Arquivo para Tag: Chiller

Tosi leva à Febrava fancoil, chiller, self split e bomba de calor

Os profissionais de refrigeração e ar condicionado que passarem pelo da Tosi na Febrava deste ano podem conhecer detalhes sobre diversos produtos, com destaque para o FCTP (Fancoil Tosi Precisão), o AFC110 (Chiller Turbocore Multistack) e o SELF+CND (Self Split Tosi + Condensadora Horizontal).

A lista continua com o FCTH02 (Fancolete Hospitalar 02 TR), a TEX09 (Unidade de Tratamento de Ar Tosi), os SERP (Padrões de Serpentina Fabricados Tosi), o ÁGUA (Trocador Água-Água Jelly Fish) e a BC50 (Bomba de Calor Jelly Fish).

“Estamos empolgados em compartilhar as mais recentes inovações que desenvolvemos para atender, pelos próximos anos, às demandas do mercado e às necessidades dos nossos clientes”, afirma a sócia-diretora Patrice Tosi.

A 22ª edição da Feira Internacional de Ar Condicionado, Ventilação, Aquecimento e Tratamento do Ar e da Água (Febrava) vai até 15 de setembro, das 13 às 20h, no São Paulo Expo, em São Paulo (SP).

Trane anuncia fechamento de fábrica no Brasil

Um dos players globais mais conceituados do mercado de ar condicionado, a Trane anunciou ontem (4/7) que vai fechar sua fábrica em Araucária, na região metropolitana de Curitiba, a partir de agosto.

Apesar do encerramento da planta fabril, a empresa reforçou que continuará atuando fortemente no Brasil, mantendo suas operações comerciais de vendas, serviços e pós-vendas.

A companhia assegurou que “todos os clientes que compraram equipamentos produzidos no País serão honrados e terão os seus produtos entregues dentro do prazo acordado.”

“Acreditamos que os nossos clientes se beneficiarão com o acesso ao portfólio de produtos de outras fábricas da Trane, bem como as soluções sustentáveis de ponta no setor disponíveis em nosso portfólio global.”

Sem informar quantos colaboradores serão demitidos, a empresa também garantiu que apoiará todos os funcionários impactados pela decisão, em um esforço para minimizar os efeitos adversos do fechamento.

Tecnologias de monitoramento ampliam horizontes do HVAC-R

A intensa evolução deste segmento do HVAC-R demonstrou a crescente preocupação com a sustentabilidade ambiental e a eficiência energética, levando à invenção de equipamentos e componentes automatizados, mais precisos e inteligentes, visando minimizar o desperdício de energia e garantir um ambiente saudável e termicamente confortável para as pessoas.

Para atingir esses objetivos, players do setor do frio estão investindo em componentes automatizados e cada vez mais diminutos, com capacidade de gerenciamento a distância e dotados de inteligência artificial para gerar dados e análises.

Os sistemas atualmente embarcados em equipamentos e centrais de refrigeração e climatização têm capacidade de ajustar temperatura, umidade e fluxo de ar de forma dinâmica de acordo com as condições externas e internas.

As informações coletadas por sensores e sistemas de controle podem ser analisadas, em tempo real, para identificar possíveis problemas e evitar falhas catastróficas. Além disso, os dados de monitoramento podem ser usados para otimizar o desempenho do sistema em longo prazo, garantindo a vida útil de aparelhos, peças e componentes e reduzindo o custo total de propriedade.

“Existem hoje, no mercado, sistemas de gestão de edifícios que realizam o gerenciamento completo nas grandezas do HVAC-R, tais como temperatura, umidade, pressão do ar e/ou da água, vazão de ar e/ou de água, qualidade do ar, velocidade do ar e/ou da água e demais grandezas das disciplinas de climatização e refrigeração”, descreve o engenheiro Paulo Reis, presidente do Comitê de Normas e ESG da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava).

Para o dirigente, a fim de atender estes requisitos, é necessário contar com o trabalho de profissionais com a devida “expertise” na área de automação predial, “mas, acima de tudo, especificar os sistemas de fabricantes certificados e homologados”, complementa.

Este aspecto precisa ser definido nos projetos porque existem exigências específicas no gerenciamento dos sistemas de HVAC-R conforme o perfil do cliente e o tipo de edifício a ser gerenciado, por exemplo, prédios corporativos, shopping centers, hotéis, aeroportos e residências, onde o quesito principal são o controle de temperatura e a qualidade do ar, nos ambientes interiores.

“Há, ainda, os edifícios como hospitais, clínicas de análises, consultórios e escolas, onde é necessário o controle mais efetivo da temperatura e umidade e, principalmente, da qualidade do ar, além da necessidade de neutralização de agentes biológicos nocivos em aerodispersoides dos ambientes. No caso dos centros cirúrgicos, as atenções também envolvem o controle da pressão atmosférica, com a manutenção da pressão positiva”, explica Reis.

O engenheiro salienta que em edifícios de indústrias farmacêuticas, de alta tecnologia e petroquímicas, os sistemas de gestão técnica são os mais completos e complexos para as disciplinas do HVAC-R, quanto à climatização, refrigeração, ventilação, exaustão e aquecimento.

“Infelizmente, o Brasil não conta com diretivas governamentais que, no mínimo, criariam um critério ou mesmo uma classificação baseada na eficiência energética para sistemas de refrigeração e climatização e para qualidade do ar interior para climatização. O que possuímos são normas técnicas da ABNT, internacionais da ISO e IEC e recomendações e procedimentos da Abrava e/ou da Ashrae para atender os quesitos de engenharia do HVAC-R”, comenta.

De acordo com ele, “como normas técnicas e recomendações não têm o chamado ‘poder de lei’, os procedimentos e padronizações são realizados e respeitados de acordo com o interesse do cliente”, completa.

 Mercado em transição

A busca por processos capazes de aumentar a eficiência energética dos equipamentos e o impacto ecológico das instalações da cadeia produtiva do frio colocou este setor, atualmente, em uma fase de transição de tecnologias.

Na Coel, por exemplo, a família de controladores de temperatura E34B, ET1 e ET3 dispõe de uma confiável conectividade embarcada, uma tecnologia que conquistou inclusive a confiança da Coca-Cola Company. A multinacional norte-americana decidiu usar esses controladores nos refrigeradores comerciais instalados em pontos de venda no Brasil e na América Latina, obtendo informações importantes sobre o funcionamento dos equipamentos em campo.

“A avaliação dos dados obtidos, como a análise das entradas, saídas e alarmes de funcionamento, permite a efetividade do uso do refrigerador, bem como uma melhor tomada de decisão na estratégia comercial do cliente”, revela o engenheiro Fernando Lemos, gerente de desenvolvimento de negócios da empresa.

O gestor destaca que a Coel também tem uma linha completa de controladores de temperatura e processos para o segmento de refrigeração e automação industrial, formada pela linha nanoPAC, que oferece uma plataforma modular para atender projetos de maior complexidade. Além disso, para o acompanhamento de falhas no equipamento ou na instalação, seus produtos são dotados de um conjunto de alarmes que permite melhor ação corretiva em campo.

