Smacna Brasil celebra 29ª Edição dos Destaques do Ano de 2023

No dia 08 de novembro, cerca de 400 pessoas participaram da solenidade de premiação promovida pelas entidades SMACNA Brasil (Sheet Metal Air Conditioning Contractors’ National Association) e ABRAVA (Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento). O evento visa considerar, no âmbito nacional, os melhores trabalhos de engenharia ambiental termo do ano anterior.

Os critérios de avaliação incluem incorporação de tecnologia, inovação, uso responsável de energia, comprometimento com a qualidade do ar, preservação ambiental e normatização.

Dos empreendimentos inscritos, seis foram premiados nas seguintes categorias: Retrofit / Conforto – Luna Crescente (São Paulo – SP); Obra Nova / Industrial – Nutera-RP (Ribeirão Preto – SP); Hospital Mater Dei Salvador (Salvador – BA); Hospital e Maternidade São Luiz Osasco (Osasco – SP); Obra Nova / Conforto – Paróquia Nossa Senhora Aparecida – Catedral (Cascavel – PR); e Obra Nova / Ventilação – Ecourbis TVE Vergueiro (São Paulo – SP).

“É com imensa alegria e satisfação que damos as boas-vindas à 29ª edição do ‘Destaques do Ano Smacna Brasil. Estamos honrados em reconhecer os méritos dos trabalhos de engenharia termo ambiental realizados no ano de 2022 e a busca incessante pela excelência na qualidade das instalações, traduzida em seis obras que se destacaram no ano passado. Ao longo deste período, já reconhecemos 196 projetos executados em diferentes estados do Brasil. Expresso ainda, nossa gratidão aos patrocinadores que contribuíram significativamente para a realização e sucesso deste evento!”, comemorou Edson Alves, presidente da Smacna Brasil.

Mercado global de filtros de ar-condicionado deve dobrar até 2030

A indústria de filtros de ar-condicionado tem assistido a uma evolução tecnológica sem precedentes nos últimos anos. Um relatório lançado em agosto pela consultoria ResearchAndMarkets.com aponta para um crescimento robusto nesse mercado, impulsionado principalmente pela adoção de tecnologias avançadas e pela demanda crescente em setores-chave.

Em 2022, o segmento movimentou US$ 3,4 bilhões. Mas a projeção é de que este valor mais que dobre até 2030, alcançando uma impressionante marca de US$ 6,2 bilhões. A taxa de crescimento anual projetada é de 8%.

Segundo o documento, essa expansão acelerada é reflexo da crescente necessidade de sistemas de ar condicionado e ventilação mais eficientes e, ao mesmo tempo, mais sustentáveis.

O relatório também enfatiza a resiliência do setor após os desafios trazidos pela pandemia de covid-19. O segmento de precipitadores eletrostáticos, por exemplo, teve seu crescimento reajustado para uma taxa anual de 8,1% até o fim da década considerando o período de recuperação pós-pandemia.

Já as vendas de filtros HEPA, conhecidos por sua capacidade de filtrar partículas minúsculas do ar, devem registrar uma taxa de crescimento anual de 9,2%, movimentando US$ 2,4 bilhões até 2030.

Outra tecnologia em destaque no estudo são os filtros de carbono ativado. Ideais para eliminar odores, produtos químicos e outros poluentes do ar, eles têm sido reconhecidos como uma tecnologia-chave para ambientes mais saudáveis, especialmente em áreas urbanas densamente povoadas.

Qualidade do ar interno em foco

Nos vastos cenários urbanos do mundo contemporâneo, onde o ritmo agitado e a busca por conforto se entrelaçam, a qualidade do ar em ambientes internos tem emergido como um tópico essencial.

Para os profissionais da indústria de ar condicionado, compreender a importância da filtragem e da renovação do ar não é apenas uma questão técnica, mas um compromisso com a saúde e bem-estar dos usuários.

Afinal, em locais fechados, onde a circulação natural do ar é limitada, poluentes, microrganismos e partículas diversas podem se acumular, comprometendo a qualidade do ar. Materiais de construção, mobiliário, equipamentos eletrônicos e até mesmo as pessoas podem liberar contaminantes no ambiente.

Os sistemas de ar condicionado modernos estão equipados com filtros de alta eficiência, capazes de reter desde as partículas mais grosseiras até microrganismos minúsculos. Os filtros HEPA, por exemplo, são capazes de capturar até 99,97% das partículas maiores que 0,3 micrômetro, garantindo a retenção de muitos alérgenos e patógenos.

Além da eficiência, a regularidade na manutenção e substituição dos filtros é fundamental, pois um filtro saturado perde sua eficácia e pode se tornar um foco de proliferação de micro-organismos.

Como a realidade aumentada pode ajudar o HVAC-R a evoluir?

Nos últimos anos, a realidade aumentada (RA) vem se destacando como uma tecnologia promissora e inovadora, revolucionando diversas indústrias. Embora comumente associada à manufatura, marketing ou varejo, a RA também está auxiliando os profissionais do mercado de aquecimento, ventilação, ar condicionado e refrigeração (HVAC-R, em inglês) a atender às crescentes demandas do setor.

Dessa forma, ela tem modificado a forma como gerentes de projetos, técnicos de manutenção e engenheiros projetam e instalam produtos, bem como treinam suas equipes em campo.

