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Vamos falar sobre óleo lubrificante?

As adaptações essenciais na mudança de óleo do sistema frigorífico envolvem sua seleção cuidadosa, definição adequada, execução correta dos procedimentos, monitoramento da temperatura e capacitação contínua da equipe.

Os óleos lubrificantes utilizados em sistemas de refrigeração desempenham um papel de extrema importância na lubrificação do compressor e na eficiência geral do sistema, evitando o desgaste prematuro e o superaquecimento. Diferentes tipos de compressores e refrigerantes podem requerer óleos específicos, pois a combinação adequada previne sérios problemas em equipamentos da cadeia do frio. A incompatibilidade entre essas substâncias pode levar à formação de ácidos, corrosão, lubrificação insuficiente, carbonização do óleo e danos irreversíveis ao compressor, podendo resultar na inutilização de componentes ou da máquina inteira.

Apesar de os fabricantes fornecerem manuais com informações sobre o assunto, equívocos na execução dos serviços ainda ocorrem, o que, idealmente, não deveria acontecer. Por isso, investir tempo e recursos nesses aspectos contribuirá significativamente para a eficiência operacional e a vida útil prolongada do sistema frigorífico.

Atualmente, o mercado oferece diversos tipos de óleos lubrificantes, como Óleo Mineral (MO), Polioléster (POE), Alquilbenzeno (AB), Poliolester e Alquilbenzeno (POE/AB), Polialquileno Glicol (PAG) e Polivinil Éter (PVE), cada um deles destinado a uma aplicação específica, com características essenciais distintas, incluindo viscosidade, miscibilidade, floculação e umidade, que determinam sua adequação para diferentes usos.

Óleos Minerais (MO) são derivados do petróleo e são amplamente utilizados em sistemas de refrigeração. A mudança de óleo mineral deve ser feita de acordo com o intervalo recomendado pelo fabricante, sempre verificando sua viscosidade e especificações.

Os óleos Polioléster (POE) são sintéticos e compatíveis com uma variedade de refrigerantes. São frequentemente utilizados em sistemas de ar condicionado e refrigeração. Ao trocar de óleo mineral para POE, por exemplo, é necessário limpar completamente o sistema para evitar incompatibilidades. Certifique-se de seguir as orientações do fabricante para a drenagem e recarga.

Óleos Alquilbenzeno (AB) são sintéticos e adequados para sistemas que utilizam HCFCs e alguns HFCs. Recomendações do fabricante para a transição de óleo é de extrema importância para o bom funcionamento do sistema.

Óleos Poliolester e Alquilbenzeno (POE/AB) são misturas que podem ser usadas para combinar as vantagens de ambos os tipos. Certifique-se de que a mistura seja compatível com os componentes do sistema. O procedimento de troca deve levar em consideração as características específicas da mistura.

Óleo Polialquileno Glicol (PAG) é um lubrificante sintético formulado para operar sob altas cargas e temperaturas e pode ser utilizado em todos os compressores. Uma de suas características é o aumento na durabilidade dos equipamentos e maior economia de combustível e confiabilidade operacional.

Polivinil Éter (PVE) é um óleo sintético desenvolvido especialmente para aplicações em compressores herméticos para sistemas de refrigeração. Este produto oferece diversas vantagens em aplicações que utilizam os fluidos refrigerantes HFC.

“Favorecer o resfriamento, proteção contra ferrugem e vedação são algumas das vantagens ao selecionar produtos de qualidade para os equipamentos. Lubrificantes de alta performance garantem ciclos de vida estendidos, permitindo operação por longos períodos sem a necessidade de trocas frequentes. Os compressores são equipamentos fundamentais em diversos setores da indústria brasileira, atuando no fornecimento de ar ou gás para uma variedade de processos.

Assim como o coração é vital para o funcionamento do corpo humano, os compressores exigem cuidados especiais, especialmente no que diz respeito à lubrificação. Esses equipamentos dependem do lubrificante para desempenhar suas funções. Alguns produtos favorecem o resfriamento, vedação e lubrificação dos componentes internos da máquina, melhorando sua eficiência operacional”, afirma Luiz Maldonado, CEO da Lubvap Special Lubrificants, empresa de distribuição e soluções em lubrificação industrial.

Lubrificantes de alta performance garantem ciclos de vida estendidos, permitindo operação por longos períodos sem a necessidade de trocas frequentes.

Ele orienta ainda que, a escolha do lubrificante ideal requer uma consideração cuidadosa do ambiente ao qual ele está exposto. Fatores como umidade, altas temperaturas, gás e ar comprimido, partículas de metal, solubilidade do gás e superfícies de descarga quentes devem ser levados em conta.

“Um lubrificante eficaz deve oferecer estabilidade à oxidação, proteção contra desgaste e corrosão, bom desempenho em amplas faixas de temperatura, longa vida útil e capacidade de resfriar o gás refrigerado durante a compressão, além de vedar contra vazamentos do fluido refrigerante. Ao selecionar um lubrificante, é essencial consultar as recomendações do fabricante do equipamento, pois alguns exigem o uso de uma marca específica como condição de garantia. Mudanças de marca só devem ser consideradas após o término do período de garantia”, explica Maldonado.

Diretrizes gerais para a adaptação de sistemas

A adaptação de sistemas de refrigeração envolve considerações importantes para garantir o desempenho eficiente e a conformidade com regulamentações ambientais.

Hoje, existe uma maior variedade de fluidos refrigerantes em uso e, por isso, é preciso estar atento a sua compatibilidade com os diferentes tipos de óleo lubrificante. Vale lembrar que a compatibilidade entre esses dois elementos é essencial para o bom funcionamento do compressor e para a vida útil de todo o sistema frigorífico.

Especialistas apontam algumas diretrizes gerais para a adaptação de sistemas e procedimentos gerais para a mudança de óleo:

– Desligue o sistema: Antes de qualquer trabalho, desligue o sistema de refrigeração para garantir a segurança durante a manutenção.

– Drenagem do óleo antigo: Remova completamente o óleo antigo do sistema. Pode ser necessário inclinar o compressor ou utilizar bombas de extração para garantir uma drenagem completa.

– Limpeza do sistema: Certifique-se de que o sistema esteja limpo e livre de contaminantes antes de adicionar o novo óleo.

– Adição do novo óleo: Adicione o óleo novo de acordo com as especificações do fabricante. Utilize o tipo e a quantidade corretos de óleo.

– Operação de vácuo: Após a mudança de óleo, realize um vácuo no sistema para remover qualquer umidade residual e gases não condensáveis.