“O mercado brasileiro tem um potencial gigantesco de modernização dos sistemas de controle nos segmentos que formam o HVAC-R, e estamos acompanhando de perto esta evolução. Entre essas transformações, estão as soluções focadas em retrofit, as quais permitem uma instalação fácil para sistemas que já estão em operação”, destaca Lemos, enfatizando que a companhia brevemente lançará produtos com novos protocolos de comunicação, permitindo ao cliente a escolha do padrão que melhor atenda o seu projeto.

Pensamento similar sobre a incorporação de novas tecnologias no setor tem vendedor externo Alex Pagiato, lotado no Departamento de Food Retail da dinamarquesa Danfoss. De acordo com ele, geralmente os clientes buscam soluções tecnológicas para minimizar impactos de perdas em sua cadeia.

“Mas, o que podemos constatar é que eles não desejam fazer o monitoramento, mas sim os benefícios que ele proporciona. Monitorar não significa dizer que todos os problemas vão desaparecer, mas sim, vão ser evidenciados, e para isso, ações terão de ser tomadas para alcançar performance. As tecnologias atuais proporcionam aos clientes desde o controle de temperatura em balcões, geladeiras etc. que podem garantir a qualidade de produtos comercializados como gerar alarmes que reduzem tempos de paradas”, comenta.

Hoje, a Danfoss oferece automação para todos os segmentos em que atua. Para refrigeração comercial, tem a linha ERC, que são controladores para geladeiras de bebidas, freezers horizontais, e entre as várias funções de controle, destaque para a economia de energia sobre o controle de abertura de portas e da frequência com que clientes passam em frente ao expositor.

Além disso, dispõe de uma função específica que indica se há algum problema com o sistema, o que tem reduzido a quebra de compressores neste segmento, garantindo a qualidade dos produtos expostos dentro dos equipamentos.

Para as centrais frigoríficas, há tecnologias como o modelo AK-PC 551, o qual possui um software de controle com alguns algoritmos específicos para compressores e dos ventiladores do condensador. “Ele traz também a possibilidade de controlar um chiller pensando na demanda com sistemas com glicol, otimizando a condensação de acordo com o delta T do condensador como uma das suas maiores virtudes”, descreve Pagiato.

No caso dos sistemas com CO2, a multinacional oferece o controlador AK-PC783A, que, além de controlar todo o sistema do frio, é capaz de analisar o balance de carga do sistema e entregar a melhor performance possível de acordo com a demanda. Ele também controla os periféricos, como bomba e aquecimento de água.

Para o controle de evaporadores, o modelo AK-CC55 é capaz de controlar válvulas de expansão eletrônica (AKVP-pulso ou a ETS-motorizada) e traz uma interface bluetooth para comunicação com o celular para facilitar a configuração, o comissionamento e a manutenção.

“Em uma instalação com muitos evaporadores, essa interface facilita a programação em massa, pois pode ser usada como um arquivo eletrônico armazenando as configurações e pode compartilhar a programação com outros controladores”, afirma.

A Danfoss dispõe ainda em seu portfólio o modelo EKE400, controlador para evaporadores aplicados com amônia. Já a linha MCX é formada por controladores programáveis.

Para todo o sistema, a empresa tem o gerenciador AK-SM-880A, que interliga todos os controladores que estão no sistema de refrigeração, ar-condicionado, medição de energia, dentre outros. Ele realiza leitura e armazenamento de dados (registros), gerenciamento de alarmes por nível de criticidade.

 Vanguarda

Assim como os demais concorrentes, a Carel também acelera em direção a tecnologias de vanguarda. Atualmente, a companhia oferece a família de supervisórios Boss, que atendem desde pequenas instalações (15 dispositivos) até grandes plantas (300 dispositivos).

“Nosso portfólio também oferece serviços de monitoramento remoto, como a plataforma IoT Tera, que pode monitorar até dez dispositivos por CloudGate com conectividade 4G integrada, ideal para pequenas instalações e locais onde não há provedor de internet disponível”, ressalta o engenheiro Rafael Valsani Leme Passos, analista pleno de suporte técnico.

O gestor projeta como principal tendência os serviços de computação em nuvem para HVAC-R, que agregam valor às instalações onde cada dispositivo pode ser conectado à internet, gerando dados importantes para o gerenciamento da planta.

“O registro de dados e a sua análise são fundamentais durante o processo de gerenciamento de plantas e instalações de HVAC-R. A partir dos dados coletados, é possível fazer análises de eficiência, otimização de funcionamento de máquinas por meio do ajuste de parâmetros e também detectar anomalias, tais como pequenas fugas de refrigerante”, exemplifica Passos, citando que a tecnologia pode otimizar remotamente o processo de degelo de balcões frigoríficos somente analisando a tendência de funcionamento do equipamento no sistema de supervisão.

A Carel contra-ataca no mercado com a plataforma em nuvem RED Optimise, que integra múltiplos supervisórios em um só portal, onde os dados de cada instalação são processados, gerando estatísticas, dashboards e alarmes. Por meio de um algoritmo avançado, a plataforma é capaz de identificar em cada instalação pontos de otimização, traduzindo em economia de energia.

Igual velocidade na tomada de decisões também permeia o dia a dia na Full Gauge Controls, conforme esclarece o diretor Antonio Gobbi. A empresa tem hoje uma linha com 147 produtos, além do software de gerenciamento remoto Sitrad PRO.

“Demos um grande salto migrando dos termostatos mecânicos para os controladores digitais. Depois, tivemos outra grande evolução com os softwares de gerenciamento e suas versões mobiles”, afirma Gobbi, para quem o futuro do setor pode estar ligado a tecnologias como Metaverso e ChatGPT, que em algum momento poderão oferecer soluções dentro do HVAC-R.

Avanços integrados

O avanço dos equipamentos integrados às tecnologias como 5G, Internet das Coisas (IoT), realidade aumentada e inteligência artificial está cada vez mais forte e veloz, e esta realidade também tem transformado o modelo de negócios de muitos players.

Nesta área tecnológica, especialistas acreditam que na utilização em definitivo e exclusivamente dos chamados controladores DDC, dedicados à gestão técnica de edifícios.

Os controladores são dedicados e distintos para cada finalidade. Para climatização, possuem características específicas e próprias para o controle total das condições do ambiente interior, e os controladores para refrigeração específicas para a geração e controle do frio.

“Hoje já são uma realidade no Brasil, estando disponíveis os sistemas de gestão técnica de edifícios com as mais novas tecnologias com 5G, IoT, backup em nuvem e segurança cibernética, e alguns até realidade aumentada, e a previsão é a de que até 2030 já ter sido incorporada à inteligência artificial”, comenta o engenheiro Paulo Reis, presidente do Comitê de Normas e ESG da Abrava.

Exemplo deste movimento, a multinacional Danfoss investiu na plataforma Alsense, que é uma solução de IoT para varejo alimentar e o mais recente lançamento em nuvem da empresa para supermercados e aplicações de varejo de alimentos.