Para quem ainda não tem conhecimento sobre o assunto, a RA é uma tecnologia de visualização ao vivo que utiliza a entrada sensorial gerada por computador para melhorar a percepção do usuário sobre o mundo real, sobrepondo imagens, sons e dados no ambiente real do usuário.

Essa sobreposição de conteúdo virtual altera nossa perspectiva da realidade. Por exemplo, com a RA, podemos consultar manuais simplesmente apontando nossa câmera para um dispositivo ou produto.

Para experimentar a RA, os refrigeristas necessitam de um smartphone, tablet, óculos especiais e um aplicativo que a suporte. O aplicativo precisa determinar sua localização e a direção que você está olhando para sobrepor modelos 3D em objetos do mundo real.

Confira, a seguir, cinco maneiras sobre como a RA pode ajudar o setor a evoluir:

Visualização – A indústria do frio depende fortemente da visualização para fornecer informações detalhadas sobre como um sistema funcionará e o que é necessário para uma instalação adequada. A RA pode ajudar em todas essas tarefas ao fornecer uma representação 3D precisa de um sistema ou layout de produto.

Experiência do produto em casa – Usando a RA, os clientes podem ter uma visão ao vivo de como um produto ficaria instalado em sua casa antes de decidirem pela compra. Isso lhes permite evitar erros caros e economizar nos custos de instalação ao acertar na primeira tentativa.

Colaboração eficiente – A RA permite que técnicos e engenheiros fiquem mais conectados com seus colegas, compartilhando o que veem com outros membros da equipe. Isso aumenta a eficiência, fornecendo informações em tempo real de locais de trabalho ou locais remotos, como uma sala de controle ou escritório.

Racionalização – Desde o design até a instalação, a RA pode ajudar a otimizar processos inteiros, eliminando a papelada e reduzindo as chances de erros. Além disso, ferramentas de RA também permitem que os contratantes encontrem o melhor equipamento compatível com seus requisitos e orçamentos, contribuindo para a redução de custos e aceleração de processos!

Qualificação profissional – Muitos dos treinamentos para profissionais do setor são caros, demorados e, às vezes, até perigosos. Nesse sentido, a RA oferece uma nova forma de treinar novatos. Usando uma sobreposição digital, a tecnologia permite que os inciantes aprendam de forma mais rápida, interagindo e experimentando diversas situações cotidianas, tornando o treinamento eficiente e seguro.

Projetos com RA

Ainda que lentamente, a RA está se tornando uma parte integrante da indústria, desde o projeto e treinamento até trabalho de campo e engenharia.

Em termos de projetos, especificamente, sabemos que projetar um novo sistema de refrigeração e climatização pode ser demorado e caro, enquanto o produto finalizado é difícil de visualizar.

Nesse sentido, a RA facilita o design de sistemas ao fornecer aos clientes uma visão muito clara do produto desejado, uma vez que projetistas e engenheiros podem ver um modelo em escala real de seu projeto e obter uma melhor compreensão dos processos de design e instalação.

Ao utilizar uma ferramenta de RA, arquitetos, projetistas e engenheiros podem transformar seus projetos em modelos 3D interativos e escalonados, usando renderizações fotorealistas, o que permite aos profissionais melhorar sua capacidade de visualizar os componentes no contexto antes da implementação.

Assim, os projetistas podem apresentar seus projetos sem usar espaço físico caro e recursos. Isso pode ser extremamente útil em alguns projetos de retrofit, que permitem que arquitetos ou técnicos anexem um projeto a um edifício existente sem interromper as operações ou ocupantes atuais.

Além disso, tanto os profissionais quanto os clientes podem participar e visualizar melhor o processo de design. Isso lhes dá mais controle sobre o processo e os ajuda a entender como o edifício funcionará.

Como resultado, os especialistas podem fazer alterações em qualquer ponto durante o desenvolvimento do projeto sem ter que redesenhar todo o sistema do zero. Isso também pode reduzir os custos e o tempo de design e construção.

RA na indústria

Na indústria, especificamente, a RA pode transformar a pré-fabricação de equipamentos ao limitar retrabalhos e melhorar a eficiência por meio de ferramentas de sequenciamento que fornecem orientação passo a passo durante a fase de instalação e implementação do projeto, que são recursos valiosos para os contratados.

Por exemplo, diagramas de processo e sequências de montagem interativas podem ser criados usando o Microsoft PowerPoint combinado com RA para mostrar aos empreiteiros um guia passo a passo sobre a instalação das montagens.

Técnicos também podem usar a RA para recursos como manuais de reparo e esquemas para garantir uma instalação de qualidade. Consequentemente, essa abordagem virtual elimina retrabalhos, já que instruções detalhadas são fornecidas para cada montagem, reduzindo o tempo de instalação no local e o tempo de produção.

Aplicações relevantes de RA também estão sendo desenvolvidas para apoiar os processos de garantia e controle de qualidade, permitindo que os trabalhadores acompanhem os ativos que foram inspecionados, os trabalhos de manutenção que foram concluídos, os ativos que precisam de atenção e os trabalhos atrasados.

Ao incorporar a RA nas inspeções, os gerentes de manutenção podem tomar melhores decisões sobre o que precisa ser feito e quando, o que contribui para economizar tempo e dinheiro e melhorar a gestão de riscos da empresa.