– Verificação de vazamentos: Antes de colocar o sistema em operação, verifique se há vazamentos e corrija-os, se necessário.

– Monitoramento: Implemente sistemas de monitoramento para acompanhar a temperatura e a qualidade do óleo ao longo do tempo.

– Registros de manutenção: Mantenha registros detalhados de todas as mudanças de óleo e manutenções realizadas no sistema.

Cadeia do frio minimiza desperdício de alimentos

Ao garantir condições ideais de temperatura desde a produção até o consumo, refrigeração minimiza perdas e promove sustentabilidade na indústria alimentícia.

Embora o Brasil seja um dos principais produtores globais de alimentos, é também um dos países com alto índice de desperdício, chegando a 30% da produção, equivalente a 46 milhões de toneladas anuais, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este processo resulta em perdas econômicas significativas, estimadas em R$ 61,3 bilhões por ano.

Além disso, ocupamos a décima posição no ranking de desperdício alimentar no mundo, conforme dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Mundialmente, a entidade revela que 54% do desperdício ocorre na colheita, enquanto 46% das perdas são registradas em armazenamento, transporte e consumo. No contexto brasileiro, 10% ocorrem no campo, 30% na distribuição e armazenamento e 50% no transporte, com os consumidores respondendo por 10% do desperdício total.

A situação poderia ser ainda pior, não fossem os fortes investimentos em pesquisa e desenvolvimento que a cadeia do frio sempre realizou em busca de aprimoramento da eficiência dos equipamentos usados para conservação de alimentos, em todas as etapas entre a lavoura e a mesa do consumidor.

O frio é utilizado para a preservação da qualidade do produto, retardando a atividade enzimática e a consequente oxidação. A diminuição da temperatura e da atividade de água no alimento inibe a possível ação bacteriana e prolonga o tempo de prateleira.

Portanto, o HVAC-R há muito entendeu que é um dos protagonistas na redução do desperdício alimentar, e a refrigeração desempenha um papel crucial na logística de transporte de alimentos perecíveis, evitando perdas significativas ao longo do caminho.

O processo de conservação dos alimentos começa nas vastas extensões agrícolas, onde a colheita é o ponto de partida da jornada dos alimentos para todas as regiões do país. Neste estágio, a tecnologia pós-colheita é aplicada em galpões, silos, estufas e câmaras refrigeradas, promovendo, nesses ambientes, o controle meticuloso de temperatura e umidade, de modo a preservar a vida útil e os atributos nutricionais de grãos, sementes, lácteos, frutas e legumes.

O mesmo processo ocorre com o abate de bovinos, suínos, aves, pescados e frutos do mar, entre outros itens, que essencialmente precisam, logo de início, ser armazenados, conservados e beneficiados em ambientes de baixas temperaturas, como se vê nas linhas de produção dos frigoríficos.

“O desperdício de alimentos acontece principalmente em situações como variações de temperatura no transporte, avarias em embalagens durante o manuseio, expiração do prazo de validade”, afirma Isabela Perazza, diretora regional da Global Cold Chain Alliance (GCCA), associação representante da indústria de armazenamento com temperatura controlada que promove as melhores práticas no setor de armazenamento e logística com temperatura controlada por meio de pesquisas, benchmarking, networking e educação.

A executiva comenta não existir um indicador que mostre a quantidade exata de produtos desperdiçados. “Porém, sabemos que é uma pequena porcentagem, se levarmos em conta o volume do que é produzido no Brasil hoje. Existe um cuidado muito grande para que tais perdas não aconteçam. De qualquer forma, mesmo essa pequena porcentagem significa toneladas de alimentos que poderiam ter tido um melhor destino”, complementa.

Transporte refrigerado

Considerada um dos grandes gargalos do agronegócio brasileiro, a logística envolvendo os produtos agrícolas deve ser precedida de toda uma estratégia de transporte e armazenamento, afinal caminhões e contêineres frigoríficos percorrem longas distâncias até chegar aos pontos de venda.

É neste ponto que a logística refrigerada desempenha papel vital. Veículos equipados com sistemas de refrigeração avançados garantem que a temperatura adequada seja mantida durante todo o trajeto. Seja por estradas, ferrovias, rios ou oceanos, a integridade dos alimentos é preservada, evitando o desgaste precoce e assegurando que cheguem aos destinos em condições ideais.

“A adequada refrigeração no transporte, em todo caminho percorrido, é um fator crítico para que os alimentos cheguem ao seu destino dentro da temperatura e com as propriedades nutricionais intactas, sem que haja perdas. O transporte pode ser um grande gargalo, caso não esteja com o equipamento de refrigeração adequado ou com a manutenção em dia”, argumenta Isabela.

Atualmente, o processo logístico utiliza o rastreamento da temperatura dentro do veículo e das caixas dos produtos, por meio de sensores.  Com este recurso de monitoramento a distância, é possível mapear os desvios e, com base nesta informação, corrigi-los.

“A área de antecâmara, onde ocorre o trânsito dos produtos, tem temperatura controlada, ou seja, sofre climatização. E dentro dos nossos registros de qualidade, há um acompanhamento constante da temperatura das câmaras para que elas estejam de acordo com a rotulagem dos produtos”, explica Vivianne Moreira Leite, responsável técnica e diretora de operações da Cap Logística Frigorificada.

Para minimizar perdas durante o transporte e o armazenamento, a empresa adota estratégias focadas em gestão de estoque com FIFOs (primeiro que entra, primeiro que sai) e relatórios de não conformidade em descargas e carregamentos. “É fundamental a observação de boas práticas em armazenagem e transporte para evitar avarias em embalagens primárias e secundárias”, finaliza.

Varejo

Assim como nas demais etapas do percurso entre a lavoura e a casa do consumidor, a cadeia do frio também desempenha papel decisivo na prevenção de perdas de alimentos no varejo, desencadeando uma série de processos interligados que garantem a qualidade e a segurança dos produtos no armazenamento e nas prateleiras.

Nos estabelecimentos, câmaras frigoríficas, expositores de bebidas e ilhas e balcões refrigerados mantêm a temperatura ideal para produtos perecíveis, prolongando a validade e permitindo que os consumidores tenham acesso a alimentos frescos por períodos mais longos. Esse elo da corrente compreende manipulação, armazenamento e conservação adequados a fim de preservar as características sensoriais e nutricionais. A importância desse sistema vai além da mera conservação, impactando diretamente na redução do desperdício alimentar.

“Deixar de manter o produto nas temperaturas corretas pode resultar em degradação da textura, descoloração e crescimento microbiano. Além disso, um produto de qualidade leva a um cliente satisfeito e à proteção global da saúde pública”, argumenta Isabela Perazza, da GCCA.

