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Setores de ar condicionado e climatização cresceram em 2021 e continuará aquecido em 2022

Este e outros números foram apresentados no último dia 27 de janeiro, durante o encontro ABRAVA de Portas Abertas – “Perspectivas e Planejamento 2022 para o Setor AVAC-R”, pelo economista Guilherme Moreira, Coordenador do Departamento de Economia e Estatística (DEE) da ABRAVA e por representantes dos Departamentos Nacionais de Ar Condicionado, Refrigeração e Comércio.

O debate em torno desses cenários contou ainda com Matheus Lemes, Diretor de Serviços da Trane e Presidente do Departamento Nacional de Ar Condicionado da Abrava; Marcos Almeida, Diretor de Vendas e Marketing da Emerson e Vice-presidente do Departamento Nacional de Refrigeração Comercial; e Toríbio Rolon, Gerente de desenvolvimento de Novos Negócios e Corporações e Vice-presidente do Departamento Nacional de Comércio.

De acordo com Moreira, baseado em projeções da ABRAVA e em diversos indicadores divulgados, o aquecimento das importações de insumos e equipamentos do HVAC-R comprova que 2021 foi um ano de recuperação para o mercado do frio, atingindo 9,8% de expansão, contra um PIB de 4,6% (projeção do Banco Central), com perspectiva de 5,5% para 2022 e 5% para 2023.

Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do governo federal, comprovam esta realidade. No ano passado, o setor importou US$ 1,185 bilhão em compressores e bombas e ventiladores (+29,6%) ante US$ 914,4 milhões (2020); US$ 688,1 milhões (2021) em aparelhos de ar-condicionado (+21,7%) contra US$ 565,5 milhões (2020); e US$ 318,8 milhões (2021) em refrigeradores e congeladores (+30,9%) ante US$ 243,5 milhões (2020).

Da mesma forma, o forte crescimento das exportações de carnes refrigeradas e congeladas confirmou a boa fase do segmento de refrigeração. Segundo o levantamento, com dados da Secex, somente com carnes congeladas de bovinos, o país registrou crescimento de 25,2% em vendas em 2021 em comparação a 2020.

Este e outros números estão na pesquisa “Termômetro ABRAVA – Resultados 2021 e Perspectivas 2022”, realizada com 75 empresas associadas nas duas primeiras semanas de janeiro deste ano, e apresentada no evento. De modo geral, os empreendedores estão otimistas com o que 2022 terá a oferecer ao mercado.

Para 47,14%, as condições gerais das empresas em relação a empregos melhoraram no segundo semestre de 2021 em comparação ao primeiro semestre do mesmo ano. Já 44,29% disseram que as condições permaneceram as mesmas. Número similar (45,17%) foi registrado em torno das condições gerais acerca de investimentos no mesmo período comparado. O Termômetro aborda ainda faturamento, que para 51,43% dos entrevistados melhorou, além de exportações e acesso a insumos e matérias-primas.

“A crise causada pela pandemia foi desigual, pois afetou mais famílias de baixa renda. No entanto, famílias de média e alta renda elevaram gastos, favorecendo especialmente os segmentos de Ar Condicionado e Refrigeração em 2021”, enfatiza o estudo, acrescentando que a “retomada das atividades de serviços favorece também o segmento de equipamentos de ar-condicionado de grande porte”.

Para este ano, segundo a pesquisa, 55,5% dos empresários do setor entrevistados estão otimistas ou muito otimistas com as exportações, enquanto 54,3% referiram-se ao faturamento. Em relação à retomada do emprego e dos investimentos, este estado ânimo tomou conta de 52,9% e 48,9% dos participantes, respectivamente.

“O ano de 2022 será difícil, com eleição e incertezas. Houve recuperação de empregos em 2021, mas perda de massa salarial. Com inflação elevada, vimos uma perda de renda e poder de compra, afinal os preços subiram”, cravou Moreira, enfatizando os bons resultados do setor da construção civil para imóveis de médio e alto padrão em 2021. “E continuará assim em 2022, uma boa notícia para a área de ar condicionado residencial e equipamentos centrais. Mas em 2023, deve haver uma desaceleração”, alertou.

Para o varejista Toríbio Rolon (Dufrio), VP do DN de Comércio da ABRAVA, os dados colhidos sobre o mercado em 2021 mostram que o Brasil não é para principiantes. “O comércio se adapta muito rápido. Enquanto a indústria consegue se planejar, o varejo é mais estratégico. Para as classes mais altas, o split e as instalações serão mais procurados, enquanto para as menos favorecidas, haverá maior demanda por manutenção de equipamentos, como trocas de compressor e filtros”, exemplificou.