“Trata-se de um portal escalonável e seguro para otimizar o desempenho das operações de varejo de alimentos, com uma tecnologia que pode ajudar a alcançar as eficiências necessárias, pois a solução Alsense permite rastrear facilmente o desempenho dos equipamentos de refrigeração que estão conectados ao gerenciador AK-SM880A, responder a alarmes, integrar monitoramento 24 horas por dia, sete dias por semana, reduzir o consumo de energia e muito mais – tudo em uma plataforma moderna e integrada”, detalha o vendedor externo Alex Pagiato, do Departamento de Food Retail.

“Acho que os hardwares terão menos responsabilidade direta sobre o controle e mais em compartilhar com a nuvem os dados do equipamento/instalação e os algoritmos ou as IAs ficarão em nuvem enviando comandos para os hardwares nas plantas. Os sistemas de gestão devem sair fisicamente das plantas e ficar na nuvem”, aposta o gestor.

Na mesma linha de pensamento, a Carel aposta na integração a serviços de IoT, inteligência artificial e Internet móvel por meio do sistema de supervisão Boss e também pelos sistemas de integração a serviços baseados na nuvem.

“Um sistema de água gelada pode ser integrado facilmente a serviços de IoT e monitoramento remoto com Internet móvel a partir do CloudGate. A integração dos dispositivos a serviços de computação impacta de maneira positiva o dia a dia dos clientes, uma vez que as instalações podem ser monitoradas e gerenciadas de forma totalmente remota”, arremata o engenheiro Rafael Valsani Leme Passos, analista pleno de suporte técnico.

Por fim, o engenheiro Fernando Lemos, gerente de desenvolvimento de negócios da Coel, entende que, no aspecto do controle de temperatura, o mercado oferece uma extensa gama de soluções. “Mas, quando abordamos essas novas frentes de conectividade de inteligência artificial, notamos que há muitas oportunidades a serem exploradas”, vislumbra.

Mayekawa lança sistema de refrigeração para barcos pesqueiros

A Mayekawa do Brasil acabou de lançar o Chiller RSW (Refrigerated Sea Water), um sistema de refrigeração para água do mar utilizado a bordo de barcos pesqueiros para preservar grandes capturas de peixes em alto mar, que, em um período mínimo, os peixes são resfriados próximo ao ponto de congelamento da água do mar, garantindo sua conservação e qualidade durante o transporte.

Para o diretor da Mayekawa do Brasil, Silvio Guglielmoni, “armazenar os peixes em um sistema de refrigeração de água do mar é um método eficaz de preservar a captura até o descarregamento em terra”, afirma.

Segundo a empresa, o novo chiller é um equipamento compacto com dimensões reduzidas para se adequar a barcos e navios e possui como destaque um evaporador spray com expansão seca, que permite alto coeficiente de transferência térmica. Além disso não necessita de bomba de amônia. Devido à sua aplicação, os tubos, conexões de água e as tampas dos trocadores são fabricadas em titânio, conferindo alta resistência à corrosão. A carga de amônia é de 5 a 10 vezes menor se comparada a um chiller convencional.

Barcos Frigoríficos

Na pesca comercial, os barcos frigoríficos são determinantes na conservação dos peixes recém pescados. Com porões equipados de maquinários de refrigeração, essas embarcações contam com uma grande estrutura para manter o peixe na temperatura ideal até chegar aos frigoríficos terrestres. “A questão é o logo após a pesca, o quão rápido o peixe é levado ao frigorífico do navio, pois assim que for abatido, ele deve ser congelado (dentro de 1h) numa temperatura mínima de – 40 ºC. Esse processo de congelamento, conhecido como ultrarrápido, determina a qualidade que o alimento terá depois de descongelado”, explica Guglielmoni.

Para se ter uma ideia, um barco de pesca tradicional conta apenas com um porão de gelo e chega a ficar um mês com a mercadoria, havendo muito desperdício, pois o peixe que é pescado no primeiro dia muitas vezes é descarregado estragado. Já a embarcação equipada com frigorífico possui um sistema de refrigeração, garantindo peixe fresco e saudável para consumo.

No Brasil

Em alguns lugares do mundo, como na Alemanha, todo o processo de captura, congelamento, classificação e embalagem do peixe é realizado dentro dos próprios barcos frigoríficos. Após descarregada, a mercadoria é encaminhada diretamente ao cliente. No Brasil, essa tecnologia ainda não acontece. O processo geral ainda é feito em frigoríficos terrestres. Já na América Latina, a pesca é fundamental para a economia e, para muitos dos que ali vivem, um modo de vida. De acordo com a FAO – Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, a região produz 21,5 milhões de toneladas métricas de pescado por ano, um quarto da produção anual mundial. E, na América Latina, cerca de 2,3 milhões de pessoas participam da pesca.

Mercado de cursos para HVAC-R busca equilíbrio entre presencial e a distância

O mercado de cursos na área de refrigeração e climatização vai voltar com força total em 2023, projetam diversos gestores da área educacional ouvidos pela Revista do Frio. Basicamente, esta nova fase do setor se dará principalmente por três aspectos.

Em primeiro lugar, a volta gradual dos treinamentos presenciais, iniciada em 2022, foi acelerada durante todo o ano passado, pelo fato de o Brasil ter ultrapassado a marca de 80% da população com o esquema vacinal completo contra a covid-19. Esta realidade trouxe um clima de mais segurança para docentes e estudantes.

O segundo ponto a se considerar, segundo pessoas ligadas ao segmento educacional, é o crescimento da oferta de cursos técnicos, profissionalizantes e de nível superior, com uma variedade de temas, horários, datas e valores. Neste caso, destacam-se treinamentos sobre sistemas inverter e VRF (fluxo de refrigerante variável) e refrigeração comercial.

Por fim, a maioria das instituições de ensino especializadas em refrigeração e climatização passou a investir em grades de treinamentos com um mix mais equilibrado entre presenciais, online e semipresenciais. A ideia foi dar mais opções aos alunos, uma vez que boa parte trabalha em horário comercial, tendo tempo limitado para estudar.

A estratégia de investir em aulas online, por exemplo, já se mostrou positiva, uma vez que este mercado ganhou força no país durante a pandemia, conforme evidenciou o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade). Em 2021, auge da crise sanitária, os cursos EaD na graduação representavam 52% das matrículas quando comparados com os presenciais. Traduzindo: a aderência ao ensino a distância passou a ser tão fundamental para aprendizado quanto o presencial.

Mesmo assim, os treinamentos presenciais continuam a ser o carro-chefe dos estabelecimentos de ensino, uma vez que a parte prática é fundamental para o aprendizado. “No segundo semestre deste ano, a Fatec São Paulo vai dar início ao seu novo curso de refrigeração e sistemas de ar condicionado e climatização, nos mesmos moldes da unidade de Itaquera”, adianta o professor Cléber Vieira, membro do Departamento de Mecânica da Fatec.

O curso de tecnologia em projetos e processos destaca-se porque tem, em sua grade horária, um semestre da disciplina de sistemas mecânicos 3, onde entra a matéria de refrigeração e ar-condicionado. Enquanto Cleber cuida da parte prática nos laboratórios, o professor José Ernesto Furlan fica com o ensino da teoria.

