Arquivo para Tag: Economia

Midea lança seu primeiro modelo de geladeira inteligente no Brasil

A Midea lança o seu primeiro modelo de geladeira inteligente no Brasil, o Side By Side 442L na cor inox, que traz tecnologia e conectividade para o consumidor. O produto pode ser programado e controlado de qualquer localidade e possui compatibilidade com a Alexa e Google Home.

A nova geladeira inteligente ainda conta com motor inverter e classificação A+++, que garante maior economia de energia.

Além disso, o modelo Side by Side 442L oferece aos consumidores que tem pouco espaço em suas cozinhas, a possibilidade de ter uma geladeira mais moderna, inteligente e compacta, por ter apenas 83cm de largura (menor do que as convencionais padrão Brasil de 90cm).

A geladeira também possui um grande espaço interno, painel touch, prateleiras de vidro, dupla gaveta de frutas e freezer de 176L.

“A Midea se preocupa em desenvolver novos produtos tecnológicos e que facilitem o dia a dia dos consumidores. O novo modelo Side by Side 442L será um grande aliado na rotina das pessoas, pois garantirá praticidade, modernidade, economia de tempo e redução de energia aos brasileiros”, comenta Bruno Tomaz, Gerente de Produtos na Midea.

Expectativas otimistas para 2023

Setor de HVAC-R espera faturar R$ 36,6 bilhões neste ano, um aumento de 7% em relação aos R$ 34,2 bilhões faturados em 2022, de acordo com projeções da Abrava. A perspectiva é que o faturamento de 2023 seja o maior dos últimos 15 anos.

Boas oportunidades são esperadas para a indústria brasileira de aquecimento, ventilação, ar condicionado e refrigeração em 2023, embora a economia brasileira se encontre em um ponto desafiador, com muitas demandas sociais e um cenário macrocomplexo.

A retomada dos serviços foi responsável por impulsionar o aumento da renda e do emprego em 2022, impactando positivamente a maioria do setor, que possuía uma grande demanda reprimida.

Enfim, após dois anos de pandemia, 2022 dificilmente seria pior do que 2021.

Para 2023, projeta-se que o setor deverá manter um dinamismo acima da média, mesmo com a previsão de um crescimento menos intenso da economia em geral.

Uma das grandes expectativas é que as exportações de carnes resfriadas e congeladas aumentem, impulsionando o setor de refrigeração industrial.

O segmento de ar condicionado residencial deve crescer menos neste ano, “mas devemos levar em conta que a base de comparação com 2021 é bastante elevada”, ressalva o trecho de um boletim econômico da Abrava.

Já recuperação do poder de compra, via queda da inflação, começa a dar sinais positivos varejo, “especialmente nos supermercados, favorecendo os segmentos ligados à refrigeração comercial, que deverá apresentar ligeira recuperação em 2023”.

No setor automotivo, por sua vez, a idade da frota e as barreiras para adquirir veículos novos devem manter os negócios aquecidos.

No entanto, cautela também é necessária. Afinal de contas, a guerra no leste europeu continua, temos inflação em alta nos Estados Unidos, crise energética na União Europeia e a ameaça permanente em que a covid se transformou em todo o mundo.

Mayekawa lança sistema de refrigeração para barcos pesqueiros

A Mayekawa do Brasil acabou de lançar o Chiller RSW (Refrigerated Sea Water), um sistema de refrigeração para água do mar utilizado a bordo de barcos pesqueiros para preservar grandes capturas de peixes em alto mar, que, em um período mínimo, os peixes são resfriados próximo ao ponto de congelamento da água do mar, garantindo sua conservação e qualidade durante o transporte.

Para o diretor da Mayekawa do Brasil, Silvio Guglielmoni, “armazenar os peixes em um sistema de refrigeração de água do mar é um método eficaz de preservar a captura até o descarregamento em terra”, afirma.

Segundo a empresa, o novo chiller é um equipamento compacto com dimensões reduzidas para se adequar a barcos e navios e possui como destaque um evaporador spray com expansão seca, que permite alto coeficiente de transferência térmica. Além disso não necessita de bomba de amônia. Devido à sua aplicação, os tubos, conexões de água e as tampas dos trocadores são fabricadas em titânio, conferindo alta resistência à corrosão. A carga de amônia é de 5 a 10 vezes menor se comparada a um chiller convencional.

Barcos Frigoríficos

Na pesca comercial, os barcos frigoríficos são determinantes na conservação dos peixes recém pescados. Com porões equipados de maquinários de refrigeração, essas embarcações contam com uma grande estrutura para manter o peixe na temperatura ideal até chegar aos frigoríficos terrestres. “A questão é o logo após a pesca, o quão rápido o peixe é levado ao frigorífico do navio, pois assim que for abatido, ele deve ser congelado (dentro de 1h) numa temperatura mínima de – 40 ºC. Esse processo de congelamento, conhecido como ultrarrápido, determina a qualidade que o alimento terá depois de descongelado”, explica Guglielmoni.

Para se ter uma ideia, um barco de pesca tradicional conta apenas com um porão de gelo e chega a ficar um mês com a mercadoria, havendo muito desperdício, pois o peixe que é pescado no primeiro dia muitas vezes é descarregado estragado. Já a embarcação equipada com frigorífico possui um sistema de refrigeração, garantindo peixe fresco e saudável para consumo.

No Brasil

Em alguns lugares do mundo, como na Alemanha, todo o processo de captura, congelamento, classificação e embalagem do peixe é realizado dentro dos próprios barcos frigoríficos. Após descarregada, a mercadoria é encaminhada diretamente ao cliente. No Brasil, essa tecnologia ainda não acontece. O processo geral ainda é feito em frigoríficos terrestres. Já na América Latina, a pesca é fundamental para a economia e, para muitos dos que ali vivem, um modo de vida. De acordo com a FAO – Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, a região produz 21,5 milhões de toneladas métricas de pescado por ano, um quarto da produção anual mundial. E, na América Latina, cerca de 2,3 milhões de pessoas participam da pesca.

