços Técnicos, Estratégia e Desenvolvimento de Negócios na empresa.

O webinar é o segundo encontro realizado para dar suporte à campanha “A Mudança que o Mundo Precisa”, lançada em junho pela Chemours.

No encontro, serão comparadas as diferentes soluções disponíveis no mercado e as tendências para fluidos refrigerantes de baixo impacto ambiental e que são essenciais para a redução das emissões de CO2 com baixo custo total de propriedade, tendo como público principal, profissionais em Refrigeração Comercial e Supermercadistas.

Senado aprova adesão do Brasil à Emenda de Kigali

O Senado aprovou nesta quarta-feira (13) o projeto de decreto legislativo que ratifica acordo para redução da emissão de gases hidrofluorcarbonos (HFCs), que provocam aquecimento global. O gás é usado como fluido refrigerante no setor de refrigeração e climatização e também em alguns produtos aerossóis.

No Senado, o projeto tramitou na forma do PDL 179/2022. Antes, na Câmara, havia tramitado na forma do PDL 1100/2018. Agora a matéria segue para promulgação.

O texto ratifica a Emenda de Kigali, assinada em 2016 com o objetivo de alterar o Protocolo de Montreal. Seguido pelo Brasil desde 1990, esse protocolo é o único tratado multilateral sobre temas ambientais com ratificação universal.

De acordo com o Protocolo de Montreal, os países se comprometem a substituir as substâncias responsáveis pela destruição do ozônio, como os clorofluorcarbonos (CFCs) e os hidroclorofluorcarbonos (HCFCs). No entanto, sua redação original não tratava dos hidrofluorcarbonos (HFCs), que são utilizados há décadas como alternativa aos CFCs e aos HCFCs. A Emenda de Kigali incluiu os HFCs no protocolo.

Apesar de não causarem danos à camada de ozônio, os hidrofluorcarbonos apresentam elevado impacto no sistema climático global — o HFC é milhares de vezes mais prejudicial que o dióxido de carbono (CO2), o principal responsável pelo aquecimento global.

Atraso

O texto desse acordo, enviado pelo Executivo ao Congresso em 2018, já havia sido aprovado pela Câmara dos Deptutados em maio deste ano. Durante a votação do projeto no Senado, nesta quarta-feira, a senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP), relatora da matéria, lembrou que dos 144 países em desenvolvimento somente Brasil e Iêmen ainda não tinham ratificado a Emenda de Kigali nem enviado carta-compromisso sobre o assunto à Organização das Nações Unidas (ONU).

Mara também observou que a adesão da China ao acordo, em 2021, aumentou a pressão para que o Brasil se posicionasse quanto à questão.

— Com a ratificação pela China, provavelmente haverá uma revolução em termos de tecnologia. E como a Emenda [de Kigali] está atrelada ao Protocolo [de Montreal], os países que a ratificam passam a ter acesso aos recursos do protocolo para adaptação dos processos industriais e capacitação técnica da mão de obra — ressaltou a senadora, que também afirmou que a estimativa é de recursos da ordem de US$ 100 milhões para o Brasil, para que as indústrias de capital possam adaptar seus processos produtivos.

Cronograma

A Emenda de Kigali define um cronograma de redução da produção e consumo dos hidrofluorcarbonos (os HFCs). Segundo o texto, países em desenvolvimento, como o Brasil, deverão “congelar” seu consumo do gás HFC até 2024; reduzir seu consumo em 10% até 2029; e reduzir em 85% até 2045.

Já os países desenvolvidos se comprometeram a reduzir seu consumo de HFCs em 10% em 2019 até alcançar menos de 85% em 2036.

As emissões dos HFCs vêm aumentando globalmente em torno de 8% ao ano, podendo responder por até 19% das emissões de gases de efeito estufa em 2053, de acordo com dados da ONU. Essa entidade estima que, sem a Emenda de Kigali, a contribuição do HFC para o aquecimento global poderia por si só provocar um aumento médio da temperatura de aproximadamente 0,5 °C.

Com informações da Agência Câmara

Fonte: Agência Senado

Indústria e comércio homenageiam refrigeristas

Apesar das dificuldades enfrentadas no dia a dia, técnicos profissionais do setor conquistam mais reconhecimento.

Sistemas de aquecimento, ventilação, ar condicionado e refrigeração (HVAC-R, na sigla em inglês) são componentes das nossas vidas, mas sobre os quais a maioria absoluta das pessoas não pensa em seu dia a dia, a menos que algo dê errado.

Quando ocorrem contratempos, os clientes recorrem a um grupo especial de prestadores de serviços preparados para instalar e consertar equipamentos do gênero em casas, shoppings, hotéis, supermercados, hospitais, bancos de sangue, meios de transporte, data centers, indústrias e demais instalações essenciais à vida moderna.

Estamos falando dos engenheiros, técnicos, mecânicos e demais profissionais do HVAC-R, classe que costuma receber homenagens da indústria e do comércio de refrigeração em 7 de julho, data em que o setor tem comemorado, nos últimos anos, o Dia do Refrigerista.

Apesar de ainda ser uma comemoração informal, ou seja, não oficializada em nenhuma espécie de lei ou calendário de efemérides comerciais do País, se não fossem esses profissionais, quem, afinal de contas, estaria reparando geladeiras, freezers, condicionadores de ar, túneis de congelamento, câmaras frigoríficas, caminhões refrigerados, centros de distribuição, de alimentos, vacinas, medicamentos e milhares de outros produtos que dependem de sistemas de controle de temperatura para sua conservação?

Indiscutivelmente, viver sem refrigeração e ar condicionado é impensável hoje em dia. Entretanto, aos olhos do grande público, o setor parece continuar sendo uma indústria invisível, apesar de ser uma indústria imprescindível para manter nossa economia funcionando.

Afinal de contas, temos profissionais do setor trabalhando em uma grande variedade de ambientes, de escolas a fábricas. Eles desempenham um papel vital na construção de qualquer edifício que tenha sistemas de climatização e refrigeração, e suas funções são importantes porque ajudam a maximizar a eficiência dos equipamentos, principalmente em termos energéticos.

Ademais, apesar do número crescente de “aventureiros desqualificados” que desvalorizam a profissão no País, o mercado de refrigeração e ar condicionado apresenta ótimas perspectivas de trabalho e remuneração. Certamente, não é segredo que as pessoas continuarão usando geladeiras, sistemas de aquecimento e condicionadores de ar no futuro próximo, além de sistemas de comunicação que precisam ser mantidos em ambientes climatizados.

A expansão da construção civil, tanto comercial quanto residencial, é outro fator que impulsiona a demanda por técnicos e engenheiros de HVAC-R. E as perspectivas de emprego para os iniciantes que concluem um curso técnico, profissionalizante ou superior são realmente promissoras.

Sistemas de refrigeração e ar condicionado funcionando adequadamente não apenas reduzem o impacto ambiental, mas também ajudam a economizar o dinheiro dos consumidores e proporcionam conforto ideal em suas casas e ambientes de trabalho. Isso melhora sensivelmente sua qualidade de vida, o que é inestimável.

Por esses e outros motivos, deixamos aqui nossos parabéns e muito obrigado a todos aqueles que se dedicam a tornar nosso mundo mais seguro e confortável.