Quanto aos técnicos, alguns têm dificuldade em manter agendas para reparos no local, já que precisam de ajuda para identificar quais componentes requerem atenção rapidamente. É aqui que a RA entra em cena, pois coloca os dados operacionais em contexto para detectar falhas, desgaste e uso de tubulações, dutos e outros equipamentos industriais.

Ao escanear códigos atribuídos a cada ativo, os técnicos podem visualizar não apenas informações gerais, como ID do equipamento, número de série ou intervalos de serviço, mas também a condição de todas as peças, independentemente da localização, em um mapa em tempo real, bem como dados sobre temperatura, pressão mecânica e todos os outros parâmetros operacionais para detectar quaisquer fatores externos que possam estar afetando uma determinada parte de um sistema.

Enfim, ao fornecer uma visão em escala real de um modelo, a RA facilita a resolução de problemas e mantém a coordenação dos sistemas de construção no ponto. Com suas inúmeras aplicações se desdobrando lentamente, a RA, sem dúvida, se tornará o fator determinante no HVAC-R.

Eletromobilidade aquece indústria de ar condicionado automotivo

Boom dos carros elétricos exige preparo técnico de mecânicos de refrigeração nas oficinas.

A ascensão da eletromobilidade, isto é, a transição para veículos elétricos (EVs, na sigla em inglês), não está apenas transformando a indústria automobilística como um todo, mas também está impactando toda a cadeia produtiva relacionada, como a de ar condicionado automotivo.

A última edição do relatório anual Global Electric Vehicle Outlook, produzido pela Agência Internacional de Energia (AIE), prevê que 2023 será mais um ano de recordes nas vendas globais de EVs.

De acordo com o estudo, em 2022, foram comercializados mais de dez milhões de EVs globalmente, e a expectativa é que esse número cresça em 35% em 2023, totalizando 14 milhões de vendas. Esse aumento surpreendente levou a participação dos veículos elétricos no mercado automotivo global de 4% em 2020 para 14% em 2022, e a AIE projeta que essa porcentagem alcance 18% em 2023.

“Os EVs são uma das forças motrizes da nova economia global de energia que está emergindo rapidamente – e estão provocando uma transformação histórica na indústria automobilística mundial”, afirma o diretor executivo da AIE, Fatih Birol.

“As tendências que estamos testemunhando têm implicações significativas para a demanda global de petróleo. O motor de combustão interna não tem rival há mais de um século, mas os EVs estão mudando o status quo. Até 2030, eles evitarão a necessidade de pelo menos cinco milhões de barris por dia de petróleo. Os carros são apenas a primeira onda: ônibus e caminhões elétricos seguirão em breve”, enfatiza.

À medida que mais fabricantes embarcam na corrida para desenvolver EVs com mais autonomia, a demanda por sistemas de climatização inovadores, eficientes e sustentáveis também aumenta.

Nos automóveis tradicionais, movidos a combustíveis fósseis, o sistema de ar condicionado é alimentado, em grande parte, pela energia gerada pelo motor. Nos EVs, no entanto, a energia consumida pelo ar condicionado é extraída diretamente da bateria, que também é responsável por movimentar o veículo.

Estima-se que o uso do ar condicionado possa reduzir a autonomia de um EV em até 20%, tornando a eficiência energética uma prioridade máxima. Nesse cenário, novas tecnologias, materiais e designs estão sendo desenvolvidos para garantir sistemas mais eficientes e que consumam menos energia.

Além do mais, nos EVs, a climatização não é apenas uma questão de conforto para os ocupantes. A manutenção da temperatura ideal da bateria é vital, pois um gerenciamento inapropriado do calor gerado pode comprometer tanto seu desempenho quanto sua vida útil.

Por isso, o professor Sérgio Eugênio da Silva, da escola profissionalizante paulistana Super Ar, enxerga a transição para a mobilidade elétrica como uma janela de oportunidades para a indústria de refrigeração e ar condicionado. “Do design de compressores mais avançados à manutenção otimizada, o setor está diante de um futuro repleto de inovações”, comenta.

Para o engenheiro mecânico, os EVs estão deixando de ser apenas uma visão futurista e se tornando uma realidade tangível, especialmente com a evolução que os tornou atrativos não apenas para entusiastas das tecnologias ambientalmente corretas.

Essa tendência, segundo ele, tem sido observada desde 2012, ano em que o Nissan Leaf introduziu um sistema de gerenciamento térmico eficiente por meio de bomba de calor, revolucionando o conforto térmico nas cabines.

A tecnologia foi rapidamente adotada por grandes fabricantes europeus, incluindo Jaguar, BMW e Volkswagen. “Ao contrário dos sistemas convencionais de climatização com compressores acionados por correias, as bombas de calor com compressores elétricos oferecem um controle mais preciso da temperatura. Em alguns designs avançados, é até possível definir temperaturas distintas para diferentes áreas do veículo”, explica.

Ao contrário do que os leigos no assunto possam pensar, Sérgio Eugênio esclarece que as bombas de calor não produzem calor. Elas simplesmente transferem energia térmica de um ambiente para outro, captando o calor do exterior para aquecer o interior do veículo, ou vice-versa.

Segundo o especialista, a evolução na eletromobilidade também trouxe à tona a discussão sobre fluidos refrigerantes mais sustentáveis, caso da hidrofluorolefina (HFO) R-1234yf. “Nos EUA, grande parte dos veículos – elétricos ou não – já circulam com essa substância, devido às suas vantagens claras em termos de eficiência em diversos climas e baixo potencial de aquecimento global (GWP)”, ressalta.