Consumidor e meio ambiente

O final do ciclo, na casa do consumidor, também demanda a continuidade da refrigeração adequada. Equipamentos como geladeiras e freezers garantem que os produtos mantenham a qualidade mesmo após a compra, incentivando um consumo consciente e reduzindo o descarte de alimentos.

O mínimo de desperdício também significa redução do impacto ambiental. Quando produtos perecíveis são descartados devido à falta de controle na temperatura, não apenas recursos preciosos são perdidos, mas também ocorre a emissão desnecessária de gases de efeito estufa relacionados à produção e decomposição dos alimentos.

O combate às perdas de alimentos tem arregimentado pessoas e organizações dispostas a fazer a diferença. Um exemplo deste movimento vem da GCCA Brasil, que tem parceria com o Mesa Brasil Sesc, o principal banco de alimentos do País.

O convênio visa a doação de produtos dentro da validade e próprios para consumo, mas que por algum motivo – como avaria na embalagem secundária – não podem ser comercializados. “Dessa forma, as empresas conseguem destinar produtos de alto valor nutricional a pessoas em situação de vulnerabilidade social”, arremata Isabela.

Como a refrigeração se tornou vital para a saúde e o bem-estar

 

Do produtor rural até o consumidor final, tecnologias do frio também são indispensáveis na cadeia de suprimentos de alimentos.

As tecnologias de refrigeração e ar condicionado desempenham papéis cruciais no bem-estar e na saúde das pessoas ao redor do mundo. Como sabemos, a refrigeração é um dos principais pilares na promoção da segurança alimentar e na preservação da saúde pública.

Desde o produtor rural até o consumidor final, o setor é indispensável na cadeia de suprimentos de alimentos.

No campo, os sistemas frigoríficos ajudam a manter a qualidade dos produtos após a colheita, reduzindo o metabolismo dos alimentos e a taxa de decomposição. No transporte, a refrigeração continua impedindo o crescimento de micro-organismos patogênicos e preserva a qualidade nutricional dos alimentos in natura e industrializados.

“A refrigeração permite que os alimentos viajem grandes distâncias e ainda cheguem frescos aos consumidores”, diz o engenheiro mecânico Sérgio Eugênio da Silva, da escola profissionalizante paulistana Super Ar.

“Isso também significa que podemos ter uma dieta mais variada e nutritiva, com acesso a alimentos que não são produzidos localmente”, salienta.

A cadeia do frio também é essencial no setor da saúde, dado seu papel crucial na conservação de medicamentos, vacinas, amostras de sangue e órgãos humanos.

“Como observamos durante a pandemia da covid-19, refrigeradores, freezers, ultrafreezers, caminhões e armazéns frigoríficos foram cruciais para garantir a eficácia e a segurança das vacinas em toda a cadeia de distribuição”, exemplifica.

Guardião da qualidade do ar

O ar-condicionado, muitas vezes percebido como um mero fornecedor de conforto térmico, tem um papel mais profundo na saúde das pessoas. Para além de controlar a temperatura, muitos sistemas de climatização também regulam a umidade e filtram impurezas do ar, contribuindo para a qualidade do ar interior (QAI).

Em regiões de clima quente e úmido, como grande parte do Brasil, os condicionadores de ar podem reduzir significativamente o risco de doenças relacionadas ao calor, como a insolação. “O conforto térmico não é apenas uma questão de conforto em si, mas também de saúde em edifícios comerciais, residenciais e meios de transporte”, lembra o docente.

Além disso, em ambientes hospitalares, o controle de temperatura e umidade é essencial para prevenir a proliferação de bactérias e fungos, assim como para garantir a eficácia de procedimentos médicos – em salas de cirurgia, por exemplo, é necessário manter condições ambientais específicas para garantir a segurança do paciente e a eficácia do procedimento.

Os filtros de ar nos sistemas de ar condicionado também ajudam a reduzir a concentração de poluentes, como pólen, poeira e partículas finas, o que é essencial para pessoas com condições respiratórias, como asma ou alergias.

Em meio às ondas de calor mais intensas e frequentes em todo o mundo, a tecnologia se tornou bem de primeira necessidade. Afinal, esses eventos climáticos são extremamente perigosos para a saúde humana, podendo levar a doenças relacionadas ao calor e até mesmo à morte.

A população idosa e aqueles com doenças crônicas são particularmente vulneráveis a esses impactos. Com as temperaturas subindo acima dos níveis suportáveis, a demanda por sistemas de ar condicionado tem disparado.

No entanto, isso traz consigo desafios em termos de consumo de energia e emissões de gases de efeito estufa. Como resultado, a indústria está em busca de tecnologias mais eficientes e sustentáveis.

Uma tendência emergente é a refrigeração e a climatização inteligentes, que utilizam a internet das coisas (IoT) e a inteligência artificial (IA) para otimizar o desempenho e reduzir o consumo de energia.

“Essas tecnologias não só beneficiam o meio ambiente, mas contribuem para a melhoria da qualidade do ar e da segurança alimentar”, ressalta o especialista.

“Enfrentamos desafios, mas também oportunidades para aprimorar nossa indústria. Com o desenvolvimento contínuo de novas tecnologias e práticas sustentáveis, o HVAC-R continuará sendo vital para a nossa saúde e bem-estar”, avalia.

Refrigeração, uma longa história

Desde as mais rudimentares cavernas geladas à tecnologia de refrigeração de última geração, a busca do homem pelo frio tem moldado nossa sociedade de maneiras imensuráveis.

Enfim, a história da refrigeração começa muito antes da invenção da primeira geladeira. Desde os tempos pré-históricos, os humanos compreenderam a importância de preservar alimentos em temperaturas baixas para aumentar sua longevidade.

No inverno, a neve e o gelo eram armazenados em cavernas, covas e depósitos subterrâneos (ice houses, em inglês). Essas práticas continuaram por milênios, até que as tecnologias começaram a avançar.

O primeiro grande salto conceitual ocorreu em 1748, quando o professor escocês William Cullen desenvolveu a ideia de criar um meio de resfriamento artificial. Seu projeto não tinha aplicação prática, e chamou apenas a atenção de alguns cientistas.

Em 1805, o inventor americano Oliver Evans projetou, mas nunca construiu, o primeiro refrigerador movido a vapor. Foi apenas em 1834 que Jacob Perkins, outro americano, patenteou o primeiro refrigerador prático, que usava éter em um ciclo de compressão de vapor.

E a inovação na área não parou por aí. Em 1844, o médico americano John Gorrie usou o projeto de Oliver Evans para produzir gelo destinado a resfriar o ar para pacientes com febre amarela.