A parte teórica, por exemplo, desafia os alunos a calcular a carga térmica de uma biblioteca ou um anfiteatro. A prática, no laboratório, é realizada a partir de experimentos nas bancadas de refrigeração e ar condicionado, onde são estudadas as peças dos componentes do evaporador, condensador, motor e compressor, inclusive em cortes, além de fluidos refrigerante e da Ficha de Informação de Segurança de Produtos Químicos. Os cursos na Fatec são gratuitos e têm duração de três anos.

Igualmente gratuitos, os concorridos cursos da Escola Senai Oscar Rodrigues Alves estão em consonância com as demandas do mercado do frio, que cada vez mais dá prioridade à mão de obra especializada. Reconhecido como um dos mais fortes estabelecimentos de ensino na área de HVAC-R, o Senai atualmente dispõe de diversos cursos, como “Mecânico de manutenção de aparelhos da linha branca”, “Mecânico de climatização residencial”, “Instalação de condicionador de ar tipo split”, “Mecânico de manutenção em sistemas VRF”, “Mecânico de manutenção em centrais de climatização”, “Técnicas de brasagem em tubulação de cobre” e “Instalação de isolamento térmico em tubulações frigoríficas”.

A Intac Cursos também compartilha de uma visão mais equilibrada da adoção das modalidades (presencial, semipresencial e online) disponíveis no setor de treinamentos em HVAC-R. Afinal, se o mercado de ensino superior, com características superexigentes, já aprova a aplicação do ensino a distância, nos cursos profissionalizantes em HVAC-R não poderia ser diferente.

“Nós buscamos sempre desenvolver cursos que atendam às demandas atuais do mercado do frio. Neste ano, teremos treinamentos práticos por meio do uso da tecnologia de simulação em 3D e realidade virtual. Esse método de ensino é inédito para o HVAC-R no Brasil”, afirma o professor e tecnólogo em refrigeração e climatização Anderson Oliveira.

A grade 2003 da Intac é formada por cursos sobre refrigeração comercial, câmaras frigoríficas, ar-condicionado residencial e centrais de climatização (chiller e torres de resfriamento). “Todos os cursos serão ministrados online, com encontros presenciais aos sábados para utilização dos óculos 3D para imersão no Metaverso”, complementa o docente.

Mercado em alta

Outros importantes players do mercado de cursos estão crescendo no setor do frio, e por isso vêm investindo pesado para atrair cada vez mais alunos, inclusive abrindo novas turmas em períodos antes não explorados.

Duas das mais importantes instituições de ensino do setor, a Escola Técnica Profissional (ETP) e a Fapro, ambas sediadas em Curitiba (PR), também estão recebendo grandes investimentos. Atualmente, é possível escolher entre cursos de “Refrige-ração comercial”, “PMOC – legislação e prática”, “Técnico em refrigeração e ar condicionado”, “Mecânico de refrigeração e ar-condicionado”, “Pós-graduação em engenharia da climatização” e “Tecnologia em refrigeração e climatização” (curso superior).

“Este é o ano em que o nosso Laboratório, em parceria com a GIZ Brasil e o Ministério do Meio Ambiente, começara a funcionar, e assim poderemos ofertar o treinamento em fluídos refrigerantes naturais. Além disso, os múltiplos racks e expositores já estão em nossas dependências, e a obra se encontra bem adiantada”, salienta o professor Alexandre Fernandes Santos, CEO do Grupo de Educação ETP, lembran-do que o curso “Tecnólogo em refrigeração e ar-condicionado”, de nível superior, obteve nota 4 no MEC.

Em Belo Horizonte (MG), a Treinatec também tem se destacado no segmento, colocando à disposição, em 2023, os cursos “Refrigeração doméstica + split + ACJ”, “Refrigeração doméstica”, “Split” e “Refrigeração comercial”.

Sediada em Santo André (SP), a Samacursos é outro player que tem investido em treinamentos para o setor, a exemplo dos cursos de “Refrigeração residencial”, “Refrigeração residencial avançado”, “Refrigeração comercial câmara fria”, “Ar-condicionado mini split”, “Lavadoras de roupa – top load”, “Lava e seca – front load” e “Micro-ondas”.

“Pela previsibilidade de mercado, haverá neste ano um crescimento significativo em vendas e manutenção de equipamentos de refrigeração residencial e comercial, passando pela linha de comercial leve, câmara fria e linha branca, além de ar-condicionado”, explica a proprietária da escola, Renata Arcipretti, destacando que a constante expansão do setor tem levado a uma situação curiosa.

Somente na cidade de São Paulo, há mais de 4 mil vagas para refrigeristas, mas não são encontrados profissionais para suprir essa demanda. São pequenos comércios voltados à refrigeração comercial, conhecidos como comercial leve, como balcões frigoríficos, expositores, entre outros, que estão presentes em padarias, açougues e supermercados, sem falar do segmento de refrigeração residencial”, completa o diretor e coordenador da Samacursos, Adriano de Oliveira Gomes.

Localizada na cidade de São José do Rio Preto (SP), onde as temperaturas facilmente ultrapassam os 35ºC no verão, a Thermo Cursos se posicionou como uma reconhecida formadora de mão de obra qualificada, conforme deixa claro o diretor técnico Américo Martins Junior.

A grade de cursos para este ano inclui “Split até 30.000 BTUs – manutenção e insta-lação”, “”Refrigeração comercial (balcão refrigerado, cervejeiras, minicâmaras e câmara fria)”, “Inverter – manutenção e instalação”, “Chiller – manutenção – scroll e parafuso” e “Rack (supermercado)”.

“O fato de os nossos treinamentos terem 50% de pura prática, faz com que os alunos aprendam a trabalhar de forma correta, e este aspecto traz a garantia de uma excelente prestação de serviços, sem retrabalhos, e com satisfação plena do cliente”, enfatiza Américo.

Johnson Controls-Hitachi realiza três treinamentos para instaladores em janeiro

Em janeiro, a Johnson Controls–Hitachi Ar Condicionado dará início à sua programação de treinamentos para instaladores prevista para 2023 com a realização de três cursos para interessados em conhecer mais sobre seus produtos e como fazer uma melhor instalação, operação e manutenção deles. No total, a multinacional oferece seis cursos regularmente com o objetivo de colaborar com a qualificação de profissionais do segmento de climatização e ar condicionado.

Entre os dias 17 e 20, as aulas serão sobre VRF – SET FREE SIGMA, Side Smart, Mini VRF e Sig Splitão no formato presencial. Nos dias 23 e 24 o curso será sobre Chiller Scroll Inverter e Fixo também presencial, enquanto no dia 26 será Chiller Scroll Inverter e Fixo na modalidade on-line.

HVAC-R ainda resiste a concorrer em licitações públicas

Mesmo que as compras públicas pudessem representar boa parcela das receitas de empresas do setor do frio, a maioria ainda prefere não se “aventurar” nesse mercado, principalmente pelas dificuldades que a prestação de serviços a qualquer um dos poderes constituídos traz para esse tipo de relação comercial.