“Essa tendência global de substituição de gases de alto impacto climático em sistemas de refrigeração e ar condicionado também evidencia a necessidade de profissionais atualizados em normas e regulamentações internacionais. Tudo isso, enfim, exige dos mecânicos familiaridade e expertise”, acrescenta.

Brasil promulga Emenda de Kigali e restringe uso de HFCs

Na última sexta-feira (25), o Brasil oficializou sua adesão à Emenda de Kigali, um dispositivo da ONU criado em 2016, que visa restringir os hidrofluorcabonos (HFCs) devido ao seu impacto no efeito estufa. Esses gases são frequentemente utilizados em sistemas de refrigeração.

O País, que ratificou o acordo em 2022, tem até 2024 para adaptar-se às novas regras de consumo de HFCs e, posteriormente, reduzir progressivamente suas emissões, com um corte planejado de 80% até 2045.

Com a adesão ao acordo, o Brasil se tornou elegível a receber US$ 100 milhões do Fundo Multilateral do Protocolo de Montreal para ajudar na adaptação das indústrias e treinamento de profissionais. No entanto, um plano de ação deverá ser desenvolvido e metas precisarão ser cumpridas para garantir o acesso a esses recursos.

Especialistas da Rede Kigali estimam que a medida não só previne a entrada de aparelhos obsoletos no mercado brasileiro, mas também pode resultar em uma economia de R$ 57 bilhões até 2035 em despesas energéticas.

Ar condicionado espacial para a Lua e Marte

A Estação Espacial Internacional (ISS) está abrigando um experimento revolucionário chamado FBCE (Flow Boiling and Condensation Experiment), que visa entender a ebulição e a condensação em gravidade reduzida. Os cientistas por trás deste projeto, da Universidade Purdue, pretendem utilizar esses conhecimentos para desenvolver sistemas de ar condicionado adaptados aos futuros habitats lunares e marcianos.

A principal dificuldade reside na compreensão de como os processos de aquecimento e resfriamento funcionam quando a gravidade é mínima ou inexistente. Enquanto entendemos esses sistemas muito bem na Terra, o espaço é uma nova fronteira.

O FBCE consiste em dois módulos instalados na ISS desde 2021. O primeiro concentra-se na ebulição, explorando como ela se comporta na ausência de gravidade. O segundo módulo, transportado por uma nave de carga Cygnus, concentra-se na condensação em um ambiente de redução reduzida. Ambos os módulos obrigatórios fornecem dados essenciais até 2025.

“Desenvolvemos mais de 100 anos de compreensão de como os sistemas de calor e arrefecimento funcionam na gravidade da Terra, mas não sabíamos como funcionam na ausência de peso”, afirma Issam Mudawar, professor de engenharia mecânica da Purdue University, à frente do projeto.

O experimento está entre os maiores e mais complexos testes de investigação da NASA em física de fluidos. Com base nos resultados, serão preparados uma série de pesquisas que descompactam os dados registados a bordo da ISS que se somam a mais de 60 artigos já publicados sobre gravidade reduzida e fluxo de fluidos desde o início do projeto, acrescenta a equipa.

O futuro dos sistemas de climatização no espaço está sendo moldado nas estrelas, com motivação tanto para a exploração espacial como para o conhecimento terrestre.

Fonte: Sapotek

IoT e IA moldam futuro do HVAC-R

Com o advento de tecnologias cada vez mais sofisticadas, setor está destinado a se tornar mais eficiente, sustentável e orientado ao usuário.

 

A internet das coisas (IoT) e a inteligência artificial (IA) estão emergindo como ferramentas essenciais para melhorar a eficiência e a eficácia da indústria de aquecimento, ventilação, ar condicionado e refrigeração (HVAC-R), transformando radicalmente a maneira como o setor opera e se desenvolve.

“Nós vemos uma demanda crescente pela introdução de novas tecnologias no auxílio à tomada de decisões em todas as fases do segmento, desde o projeto até o acompanhamento do funcionamento das instalações”, observa Rodnei Peres, vice-diretor da Full Gauge Controls.

Na era digital, a conectividade se tornou uma das tendências mais relevantes no mercado, com a IoT desempenhando um papel significativo, segundo o executivo.

Em sua avaliação, com o advento de tecnologias cada vez mais sofisticadas, o setor está destinado a se tornar mais eficiente, sustentável e orientado ao usuário.

De maneira geral, a IoT e IA, cujos impactos são palpáveis, estão permitindo uma gestão mais estratégica dos sistemas de HVAC-R, principalmente em termos de manutenções preditivas e prevenção de falhas, levando à eficiência energética e à minimização do impacto ambiental.

Na cadeia do frio, especificamente, sensores são capazes de monitorar continuamente a temperatura e a umidade dos ambientes, garantindo que os perecíveis e outros produtos sejam armazenados e transportados sob condições ideais. Os dados recolhidos podem ser acessados remotamente, o que possibilita aos gestores de instalações tomarem decisões informadas para evitar perdas, inclusive nos pontos de venda.

Além disso, o uso de GPS em dispositivos de IoT permite rastrear a localização exata de cargas refrigeradas em trânsito. Essa capacidade de rastreamento aumenta a transparência, permite respostas rápidas a quaisquer interrupções e ajuda a garantir a integridade dos produtos até o destino final.