Em 1856, o jornalista britânico-australiano James Harrison criou uma máquina que produzia gelo em larga escala. E, em 1876, o físico e engenheiro alemão Carl von Linde inventou o processo de refrigeração por liquefação de gás, que ainda é usado em refrigeradores e freezers modernos.

Já o primeiro refrigerador doméstico foi introduzido em 1913, pela empresa americana Domelre, mas o equipamento não fez sucesso comercial.

Já a companhia Kelvinator, formada em maio de 1916, se deu bem melhor com os seus aparelhos que resfriavam usando uma bomba de calor de fase alternada.

Mas só em 1925 foram fabricados os primeiros refrigeradores que continham numa mesma unidade a caixa de resfriamento, o compressor e o condensador, trio que antes existia separado, ao lado ou embaixo da geladeira.

Por fim, o primeiro refrigerador a ter sucesso mundial foi um modelo da General Eletric (Monitor-Top) de 1927, uma geladeira que usava dióxido de enxofre como refrigerante. Nos anos seguintes, a refrigeração doméstica tornou-se cada vez mais comum, permitindo a segurança alimentar e a expansão da dieta humana.

Em paralelo, o ar-condicionado estava em ascensão. Em 1902, Willis Carrier inventou a primeira unidade de ar condicionado moderna. Inicialmente projetada para controlar a umidade em uma gráfica, a tecnologia foi rapidamente adotada por cinemas, teatros, escritórios e, eventualmente, residências, transformando a arquitetura e permitindo o crescimento de áreas outrora inabitáveis devido ao calor.

Para o professor Sérgio Eugênio, o desenvolvimento da refrigeração e do ar condicionado ao longo da história é um testemunho do engenho humano e da nossa busca contínua pelo conforto e pela sobrevivência.

“O futuro certamente trará novos avanços e desafios à medida que continuamos a refinar e reinventar essas tecnologias essenciais”, arremata.

IoT e IA moldam futuro do HVAC-R

Com o advento de tecnologias cada vez mais sofisticadas, setor está destinado a se tornar mais eficiente, sustentável e orientado ao usuário.

 

A internet das coisas (IoT) e a inteligência artificial (IA) estão emergindo como ferramentas essenciais para melhorar a eficiência e a eficácia da indústria de aquecimento, ventilação, ar condicionado e refrigeração (HVAC-R), transformando radicalmente a maneira como o setor opera e se desenvolve.

“Nós vemos uma demanda crescente pela introdução de novas tecnologias no auxílio à tomada de decisões em todas as fases do segmento, desde o projeto até o acompanhamento do funcionamento das instalações”, observa Rodnei Peres, vice-diretor da Full Gauge Controls.

Na era digital, a conectividade se tornou uma das tendências mais relevantes no mercado, com a IoT desempenhando um papel significativo, segundo o executivo.

Em sua avaliação, com o advento de tecnologias cada vez mais sofisticadas, o setor está destinado a se tornar mais eficiente, sustentável e orientado ao usuário.

De maneira geral, a IoT e IA, cujos impactos são palpáveis, estão permitindo uma gestão mais estratégica dos sistemas de HVAC-R, principalmente em termos de manutenções preditivas e prevenção de falhas, levando à eficiência energética e à minimização do impacto ambiental.

Na cadeia do frio, especificamente, sensores são capazes de monitorar continuamente a temperatura e a umidade dos ambientes, garantindo que os perecíveis e outros produtos sejam armazenados e transportados sob condições ideais. Os dados recolhidos podem ser acessados remotamente, o que possibilita aos gestores de instalações tomarem decisões informadas para evitar perdas, inclusive nos pontos de venda.

Além disso, o uso de GPS em dispositivos de IoT permite rastrear a localização exata de cargas refrigeradas em trânsito. Essa capacidade de rastreamento aumenta a transparência, permite respostas rápidas a quaisquer interrupções e ajuda a garantir a integridade dos produtos até o destino final.

A IA, por outro lado, está auxiliando na previsão de demanda e no gerenciamento eficiente dos recursos. Por meio da análise dos padrões de consumo de energia, a IA pode, por exemplo, ajustar automaticamente as configurações dos equipamentos de refrigeração comercial para maximizar a eficiência e reduzir os custos.

Enfim, a IoT e a IA estão redefinindo a gestão da cadeia do frio, o que transforma desafios em oportunidades para a indústria e os prestadores de serviços na implementação de controles inteligentes em sistemas de refrigeração e climatização.

“O constante desafio é fazer com que as nossas soluções cheguem à ponta da cadeia de HVAC-R, garantindo que as novas tecnologias sejam acessíveis a todas as partes envolvidas”, destaca.

Dados em tempo real e armazenados em nuvem aprimoram gestão da cadeia do frio

Segurança cibernética em foco

Ao passo que a IoT e IA evoluem, a necessidade de proteger os dispositivos inteligentes também nunca foi tão crítica. No caso da indústria gaúcha, “sempre utilizamos protocolo fechado para maior segurança dos usuários”, afirma Peres. Isso destaca a importância de salvaguardar a infraestrutura digital em um ambiente cada vez mais conectado.

Os sistemas de refrigeração e ar condicionado, por serem parte essencial de várias indústrias, são alvos potenciais para os cibercriminosos. Se não forem devidamente protegidos, os sistemas de controle podem ser facilmente invadidos por hackers.

Muitos dos dispositivos de IoT são gerenciados sem os requisitos de segurança adequados, tornando-os vulneráveis a ataques. Para combater as ameaças, os especialistas recomendam uma série de medidas de proteção.

Isso inclui a atualização regular de seus softwares, a substituição de equipamentos obsoletos que não recebam mais suporte de seus fabricantes, a implementação de políticas de complexidade de senhas, o monitoramento constante das redes e o acesso com verificação e confiança zero.

Um dos casos mais conhecidos de vulnerabilidade no setor foi divulgado em fevereiro de 2019, quando os sistemas de refrigeração controlados por termostatos fabricados pela RDM, uma empresa de controles com sede na Escócia, apresentaram brechas que poderiam ser exploradas por hackers, conforme demonstrou um relatório dos especialistas em segurança on-line do Safety Detective.

Essas falhas, segundo o coletivo, poderiam permitir a invasores acessar os dispositivos e alterar suas configurações de temperatura, afetando os setores que os utilizam, incluindo hospitais e redes de supermercados.