Igualmente otimista, o representante da indústria, Matheus Lemes (Trane), Presidente do DN de Ar Condicionado, apontou que mesmo com alguns solavancos, o setor deve crescer mais modestamente em 2022, mesmo com a abertura de mais oportunidades, vide a alta na importação de insumos.

“Tal otimismo pode ser explicado porque a indústria talvez esteja alavancada por estoques, por causa da crise global da cadeia de suprimentos. Além disso, a crise hídrica já está levando a uma maior procura por produtos inverter, que tenham menor consumo de energia”, argumentou.

Segundo o gestor, o mercado tem provado uma digitalização da prestação de serviços, um tipo de “uberização”, já usado pelo comércio ao buscar prestadores de serviço, abrindo inclusive oportunidades para empresas de pequeno e médio porte e MEIs.

“Serviços corretivos e de reparos para escolas, que estavam paradas e agora retornam, e portanto irão precisar de manutenção de seus equipamentos, vão contribuir para o crescimento do setor neste ano”, apontou Lemes, mesmo com Copa do Mundo e eleições no segundo semestre.

Já Marcos Almeida, VP do DN de Refrigeração Comercial da ABRAVA, comentou que a refrigeração, por estar em todos os setores da economia, acaba sendo resiliente em momentos como este em que vivemos. “Além disso, há grandes movimentações regulatórias e tecnológicas, como os novos gases refrigerantes a exemplo do  R290 e CO2, e isso tudo movimenta a cadeia produtiva”, salientou o representante da indústria de soluções de automação.

 

Fonte: ABRAVA

 

Bombas em evolução

sistema de gerenciamento de bombasAs tecnologias de bombeamento de água são vitais para os sistemas de climatização e refrigeração instalados em edifícios comerciais e industriais. Afinal de contas, são as bombas que fazem a água circular por suas tubulações, transferindo calor de um ambiente para outro.

De maneira geral, elas também são utilizadas em outras aplicações, tais como abastecimento de água, transferência de líquidos, processos industriais, irrigação, sistemas de lavagem e pressurização.

Atualmente, as bombas de água contam com diversos aparatos tecnológicos que aperfeiçoam seu funcionamento, como os inversores de frequência e sistemas de controle automatizados.

Muitas delas também são feitas de materiais e estruturas inovadoras, que, inclusive, facilitam os serviços de manutenção em sistemas hidrônicos.

Enfim, existe uma infinidade de tipos no mercado, cujos modelos variam de acordo com o fluido a ser bombeado, temperatura, características de vazão e pressão.

“Utilizamos bombas na maioria dos nossos produtos, especialmente para bombeamento de água gelada em chillers industriais e de ar condicionado”, diz o gerente comercial da Mecalor, Marcelo Zimmaro.

A indústria paulistana, que deve registrar crescimento de 10% em suas vendas até o fim deste ano, tem apostado na qualidade total de seus produtos, com oficinas hi-tech móveis e softwares que “conversam” com equipamentos dos clientes.

“Em nossa aplicação, o mais comum é utilizar bombas centrífugas, do tipo monobloco, ou seja, motor e bomba acoplados diretamente. Uma tecnologia muito interessante que utilizamos é a das bombas do tipo multiestágio, ou seja, em vez de apenas um rotor, são vários rotores interligados, ou vários estágios”, explica.

Segundo o engenheiro, a vantagem proporcionada por elas é a flexibilidade para escolher um determinado ponto de operação de vazão e pressão e eficiência de bombeamento.

“Estas bombas possuem rotores e eixo de aço inoxidável, o que também é um diferencial importante. Este tipo de bomba está disponível apenas para uma certa faixa de vazão e pressão, normalmente algo como 40 m³/h com pressão de 4,0 bar”, detalha.

Acima disto, existem as centrífugas monobloco convencionais em ferro fundido que são mais acessíveis, porém, hoje existem tecnologias de bombas verticais in line de aço inoxidável que são muito eficientes e substituem as tradicionais com maior investimento inicial, revela o gestor.

De acordo com ele, outra novidade recente são bombas duplas, ou seja, duas delas montadas em um mesmo circuito com válvula de retenção já integrada. Na linha de eficiência energética, já estão disponíveis no mercado bombas com sistema eletrônico de variação de rotação, substituindo a tradicional solução de bombas com motor AC + inversor de frequência.

“Na Mecalor, já utilizamos os mais diferentes tipos de tecnologia, porém, devido a questões de custo, as bombas centrífugas multiestágio e de rotor único são as mais utilizadas”, informa.

“Uma outra coisa interessante é que, na montagem de bombas, fazemos estações de bombeamento com reserva 1+1, 2+1 ou 3+1, por exemplo, com revezamento automático, entrada automática da bomba reserva em caso de falha na bomba em operação e conjunto hidráulico montado com coletores de aço inoxidável e válvulas integradas”, acrescenta.