A IA, por outro lado, está auxiliando na previsão de demanda e no gerenciamento eficiente dos recursos. Por meio da análise dos padrões de consumo de energia, a IA pode, por exemplo, ajustar automaticamente as configurações dos equipamentos de refrigeração comercial para maximizar a eficiência e reduzir os custos.

Enfim, a IoT e a IA estão redefinindo a gestão da cadeia do frio, o que transforma desafios em oportunidades para a indústria e os prestadores de serviços na implementação de controles inteligentes em sistemas de refrigeração e climatização.

“O constante desafio é fazer com que as nossas soluções cheguem à ponta da cadeia de HVAC-R, garantindo que as novas tecnologias sejam acessíveis a todas as partes envolvidas”, destaca.

Dados em tempo real e armazenados em nuvem aprimoram gestão da cadeia do frio

Segurança cibernética em foco

Ao passo que a IoT e IA evoluem, a necessidade de proteger os dispositivos inteligentes também nunca foi tão crítica. No caso da indústria gaúcha, “sempre utilizamos protocolo fechado para maior segurança dos usuários”, afirma Peres. Isso destaca a importância de salvaguardar a infraestrutura digital em um ambiente cada vez mais conectado.

Os sistemas de refrigeração e ar condicionado, por serem parte essencial de várias indústrias, são alvos potenciais para os cibercriminosos. Se não forem devidamente protegidos, os sistemas de controle podem ser facilmente invadidos por hackers.

Muitos dos dispositivos de IoT são gerenciados sem os requisitos de segurança adequados, tornando-os vulneráveis a ataques. Para combater as ameaças, os especialistas recomendam uma série de medidas de proteção.

Isso inclui a atualização regular de seus softwares, a substituição de equipamentos obsoletos que não recebam mais suporte de seus fabricantes, a implementação de políticas de complexidade de senhas, o monitoramento constante das redes e o acesso com verificação e confiança zero.

Um dos casos mais conhecidos de vulnerabilidade no setor foi divulgado em fevereiro de 2019, quando os sistemas de refrigeração controlados por termostatos fabricados pela RDM, uma empresa de controles com sede na Escócia, apresentaram brechas que poderiam ser exploradas por hackers, conforme demonstrou um relatório dos especialistas em segurança on-line do Safety Detective.

Essas falhas, segundo o coletivo, poderiam permitir a invasores acessar os dispositivos e alterar suas configurações de temperatura, afetando os setores que os utilizam, incluindo hospitais e redes de supermercados.

À época, uma busca no Shodan, um mecanismo de busca para dispositivos conectados à internet, revelou 7.419 instalações vulneráveis, localizadas principalmente na Rússia, Malásia, Brasil, Reino Unido, Taiwan, Austrália, Israel, Alemanha, Holanda e Islândia.

A alteração das configurações de refrigeração pode levar a sérias consequências, especialmente em hospitais, onde refrigeradores são usados para armazenar vacinas, medicamentos e órgãos, entre outros materiais.

Segundo o Safety Detective, invasores poderiam acessar os sistemas de controle vulneráveis da companhia via navegador web, necessitando apenas do endereço (URL) correto do dispositivo.

“Nós instruímos a secretária do nosso escritório sobre como encontrar outros dispositivos on-line, e ela rapidamente localizou uma planta frigorífica na Alemanha e um hospital no Reino Unido usando apenas o Google”, alertou.

Vendas de ar-condicionado crescem 16% no 1º semestre

Fabriantes de ar-condicionado estão expondo novidades na 16ª Eletrolar Show, em São Paulo | Foto: Nando Costa/Pauta Fotográfica

O primeiro semestre de 2023 viu um crescimento de 13% nas vendas de eletroeletrônicos no Brasil, revertendo 18 meses de queda contínua, conforme dados divulgados ontem (10/7) pela Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros) na abertura da Eletrolar Show, em São Paulo.

O segmento de ar condicionado apresentou alta de 16% nas vendas no comparativo com o mesmo período de 2022. Foram comercializadas 1,48 milhão de unidades ante a 1,28 milhão entre janeiro e junho do ano passado.

Vale ressaltar que o ano de 2022, trouxe muita preocupação para o segmento de climatização, já que o desempenho foi muito abaixo da média de venda do produto.

Outro ponto de atenção na coletiva foi a discussão da mais importante política pública industrial do produto, que pode modificar o processo produtivo básico realizado nas 14 fábricas que estão sediadas no Polo Industrial de Manaus.

“Uma alteração na política atual distante do que foi sugerida pela Eletros pode afugentar investimentos e gerar desemprego em um dos principais segmentos produtivos nacionais” alertou o presidente da entidade, Jorge Nascimento.

Eletrolar 2023

A 16ª edição da Eletrolar Show, a maior feira de negócios da América Latina para a indústria e o varejo de eletroeletrônicos, eletrodomésticos, celulares, IoT, jogos, mobilidade e TI, prossegue até quinta-feira (13/7) no Transamerica Expo Center.

Este ano, o evento conta com um espaço 50% maior do que o do ano passado, apresentando inovações de mais de 700 marcas nacionais e internacionais, e expondo 10 mil produtos.

O presidente do grupo Eletrolar, Carlos Clur, enfatiza a importância do encontro presencial entre parceiros da indústria e varejo para facilitar as negociações, com expectativa de maior sucesso nesta edição devido ao espaço ampliado e aos muitos lançamentos.