Descarbonização da economia passa pelo isolamento térmico

Tecnologia garante conforto, bem-estar e redução de consumo de energia nas construções.

Agora que a economia de energia deixou de ser uma questão puramente técnica para estar na boca de todo mundo, é hora de falar com clareza sobre quais são os elementos que mais podem resultar em consumo menor de energia em edifícios e instalações de refrigeração e ar condicionado. Para atingir isso, uma das chaves é o isolamento térmico.

Atualmente, o mercado dispõe de uma vasta gama de fontes limpas e renováveis – solar, eólica, geotérmica e biomassa – para tornar o consumo energético menos intensivo em carbono. No entanto, sistemas eficientes e mais ecológicos só serão úteis se forem instalados em edifícios bem isolados, uma vez que grande parte da energia gerada é perdida em construções sem isolamento adequado.

Nos ambientes construídos, para se obter um correto isolamento térmico, é preciso dar especial atenção às paredes e ao teto. Ao investir no isolamento de ambos, não se obtém apenas economias significativas de energia, como também se agrega mais conforto e bem-estar para os ocupantes de casas, escritórios e fábricas.

Atualmente, existem muitos materiais que podem ser utilizados para isolar internamente uma construção, como poliuretano (PUR), fibra de vidro, lã mineral, placa de lã de madeira etc.

Segundo os especialistas da área, esses materiais são muito fáceis de serem instalados e podem ser implantados facilmente, gerando benefícios diretos para o bolso e o planeta – afinal de contas, as cidades, onde ficam a maioria absoluta das construções, são responsáveis pelo consumo de 78% da energia mundial e por 60% das emissões de gases de efeito estufa (GEE).

É por isso que a descarbonização dos edifícios passa pelo isolamento térmico. “A melhor energia é aquela que não é produzida porque não é necessária a sua utilização. Isso significa que a redução da demanda energética através do isolamento térmico também deve ser priorizada”, explica Luis Mateo, diretor da associação espanhola de fabricantes do setor.

Segundo ele, um edifício com um nível ótimo de isolamento “sempre” reduzirá suas necessidades energéticas e, consequentemente, emitirá menos dióxido de carbono ao longo de sua vida útil.

“Dessa forma, o isolamento térmico torna os edifícios mais sustentáveis, melhora a qualidade de vida das pessoas e valoriza as construções”, conclui.

 Qualidade acústica

Com o aumento do trabalho remoto, o isolamento termoacústico também provou-se essencial para a produtividade.

Segundo o engenheiro Gilmar Luiz Pacheco Roth, membro da Associação Sul Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Aquecimento e Ventilação (Asbrav), embora não existam dados concretos, é possível observar que, desde julho de 2013, quando a Norma de Desempenho de Edificações Habitacionais (NBR 15575) entrou em vigor, o setor de incorporação passou a pensar na qualidade acústica de seus prédios.

“Um bom isolamento acústico pode servir tanto para residências como ambientes de trabalho e estudo, além de locais corporativos para apresentações e reuniões”, diz.

“A indústria, prontamente, passou a investir no desenvolvimento de materiais acústicos, elementos e sistemas tanto de isolamento, como mantas, quanto na melhor performance de esquadrias e elementos de vedação”, afirma.

Já os construtores, segundo ele, passaram a investir em medições acústicas em obras, para certificação do desempenho das opções escolhidas. Paralelo às ações citadas, consultorias especializadas e ensaios laboratoriais específicos para produzir parâmetros na qualidade acústica dos prédios tiveram um crescimento considerável por solicitação dos construtores.

O especialista explica que o isolamento acústico está diretamente relacionado ao controle de ruído, seja por via estrutural de um prédio ocasionado por vibrações de algum equipamento mecânico, ou ruído aéreo, produzido por inúmeras fontes, móveis ou fixas. Já o conforto acústico é o resultado obtido através do isolamento acústico de um ambiente, e pode ser combinado com o condicionamento acústico, que se refere à qualidade dos sons produzidos num ambiente interno e sua propagação no recinto e cuida do controle do tempo de reverberação (eco).

“A acústica bem projetada de um ambiente para desempenho de atividades laborais é fundamental para a produtividade e bem-estar dos usuários. Acústica e saúde andam juntas, pois uma das vantagens de um ambiente bem projetado acusticamente é a contribuição para melhorar a concentração e a diminuição do estresse, geralmente causado por ruídos excessivos, conversas paralelas, equipamentos ruidosos e outras situações conflitantes de trabalho, muito comuns nos meios corporativos”, acrescenta.

 Cadeia do frio

Muitos produtos, como alimentos e produtos fármacos, por exemplo, precisam ser acondicionados em ambientes refrigerados. O objetivo é que, armazenados por um certo período em um ambiente de temperatura controlada, de acordo com suas necessidades específicas individuais, os itens tenham sua vida útil garantida.

Para isso, atacadistas e varejistas utilizam câmaras frias, que são consideradas um dos equipamentos mais importantes para garantir o isolamento térmico e manter a conservação dos produtos estocados.

Fazer o controle de temperatura das câmaras frias, no entanto, não é tarefa fácil. Formadas por uma série de equipamentos que auxiliam no isolamento do ambiente e impedem a entrada de calor no espaço interno, elas exigem uma verdadeira barreira protetora dos insumos.

“Quando o local sofre com a entrada de calor, é possível que a câmara frigorífica tenha infiltrações que podem causar instabilidades climáticas, por exemplo. Além disso, a falta de vedação das paredes ou portas isolantes e a abertura delas por longos períodos ocasiona a entrada de calor no espaço e pode resultar em um problema sério, como perda dos produtos e aumento de custos. Por essa razão, é importante contar com equipamentos que permitam máxima vedação e o isolamento térmico industrial, como é o caso de uma porta rápida”, comenta Giordania Tavares, diretora-executiva da Rayflex.

Ela explica que, para a montagem de uma câmara frigorífica para estocagem de produtos já resfriados ou congelados, é importante definir o fluxo e o nível de rigorosidade.