À época, uma busca no Shodan, um mecanismo de busca para dispositivos conectados à internet, revelou 7.419 instalações vulneráveis, localizadas principalmente na Rússia, Malásia, Brasil, Reino Unido, Taiwan, Austrália, Israel, Alemanha, Holanda e Islândia.

A alteração das configurações de refrigeração pode levar a sérias consequências, especialmente em hospitais, onde refrigeradores são usados para armazenar vacinas, medicamentos e órgãos, entre outros materiais.

Segundo o Safety Detective, invasores poderiam acessar os sistemas de controle vulneráveis da companhia via navegador web, necessitando apenas do endereço (URL) correto do dispositivo.

“Nós instruímos a secretária do nosso escritório sobre como encontrar outros dispositivos on-line, e ela rapidamente localizou uma planta frigorífica na Alemanha e um hospital no Reino Unido usando apenas o Google”, alertou.

Descarbonização da economia passa pelo isolamento térmico

Tecnologia garante conforto, bem-estar e redução de consumo de energia nas construções.

Agora que a economia de energia deixou de ser uma questão puramente técnica para estar na boca de todo mundo, é hora de falar com clareza sobre quais são os elementos que mais podem resultar em consumo menor de energia em edifícios e instalações de refrigeração e ar condicionado. Para atingir isso, uma das chaves é o isolamento térmico.

Atualmente, o mercado dispõe de uma vasta gama de fontes limpas e renováveis – solar, eólica, geotérmica e biomassa – para tornar o consumo energético menos intensivo em carbono. No entanto, sistemas eficientes e mais ecológicos só serão úteis se forem instalados em edifícios bem isolados, uma vez que grande parte da energia gerada é perdida em construções sem isolamento adequado.

Nos ambientes construídos, para se obter um correto isolamento térmico, é preciso dar especial atenção às paredes e ao teto. Ao investir no isolamento de ambos, não se obtém apenas economias significativas de energia, como também se agrega mais conforto e bem-estar para os ocupantes de casas, escritórios e fábricas.

Atualmente, existem muitos materiais que podem ser utilizados para isolar internamente uma construção, como poliuretano (PUR), fibra de vidro, lã mineral, placa de lã de madeira etc.

Segundo os especialistas da área, esses materiais são muito fáceis de serem instalados e podem ser implantados facilmente, gerando benefícios diretos para o bolso e o planeta – afinal de contas, as cidades, onde ficam a maioria absoluta das construções, são responsáveis pelo consumo de 78% da energia mundial e por 60% das emissões de gases de efeito estufa (GEE).

É por isso que a descarbonização dos edifícios passa pelo isolamento térmico. “A melhor energia é aquela que não é produzida porque não é necessária a sua utilização. Isso significa que a redução da demanda energética através do isolamento térmico também deve ser priorizada”, explica Luis Mateo, diretor da associação espanhola de fabricantes do setor.

Segundo ele, um edifício com um nível ótimo de isolamento “sempre” reduzirá suas necessidades energéticas e, consequentemente, emitirá menos dióxido de carbono ao longo de sua vida útil.

“Dessa forma, o isolamento térmico torna os edifícios mais sustentáveis, melhora a qualidade de vida das pessoas e valoriza as construções”, conclui.

 Qualidade acústica

Com o aumento do trabalho remoto, o isolamento termoacústico também provou-se essencial para a produtividade.

Segundo o engenheiro Gilmar Luiz Pacheco Roth, membro da Associação Sul Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Aquecimento e Ventilação (Asbrav), embora não existam dados concretos, é possível observar que, desde julho de 2013, quando a Norma de Desempenho de Edificações Habitacionais (NBR 15575) entrou em vigor, o setor de incorporação passou a pensar na qualidade acústica de seus prédios.

“Um bom isolamento acústico pode servir tanto para residências como ambientes de trabalho e estudo, além de locais corporativos para apresentações e reuniões”, diz.

“A indústria, prontamente, passou a investir no desenvolvimento de materiais acústicos, elementos e sistemas tanto de isolamento, como mantas, quanto na melhor performance de esquadrias e elementos de vedação”, afirma.

Já os construtores, segundo ele, passaram a investir em medições acústicas em obras, para certificação do desempenho das opções escolhidas. Paralelo às ações citadas, consultorias especializadas e ensaios laboratoriais específicos para produzir parâmetros na qualidade acústica dos prédios tiveram um crescimento considerável por solicitação dos construtores.

O especialista explica que o isolamento acústico está diretamente relacionado ao controle de ruído, seja por via estrutural de um prédio ocasionado por vibrações de algum equipamento mecânico, ou ruído aéreo, produzido por inúmeras fontes, móveis ou fixas. Já o conforto acústico é o resultado obtido através do isolamento acústico de um ambiente, e pode ser combinado com o condicionamento acústico, que se refere à qualidade dos sons produzidos num ambiente interno e sua propagação no recinto e cuida do controle do tempo de reverberação (eco).

“A acústica bem projetada de um ambiente para desempenho de atividades laborais é fundamental para a produtividade e bem-estar dos usuários. Acústica e saúde andam juntas, pois uma das vantagens de um ambiente bem projetado acusticamente é a contribuição para melhorar a concentração e a diminuição do estresse, geralmente causado por ruídos excessivos, conversas paralelas, equipamentos ruidosos e outras situações conflitantes de trabalho, muito comuns nos meios corporativos”, acrescenta.

 Cadeia do frio

Muitos produtos, como alimentos e produtos fármacos, por exemplo, precisam ser acondicionados em ambientes refrigerados. O objetivo é que, armazenados por um certo período em um ambiente de temperatura controlada, de acordo com suas necessidades específicas individuais, os itens tenham sua vida útil garantida.

Para isso, atacadistas e varejistas utilizam câmaras frias, que são consideradas um dos equipamentos mais importantes para garantir o isolamento térmico e manter a conservação dos produtos estocados.

Fazer o controle de temperatura das câmaras frias, no entanto, não é tarefa fácil. Formadas por uma série de equipamentos que auxiliam no isolamento do ambiente e impedem a entrada de calor no espaço interno, elas exigem uma verdadeira barreira protetora dos insumos.

“Quando o local sofre com a entrada de calor, é possível que a câmara frigorífica tenha infiltrações que podem causar instabilidades climáticas, por exemplo. Além disso, a falta de vedação das paredes ou portas isolantes e a abertura delas por longos períodos ocasiona a entrada de calor no espaço e pode resultar em um problema sério, como perda dos produtos e aumento de custos. Por essa razão, é importante contar com equipamentos que permitam máxima vedação e o isolamento térmico industrial, como é o caso de uma porta rápida”, comenta Giordania Tavares, diretora-executiva da Rayflex.