Entre as marcas do HVAC-R presentes na mostra deste ano estão Agratto, Brastemp, Consul, EOS e TCL.

 

Edifícios descarbonizados, a nova fronteira da sustentabilidade na construção

Construções neutras em carbono e de alta performance energética fortalecem luta contra a crise climática.

As construções sustentáveis têm emergido como uma estratégia essencial para enfrentar as questões ambientais globais, como a escassez de recursos hídricos e a poluição causada pelos combustíveis fósseis.

Com a indústria da construção respondendo por cerca de 40%das emissões totais de carbono relacionadas à energia, a transição para edifícios verdes é mais do que uma escolha, é uma necessidade, na visão dos cientistas.

O conceito de construção sustentável envolve a criação de edifícios com menor impacto ambiental e maior eficiência energética. Além disso, a sustentabilidade também considera aspectos socioeconômicos relevantes, como a promoção da saúde e bem-estar dos ocupantes e a viabilidade financeira dos projetos de arquitetura e engenharia.

Principal fonte de informações – incluindo padrões (muitos dos quais são a base dos códigos de construção em todo o mundo), diretrizes, treinamento, educação continuada e pesquisa – para sistemas HVAC-R e desempenho de edifícios, a Associação Americana de Engenheiros de Aquecimento, Refrigeração e Ar Condicionado (Ashrae, na sigla em inglês) tem desempenhado papel fundamental na promoção das construções verdes.

Uma das normas mais conhecidas e amplamente adotadas no setor é a Ashrae 90.1, que estabelece os requisitos mínimos para a eficiência energética de edifícios novos.

Outra norma relevante é a Ashrae 100, que trata da eficiência energética em edifícios existentes, além do padrão 189.1, que fornece estratégias para a construção de edifícios sustentáveis, servindo como base para o Código Internacional de Construção Verde.

Para seguir auxiliando na descarbonização do ambiente construído, a entidade técnica global publicou recentemente a Ashrae 228, seu primeiro padrão que estabelece critérios claros e abrangentes para a avaliação de desempenho de edifícios com emissões líquidas zero de carbono e consumo líquido zero de energia.

“Também temos guias avançados de design de energia que estão disponíveis para download gratuito e fornecem orientação educacional para reduzir o consumo de energia e a pegada de carbono, mantendo condições internas saudáveis e confortáveis”, diz o presidente do capítulo brasileiro, Walter Lenzi.

“Além disso, temos normas que abordam refrigerantes com baixo potencial de aquecimento global [GWP, na sigla em inglês], um componente importante para a descarbonização do ambiente construído”, diz o engenheiro, ao salientar que “a preocupação mundial com as mudanças climáticas aumentou à medida que as evidências científicas sobre o tema se tornaram mais definitivas, relacionando o aumento das concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera com o aquecimento global”.

Para o engenheiro Lucas Fugita, especialista de serviços técnicos e desenvolvimento de mercado da Chemours no Brasil, “a transição para fluidos refrigerantes de baixo GWP é uma etapa inevitável na jornada rumo a construções mais sustentáveis”.

O gestor da indústria química americana afirma que, “com a contínua inovação e a adoção de novas práticas na construção civil, o setor tem o potencial de desempenhar um papel significativo na luta contra a crise climática”.

Entretanto, prossegue Fugita, a migração para substâncias de baixo impacto climático não está isenta de desafios. “Estamos falando de retrofits de grandes instalações, novos equipamentos, capacitação e ferramentas adequadas para garantir o manuseio seguro e eficiente desses novos fluidos”, explica.

“As questões de eficiência energética precisam ser consideradas durante o projeto e a instalação de sistemas de refrigeração e ar condicionado para garantir o menor custo total de propriedade, junto com menores emissões totais de CO2 equivalente”, pondera. Segundo o especialista, outros fatores relevantes, como “a escolha de materiais de construção sustentáveis, energia renovável, automação, integração com a Internet das Coisas [IoT], iluminação natural, isolamento térmico e gestão eficiente da água, também devem ser levados seriamente em conta pelos projetistas atualmente”.

Revolução em curso

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), as emissões diretas de CO2 dos edifícios precisam ser reduzidas pela metade até 2030 para encaminhar o setor para a neutralidade climática até 2050.

Devido ao Acordo de Paris, cujo objetivo é limitar o aumento da temperatura da Terra em 1,5 ºC até o fim do século, muitos governos ao redor do mundo estão implementando políticas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, que muitas vezes incluem metas para eficiência energética e descarbonização de edifícios.

Os players do setor imobiliário que se antecipam a essas tendências podem evitar o risco regulatório e se posicionar como líderes em um mercado em evolução, segundo especialistas.

Afinal de contas, esses edifícios não são apenas benéficos para o meio ambiente, mas também oferecem vantagens econômicas e sociais. Além disso, estudos têm mostrado que eles tendem a ter um valor de mercado mais alto do que os edifícios tradicionais. Por isso, para muitas empresas, a descarbonização de seus imóveis já é uma parte importante de suas estratégias de governança ambiental, social e corporativa (ESG).

No entanto, também é importante notar que a descarbonização de edifícios apresenta desafios, como o custo de implementação de tecnologias de eficiência energética e a necessidade de habilidades e conhecimentos especializados por parte dos empreiteiros, além da dificuldade de renovar edifícios existentes. A descarbonização, enfim, envolve uma abordagem de múltiplas facetas. No design e construção, particularmente, isso significa optar por materiais e processos de construção de baixo carbono, bem como garantir que os edifícios sejam tão eficientes em termos energéticos quanto possível.