“As movimentações que acontecem em uma câmara fria industrial precisam de agilidade. O principal desafio encontrado em locais voltados para o isolamento térmico e que necessitam de uma alta taxa de movimentação é justamente preservar essa temperatura com a abertura e fechamento das portas”, diz a executiva.

E são as portas um dos principais equipamentos dessas câmaras frias. “Geralmente, o acesso a esses locais é feito com o uso de uma empilhadeira ou paleteira. O recomendado é que as portas tenham abertura e fechamento muito rápido ou que não precisem de intervenção humana direta, podendo ser acionadas também por botoeira, puxador, controle remoto e laço de indução. Sem isso, um operador precisará descer da paleteira para fechar a porta”, completa.

No mercado brasileiro, dois tipos de painéis isotérmicos vêm se destacando na utilização em câmaras frias, sendo eles o com núcleo em poliisocianurato (PIR) e o poliestireno expandido (EPS), conforme ressalta o CEO da Dufrio, Guillermo Zanon.

“O PIR é um plástico termofixo, obtido da mesma forma que o PUR, com alguns diferenciais químicos e de composição e que apresenta também excelentes propriedades termoisolantes e mecânicas. Tecnicamente, se diferencia do PUR por apresentar melhor resistência térmica a altas temperaturas. As placas de PIR são compostas de 95% de células fechadas e o restante de abertas”, explica.

“Por conta disso, o PIR não absorve água. Entre as vantagens, apresenta baixo índice de condutibilidade térmica, o que, comparado a outros produtos voltados ao isolamento térmico, é bastante interessante, necessitando de uma espessura menor para ter o mesmo nível de isolamento de outros, ou seja, ele é mais eficiente”, detalha.

Por não ser necessária a utilização de água na sua instalação e nem na produção, é considerado uma construção seca. “Ambas as opções – PIR e EPS – são painéis que chegam prontos para instalação, o que proporciona um canteiro de obras limpo, alta produtividade, livre de entulhos e de desperdício de materiais. Trabalham tanto como revestimento de vedação, quanto estrutural, e, por isso, dispensam chapisco e reboco, diminuindo o peso próprio das edificações”, salienta o executivo, lembrando que a Dufrio fornece essas tecnologias para “vários segmentos, como frigoríficos, abatedouros, logística de alimentos e medicamentos, supermercados, agronegócio e lojas de conveniência, entre outros”.

Outro grande player nacional, a Frigelar também se mantém atenta à evolução e às demandas do segmento. “O isolamento térmico está completamente ligado à eficiência energética, assunto que é pauta e desafio para o mercado brasileiro”, diz o gerente de vendas da divisão industrial da companhia, Eduardo Machado.

“Painéis termoisolantes de alto rendimento são bem-vistos pelos clientes que buscam a excelência em suas operações. A EOS/Frigelar tem fornecido ao setor painéis e portas frigoríficas de altíssima qualidade. As densidades implicam diretamente na barreira de troca de calor e, por esse motivo, temos investido muito nos controles internos. Os encaixes dos painéis, a injeção de portas, a densidade do EPS são requisitos básicos para um maior isolamento”, acrescenta.

Para o gestor, o mercado, principalmente os nichos de armazenagem, transporte e estocagem frigorificados, está em alta. “Indústrias, varejos e comércios estão sendo desafiados a evitarem o desperdício, uma vez que os custos estão cada vez mais altos.

O desperdício por armazenagens inadequadas, por exemplo, ocasiona uma diminuição direta das margens de lucro, muitas vezes impedindo o crescimento dos negócios.”

 Expectativas para 2023

De maneira geral, a indústria brasileira de isolantes termoacústicos está relativamente confiante com relação às perspectivas de negócios para o ano que vem, apesar do cenário bastante recessivo previsto em algumas regiões do mundo.

“O Brasil pode aparecer como uma boa alternativa de investimento estrangeiro, podendo acelerar negócios em 2023, inclusive no segmento da construção, e, por consequência, afetando positivamente o segmento de isolantes térmicos no próximo ano”, avalia o diretor-geral da Armacell, Mansur Haddad.

“É claro que isso dependerá também das definições do próximo governo, e na condição que ele estabeleça uma agenda de responsabilidade fiscal, assim como uma boa base de segurança jurídica aos investidores externos. Acreditamos também que uma parte do bom crescimento encontrado no nosso segmento nos últimos dois anos seguirá ocorrendo em 2023 devido às dinâmicas inércias naturais dos mercados do HVAC-R”, completa.

Segundo o executivo, a Armacell vem trabalhando e investindo constantemente na qualidade de seus produtos, “para oferecer aos nossos clientes soluções de alta performance”.

“Este ano, inauguramos o Centro Tecnológico Armacell (CTA), projetado para realização de testes, concepção e aperfeiçoamento de produtos e materiais, aprimoramento de tecnologias de instalação, desenvolvimento de peças de isolamento pré-fabricadas (fittings), além de possuir infraestrutura para treinamentos on-line e presenciais”, revela.

“O CTA será o eixo central de inovação na América do Sul, ou seja, referência no mercado em isolamentos térmicos na tecnologia de elastoméricos e polietilenos, através da implementação de conceitos como o de joint innovation ou mesmo de inovação aberta”, enfatiza.

A Epex – outro grande nome do setor – pretende se manter firme em seu “propósito de levar produtos de qualidade ao mercado, visando sempre facilitar o dia a dia de revendas e instaladores, mesmo diante do incêndio de grandes proporções que atingiu a empresa em julho”, conforme esclarece a diretora comercial companhia, Juci Crsipim.

“Pensando nisso, seguiremos fornecendo nosso isolamento Tubex Inverter na embalagem Slim (20 barras por pacote), isolamento Tubex Dreno também na embalagem Slim (15 barras por pacote), além da nossa manta protetora de superfícies Protepiso. Cabe igualmente ressaltar a parceria Epex Wincell estará ainda mais forte no próximo ano para o mercado de espuma elastomérica na América Latina”, diz a executiva, ressaltando que as expectativas da empresa para 2023 estão elevadas e agradecendo “imensamente ao mercado de climatização e refrigeração por todo apoio dado à epex” após o incêndio em sua planta.