Ela explica que, para a montagem de uma câmara frigorífica para estocagem de produtos já resfriados ou congelados, é importante definir o fluxo e o nível de rigorosidade.

“As movimentações que acontecem em uma câmara fria industrial precisam de agilidade. O principal desafio encontrado em locais voltados para o isolamento térmico e que necessitam de uma alta taxa de movimentação é justamente preservar essa temperatura com a abertura e fechamento das portas”, diz a executiva.

E são as portas um dos principais equipamentos dessas câmaras frias. “Geralmente, o acesso a esses locais é feito com o uso de uma empilhadeira ou paleteira. O recomendado é que as portas tenham abertura e fechamento muito rápido ou que não precisem de intervenção humana direta, podendo ser acionadas também por botoeira, puxador, controle remoto e laço de indução. Sem isso, um operador precisará descer da paleteira para fechar a porta”, completa.

No mercado brasileiro, dois tipos de painéis isotérmicos vêm se destacando na utilização em câmaras frias, sendo eles o com núcleo em poliisocianurato (PIR) e o poliestireno expandido (EPS), conforme ressalta o CEO da Dufrio, Guillermo Zanon.

“O PIR é um plástico termofixo, obtido da mesma forma que o PUR, com alguns diferenciais químicos e de composição e que apresenta também excelentes propriedades termoisolantes e mecânicas. Tecnicamente, se diferencia do PUR por apresentar melhor resistência térmica a altas temperaturas. As placas de PIR são compostas de 95% de células fechadas e o restante de abertas”, explica.

“Por conta disso, o PIR não absorve água. Entre as vantagens, apresenta baixo índice de condutibilidade térmica, o que, comparado a outros produtos voltados ao isolamento térmico, é bastante interessante, necessitando de uma espessura menor para ter o mesmo nível de isolamento de outros, ou seja, ele é mais eficiente”, detalha.

Por não ser necessária a utilização de água na sua instalação e nem na produção, é considerado uma construção seca. “Ambas as opções – PIR e EPS – são painéis que chegam prontos para instalação, o que proporciona um canteiro de obras limpo, alta produtividade, livre de entulhos e de desperdício de materiais. Trabalham tanto como revestimento de vedação, quanto estrutural, e, por isso, dispensam chapisco e reboco, diminuindo o peso próprio das edificações”, salienta o executivo, lembrando que a Dufrio fornece essas tecnologias para “vários segmentos, como frigoríficos, abatedouros, logística de alimentos e medicamentos, supermercados, agronegócio e lojas de conveniência, entre outros”.

Outro grande player nacional, a Frigelar também se mantém atenta à evolução e às demandas do segmento. “O isolamento térmico está completamente ligado à eficiência energética, assunto que é pauta e desafio para o mercado brasileiro”, diz o gerente de vendas da divisão industrial da companhia, Eduardo Machado.

“Painéis termoisolantes de alto rendimento são bem-vistos pelos clientes que buscam a excelência em suas operações. A EOS/Frigelar tem fornecido ao setor painéis e portas frigoríficas de altíssima qualidade. As densidades implicam diretamente na barreira de troca de calor e, por esse motivo, temos investido muito nos controles internos. Os encaixes dos painéis, a injeção de portas, a densidade do EPS são requisitos básicos para um maior isolamento”, acrescenta.

Para o gestor, o mercado, principalmente os nichos de armazenagem, transporte e estocagem frigorificados, está em alta. “Indústrias, varejos e comércios estão sendo desafiados a evitarem o desperdício, uma vez que os custos estão cada vez mais altos.

O desperdício por armazenagens inadequadas, por exemplo, ocasiona uma diminuição direta das margens de lucro, muitas vezes impedindo o crescimento dos negócios.”

 Expectativas para 2023

De maneira geral, a indústria brasileira de isolantes termoacústicos está relativamente confiante com relação às perspectivas de negócios para o ano que vem, apesar do cenário bastante recessivo previsto em algumas regiões do mundo.

“O Brasil pode aparecer como uma boa alternativa de investimento estrangeiro, podendo acelerar negócios em 2023, inclusive no segmento da construção, e, por consequência, afetando positivamente o segmento de isolantes térmicos no próximo ano”, avalia o diretor-geral da Armacell, Mansur Haddad.

“É claro que isso dependerá também das definições do próximo governo, e na condição que ele estabeleça uma agenda de responsabilidade fiscal, assim como uma boa base de segurança jurídica aos investidores externos. Acreditamos também que uma parte do bom crescimento encontrado no nosso segmento nos últimos dois anos seguirá ocorrendo em 2023 devido às dinâmicas inércias naturais dos mercados do HVAC-R”, completa.

Segundo o executivo, a Armacell vem trabalhando e investindo constantemente na qualidade de seus produtos, “para oferecer aos nossos clientes soluções de alta performance”.

“Este ano, inauguramos o Centro Tecnológico Armacell (CTA), projetado para realização de testes, concepção e aperfeiçoamento de produtos e materiais, aprimoramento de tecnologias de instalação, desenvolvimento de peças de isolamento pré-fabricadas (fittings), além de possuir infraestrutura para treinamentos on-line e presenciais”, revela.

“O CTA será o eixo central de inovação na América do Sul, ou seja, referência no mercado em isolamentos térmicos na tecnologia de elastoméricos e polietilenos, através da implementação de conceitos como o de joint innovation ou mesmo de inovação aberta”, enfatiza.

A Epex – outro grande nome do setor – pretende se manter firme em seu “propósito de levar produtos de qualidade ao mercado, visando sempre facilitar o dia a dia de revendas e instaladores, mesmo diante do incêndio de grandes proporções que atingiu a empresa em julho”, conforme esclarece a diretora comercial companhia, Juci Crsipim.

“Pensando nisso, seguiremos fornecendo nosso isolamento Tubex Inverter na embalagem Slim (20 barras por pacote), isolamento Tubex Dreno também na embalagem Slim (15 barras por pacote), além da nossa manta protetora de superfícies Protepiso. Cabe igualmente ressaltar a parceria Epex Wincell estará ainda mais forte no próximo ano para o mercado de espuma elastomérica na América Latina”, diz a executiva, ressaltando que as expectativas da empresa para 2023 estão elevadas e agradecendo “imensamente ao mercado de climatização e refrigeração por todo apoio dado à epex” após o incêndio em sua planta.

Quem também está otimista em relação ao desempenho do setor no próximo ano é a Rocktec. “Em 2021, falando em números reais de produtividade, nós tivemos um crescimento de 48% em relação a 2020. Enfim, foi um ano incrível e, por essa razão, difícil de ser superado, mas fomos surpreendidos em 2022, para o qual temos um crescimento previsto de 11,5% sobre 2021. Isso é fantástico”, explica o diretor comercial da empresa, Elias Barbosa.