Embora a pandemia do novo coronavírus esteja sob controle desde janeiro deste ano, segundo dados da Universidade Johns Hopkins, a retomada da economia brasileira ainda caminha bem lentamente, muito aquém do necessário para proporcionar um crescimento contínuo e sustentável.

Esse processo vem sendo sentido por todas as cadeias produtivas do País, incluindo a do frio, e tem potencial para abrir caminho em direção a outras frentes de negócios, como a participação em licitações públicas. Isso poderia representar, para boa parcela do HVAC-R, um importante meio para minimizar os efeitos negativos de uma prolongada parada, como ocorrido durante o auge da covid-19.

Entretanto, a maior parte das empresas da cadeia produtiva do frio prefere não entrar nesse mercado, pelas dificuldades históricas que a prestação de serviços à administração pública pode trazer para as relações comerciais.

Diversos gestores ouvidos “em off” pela Revista do Frio – e que preferiram não participar desta reportagem para evitar futuras represálias – relataram os principais aspectos que os afastam deste tipo de negociação, inclusive por experiência própria.

Excesso de burocracia para a apresentação de documentos; licitações com “cartas marcadas” para empresários amigos; exigência de propina; demora para o pagamento dos serviços prestados, além do combinado em contrato; quebra de contrato unilateral e muitas vezes sem justificativa plausível. Esses são alguns dos problemas enfrentados, principalmente nas relações com as administrações municipais.

Ampla experiência

Por outro lado, há empresas especializadas em operar com a administração pública, e por meio de sua ampla experiência em participar de processos de licitação, consegue minimizar quaisquer barreiras que se ergam em sua direção.

Com sede em Porto Velho (RO), a Ventosul Engenharia Térmica se encaixa nesse perfil. Bastante atuante em licitações no HVAC-R, principalmente as relacionadas a prestação de serviços de manutenção e obras de fornecimento e instalação de equipamentos de médio e grande porte. Atualmente, o poder público representa 78% da receita bruta anual da empresa, tendo um aumento bastante expressivo em 2021 e 2022.

“Participamos de licitações desde a constituição da nossa companhia, em 2016, porém o que ajudou foi o meu know-how de mais de 20 anos de atuação em licitações com outros segmentos por outras empresas, como obras civis e de pavimentação de estradas, prestação de serviços e peças para veículos e tratores”, enfatiza o fundador e diretor-geral da empresa, João Fecchio Junior.

De acordo com ele, a Ventosul tem negócios com o poder público por meio de vendas, instalação e prestação de serviços de manutenção em equipamentos de climatização. Entre os contratos advindos de licitações públicas de maior relevância para o portfólio da companhia, destaca-se o firmado em 2019 com a Aeronáutica para o retrofit em equipamentos de climatização do Aeroporto de Congonhas (SP).

Igualmente, em 2021, executou a manutenção continuada nos equipamentos de climatização com tecnologia VRF do Complexo Administrativo do Estado de Rondônia (Palácio Rio Madeira). A contratação foi feita pela Sugesp/RO, tendo valor global de R$ 2,5 milhões pelo período de 12 meses.

No mesmo estado, realizou a manutenção nos equipamentos de climatização com tecnologia VRF do Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia, com valor global de R$ 684,2 mil pelo período de 12 meses. Para o Ministério Público de Rondônia, executou a manutenção nos equipamentos de climatização com tecnologia VRF, no sistema de água gelada (chiller) e nos equipamentos do tipo split. O valor global foi de R$ 583,8 mil pelo período de 12 meses.

A Ventosul também firmou contratos para a manutenção continuada nos equipamentos de climatização do Tribunal Regional Eleitoral do Estado de Rondônia (2018); dos Edifícios do Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia (2018 e 2020); e do Edifício do Tribunal de Justiça do Estado do Pará (2021).

Dificuldades

As empresas que participam de processos de licitação invariavelmente encontram algum tipo de dificuldade. O diretor-geral da Ventosul pontua que é comum erros ou falhas na elaboração dos termos de referência, documento que serve para balizar e determinar as regras da execução do serviço e/ou do fornecimento de produtos.

“Corriqueiramente, a redação desse termo é elaborada sem atender à realidade da execução do objeto, deixando de contemplar condições fundamentais para que o órgão consiga realizar uma contratação que, de fato, atenda à sua necessidade. Isso resulta, em muitos casos, com a contratação de empresas que não conseguem fazer a entrega do objeto satisfatoriamente”, detalha.

O gestor complementa que, nessa situação, fica o órgão público impossibilitado de fazer suas exigências de qualidade, uma vez que o termo de referência foi omisso ou confuso a alguns quesitos essenciais.

“Como consequência, traz prejuízos ao erário, com gastos que não atendem à necessidade do objeto, fazendo com que administração pública faça novas licitações em busca de futuras contratações, muitas vezes sem corrigir os erros do termo de referência”, informa Fecchio Junior.

O diretor da Ventosul chama a atenção para o fato de que o órgão público, quando busca a contratação de uma empresa para a prestação de serviços em manutenção preventiva e corretiva em seus equipamentos de climatização, que ainda estejam no prazo de garantia do fabricante, ou sejam equipamentos de alta complexidade, “se faz necessário que o órgão licitante inclua nas exigências de qualificação técnica a comprovação de credenciamentos válidos para que sejam mantidas as garantias legais do fabricante, ou que comprove expertise técnica nos modelos e tecnologias a serem contratados”, ressalta.

Cuidados

Vender para o governo exige das empresas uma série de regulamentações e certidões negativa de débitos com a Fazenda Pública, além de comprovações do equilíbrio financeiro por meio de balanços anuais.

“É comum observarmos a inabilitação de empresas que vencem os pregões por menor preço, por não atender aos requisitos de regularidade fiscal e/ou econômico-financeiro, o que proporciona uma disputa desleal nos lances, produzindo uma concorrência desnecessária, visto que a ofertante não terá como honrar o compromisso, por não atender aos requisitos legais predisposto no instrumento convocatório”, complementa Fecchio Junior.

Ainda segundo o empresário, companhias que fornecem para o governo de qualquer esfera, deverão dispor de fluxo de caixa equilibrado, “a fim de ter investimentos necessários para a entrega do objeto, e aguardar o seu recebimento dentro dos prazos previstos na legislação – 30 dias corridos após a certificação da nota fiscal ou entrega definitiva ou provisória”, finaliza.

Entenda como funciona a maioria dos processos licitatórios

Edital. Todo processo licitatório se inicia com o lançamento de um edital, documento mais importante das licitações, pois ele contém todas as informações necessárias para que os licitantes possam participar do processo.

Entre os mais importantes dados estão dia e horário da licitação; endereço e meio pelo qual será realizada a licitação; prazos contratuais; penalidade por atraso da obra ou prêmio por antecipação; critérios de medição, pagamento e reajustamento; regime de preços; limitação de horários de trabalho; critérios de participação na licitação; habilitação técnica requerida; documentação requerida; seguros necessários; facilidades disponibilizadas pelo contratante.