Quem também está otimista em relação ao desempenho do setor no próximo ano é a Rocktec. “Em 2021, falando em números reais de produtividade, nós tivemos um crescimento de 48% em relação a 2020. Enfim, foi um ano incrível e, por essa razão, difícil de ser superado, mas fomos surpreendidos em 2022, para o qual temos um crescimento previsto de 11,5% sobre 2021. Isso é fantástico”, explica o diretor comercial da empresa, Elias Barbosa.

“A Rocktec vem, nos últimos anos, se destacando no segmento de sistemas de ar condicionado com sua linha de pré-isolados AluPir, referência no Brasil e em outros sete países com bastante força, tanto que ainda no primeiro semestre de 2023 estaremos inaugurando nossa nova sede”, diz.

“Nesse novo local, teremos mais uma máquina de linha contínua e, até final do segundo semestre de 2024, estaremos com três máquinas desse tipo em operação. Com isso, teremos preços ainda mais competitivos para oferecer ao mercado nacional e em alguns outros mais países onde estamos buscando novas parcerias”, antecipa o executivo.

As apostas da refrigeração comercial

Segmento investe cada vez mais em tecnologias como conversores de frequência, condensadores de microcanal, fluidos refrigerantes de baixo impacto climático, trocadores de calor a placas e válvulas de expansão.

Capitaneado principalmente pelas vendas de ilhas e expositores frigoríficos, o segmento de refrigeração comercial cresceu sem parar na última década no Brasil, com resultados muito positivos alcançados pela indústria e pelo varejo mesmo durante a pandemia.

Para chegar ao atual cenário, esse mercado – que historicamente é um dos primeiros a sentir o impacto das crises econômicas – só saiu fortalecido dessa situação porque vem há algum tempo baseando sua evolução em três pilares – eficiência energética, miniaturização e uso de refrigerantes de baixo impacto ambiental.

Essas três tendências juntas também causam um enorme impacto nas metas de redução dos efeitos da refrigeração no meio ambiente, ajudando a preservar recursos, diminuir as emissões de CO2 e combater o aquecimento global.

Uma das tendências do varejo brasileiro, a busca por equipamentos energeticamente mais eficientes se intensificou especialmente em função do absurdo encarecimento da energia elétrica, item que pesa cada vez mais nos custos do negócio. Partindo dessa premissa, avançam as tecnologias capazes de mitigar essa e outras despesas, além de diminuir os gastos com manutenção e proporcionar uma gestão mais inteligente dos equipamentos.

“Como fabricantes de compressores e unidades condensadoras, nosso foco é desenvolver e lançar produtos que respondam a essas demandas. Uma das principais tecnologias para isso está nos compressores de velocidade variável, que podem resultar em até 40% de economia de energia, dependendo da aplicação, em comparação à tradicional tecnologia de velocidade fixa. Esses compressores oferecem ainda melhor desempenho na preservação dos alimentos e redução de ruído”, afirma o diretor de vendas e engenharia de aplicação para América Latina da Nidec Global Appliance, Sander Malutta.

Similarmente, o HVAC-R mundial tem apostado no avanço dos compressores com motor de ímã permanente, também conhecidos como BLDC, que estão ficando cada vez mais populares no segmento de refrigeração. Trata-se de um tipo de motor que vai dentro de um compressor de velocidade variável.

“Em testes reais, sistemas contando com compressores BLDC, válvulas de expansão eletrônicas e controle adaptativo conseguem entregar mais de 24% de economia de energia na comparação com as soluções tradicionais do mercado. Essa redução de consumo já é notada pelos supermercadistas que, uma vez em contato com esse tipo de tecnologia, dificilmente voltam a aceitar sistemas menos eficientes”, comenta o gerente técnico para a América Latina da Carel, Marcel Nishimori.

Desenvolvido para trabalhar em várias velocidades, o motor de ímã permanente permite que o compressor adapte seu funcionamento às necessidades do equipamento de refrigeração.

“Em um ambiente de constante abertura de portas, como um supermercado, por exemplo, ele recupera a temperatura ideal muito mais rapidamente do que um compressor de velocidade fixa (liga-desliga). Esse motor tem causado um impacto muito positivo no setor, visto que os modelos mais recentes podem economizar até 40% de energia elétrica, em comparação com os compressores de velocidade fixa”, concorda Malutta, da Nidec.

O executivo aponta também como tendência o uso do glicol como fluido secundário em aplicações de média temperatura, processo que já está consolidado em todos os tamanhos de supermercado no Brasil. Segundo ele, atualmente é muito comum encontrar unidades condensadoras dentro das lojas do tipo low condensing para expositores verticais e câmaras frias que operam em baixa temperatura.

“As unidades low condensing são pensadas para aproveitar as linhas de glicol que passam pelo estabelecimento e utilizar esse fluido como agente de condensação em vez de se instalar uma central de compressores na casa de máquinas e ter tubulações de cobre até os pontos de frio em toda loja. Essa nova modalidade de instalação aumenta a área de vendas, pois se faz necessário o uso de uma central de compressores para os evaporadores de congelados”, detalha Nishimori, da Carel.

Outro fator que colaborou decisivamente para os ganhos em refrigeração comercial são os projetos envolvendo o fechamento de expositores e ilhas com portas de vidro, que até então eram abertos, se configurou em outra tendência adotada pelos varejistas.

“Somente esse ajuste diminuiu significativamente a carga térmica dos expositores, proporcionando redução de carga frigorífica e dando espaço nos racks de frio alimentar à linha de compressores com tecnologia scroll e herméticos, em substituição aos tradicionais semi-herméticos, cuja eficiência é menor”, explica o coordenador de vendas na Danfoss, Oswaldo Maestrelli Junior.

Juntamente com a eficiência energética, o mercado do frio tem acompanhado a tendência tecnológica de redução de tamanho dos compressores, a chamada miniaturização.

A partir do uso de muita tecnologia embarcada, esse processo visa à fabricação de compressores menores, mas com a mesma capacidade de refrigeração e até mais eficiência energética do que seus antecessores.