“A Rocktec vem, nos últimos anos, se destacando no segmento de sistemas de ar condicionado com sua linha de pré-isolados AluPir, referência no Brasil e em outros sete países com bastante força, tanto que ainda no primeiro semestre de 2023 estaremos inaugurando nossa nova sede”, diz.

“Nesse novo local, teremos mais uma máquina de linha contínua e, até final do segundo semestre de 2024, estaremos com três máquinas desse tipo em operação. Com isso, teremos preços ainda mais competitivos para oferecer ao mercado nacional e em alguns outros mais países onde estamos buscando novas parcerias”, antecipa o executivo.

Qual a importância da refrigeração no agronegócio?

O agronegócio, ligado à indústria alimentícia, exige uma logística que permita manusear, conservar e transportar os alimentos de acordo com as normas de agências reguladoras e exigências internacionais, quando exportados.

Um dos principias elementos dessa cadeia é a refrigeração, que atende a um amplo segmento da indústria alimentícia, levando os produtores a investirem em processos e equipamentos para garantir a qualidade dos produtos. As oportunidades residem em aplicar, ampliar e melhorar o controle de temperatura nas várias etapas das cadeias produtivas.

Versatilidade

Os equipamentos de refrigeração devem ser flexíveis e atender as características da agricultura rotativa para absorver várias safras de diferentes produtos. Cada grão/semente tem características próprias de conservação, controle de desenvolvimento de fungos, perda de água e controle de germinação, o que determina a necessidade específica de refrigeração.

A principal característica é a busca pela preservação do produto na sua forma original, com a menor perda possível da qualidade e quantidade. As sementes, em contato com um ambiente que tem oscilações de umidade, têm a propriedade de absorver ou liberar água para o ar que as envolve, ou seja, mesmo depois de secas, ao entrarem em contato com um ambiente úmido, absorverão água novamente.

Portanto, se as sementes ficarem armazenadas em um ambiente onde a umidade oscila, estarão sujeitas a estragar com mais facilidade. Assim, um sistema de refrigeração bem projetado é que vai garantir o sucesso do processo.

Modernização na conservação de alimentos

A manutenção da cadeia do frio e o controle de qualidade são fundamentais para assegurar as boas condições dos produtos, proporcionando segurança ao consumidor. A instalação de modernos sistemas de refrigeração, além de atuar na conservação do alimento, permite a otimização do uso da energia.

Os equipamentos que funcionam próximos aos ambientes do agronegócio necessitam de algumas características adicionais, como robustez, durabilidade, confiabilidade técnica, reserva de capacidade frigorífica e flexibilidade operacional frente à constante variação de demanda de carga térmica. Isto não elimina a necessidade de serem simples de operar, seguros e de fácil manutenção.

 

Por: Genivaldo O. J. – Coordenador e consultor de Marketing Estratégico – JetFrio

Seminário aprofunda tema sobre baixa carga de amônia

sistema de refrigeração com baixa carga de amônia

Agendado para os dias 15 a 17 de março,  o Congresso Latino-americano de Refrigeração por Amônia voltado para a Cadeia do Frio e segurança no uso na refrigeração industrial trará uma programação robusta, conectando gestores de frigoríficos, engenheiros de projetos, acadêmicos, técnicos e profissionais do setor.

Serão três dias de palestras com destaque para o tema: “Sistemas com Baixa Carga de Amônia”, proferida pelo gerente da Mayekawa do Brasil, Ricardo César dos Santos.

“Esta palestra apresenta soluções modernas de refrigeração com baixa carga de amônia para aplicações de resfriamento e baixa temperatura, o que a torna acessível aos usuários de refrigerantes sintéticos; além de auxiliar os usuários de instalações industriais a reduzir a quantidade desse refrigerante nos sistemas, mas, contudo, mantendo sua eficiência energética e agregando segurança operacional e ambiental. Sem dúvida, a amônia de baixa carga é o futuro da refrigeração”, explica Ricardo.

O Congresso Latino-americano de Refrigeração por Amônia é uma iniciativa do IIAR – Instituto Internacional de Refrigeração por Amônia – Capítulo Brasil e é um evento que ocorre simultâneo à III Feira Internacional da Indústria de Processamento de Proteína Animal e Vegetal, a Expomeat 2022, que acontecerá em São Paulo (SP).

Serviço:

  • Palestra: Sistemas com Baixa Carga de Amônia
  • 17 de março de 2022
  • 15h00
  • Auditório João Barion
  • Evento Simultâneo da Expomeat 2022
  • Participação gratuita
  • Inscrição: https://www.expomeat.com.br/programacao-pt
  • VAGAS LIMITADAS

Daikin vai investir US$ 5,2 bilhões em fusões e aquisições

Chão de fábrica e montagem da Daikin

Indústria japonesa pretende usar aquisições para alcançar posição de liderança no mercado de ar condicionado residencial e comercial na América do Norte | Foto: Divulgação

Em entrevista à Bloomberg, o CEO do fabricante japonês, Masanori Togawa, também revelou que a companhia não foi abordada, mas disse não ver sinergias na aquisição da Fujitsu ou da Toshiba, que anunciou recentemente a venda da maioria das ações em sua joint venture de ar condicionado para Carrier.

Na Europa, a Daikin adquiriu o fabricante de refrigeradores e freezers de supermercados plug-in AHT em 2019. A empresa agora está interessada em adquirir um fabricante de condensadores remotos e expandir seus negócios na cadeia do frio.

Togawa também informou que, se necessário, a empresa pode extrapolar seu orçamento de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês).

Ademais, disse o executivo, a Dakin pretende usar suas próximas aquisições para alcançar posição número um no mercado de ar condicionado residencial e comercial na América do Norte.

Incompatibilidade que gera danos

A correta combinação de usos entre óleos lubrificantes para compressores e fluidos refrigerantes é fator essencial para evitar o surgimento de problemas graves em equipamentos utilizados na cadeia do frio, com potencial inclusive de inutilizar desde um simples componente até a máquina toda.

A incompatibilidade de substâncias pode provocar formação de ácidos, corrosões, lubrificação insuficiente, carbonização do óleo e danos – até irreversíveis – ao compressor.

Embora os fabricantes disponham de manuais de instruções que proporcionam conhecimento sobre o tema, não é raro haver equívocos na hora da execução de um serviço. Esse tipo de erro não deveria existir, mas acontece.