Documentos. Uma vez lançado o edital, quem tiver interesse de participar do processo licitatório deve primeiro reunir todos os documentos necessários e se cadastrar. Esses documentos servem como um dispositivo de segurança a mais para que o poder público possa se certificar de que somente empresas com todos os documentos em ordem participem do processo. É uma forma de garantir que somente vendedores minimamente qualificados vendam para o governo, diminuindo a chance de fraude.

Propostas. As fases da proposta podem variar bastante de acordo com a modalidade de licitação que o poder público está utilizando. Por exemplo, pregões eletrônicos são feitos de forma totalmente anônima. Nem mesmo aqueles que estão julgando os valores sabem quem está oferecendo os preços. A identidade daquele que ofereceu o melhor preço só é revelada ao final do processo. Esta metodologia “duplo cego” serve para impedir qualquer tipo de preferência dada a um dos licitantes.

Já o diálogo competitivo, por outro lado, é uma modalidade de licitação mais voltada para inovações tecnológicas e, portanto, permite que haja um diálogo entre os licitantes e o poder público na fase de propostas. Assim, a administração responsável pelo certame consegue identificar quais soluções são mais adequadas para os problemas que o processo licitatório está visando resolver.

Classificação. Depois que todas as propostas foram enviadas e os prazos para o envio chegaram ao fim, cabe ao poder público fazer uma avaliação e classificação das propostas. Dependendo do tipo de licitação, critérios além do preço podem ser levados em consideração. Mas isso vale somente para o diálogo competitivo. A concorrência e o pregão eletrônico prezam pelo preço mais baixo.

Com as análises feitas, o poder público divulga os vencedores do processo licitatório. Se algum dos licitantes achar que houve algum erro no processo, pode entrar com um recurso pedindo a revisão da licitação. Uma terceira parte vai analisar se o recurso tem validade ou não e, caso seja validado, então troca-se o vencedor do certame por aquele que realmente ofereceu o melhor preço.

Contrato. Com os vencedores divulgados e os processos de recurso vencidos, é hora de assinar um contrato com o poder público. Nos contratos com o governo, normalmente é exigido que o licitante vencedor apresente alguma forma de garantia, seja com um valor caução depositado, seguro garantia ou financiamento em instituição bancária autorizada a operar no país.

Essa fase serve para que o licitante prove que possui habilitação econômico-financeira para vender para o governo. Isto porque, caso o licitante vencedor quebre o contrato, o governo não tenha de arcar com os prejuízos.

 

FONTE: PORTAL DE COMPRAS PÚBLICAS

 

Mayekawa do Brasil presente na Forlac 2022

A Mayekawa do Brasil está entre as marcas expositoras da Forlac – Feira para Indústria de Lácteos, que acontecerá de 3 a 5 de maio, em Lambari, sul de Minas Gerais. “Para nós que temos forte tradição em equipamentos e soluções para a Cadeia do Leite é muito significativo estarmos presencialmente nesta retomada de eventos do setor”, avalia o gerente comercial da Mayekawa, Paulo Teixeira. No estande de 30m²,  a multinacional japonesa apresentará uma tecnologia exclusiva para o setor de Lácteos, especialmente para entrepostos de recebimento de leite: o Chiller para Água Gelada Sub-resfriada com tecnologia Microcanal com baixo custo de instalação”.

Valdemir Oliveira: Da Olimpíada à Mestre do setor

Valdemir Oliveira da Silva, supervisor na OAM Engenharia e sócio da JOB Refrigeração Cursos e Serviços, técnico em Automação Industrial, começou a atuar na área de refrigeração e climatização em 2008, através do Programa Jovem Aprendiz da IURD (Igreja Universal do Reino de Deus) no Senai RJ, onde teve a oportunidade de aprender refrigeração domiciliar. Ao término do curso profissionalizante foi convidado a participar da Olimpíada do Conhecimento, experiência que despertou sua paixão pelo setor de HVAC-R, dedicando-se a aprender cada vez mais investindo em conhecimento e atualização profissional.

“Posso dizer que minha carreira profissional iniciou após a etapa nacional da Olimpíada do Conhecimento, em 2010, quando meu professor e mestre, João Vagner, me convidou para fazer parte da equipe na Brise Climatização, uma grande experiência profissional. Em 2011, surgiu a oportunidade de trabalhar na IURD, operando equipamentos de alta capacidade como chillers e selfs-containeds, almejando atuar nesse ramo. Na IURD, fui chamado para treinar alunos para a Olimpíada Nacional do Conhecimento, no Senai RJ, e fiquei fascinado por já ter sido aluno e participado de tudo aquilo, época em que ingressei no mundo da docência, permanecendo de 2011 a 2015. Durante esse tempo procurava outros horizontes, estudando novas tecnologias, prestava serviços externos, dava suporte técnico e assessoria à outras empresas, como a OAM Engenharia, onde atuo até hoje como supervisor, além da minha própria empresa, a JOB Refrigeração Cursos e Serviços, em sociedade com Jobney Palmeira, Mauro Wendel e Pedro Arruda”, informa Valdemir.

Atualmente, ele conta que cerca de 70% de sua rotina em campo é dedicada a equipamentos de grande porte como self, fan-coil e chiller em centrais de água gelada, além de splitões, VRF e sistemas de refrigeração industrial operando com etileno glicol.

“Além dos serviços em campo, me dedico também aos treinamentos e cursos na Escola JOB Refrigeração, onde ministramos os cursos de split convencional, split inverter, VRF, chiller e treinamentos personalizados para empresas”.

Serviços essenciais

Em 2020, no início da pandemia, Valdemir sentiu uma queda na demanda de serviços, causando certa insegurança em relação ao futuro.

“Não sabíamos o que estávamos enfrentando, todos os dias o medo de sair para o trabalho e se contaminar com a Covid-19, mas após a liberação dos serviços essenciais, a demanda aumentou e se intensificou, pois muitos equipamentos não poderiam parar sendo de extrema importância para a funcionalidade das indústrias e empresas. Continuamos trabalhando com período reduzido e dei continuidade a alguns projetos, desenvolvendo cursos e treinamentos. Os meios digitais tornaram-se uma ferramenta preciosa nas mãos de quem sabe usar e hoje podemos pesquisar sem sair do lugar, encontrar manuais, explicações no YouTube, se comunicar através do WhatsApp, e-mail, Facebook, entre outros. Os canais de digitais são prateleiras onde expressamos o que mais vemos no nosso dia a dia, minha página no Instagram, Facebook e meu canal no YouTube são meios que uso para esclarecer e veicular informações sobre esse universo gigantesco, sempre aprendendo algo novo e gerando atualização profissional, além de especialização em diversas áreas do setor”, comenta.

E ele não se intimida ao dizer que um de seus hobbies é estudar refrigeração!