De qualquer maneira, reduzir e, eventualmente, eliminar as emissões de carbono associadas à construção e operação de edifícios é uma das tendências emergentes mais significativas no setor.

Em todo o mundo, mais e mais edificações estão sendo projetadas e construídas com a descarbonização em mente, desde residências unifamiliares até grandes complexos industriais, o que gera impacto direto no dia a dia dos profissionais de arquitetura, engenharia e construção, entre os quais engenheiros, projetistas e instaladores de sistemas de climatização e refrigeração.

Nesse cenário de profundas mudanças, aqueles com experiência em práticas sustentáveis e descarbonização estão se tornando cada vez mais valorizados pelo mercado, abrindo novos caminhos para avanços em suas carreiras no HVAC-R e segmentos correlatos.

À medida que a demanda por soluções ecológicas aumenta na construção civil, as empresas que se especializam nessa área também têm a chance de expandir seus negócios e aumentar sua rentabilidade, além de construir uma marca sólida e respeitável.

Oportunidades

Apesar de o crescimento da construção civil não ter sido acompanhado por avanços suficientes nos esforços de eficiência, um relatório da Aliança Global para Edifícios e Construções (GlobalABC) aponta para sinais positivos e oportunidades para acelerar a ação climática, indicando que a descarbonização de edifícios e a eficiência energética estão se concretizando como estratégias sólidas de investimentos.

Até 2030, os edifícios verdes devem se tornar uma das principais oportunidades de investimento global, com um valor estimado em US$ 24,7 trilhões pela Corporação Financeira Internacional (IFC), instituição que se dedica a promover o desenvolvimento do setor privado em países em desenvolvimento, por meio da oferta de serviços de investimento, consultoria e gestão de ativos. Atualmente, os investidores estão sendo encorajados a redefinir suas estratégias imobiliárias, priorizando a eficiência energética e a redução de carbono.

Nessa perspectiva, todos os envolvidos na cadeia de valor devem acolher a economia circular, visando diminuir a necessidade de materiais de construção, minimizar o carbono incorporado e utilizar soluções mais ecológicas para melhorar a resiliência dos edifícios, destaca o documento.

O estabelecimento de ações mitigadoras que aprimorem o desempenho térmico e energético dos edifícios, reforça a instituição, constitui um elemento crucial para a sustentabilidade.

Sistemas com baixa carga de amônia ganham espaço no mercado industrial

 

A crescente preocupação em torno da segurança das pessoas e da proteção do meio ambiente no setor de refrigeração e climatização industrial tem levado diversos players do HVAC-R a constantemente buscar tecnologias mais eficientes. Exemplo desta nova realidade traduz-se na adoção de sistemas com carga reduzida de amônia, processo que tem se expandido rapidamente no setor.

Trata-se de uma solução inovadora que combina os benefícios da amônia como refrigerante com medidas de segurança avançadas. Ao reduzir os riscos associados ao uso de NH3 proporcionam-se também maior eficiência energética, conformidade regulatória e sustentabilidade ambiental.

A implementação apropriada desses sistemas passa, fundamentalmente, pela ênfase na avaliação de riscos, em projeto adequado, treinamento e manutenção regular, itens essenciais para garantir o desempenho ideal. É sob este cenário positivo que o mercado de refrigeração brasileiro está testemunhando o avanço do uso de carga reduzida de amônia.

A multinacional japonesa Mayekawa do Brasil, por exemplo, tem investido pesadamente para atender demandas relativas a instalações com baixa carga de fluidos refrigerantes, bem como o uso de fluidos naturais. Baseada nestes pontos, a empresa tem, em seu portfólio, a instalação de sistemas de refrigeração indireta, voltados ao resfriamento ou congelamento de produtos, os quais também podem ser utilizados em sistemas de climatização.

Denominado de CO2 Brine, o sistema consiste na aplicação da carga de amônia reduzida, utilizando-se dióxido de carbono como fluido refrigerante secundário (Brine). “Por ser um fluido natural de baixo custo e com uma baixa viscosidade dinâmica, tem sido uma ótima opção de fluido secundário seguindo a tendência dos fluidos refrigerantes naturais”, afirma o diretor comercial da Mayekawa do Brasil, Silvio Guglielmoni.

O executivo acrescenta que, se por um lado o sistema com amônia é extremamente eficiente energeticamente, por outro há riscos devido à sua toxidade. Em função dessa característica, instalações de refrigeração com carga reduzida de amônia são projetadas para mitigar esses riscos. Afinal, uma das principais preocupações no uso da amônia como refrigerante é o potencial de vazamentos, visto que podem representar riscos significativos para a saúde humana e o meio ambiente.

Vários são os aspectos levados em consideração em um projeto refrigeração com carga reduzida de amônia, como a adoção de válvulas de alívio de pressão, desenvolvidas para liberar amônia em caso de aumento excessivo de pressão no sistema, evitando falhas estruturais ou rupturas.

No caso de sistemas de detecção de vazamentos, a tecnologia se encontra em sensores de amônia, capazes de identificar e alertar sobre possíveis vazamentos, permitindo uma resposta rápida e eficaz para minimizar os riscos. Mas se houver vazamentos, sistemas de ventilação do ambiente de instalação são fundamentais para garantir a dissipação segura de amônia, protegendo os trabalhadores e o ambiente circundante.