“Há vários ganhos nisso, como a otimização do espaço interno do gabinete, liberando mais área para armazenamento de produtos e reduzindo o consumo de recursos naturais para fabricação dos compressores”, salienta o executivo da Nidec, fabricante da marca Embraco.

Baixo impacto

Outra forte tendência na refrigeração comercial, que utiliza anualmente toneladas de gases refrigerantes, é a busca por substâncias de baixo impacto ambiental, a exemplo do propano (R-290).

“Em 2021, 65% de nossos compressores, comercializados globalmente, tanto em setores residenciais quanto comerciais, já contavam com fluidos refrigerantes naturais”, descreve Sander Malutta.

A aplicação de fluidos refrigerantes de baixo GWP, especialmente o propano, o dióxido de carbono e misturas à base de hidrofluorolefinas (HFOs), tornaram-se outra alternativa aos refrigerantes que encontram-se em gradual processo de retirada do mercado.

“O desenvolvimento de novas tecnologias visa atender às demandas da Emenda de Kigali e procura, com isso, minimizar o consumo de energia elétrica. Fluidos refrigerantes de baixo GWP e controle de capacidade nos compressores são ações efetivas que trouxeram novas perspectivas para o futuro próximo”, complementa o gerente de engenharia da Eletrofrio, Rogério Marson Rodrigues, lembrando que são diversos os projetos em operação que já usufruem daquilo que será regra muito em breve.

De acordo com o executivo, a fabricante curitibana tem em seu portfólio equipamentos resfriadores de glicol (HighPack), considerados a vedete da refrigeração comercial brasileira no momento.

“São máquinas simples, de baixo custo, boa eficiência energética e reduzida carga de fluido refrigerante, ou seja, um conjunto de características consideradas estratégicas na análise de viabilidade de um projeto que busca atender às demandas atuais e futuras de um sistema de refrigeração para supermercados”, avalia Rodrigues.

Para o vendedor técnico da Danfoss Alex Pagiato, que atua nos segmentos de OEM e usuários finais, “a tecnologia de condensadores microcanal mostrou-se a mais favorável, pois reduz a carga de refrigerante em até 30%, atendendo aos requisitos e às normas que restringem o volume a 150 gramas, no caso do propano”, argumenta.

O representante da multinacional dinamarquesa informa que entre seus carros-chefes estão os compressores scroll homologados para os principais fluidos refrigerantes; inversores de frequência; válvulas de expansão eletrônicas do tipo passo e pulso; condensadores microcanal; trocadores de calor a placas; válvulas de balanceamento para fluido secundário; controladores eletrônicos e gerenciadores de sistema com acesso remoto. Todos estes produtos são importados das plantas globais da Danfoss localizadas na Europa, Ásia e América do Norte.

A japonesa Nidec, por sua vez, tem um rol bem diversificado de produtos voltados à refrigeração comercial, no caso dos compressores de velocidade variável, como as linhas FMF e VEM.

A linha FMF é uma família de compressores para aplicações comerciais que apresenta os melhores níveis de eficiência energética do mercado na sua categoria de tamanho e capacidade de refrigeração. Com deslocamento máximo de 6 a 15 cc, a versatilidade deste portfólio o torna indicado para equipamentos de qualquer segmento, como varejo de alimentos, cozinhas profissionais, aplicações médicas e científicas e expositores (merchandisers). Conta com tecnologia de velocidade variável (inverter) e utiliza refrigerante R-290.

A linha VEM tem como destaque o modelo VEMT404U – compressor para aplicações comerciais como merchandisers e equipamentos de refrigeração de cozinhas profissionais ou outros serviços de alimentação. Funciona com R290 e é até 10% mais eficiente do que os modelos competidores equivalentes (inverters).

Entre as unidades condensadoras, alguns dos principais modelos vendidos para uso no varejo brasileiro são as UFMF, projetadas para refrigeração comercial e reconhecida por sua eficiência energética, o que as tornam ideais para aplicações que exigem alta estabilidade de temperatura, confiabilidade e baixo ruído.

Bivolts e de bifrequências, operam nas tensões nominais de 110 V e 220 V e nas frequências de 50 e 60 Hz, além de trabalharem em ampla faixa de rotações por minuto (RPM). São dotadas de um compressor de velocidade variável FMF que, por meio de gerenciamento eletrônico, mantém a temperatura estável, independente da demanda, e opera com R290.

Já na linha de compressores de velocidade fixa com alta eficiência energética, o destaque vai para o compressor NEX, voltado para aplicações no varejo de alimentos, como expositores refrigerados, e para serviços de alimentação, como máquinas de gelo, refrigeradores de cozinhas profissionais e refrigeradores de bebidas.

“Trata-se da quarta geração da família de compressores Embraco NE. Em comparação com as gerações anteriores, fornece entre 7% e 10% mais eficiência energética, menores ruído e vibração, e opera com refrigerante natural R290”, informa Sander Malutta, da Nidec.

Além do já citado conjunto de compressor BLDC, do tipo variável, a multinacional norte-americana Carel aposta no variador de velocidade Power+, na válvula de expansão eletrônica e no controle completo que possibilita a integração de todos os componentes em um sistema adaptativo para diversos tipos de aplicação.

O gerente técnico para a América Latina da Carel, Marcel Nishimori, comenta que a recém-lançada família de controles iJ tem como principal característica a conectividade, tanto de interface com o usuário quanto de troca de informações, em tempo real, com o módulo inversor do principal compressor VCC disponível no Brasil.

“Esta integração entre controle e inversor permite obter o máximo rendimento frigorífico, proporcionando maior estabilidade de temperatura ao produto e aumentando sua qualidade sensorial e vida de prateleira”, completa.

Principais tendências do mercado brasileiro

Conversores de frequência. São conhecidos também como inversores de frequência, ou inverters. Trata-se do dispositivo eletrônico que é acoplado ao compressor e controla a velocidade de funcionamento do motor de ímã permanente, que fica dentro do compressor. Juntos, eles compõem o chamado compressor de velocidade variável.