“A Rayane, minha esposa, até brinca comigo e diz que meu maior amor é a refrigeração! Brincadeiras à parte, temos dois filhos abençoados, o Ruan Gabriel e a Ana Clara, família que construímos com muito amor e dedicação. No meu tempo livre gosto de ir à praia com eles ou fazer trilhas de moto. Gostaria de aproveitar a oportunidade e passar para nossos companheiros de profissão que tudo que se faz com amor e dar sempre o seu melhor a recompensa é certa. Que felicidade quando estou ministrando treinamento e encontro um aluno com olhos de paixão pela profissão, isso me motiva cada vez mais a ajudar nossa classe e continuar dedicando meu tempo, fazendo com que as informações de qualidade cheguem aos profissionais do nosso mercado. Então, meus amigos, estudem o máximo que puderem, pratiquem com dedicação, o que um dia era um sacrifício se tornará prazeroso”, conclui.

Casado com Rayane, ele é pai de Ruan Gabriel e a Ana Clara

Automação ajuda HVAC-R a virar o jogo contra o desperdício de energia

Irreversível, processo é aplicado em equipamentos, componentes e ferramentas, gerando ganho de tempo na execução de serviços e maior velocidade e precisão em ações de coleta, guarda, gerenciamento e análise de dados.

Presente em praticamente em todos os aspectos da nossa vida cotidiana – automóveis, residências, aviões e bancos, por exemplo –, a automação historicamente é um dos personagens centrais para o desenvolvimento da sociedade, e pelo menos nos últimos 10 a 15 anos tem sido decisiva para a expansão do HVAC-R, especialmente pela utilização disseminada por comunicação remota via internet, wi-fi e bluetooth.

Este processo agora começa a ganhar ainda mais corpo, em função da chegada da rede 5G para transmissão de dados, que vai ampliar a velocidade de tráfego de dados e, consequentemente, a interação dos técnicos com a interface dos produtos com esta tecnologia embarcada.

Os sistemas de refrigeração comerciais com centrais frigoríficas e multievaporadores foram os primeiros, há algum tempo, a receber automação. Segundo a gerente de marketing da brasileira Full Gauge Controls, Valéria Sales, as principais tendências na área “são os produtos que contribuem para a redução do consumo de energia elétrica em instalações e equipamentos, mas ainda pouco usados por aqui. Talvez pela falta de conhecimento técnico ou pelo mito que se criou de serem ‘equipamentos caros’, mas que na verdade representam um custo mínimo dentro de projetos de médio/grande porte e que se pagam em poucos meses com todos benefícios e segurança que oferecem”.

A gestora salienta que “a todo momento são disponibilizadas melhorias nos sistemas e nos controles. Atualmente, o uso de compressores e ventiladores variáveis superam os 40% de economia de energia, além das válvulas de expansão eletrônicas que permitem utilizar 100% da carga de um evaporador, evitando o coeficiente de erro no dimensionamento dos trocadores de calor. O monitoramento e o gerenciamento remoto de instalações e equipamentos, que há tantos anos divulgamos, estão cada vez mais populares também”.

“Dentro de nossa linha, oferecemos soluções voltadas para eficiência energética, como por exemplo, válvulas de expansão eletrônica (linha Valex), controladores inteligentes (linha Rackontrol), controladores para compressores de velocidade variável (linha +ECO), softwares para gerenciamento de instalações (Sitrad PRO) e outros”, acrescenta.

“Neste segmento, percebe-se que novas tendências, incluindo aplicações com fluidos naturais como demanda do mercado, estão gerando um controle muito maior para garantir que os sistemas mantenham os equipamentos dentro de uma zona de maior performance energética e de capacidade, além do balance entre a real demanda (compressores, degelo e capacidade) e a capacidade acionada”, argumenta o gerente regional de aplicação e serviços da Danfoss na América Latina, Eduardo de Castro Drigo.

Segundo ele, isso só é possível com a utilização de componentes como inversores de frequência nos compressores e bombas, ventiladores que também variam sua capacidade, sensores e algoritmos cada vez mais sofisticados.

Para o executivo da multinacional dinamarquesa, outras áreas que antes não utilizavam controles passaram a fazê-lo. Com o aumento do preço da energia e para reduzir perdas e diminuir custos operacionais, os players do HVAC-R, como os dos segmentos de refrigeração industrial e de câmaras frias, estão investindo pesado em desenvolvimento em uma área do mercado que sempre foi de baixo custo e que, gradualmente, vem demandando cada vez mais esta solução.

“Uma tendência forte é o controle mais preciso dos compressores e condensadores – entrega por demanda e não por controles fixos – e evaporadores – controle de injeção e refrigerante e Delta T para otimizar os degelos”, ressalta Drigo.

A Danfoss, por exemplo, oferece automação para todos os segmentos em que atua, como refrigeração comercial, ar condicionado e refrigeração industrial. No caso da refrigeração comercial, oferece a linha ERC, formada por controladores para geladeiras de bebidas, freezers horizontais e aplicações similares, que entre as várias funções de controle, têm como a principal a economia de energia sobre o controle de abertura de portas e da frequência com que clientes passam em frente ao expositor.

“Além disso, esses equipamentos dispõem de uma função específica que indica se há algum problema com o sistema, o que tem reduzido a quebra de compressores neste segmento, garantindo a qualidade dos produtos expostos para o consumidor. Há alguns modelos para centrais frigoríficas”, explica o executivo.

Para fluidos refrigerantes em geral, a Danfoss tem o AK-PC 551, cujo software de controle tem algoritmos específicos para compressores do mercado que demandam controles específicos e tradicionais. Voltado para todas as aplicações do mercado de refrigeração comercial, ele possibilita controlar um chiller de acordo com a demanda de sistemas com glicol, otimizando a condensação de acordo com o Delta T do condensador.

Para sistemas com CO2, a empresa oferece o controlador AK-PC783, que, além de controlar todo o sistema do frio, é capaz de analisar o balance de carga do sistema e entrega o melhor desempenho possível de acordo com as leituras. Ele também controla os periféricos, como por exemplo bomba e aquecimento de água, caso seja necessário usar a alta energia gerada pela descarga dos compressores.

Já para o controle de evaporadores, a Danfoss lançou recentemente o AK-CC55, controlador que é capaz de pilotar qualquer tipo de válvula de expansão eletrônica (AKVP-Pulso ou a ETS-Motorizada) e traz uma interface bluetooth para comunicação com o smartphone, para facilitar a configuração, o comissionamento e a manutenção.

“Além disso, em uma instalação com muitos evaporadores, essa interface facilita a programação em massa, pois pode ser usada como um arquivo eletrônico armazenando as configurações e compartilhando a programação com outros controladores”, detalha Drigo.

Para o controle de evaporadores aplicados com amônia, a multinacional tem o EKE400, controlador desenvolvido para todos os tipos de aplicação em evaporadores para sistemas com amônia, incluindo configurações bem específicas do nosso mercado.

“Por fim, o Alsense é uma solução de IoT para varejo alimentar, e o mais recente lançamento em nuvem da Danfoss para supermercados e aplicações de varejo de alimentos. A oferta de serviços inclui um portal escalonável e seguro para otimizar o desempenho das operações de varejo de alimentos, a partir de uma tecnologia que pode ajudar a alcançar as eficiências necessárias.”