A NR-36 desempenha papel fundamental ao estabelecer padrões de segurança, sugerindo, uma série de diretrizes, como a instalação de detectores de amônia em áreas técnicas, a implementação de sistemas de exaustão e purificação do ar, assim como a adoção de sistemas de alarme e evacuação de ambientes, como forma de lidar com eventuais ocorrências.

Vantagens

A adoção de carga reduzida de amônia oferece várias vantagens significativas para os profissionais do HVAC-R. Ao diminuir a quantidade de amônia no sistema, os riscos associados a vazamentos são substancialmente reduzidos, proporcionando um ambiente de trabalho mais seguro para os técnicos e evitando possíveis danos ao meio ambiente. Da mesma forma, esses sistemas operam de maneira eficiente, minimizando o consumo de energia e reduzindo os custos operacionais.

Outra importante exigência configura-se na conformidade regulatória. Em muitas regiões, existem regulamentações e normas rigorosas em relação ao uso de amônia como refrigerante devido aos seus riscos potenciais. Os sistemas de refrigeração com carga reduzida de amônia permitem que as empresas cumpram essas regulamentações. Além disso, a manutenção dos sistemas de refrigeração torna-se mais simples e econômica, incluindo a detecção de vazamentos, exigindo menos tempo e recursos para a manutenção preventiva.

Os sistemas de refrigeração com carga reduzida de NH3 contribuem para a sustentabilidade ambiental, uma vez que a amônia é um refrigerante natural sem potencial de aquecimento global.

Companhia que detém globalmente o pioneirismo e a expertise neste sistema, a Mayekawa do Brasil concluiu a primeira obra do País para uma indústria alimentícia. “Ao não bombear amônia para os evaporadores de ar forçado nos espaços refrigerados, utiliza-se uma pequena carga desse fluido refrigerante na sala de máquinas no estágio primário do ciclo de refrigeração para rebaixar a temperatura do CO2 para congelados (-30°C) e resfriados (-10°C). O CO2 é bombeado para os evaporadores de ar forçado como um fluido secundário”, explica o gerente comercial Ricardo César dos Santos.

Através da aplicação da solução com CO2 Brine, a empresa obteve uma redução significativa aproximada de 90% da carga de NH3, de 3.000 para 280 quilos com aplicação do CO2. “Também reduzimos a pressão de projeto em aproximadamente 60%, de 120 (bar) do sistema CO2 convencional para 40 (bar) no sistema CO2 Brine Mayekawa, mitigando consideravelmente riscos operacionais, além de aumentar a eficiência energética dos sistemas”, complementa.

A nova fábrica atendida pela Mayekawa tem capacidade total de refrigeração para o sistema de congelados de 420 Mcal/h e de 1.100 Mcal/h para resfriados. Além do Brasil, a multinacional japonesa já aplicou o conceito de CO2 Brine em dois projetos no Equador e um na Argentina. Na Ásia, onde esta aplicação está mais adiantada, são mais de 500 instalações de refrigeração industrial.

Etapas essenciais

Ao considerar a implementação de sistemas de refrigeração com carga reduzida de amônia, é importante seguir algumas fases fundamentais. A primeira delas é a realização de uma análise de riscos abrangente para identificar os pontos críticos e as áreas de melhoria em relação aos sistemas de refrigeração existentes.

Paralelamente, profissionais especializados devem projetar o sistema, considerando os requisitos específicos da instalação e garantindo que as medidas de segurança, como válvulas de alívio de pressão e sistemas de detecção de vazamentos, estejam devidamente incorporadas.

Outro fator importante é estabelecer um programa de manutenção preventiva para garantir o bom funcionamento do sistema, incluindo a verificação periódica de vazamentos, inspeção das válvulas de segurança e manutenção dos sistemas de detecção de amônia. Para que este item funcione bem, é essencial haver constantes treinamento e conscientização de técnicos e instaladores, sempre enfatizando os procedimentos de segurança e a importância da carga reduzida de amônia.

Ainda de acordo com a Mayekawa, as vantagens do CO2 como fluido secundário são várias – utilização 100% de Fluidos Naturais: NH3 e CO2; redução de 70% a 90% do volume de NH3; melhor eficiência energética total entre sistemas CO2 Brine x CO2 cascata; menor impacto caso haja vazamento, benefício no seguro industrial, atóxico, não inflamável, agilidade nas licenças ambientais); menor impacto ambiental (GWP e ODP zero) e no EAR ou PRG (Cetesb P4.261).

Outras vantagens são o custo de instalação e de manutenção mais baixo (reposições de óleo, overhaul, compressor x bomba); operação similar ao sistema NH3 bombeado convencional; sistema de controle simplificado; forçadores com redução de tamanho e peso na estrutura metálica; bombas secundárias com reduções significativas de potência; tubulações com redução nos diâmetros; sistema secundário isento de óleo; sistema secundário isento de ar; pressão de CO2 similar ao sistema NH3 convencional; carga de NH3 drasticamente reduzida através da utilização de trocadores shell & plate.

“Construir e projetar sistemas de refrigeração confiáveis, com excelente custo-benefício e ecologicamente corretos, usando CO2 como fluido secundário e utilizando o know-how japonês com mais de 90 anos de atuação no mundo, são os conceitos de trabalho da nossa companhia’, conclui Guglielmoni.