Condensadores de microcanal. Tecnologia que utiliza canais mais finos no condensador, aumentando a pressão exercida sobre o fluido refrigerante, permitindo o uso de uma quantidade menor de material.

Fluidos refrigerantes de baixo impacto climático. Nas últimas décadas, um esforço global tem sido para substituir os HFCs refrigerantes com alto potencial de aquecimento global, por fluidos de menor impacto ambiental. Os refrigerantes naturais estão entre as melhores e mais viáveis alternativas no campo da refrigeração comercial leve.

 

Armstrong introduz novos produtos de economia de energia

A Armstrong Fluid Technology revelou soluções de produtos projetados para ajudar os gerentes de edifícios a alcançar economias significativas de custo e energia.

Duas dessas soluções foram os modelos de alta eficiência COMPASS R com tecnologia de motor ECM para uma economia de energia de até 80%.

Apresentando um motor ECM resfriado a ar e tecnologia avançada de velocidade variável do Design Envelope, os novos circuladores COMPASS R20-35 e R40-45 podem substituir muitos modelos concorrentes com capacidade de conexão parafuso por parafuso. Os novos modelos COMPASS R cobrem uma ampla faixa de desempenho e são atualizações de eficiência energética para circuladores de rotor de duas e três peças e para circuladores de rotor úmido.

Outras características dos novos circuladores incluem:

  • Tecnologia Posi-Start para um arranque suave e desbloqueio automático
  • Múltiplas opções de controle, incluindo um modo patenteado ‘Auto’.
  • Hidráulica otimizada com projeto de rotor seco
  • Seleção fácil de fluxo e pressão adequados para atender a demanda do sistema
  • Painel de controle de fácil leitura
  • Caixa de terminais elétricos projetada para instalação rápida

Tecnologia de Motor ECM

Indústria e comércio homenageiam refrigeristas

Apesar das dificuldades enfrentadas no dia a dia, técnicos profissionais do setor conquistam mais reconhecimento.

Sistemas de aquecimento, ventilação, ar condicionado e refrigeração (HVAC-R, na sigla em inglês) são componentes das nossas vidas, mas sobre os quais a maioria absoluta das pessoas não pensa em seu dia a dia, a menos que algo dê errado.

Quando ocorrem contratempos, os clientes recorrem a um grupo especial de prestadores de serviços preparados para instalar e consertar equipamentos do gênero em casas, shoppings, hotéis, supermercados, hospitais, bancos de sangue, meios de transporte, data centers, indústrias e demais instalações essenciais à vida moderna.

Estamos falando dos engenheiros, técnicos, mecânicos e demais profissionais do HVAC-R, classe que costuma receber homenagens da indústria e do comércio de refrigeração em 7 de julho, data em que o setor tem comemorado, nos últimos anos, o Dia do Refrigerista.

Apesar de ainda ser uma comemoração informal, ou seja, não oficializada em nenhuma espécie de lei ou calendário de efemérides comerciais do País, se não fossem esses profissionais, quem, afinal de contas, estaria reparando geladeiras, freezers, condicionadores de ar, túneis de congelamento, câmaras frigoríficas, caminhões refrigerados, centros de distribuição, de alimentos, vacinas, medicamentos e milhares de outros produtos que dependem de sistemas de controle de temperatura para sua conservação?

Indiscutivelmente, viver sem refrigeração e ar condicionado é impensável hoje em dia. Entretanto, aos olhos do grande público, o setor parece continuar sendo uma indústria invisível, apesar de ser uma indústria imprescindível para manter nossa economia funcionando.

Afinal de contas, temos profissionais do setor trabalhando em uma grande variedade de ambientes, de escolas a fábricas. Eles desempenham um papel vital na construção de qualquer edifício que tenha sistemas de climatização e refrigeração, e suas funções são importantes porque ajudam a maximizar a eficiência dos equipamentos, principalmente em termos energéticos.

Ademais, apesar do número crescente de “aventureiros desqualificados” que desvalorizam a profissão no País, o mercado de refrigeração e ar condicionado apresenta ótimas perspectivas de trabalho e remuneração. Certamente, não é segredo que as pessoas continuarão usando geladeiras, sistemas de aquecimento e condicionadores de ar no futuro próximo, além de sistemas de comunicação que precisam ser mantidos em ambientes climatizados.

A expansão da construção civil, tanto comercial quanto residencial, é outro fator que impulsiona a demanda por técnicos e engenheiros de HVAC-R. E as perspectivas de emprego para os iniciantes que concluem um curso técnico, profissionalizante ou superior são realmente promissoras.

Sistemas de refrigeração e ar condicionado funcionando adequadamente não apenas reduzem o impacto ambiental, mas também ajudam a economizar o dinheiro dos consumidores e proporcionam conforto ideal em suas casas e ambientes de trabalho. Isso melhora sensivelmente sua qualidade de vida, o que é inestimável.

Por esses e outros motivos, deixamos aqui nossos parabéns e muito obrigado a todos aqueles que se dedicam a tornar nosso mundo mais seguro e confortável.

Armstrong realizará webinar sobre soluções de bombeamento

A Armstrong realizará no dia 27 de junho, às 9h00, o webinar (videoconferência) “Soluções de Bombeamento Design Envelope para Bombas em Paralelo para Garantir de Redundância do Sistema, Menor Uso de Energia e Economia de Espaço”, irá abordar as soluções de motor Design Envelope Permanent Magnet (DEPM) para bombeamento paralelo que fornecem equipamentos e custos de instalação reduzidos, custos operacionais reduzidos e enorme economia de espaço – tudo isso atendendo à necessidade de redundância.

O webinar é voltado para profissionais e estudantes dos setores de HAVC e será transmitido por meio do link  https://bit.ly/39rlEec .