“A solução permite rastrear facilmente o desempenho dos equipamentos de refrigeração que estão conectados ao gerenciador AK-SM800A, responder a alarmes, integrar monitoramento 24 horas por dia, sete dias por semana, reduzir o consumo de energia e muito mais, tudo em uma plataforma integrada”, complementa.

Segundo o gestor, a chegada da tecnologia 5G vai melhorar a integração entre os controladores e as soluções em nuvem, pensando em compartilhamento de informações.

“Como o acesso à internet será muito maior e a capacidade de interagir com outras plataformas online também, os hardwares terão menos responsabilidade direta sobre o controle e mais em compartilhar com a nuvem os dados do equipamento/instalação e os algoritmos ou as inteligências artificiais ficarão em nuvem enviando comandos para os hardwares nas plantas”, conclui Drigo.

O mercado de automação se beneficiou muito da evolução das redes móveis, nos últimos dez anos, com milhões de reais em investimentos em pesquisa e desenvolvimento. A introdução da tecnologia 4G, por exemplo, impactou naquele momento e abriu as portas para o que se tem hoje no HVAC-R.

“O 4G possibilitou, na União Europeia, sistemas de automação para o consumo energético e promoveu uma redução média de 37% em 2007 sobre o consumo que se tinha em 1998, isso só com a implantação do sistema de gestão técnica de edifícios”, descreve o engenheiro Paulo Américo dos Reis, presidente do Departamento Nacional de Automação da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava).

“A meta com o 5G é atingir um consumo de 2.000 W/mês por habitante na Europa, e outros 1.000 W/mês por habitante, sendo possível apenas pela autogeração alternativa, como foto solar, eólica ou geotérmica”, frisa.

De acordo com o especialista, no Brasil, infelizmente só a área financeira (bancos) vem utilizando em grande escala os produtos ofertados pelas empresas de tecnologia e automação. No varejo, somente os grandes grupos têm utilizados, e em nível pouco perceptível, vinculado só ao controle de logística e financeiro.

“Se pensarmos, por exemplo, que nos países de origem germânica (Alemanha, Áustria, Dinamarca, Holanda e Suíça) possuem desde um pequeno comércio até grandes redes de supermercados sistemas de automação, na verdade gestão totalmente automatizada e remota, em supermercados existe um número porcentual de caixas sem operador, tudo feito pelo cliente em um sistema completo de gestão”, compara.

Sensoreamento

Otimista com a transformação promovida pela expansão da automação no mercado do frio, a Johnson Controls também aposta em tecnologia. Para o diretor de soluções digitais da empresa para América Latina, João Paulo Oliveira, com o sensoreamento espalhado, é possível identificar como está o consumo de energia e frio, e quão eficiente está a planta em determinado instante.

“Assim, a partir desses dados, adotar estratégias, seja o retrofit dos equipamentos, a troca por equipamentos novos, a adoção de novas lógicas de controles ou o uso de soluções que hoje a nossa empresa já tem disponíveis, as quais permitem enviar os dados para a nuvem. A partir da análise dos dados e de diferentes simulações, com machine learning, inteligência artificial, é possível definir uma lógica ótima que irá gerar a economia de energia que o cliente busca”, enfatiza.

O executivo afirma que outra tendência do segmento é a troca da manutenção preventiva para uma mais preditiva, ou até mesmo para aquela que o mercado chama de prescritiva. “Muitas plantas seguem fazendo a manutenção sugerida pelo catálogo do equipamento. A partir do momento em que temos uma conectividade mais rápida e sensores disponíveis em protocolos abertos, passamos a ter a oportunidade de mandar esses dados também para nuvem, para entender como está o comportamento daquele equipamento, e, ao invés de fazer a manutenção baseada em horas de operação, passamos a ter a possibilidade de agir quando alguma coisa está mal”, especifica Oliveira

Na nuvem, enfatiza ele, tem-se a oportunidade não só de detectar um problema, mas descrevê-lo e listar as tarefas que têm de ser seguidas para resolve-lo. “Isso dá mais agilidade e aumenta a disponibilidade da planta, influenciando também na eficiência”, emenda.

Atualmente, a Johnson Controls tem um portfólio bem amplo de produtos dentro da categoria de automação e controle. Fabrica e vende desde sistemas de automação e controle para edificações, controles para todos os aspectos dos espaços refrigerados, para fluxo de ar, painéis de controle e termostatos, além do OpenBlue, plataforma agnóstica, totalmente aberta e conectada, que possui um conjunto de serviços sob medida, estruturadas com inteligência artificial, como diagnósticos remotos, manutenção preditiva, monitoramento de conformidade, avaliações avançadas de riscos, entre outras funcionalidades, que atende a diversos setores.

Nas próximas semanas, revela Oliveira, a Johnson Controls lançará um sensor próprio de qualidade do ar para oferecer monitoramento, mandando os dados colhidos para a nuvem. “Assim, conseguimos identificar para o cliente qual a lógica de controle ótima, ou qual a estratégia que pode ser implementada para melhorar a qualidade do ar em um espaço específico”, completa.

A mesma visão tem a Coel, fabricante de uma linha completa de instrumentos para toda a cadeia do frio, desde a casa de máquinas ao PDV, de termostatos eletrônicos a PLCs, interfaces de comunicação sem fio e softwares de monitoramento.

Para o gerente da engenharia de aplicações da companhia, Silvio Barbelli, com a diminuição dos custos, devido ao aumento de demanda, os dispositivos de automação, como inversores de frequência e válvulas eletrônicas estão sendo mais utilizados na cadeia do frio.

Sobre a rede 5G, o executivo reforça que as interfaces de comunicação 3G e 4G também atenderão ao 5G. A Coel, afirma ele, investe continuamente em desenvolvimento de softwares e hardwares em parceria com instituições de pesquisa e desenvolvimento de Manaus.

“O monitoramento do HVAC-R em nuvem já é uma realidade e a tendência é que todos os dispositivos de conservação e controle sejam conectáveis. Em curto prazo, o 5G possibilitará o monitoramento e controle da cadeia do frio a distância, garantindo a qualidade na fabricação, transporte e armazenamento dos produtos”, projeta.

Outro player que investe pesado em automação, a Elitech apresenta ao mercado sistemas de controle de temperatura em equipamentos de refrigeração e ferramentas digitais para uso em instalação e manutenção de equipamentos.

Além disso, possui uma vasta linha de dataloggers, que registram leituras de temperatura e/ou umidade relativa do ar, e esses dados são usados principalmente em aplicações nas áreas farmacêutica, alimentícia, laboratoriais e de transporte de produtos sensíveis à variação de temperatura.

“Nossas soluções auxiliam os profissionais do setor do frio, principalmente no ganho de tempo para executar tarefas”, destaca o diretor da multinacional no Brasil, Antonio Nascimento Junior.

“Cada vez mais a tecnologia se desenvolve para ajudar os profissionais a ganhar um precioso tempo na coleta e análise de informações geradas por instrumentos de automação, realidade que será cada vez mais explorada pela Elitech”, acrescenta.