Basicamente, o papel do óleo lubrificante é atenuar o atrito entre as partes móveis e fixas dos compressores, impedindo o desgaste prematuro das peças e o aquecimento excessivo do sistema. A lubrificação continuará dando conta da tarefa desde que uma simples equação seja obedecida – garantir as faixas ideais de temperatura de operação, de pressão e de ausência de contaminantes.

Estão disponíveis no mercado o óleo mineral (MO), alquilbenzeno (AB), polioléster (POE) e polialquilenoglicol (PAG) e cada qual para um tipo de aplicação e com suas características essenciais – viscosidade, miscibilidade, resíduo de carbono, floculação e umidade.

Para começar, a viscosidade sofre influência da temperatura. Se estiver elevada, a viscosidade diminui. Quando submetido a altas temperaturas, o óleo não pode afinar demais sem constituir uma camada protetora. E a baixas temperaturas, não deve ficar pastoso.

Lubrificantes atenuam atritos entre as partes fixas e móveis dos compressores, impedindo o desgaste prematuro de peças e o aquecimento excessivo do sistema

Capacidade de uma mistura de formar uma única fase em certos intervalos de temperatura, pressão e composição, a miscibilidade correta permite ao lubrificante fluir pelo sistema junto ao gás, garantindo o bom retorno ao compressor. A miscibilidade tem relação direta com a viscosidade do lubrificante, que diminui à medida que aumenta a solubilidade com o gás refrigerante. O aparecimento de resíduos de carbono é outro problema complexo enfrentado no setor, afinal os óleos podem sofrer decomposição pelo calor. O controle das temperaturas normais de trabalho do compressor é essencial para evitar a carbonização do óleo. Se o pior ocorrer, os resíduos de carbono favorecerão o desenvolvimento de borra, sedimento que pode provocar obstrução no sistema, gerando lubrificação insuficiente.

Quando o lubrificante é submetido a baixas temperaturas, ele sofre um processo chamado floculação, pelo qual a cera contida no produto tende a precipitar-se. Os flocos de cera gerados podem depositar-se no elemento de controle de fluxo, interrompendo a passagem do refrigerante, ou assentar-se no evaporador, diminuindo a transferência de calor. Uma dica importante: em temperaturas encontradas normalmente em sistemas de refrigeração, o lubrificante não deve sofrer floculação.

Por fim, a umidade presente no óleo é outro fator de atenção. Seu teor deve ser inferior ou igual ao especificado pelo fabricante. Se a umidade for maior, haverá formação de sedimentos e ácidos ou o processo de congelamento no interior do sistema.

“O lubrificante e o refrigerante precisam ter certa compatibilidade. O ideal é termos uma combinação entre eles muito solúvel e razoavelmente miscível”, pondera o engenheiro químico Wagner Carvalho, especialista em polímeros e tensoativos na Montreal, indústria paulista que desenvolve, produz e comercializa lubrificantes no segmento de refrigeração. Segundo ele, quando o lubrificante está em estado líquido e o refrigerante em estado gasoso, por exemplo, este segundo elemento tem que ser, preferencialmente, 100% solúvel no lubrificante. Da mesma forma, o refrigerante, em estado líquido, não deve ser 100% miscível no lubrificante também em estado líquido. “Ao contrário, haverá uma diluição grande dentro do compressor, diminuindo muito a viscosidade do lubrificante e gerando queda de performance”, explica. Com passagens por Castrol Plus, Tutela (Petronas) e Quaker Chemical, Carvalho enfatiza que se o refrigerante for totalmente solúvel ou miscível, poderá haver quebra do compressor. “Se for muito pouco miscível, também não será bom, porque o óleo vai sair do compressor e ficar armazenado no evaporador. E como não vai retornar para o compressor, poderá haver dano”, afirma.

“Em relação à umidade, quanto menos tempo o óleo ficar exposto, menos ele vai absorvê-la. Se houver umidade, pode-se gerar corrosão no sistema e hidrólise do óleo, que deixará de lubrificar, podendo causar quebra do compressor. Este é o principal problema em uma troca mal feita. O ideal é evitar deixar a embalagem aberta e realizar um vácuo bem-feito no sistema”, complementa o gestor.

De acordo com Carvalho, os sistemas estão cada vez menores. “Hoje há uma tendência de se usar um lubrificante com menor viscosidade, para ganhar eficiência dos equipamentos, com um consumo menor de energia”, conclui.

 

 

Danfoss participa do Congresso Brasileiro da Cadeia do Frio

No próximo dia 2, a GCCA Brasil – Global Cold Chain Alliance – promoverá o Congresso Brasileiro da Cadeia do Frio, no Hotel Tivoli Mofarrej, em São Paulo. O evento, com programação formada por palestras e painéis de discussão, terá a Danfoss como uma das participantes do debate sobre o tema “ESG na Refrigeração Industrial”, representada por Renato Majarão, Diretor Senior de Vendas e Marketing da Danfoss Climate Solutions América Latina.

A edição deste ano do Congresso Brasileiro da Cadeia do Frio está prevista para ser realizada das 8h30 às 17h30 e é voltada para o setor de Operadores de Logística Frigorificada e dispõe de uma programação educacional planejada para executivos e líderes das empresas associadas e não associadas ligadas ao setor. Além do debate sobre ESG, serão abordados assuntos como “Momento da Indústria Global”, “Rodovias, Ferrovias e Mar na Cadeia do Frio Brasileira”, “Perspectivas dos Clientes” e “Logística Refrigerada no Corredor Bioceânico: Realidade e Perspectivas Regionais Brasileiras”, entre outros. O intuito é reunir palestrantes, professores e especialistas de alto nível para interagirem e trocarem experiências sobre tendências futuras e desafios atuais da cadeia do frio, bem como empresas fornecedoras de soluções para este mercado.

Para Renato Majarão, o debate sobre ESG na Refrigeração Industrial é extremamente oportuno e pode agregar muito para o setor. “Hoje, podemos dizer que a agenda ESG está pelo menos em vista para todo o setor produtivo e em muitos deles é uma das principais prioridades. O setor de refrigeração não poderia ser diferente e é muito importante que discutamos esse assunto de forma mais específica, pois já existem soluções nesse segmento que visam a reduzir os impactos ambientais como as que proporcionam economia de eletricidade com mais eficiência energética ou com o uso de fluídos refrigerantes que não são prejudiciais ao meio ambiente. Além disso, como a redução dos impactos ambientais e melhor uso dos recursos são questões que sempre marcaram a trajetória da Danfoss, participarmos desse debate sem dúvida será muito positivo e totalmente em linha com a nossa atuação”, comenta ele.