Sistema VRF de climatização – aplicações, vantagens e desvantagens

Por Afonso, Rafael Novo 1

 

RESUMO: No Brasil, tem-se uma enorme demanda por sistemas de climatização que sejam cada vez mais eficientes e menos onerosos. Estima-se que, em edificações convencionais, os sistemas de condicionamento de ar sejam responsáveis por aproximadamente 50% do consumo total de energia elétrica. Para além da problemática do gasto energético, tem-se, ao iniciar-se um projeto de refrigeração, a questão da escolha de qual sistema de climatização será implementado. Tal demanda, levará em conta inúmeros fatores, e resultará na escolha de algum dos muitos sistemas de refrigeração disponíveis, como o high wall, piso e teto, cassete ou dutado. Ambos modelos com sua condensadora externa unitária, porém surge uma nova possibilidade, tanto para melhoria da eficiência energética, quanto para o gasto com o empreendimento. O VRF (fluxo de refrigerante variável) é um sistema com muitos benefícios, e que deve ser levado em conta na etapa de projeto.

INTRODUÇÃO

Durante a etapa de elaboração de um projeto de climatização de ambientes, o profissional deve levar em conta múltiplos fatores técnicos, como o levantamento de carga térmica do ambiente analisado, estudos de viabilidade técnica de implementação e viabilidade econômica. Para além do pensar da etapa de projeto, o profissional deverá analisar a implementação de equipamentos que, ofertem uma melhor flexibilidade de instalação, para com isso ganhar tempo e obter menos gastos com mão de obra. Neste ponto existem inúmeras opções e possibilidades de escolhas, que podem afetar significativamente o empreendimento, não apenas na etapa de projeto, mas posteriormente, com manutenções corretivas em excesso ou gastos com reparos simples.

O sistema de condicionamento VRF, aqui analisado, faz parte das múltiplas categorias de equipamentos de climatização em disponibilidade do profissional projetista, e um comparativo entre os vários sistemas deve ser realizado, em consonância com levantamentos de seleção de projeto e levando em conta suas vantagens, desvantagens e principais aplicações.

SISTEMAS DE CONDICIONAMENTO DE AR

Os sistemas de refrigeração por expansão direta, são equipamentos onde o gás refrigerante troca calor diretamente com o ar ambiente. Os diversos condicionadores de ar podem ser dos tipos, ACJ (ar condicionado de janela), Split System, VRF e Self Contained.

O Split System são sistemas separados, ou seja, o equipamento é composto por duas unidades, sendo uma interna, unidade evaporadora, e uma externa, unidade condensadora. No grupo Split System, existem os chamados multi-split, que são equipamentos que possuem mais de uma unidade evaporadora e apenas uma unidade condensadora, ou seja, se obtém a possibilidade de refrigeração de múltiplos ambientes, com apenas uma unidade externa.

Figura 1- Sistema de climatização Multi Split

Atualmente a tecnologia inverter, que consiste no uso de um compressor que possui capacidade de ajustes de acordo com a necessidade do ambiente, tem crescido enormemente. A capacidade do compressor varia devido a variação de rotação do motor e consequente alteração da vazão de fluido refrigerante no sistema.

Os equipamentos do tipo inverter não iniciam a partida com máxima carga, pelo contrário, a velocidade de distribuição de fluido no sistema é aumentada gradativamente até atingir o máximo valor, variando com a rotação do motor, se mantém sempre próximo ao set point de temperatura ajustado do termostato.

Existem no mercado, splits com tecnologia inverter com dispositivo de expansão capilar ou válvula de expansão eletrônica. Nesses tipos de equipamentos, splits ou multi splits de tecnologia inverter, com válvula de expansão eletrônica, a carga de gás é realizada somente utilizando balança na quantidade recomendada pelo fabricante. São frequentes reclamações de clientes sobre o desempenho destes equipamentos, por não proporcionar a economia de energia pretendida, devendo-se tal fato ao equipamento não estar dimensionado corretamente para o ambiente. (Queiroga, Sandro Lino Moreira, Refrigeração e Ar Condicionado; p 148)

Figura 2 – Gráfico tecnologia convencional e inverter; (a) rotação do compressor e (b) relação de economia

Nota-se pelo gráfico apresentado, que a tecnologia inverter é um grande salto em relação aos sistemas de refrigeração convencionais, devido ao controle eficiente de temperatura, que é mantido constante com poucas oscilações, devido ao melhor controle de rotação do compressor, baixo consumo de energia, cerca de 40% menor que os sistemas convencionais, baixo nível de ruído, pois, com a temperatura estável, o compressor opera em baixa rotação, reduzindo o ruído da condensadora e gás R-410A, que não agride a camada de ozônio em comparação ao R-22 (HCFC).

SISTEMA VRF – VARIABLE REFRIGERANT FLOW

A principal característica do sistema VRF, como o próprio nome diz, é a vazão de fluido refrigerante controlada. Porém, para além do controle de fluido no sistema, o VRF difere do sistema multi split em algumas questões. O VRF é mais robusto em relação ao multi split, já que permite tubulações mais longas e o acoplamento de até 64 unidades evaporadoras, enquanto o multi split permite cerca de 8 unidades evaporadoras acopladas a seu sistema de refrigeração.

No sistema VRF cada unidade interna opera de forma individual, de forma parecida com o split convencional. O principal diferencial, consiste no fato de que cada unidade evaporadora possui uma válvula de expansão exclusiva e boa parte dos sistemas VRF possui tecnologia inverter. Nesse sistema a unidade condensadora possui compressor do tipo scroll, que possui grande capacidade e é ligado através do uso de um inversor de frequência, que faz com que dado volume de fluido refrigerante varie conforme a demanda das unidades internas do sistema.

O sistema VRF possui a vantagem de fácil instalação e manutenção, quando comparado ao sistema de água gelada, boa flexibilidade de trabalho e alta eficiência energética. Também possui comando de regulagem da temperatura do ambiente interno a ser climatizado individual, através de controle e podendo operar com os mais diversos tipos de evaporadoras como cassete, piso e teto e hi wall.

Figura 3 – Representação dimensional sistema VFR

Pode-se citar como desvantagens de tal sistema, que o mesmo não possui sistema de renovação de ar, o que em ambientes específicos acaba sendo uma exigência. Caso ocorra algum defeito ou falha na unidade condensadora, as múltiplas unidades internas iram parar em decorrência da falha externa, ou seja, todo o sistema para de operar. Para tanto, o profissional projetista de sistemas de condicionamento de ar, deve atentar-se a inserção de linhas condensadoras de backup, para a possibilidade de falhas na linha principal.

CONCLUSÃO

O sistema de climatização de ambientes VRF demonstra-se uma boa opção quando comparado aos sistemas convencionais, devido ao bom desempenho tecnológico, alta eficiência energética, facilidade de regulagem da temperatura de cada ambiente de maneira individual, baixo nível de ruído e facilidade de instalação. Porém, em contrapartida nota-se problemas referentes a não renovação de ar, que dependerá do ambiente a ser climatizado em sua exigência normativa e a dependência de uma única unidade externa em caso de falha.

Portanto, ainda que o VRF seja uma ótima opção atualmente, o profissional deve analisar a viabilidade do investimento econômico e a tecnologia de acordo com suas necessidades e demandas, e analisar o sistema mais adequado ao projeto.

_______

REFERÊNCIAS

QUEIROGA, Sandro L. Princípios de Refrigeração e Ar Condicionado, 1° edição, Editora Ciência Moderna, 2019.

SILVA, José C. Refrigeração e Climatização Industrial, 1° edição Editora Hermus, 2004.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR 16401: Instalações Centrais de Ar Condicionado para Conforto, Rio de Janeiro, 2008.

ARAUJO, A. M.P.C. Modernização de Sistemas de Climatização de Andares de Edifício. Universidade de Petrópolis, Rio de Janeiro, 2011.

CARNEIRO, MANUELA; COSTA, TAÍS. Análise técnica e econômica de um sistema de ar condicionado com fluxo de refrigerante variável. CONNEPI, 2012.

FUJITSU GENERAL BRAZIL, Tecnologia Inverter; <Tecnologia Inverter – Produtos: Ar condicionado – FUJITSU GENERAL DO BRASIL (fujitsu-general.com)> acesso em 31/03/2022

AMBIENTE GELADO, Tecnologia compressor Scroll e suas aplicações; <A tecnologia do compressor SCROLL e suas aplicações em ar condicionado, bombas térmicas e refrigeração (ambientegelado.com.br)> acesso em 31/03/2022

____________

1 Graduado em Engenharia Mecânica; Pós-graduado em Eng. de Térmica e Fluidos; Pós-graduado em Gestão da Qualidade e Produtividade; Professor de Física, Química e Eletrotécnica; E-mail: rafaelnovo.eng@gmail.com

Indústria do frio pede medidas econômicas contra efeitos da covid-19

O agravamento da pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2), cenário que deve aumentar o número de desempregados no País, levou o Conselho Nacional de Climatização e Refrigeração (CNCR) a solicitar ao governo federal a tomada de medidas econômicas, trabalhistas e tributárias específicas para o setor do frio.

Endereçada ao presidente Jair Bolsonaro e aos ministros Paulo Guedes (Economia) e Tarcísio Gomes de Freitas (Infraestrutura), a carta assinada pelo presidente da entidade, Newton Victor, expõe a preocupação com a presente e futura situação de fabricantes, importadores, distribuidores, mantenedores, projetistas e instaladores.

O conselho procura demonstrar aos dirigentes que o HVAC-R nacional, já achatado por uma carga tributária de 44,8% – 16,7 pontos percentuais acima do total da economia –, certamente contribuirá para elevar ainda mais as perdas do setor, visto que, mesmo antes da covid-19, a competitividade da indústria já estava se deteriorando frente ao mercado internacional.

A carta reforça que, na esfera federal, as contribuições previdenciárias e PIS/Cofins respondem, aproximadamente, por um terço do total de impostos.

Desta forma, a organização pediu ao governo a suspensão imediata do pagamento dos impostos e encargos sociais pela indústria de transformação e seus prestadores de serviços desde já, até por, no mínimo, 180 dias, contados do anúncio oficial do término da pandemia causada pelo coronavírus.

Para os contribuintes optantes pelo lucro real, por apuração anual, foi solicitada a suspensão das estimativas mensais. Neste caso, o montante total seria recolhido quando do ajuste anual, após o término do estado de calamidade pública.

No caso do ICMS, o conselho pediu que haja entendimento do governo federal com os governos estaduais para a prorrogação imediata e até por, no mínimo, 180 dias, contados do anúncio oficial do término da pandemia.

“Nosso pedido tem o objetivo de nos ajudar a enfrentar a atual situação causada pela covid-19 e assegurar milhares de empregos que nossa cadeia produtiva propõe”, salientou Newton Victor.

Assinaram a carta a Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava), Associação Nacional dos Profissionais de Refrigeração e Ar Condicionado (Anprac), Associação Sul Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Aquecimento e Ventilação (Asbrav), Sistema Sincopeças Assopeças Assomotos – Ceará (Rede Sindicar), Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e Material Elétrico de Florianópolis (SIMMMEF), Sociedade Brasileira de Controle de Contaminação (SBCC), além dos Sindicatos das Indústrias de Refrigeração, Aquecimento e Tratamento de Ar nos Estados da Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo.

Todas essas entidades signatárias representam um mercado que movimenta em torno de R$ 37 bilhões e emprega direta e indiretamente mais de 250 mil pessoas.

Teletrabalho

Modalidade de trabalho que já estava em evolução em todo mundo, o home office está sendo adotado pelas empresas para não parar, mas no caso dos fabricantes, essa facilidade tem mais o perfil de quem atua nas áreas administrativa, comercial e de vendas. No caso de colaboradores do suporte técnico, poderá ser usado para atendimento a clientes a distância.

“O empregador pode pedir ao seu empregado trabalhar em casa, caracterizando, assim, a modalidade do teletrabalho ou home office, sendo aplicadas as regras dos artigos. 75-A e seguintes da CLT. Deverá ser feito um aditamento no contrato com todas as atuais condições, como horário, controle, atividades”, explica a advogada Tânia Gurgel, professora de pós-graduação e sócia da TAF Consultoria Empresarial.